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ESPECIAL: Telas BR - Séries Brasileiras

Atualizado: 14 de out. de 2021

Apesar dos grandes clássicos nacionais, roteiristas e produtores precisam entender que o público está mais crítico, exigente e disposto a trocar de canal.

A Grande Família (72 – 75 | 2001 – 2014) | Em cena: Seu Flor (Rogério Cardoso), Dona Nenê (Marieta Severo), Seu Lineu (Marco Nanini), Agostinho (Pedro Cardoso), Bebel (Guta Stresser) e Tuco (Lúcio Mauro Filho)
 

TELAS BR é uma série especial de publicações da Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre o mundo audiovisual brasileiro, de 1990 a 2021;

 

O Brasil, por muitos anos, foi refém das, ainda amadas, telenovelas. Dia após dia, semana após semana, mês após mês, capítulo após capítulo, as novelas dominaram o repertório de entretenimento televisivo, naturalmente.


Se voltarmos alguns anos, se quiséssemos entretenimento, teríamos de estar em casa na hora exata do programa, caso contrário, “cada um com seus problemas”. Agora, com tantas plataformas, as novelas ficaram menos atrativas e mesmo com a tentativa da Globo de colocar clássicos no seu repertório, o público definitivamente não quer ficar longos meses numa mesma história, o negócio agora é entretenimento rápido e de qualidade, mais conhecidas como séries.


A Globo durante anos também dominou o setor de séries e algumas delas se tornaram verdadeiros clássicos, a maioria delas comédias como A Grande Família (72 – 75 | 2001 – 2014), Os Normais (2001 – 2003), Sob Nova Direção (2004 – 2007), os clássicos Sai de Baixo (1996 – 2002 | 2013) e Toma Lá Da Cá (2007 – 2009).

Os Normais (2001 – 2003) | Em cena: Vani (Fernanda Torres) e Rui (Luiz Fernando Guimarães)
A Diarista (2004 – 2007) | Em cena: Solineuza (Dira Paes), Marinete (Cláudia Torres) e Figueirinha (Sérgio Loroza)

Uma que marcou a pessoa que vos fala foi a saudosa A Diarista (2004 – 2007), com a maravilhosa Claudia Torres que interpretava a, hilariante, Marinete, Dira Paes na eterna Solineuza e toda trupe de faxineiras. Porém, conforme os anos foram passando, a qualidade das séries do canal foi piorando cada vez mais, só para relembrar alguns exemplos Pé na Cova (2013 – 2016), Mister Brau (2015 – 2018) e Chapa Quente (2015 - 2016) foram fiascos não só de audiência como de critica.


Os dramas por outro lado se saíram melhor do que a encomenda, mas nem sempre. Sob Pressão (2017 – presente) foi um sucesso de critica e público, Som & Fúria (2009), dirigida por Fernando Meirelles também.


A Globo investiu grandes somas na primeira série de terror e fez um grande estardalhaço na divulgação elevando as expectativas do público, mas o público já era exigente demais e a série foi um grande fiasco, falo de Supermax (2016), o mesmo vale para Vá de Retro (2017).


Supermax (2016) | A série emulava um reality show gravado em uma prisão com um prêmio de R$ 2 milhões. A série prometeu muito, mas, infelizmente, entregou pouco.

O núcleo de atores da emissora também rendeu ótimos projetos, entre comédias e dramas como Os Aspones (2004), As Cariocas (2010), As Brasileiras (2012) e Os Experientes (2015), todas elas com grande elenco e contando as mais variadas histórias a cada episódio. Se o elenco praticamente salvava essas séries, nem mesmo grandes nomes foram o suficiente pra outras como Força Tarefa (2009 – 2010) e A Teia (2018 – 2019), por exemplo, que tinham “protagonistas de nome” mas ficava só nisso mesmo. Os serviços, as plataformas digitais, a variedade e a qualidade são exigências básicas do público, ainda falando da Globo e seu Globo Play, tem investido pesado, não só em séries estrangeiras como na produção de séries originais e vou te falar que algumas delas, são muito boas, a mais recente Onde Está Meu Coração? (2021) foca em um assunto espinhosos, atuações acima da media e por ai vai, outra igualmente atraente é Sessão Terapia (2012 – presente), pra quem gosta de séries mais longas e sem muita ação, fica a dica.

Os Aspones (2004) - Série satirizava o dia a dia e a burocracia de uma repartição pública | Em Cena um elenco de peso: Drica Moraes, Marisa Orth, Andréa Beltrão, Pedro Paulo Rangel e Selton Mello.

Seguindo na linha contrária da palavra qualidade, temos as séries da Netflix e, acredite, não tem uma que seja no mínimo decente. Sintonia (2019 – presente) é uma das piores séries que existem, tudo ali é ruim. O elenco, o roteiro, a direção, mais uma série nacional que não deve ter vida longa. O Escolhido (2019 – presente), uma série difícil de assistir, bem como, Boca a Boca (2020 – presente), Spectros (2020).


Já "3%" fez sucesso por algum tempo, mas não resistiu a bolha do cancelamento assim como a polêmica O Mecanismo (2018), de José Padilha que rendeu discussões fervorosas entre o público, mesmo público que apesar de notar a qualidade técnica não abraçou a ideia de Coisas Mais Linda (2019 – presente).


A Amazon Prime ainda está no início das produções nacionais, mas já sacou o que o público brasileiro e gosta e a mais recente produção da plataforma Dom (2021) tem atraído ótimos comentários.

Dom (2021) | Lico (Ramon Francisco), Jasmin (Raquel Villar), Armário (Digão Ribeiro), Pedro Dom (Gabriel Leone) e Viviane (Isabella Santoni).

Se por um lado a Netflix não acertou uma bola dentro até agora, por outro, Feras (2019) da MTV é uma obra-prima de televisão recente, com um elenco primoroso, um roteiro minuciosamente pensado para abordar, de forma delicada, assuntos como o amor, sexo, relacionamentos rápidos — ou duradouros — com pessoas mais velhas, com pessoas mais jovens, alcoolismo e drogas. De longe a melhor série nacional que já foi feita e está disponível na Globo Play. O público está cada mais vez mais exigente, mas se as produções nacionais continuarem com essa mania incansável do excesso de palavrões – e esse não é o real motivo, fato é que os diálogos são boa parte dos problemas das produções nacionais – câmeras lentas e outros tiques batidos, de verdade a tendência é só piorar.

Série: Feras (2019) | CIra (João Vitor Silva) e Guile (Jesuita Barbosa)




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