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A CARA DO CINEMA BRASILEIRO: 04 - Os Premiados

Atualizado: 25 de set. de 2021

Aos trancos e barrancos, o cinema nacional se esforça para fazer bonito e faz, é uma pena que nem sempre o reconhecimento aconteça...

Elenco e produção de Aquarius em Cannes denunciaram o golpe parlamentar que culminou no afastamento da presidenta Dilma Roussef.
 

A CARA DO CINEMA BRASILEIRO é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os atores que fazem o cinema nacional sobreviver, crescer e nos maravilhar com suas obras a cada dia.


Dos medalhões, que foram do cinema para a TV, até as revelações não tão conhecidas do grande público, os rostinhos do cinema brasileiro desfilarão pela série de publicações A CARA DO CINEMA BRASILEIRO. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. Boa leitura!

 

Chegamos à minha parte favorita, o reconhecimento internacional do nosso cinema e, acreditem se quiser, nosso cinema é muito valorizado lá fora. No decorrer dos anos, algumas produções ganharam o mundo, mas não sem antes passar em alguns dos maiores festivais do cinema, nos atentamos a principal trinca de festivais que são: Berlim, Cannes e Veneza para falar um pouco dos filmes que foram laureados.


BERLIM

Tropa de Elite (José Padilha, 2008), vencedor de Melhor Filme em Berlim | Em cena: André Matias (André Ramiro)
Vera (Sérgio Toledo, 1987) | Em cena: Vera (Ana Beatriz Nogueira, vencedora do Urso de Prata de Melhor Atriz em 1987)

O festival de cinema alemão é o que mais prestigia o cinema brasileiro, ano após ano, os curadores enfiam filmes que se sabe lá de onde saem, mas que pipocam por lá e acabam premiados. O Urso de Ouro, que é o maior e principal prêmio do festival já e ele já veio para o Brasil duas vezes, Tropa de Elite (José Padilha, 2008) e Central do Brasil (Walter Salles, 1997), filme que também ganhou o prêmio de melhor atriz, Fernanda Montenegro, mas uma década antes duas atrizes já tinham sido premiadas foram Marcélia Cartaxo, por A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1986) e no ano seguinte Ana Beatriz Nogueira, por Vera (Sérgio Toledo, 1987), um dos primeiros filmes nacionais a tratar da diferença entre identidade de gênero e sexualidade.

A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1986) | Em cena: Macabéa (Marcélia Cartaxo, vencedora do Urso de Prata de melhor atriz em 1986) e Olímpico de Jesus (José Dumont)

Já os atores, infelizmente ainda não foram reconhecidos por suas atuações, mas como mencionei acima, a curadoria do festival ama o cinema brasileiro, então é só questão de tempo até que um deles seja reconhecido. Já bateram na trave, só para mencionar, dentre os últimos concorrentes estavam o ótimo Julio Machado, por Joaquim (Marcelo Gomes, 2017) – mais conhecido por Sob Pressão – e Wagner Moura e Jesuíta Barbosa, por Praia do Futuro (Karim Aïnouz, 2014). Foi por pouco!


CANNES


O meu festival favorito que tem certa fama, Cannes é o festival mais importante e glamoroso do mundo, logo sua curadoria é muito mais exigente, sem mencionar o fato de que eles têm seus queridinhos, uma espécie de clubinho. Kleber M. Filho entrou para esse clube depois que Aquarius (2016) entrou na competição principal, aliás, Sônia Braga merecia demais aquele prêmio de melhor atriz, mas...

Eu Sei que Vou te Amar (Arnaldo Jabor, 1986) | Em cena: Ela (Fernanda Torres) e Ele (Thales Pan Chacon)

Fernanda Torres foi a primeira atriz brasileira ser reconhecida, por Eu Sei que Vou te Amar (Arnaldo Jabor, 1986), duas décadas depois, Sandra Corveloni também venceu como melhor atriz por sua atuação em Linha de Passe (Walter Salles, 2008) se tornando a segunda e, por enquanto, última laureada, sinal de que Walter Salles é um ótimo diretor de elenco e assim como Berlim, nenhum ator brasileiro foi reconhecido por lá.


A Mostra Un Certain Regard – mostra paralela do festival – já reconheceu alguns filmes nacionais, mas nunca um ator em específico, mas vale lembrar de Eu, Tu, Eles (Andrucha Waddington, 2000) e o mais recente A Vida Invisível (Karim Aïnouz, 2019) com a ótima Carol Duarte.

A Vida Invisível (Karim Aïnouz, 2019) | Em cena: Euridice Gusmão (Carol Duarte)

VENEZA


O festival italiano é meio carrancudo com as produções brasileiras, são raras as aberturas para nossas produções, nenhum ator ou atriz nunca foi reconhecido com o Copa Volpi – nome do prêmio de melhor interpretação – aliás, eu sequer lembro da última vez que uma produção nacional foi indicada para concorrer aos prêmios.


OSCAR


O Oscar, ah o Oscar...


Fenanda Montenegro e Walter Salles posam em Berlim, ao receberem o prêmio de melhor filme e melhor Atriz no Festival de Berlim

O mundo inteiro sabe que nossa única atriz a ser indicada ao Oscar foi Fernanda Montenegro, por Central do Brasil (1997) e vou te falar que deve continuar sendo a única por muito tempo. O motivo é simples, para ser indicado ao Oscar, ser bom não é o suficiente. O filme precisa de uma boa distribuição, precisa de investimento pesado, precisa de propaganda, precisa chegar aos mais de 10 mil votantes, é preciso uma verdadeira campanha de marketing e as produções nacionais, geralmente, não têm cacife para que isso aconteça. Nem o filme de Walter Salles, herdeiro do banqueiro Moreira Salles e com um patrimônio líquido estimado em mais de US$ 2,5 bilhões, conseguiu até agora e olha que qualidade para isso, sabemos, não faltou.


E mais, se nossas produções não conseguem sequer ser indicadas a melhor filme internacional, quem dirá em alguma categoria de atuação em que a disputa é muito mais acirrada, lógico que temos muitos atores que merecem esse reconhecimento, mas sem investimento, não vai acontecer. Mesmo sem trazer a estatueta, Fernanda foi uma grande vencedora e trouxe mais do que prêmios, trouxe autoestima para o cinema nacional. À partir da indicação de Fernanda, o Brasil começou a sonhar e acreditar que o Oscar um dia vem.

Central do Brasil (Walter Salles, 1998) | Em cena: Josué (Vinicius de Oliveira) e Dora (Fernanda Montenegro)

E assim vamos nos despedindo por essa série de publicações que tinha como objetivo dar uma visão completa do cinema nacional, suas origens, atrizes e atores que fizeram história, ou que hoje somam na construção da história do nosso tão amado, injustiçado e pouco incentivado. cinema nacional.


Mas calma, não há espaço para melancolia, na próxima semana temos encontro marcado com um novo especial sobre o cinema nacional, dessa vez, o foco não estará nos atores e atrizes que atuaram e atuam em nosso cinema, será sobre as 50 melhores produções cinematográficas brasileiras de todos os tempos. Vai ter filmes para todos os gostos e lembranças.


Enquanto o próximo sábado não chega, você pode conhecer a série TELAS BR, um olhar sobre o audiovisual nacional, pode conferir a lista que eu preparei sobre Os 5 Melhores Intérpretes da Atualidade ou as dezenas de listas, críticas e dicas de filmes e séries para você

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