Cinema&Sexualidade – Luz, câmera e corpos em ação
Pele, sensações e ideias... O Cinema sabe bem como mexer com nossos sentidos.
Cinema&Sexo é uma série especial de publicações da Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre a relação íntima que existe entre a sétima arte e o pecado da carne.
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Ao longo das próximas semanas essa série mostrará como o cinema tem retratado o início da vida sexual, sexo a três, nudez, orgasmos, até temas mais delicados como estupros, prostituição e ninfomania contidos nesse texto.
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“Indecente é você ter que ficar despedido de cultura”
Ultraje a Rigor
Só o que se falou nessas últimas semanas foi da fatídica cena de Sex/Life, em que um dos personagens mostra todo o seu dote, tudo aquilo, segundo uma entrevista que o ator Adam Demos concedeu, a cena foi real, o ator disse que precisava sentir a realidade, que não iria se sentir confortável usando uma prótese, como é de costume cenas como essa, cá entre nós, ele não precisava de prótese nenhuma, afinal se aquilo for realmente real, Demos é a personificação do que chamamos de “dotados”.
Falemos então do “nu frontal”, a nudez que durante muitos anos foi proibido nos filmes, um verdadeiro tabu. Mas os tempos mudaram e os diretores queriam e precisavam se expressar de forma mais liberta, aos poucos a coisa foi se soltando e a nudez está cada vez mais normalizada.
O nu feminino é o mais comum, não precisa pensar muito para relembrar de algumas das mais lindas atrizes sem roupa, já o masculino sempre foi raro e continua, afinal de contas, nem todo o ator tem a coragem de Michael Fassbender em Shame (Steve McQueen, 2013) e mostrar tudo – medo de ser julgado, talvez – quem não assistiu o ótimo Traídos Pelo Desejo (Neil Jordan, 1992) não faz ideia de como uma cena assim é essencial para uma trama.
Os atores, atualmente estão ficando mais à vontade, alguns deles nem pensam duas vezes quando o assunto é fazer uma cena de nu frontal, Senhores do Crime (David Cronemberg, 2007) tem uma cena sensual de Viggo Mortensen; e como se esquecer da polêmica cena final de Killer Joe (William Friedklin, 2011) em que Matthew McConaughey agride um dos personagens enquanto seu dote balança e posa para câmera? Por aqui, no Brasil, terra da pornochanchada isso é assunto superado e vergonha não há, Wagner Moura, Caio Blat e Cauã Reymond já se exibiram em filmes, mas a mais famosa – e recente – é a de Juliano Cazarré em Boi Neon (Gabriel Mascaro, 2013).
ORGAMOS
“Eu te levei no pedalinho, simba safari e no Plyacenter. Parque da Mônica, trenzinho e matinês, mas sua satisfação um dia, me deixou pasmo, só porque nunca te levei a um tal lugar chamado orgasmo”
– AeroSilva Temido por uns, fingido por outros e desconhecido para muitos, os orgasmos sempre permearam o imaginário popular, muito disso com a ajuda do cinema.
“Botar pra dentro” ou “sentar com força” e chegar no ápice, naquela gozada, naquele orgasmo, naquela gemida, naquele aaaaah! – nada como gozar, né? O cinema, claro, jamais ficaria de fora e usou e abusou dessa explosão de sentimentos para encantar os espectadores... quem não se lembra da clássica cena de Harry & Sally (Rob Reiner, 1989) em que a protagonista simula um orgasmo no meio de uma lanchonete lotada, ou de Jim Carrey levando Jennifer Aniston ao céu no hilário Todo Poderoso (Tom Shadyac, 2003).
O orgasmo é uma coisa única, todo mundo gosta, todo mundo precisa e nem sempre precisa ser escandaloso, O Fabuloso Destino de Amélie Poullain(Jean-Pierre Jeunet, 2001) tem uma das cenas mais lindas e delicadas, quando a protagonista tem seu primeiro orgasmo na vida, filme lindo.
MÃO AMIGA E EJACULADAS
“Não despreze a masturbação, afinal, é fazer sexo com quem você mais ama”
Woody Allen
Pois é, acredite se quiser, mais ainda tem muito marmanjo e marmanja por ai que têm vergonha de falar que bate uma, toca uma, chame como quiser, não que a masturbação alheia seja da conta de alguém, mas vergonha por quê? Para quê? do quê?
Ken Park (Larry Clark, 2002) é quase uma aula de masturbação tanto feminina quanto masculina e sabia que alguns brinquedos podem te ajudar, estimular? Os brasileirinhos como sempre, não ficam de fora, De Pernas Pro Ar (Roberto Santucci, 2010) que o diga, já O Som ao Redor (Kleber M. Filho, 2013) mostra que mesmo com uma rotina pesada, filhos, casa, isso e aquilo, as mulheres sempre e devem arrumar um tempo para se dedicar ao próprio prazer.
O líquido expelindo, os dedos dos pés se contorcendo, a boca seca, o coração acelerado, os órgão latejam... gozou. Todo Mundo em Pânico (Keene Ivory, 2000) fez uma paródia bizarra do ato de ejacular, a cena com a famosa erupção de esperma fez muita gente chorar de rir, já em 9 Canções (Michael Winterbottom, 2004) ejacular a cada uma hora, todo os dias é normal – já pensou, que delicia? – por outro lado, a ejaculação em Anticristo (Lars Von Trier, 2009) pode ser perturbadora e traumatizante.
Liberte suas fantasias, seus desejos e suas curiosidades, se tiver dificuldades, sempre haverá um bom filme para te ajudar.
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