Saiba tudo o que rolou na cerimônia do Oscar de 2021
O Oscar é uma premiação como qualquer outra, é a escolha de um grupo de pessoas que escolhe “o melhor” em determinados seguimentos, ano após ano. Os mais de 10 mil votantes, escolhem os que consideram os melhores da indústria cinematográfica.
Em 2021 a Academia completa seus 92 anos de existência, foram 92 cerimônias, 92 filmes escolhidos como melhor de cada ano e de lá para cá, muitas, muitas controvérsias, muitos filmes aclamados, outros ótimos e alguns fracos. Mas existe um fato que não pode ser alterado, os escolhidos nunca são unanimidade, isso não existe, o seu favorito de cada ano, pode não ser o meu, ou dos críticos. Claro que existem prêmios que são incontestáveis como O Poderoso Chefão (1972), ou, Parasita (2019), mas isso é algo raro, eu por exemplo, não acho que A Forma da Água (2017) tenha merecido o prêmio, por outro lado, Birdman (2013) era definitivamente o melhor dos concorrentes, mas para outras tantas pessoas, Boyhood (2013) era o melhor. Como eu disse, é tudo uma questão de gosto, de concordar ou discordar, mas no fim, apenas aceitar.
O Oscar se tornou uma tradição para mim, ano após ano, desde 2006, eu me sento em frente a televisão e assisto cerimônia do início ao fim, com meus palpites e minha torcida, foi o Oscar que me moldou como cinéfilo e agora crítico.
Quando eu passava horas e mais horas nas extintas videolocadoras, algumas capas de filmes vinham com aquele letreiro dourado que dizia: “10 indicações ao Oscar”, esses filmes me chamavam mais atenção do que os outros, acabei me interessando pelo que era Academia como instituição e o que significavam o prêmio, para a indústria e para as pessoas, 15 anos depois, já sei a história dos Oscar de trás para frente, mas agora vamos focar nos prêmios e nos melhores momentos do Oscar 2021.
Começo como o esperado e grandes mudanças impostas pela pandemia
O salão de entrega dos prémios ficou diferente do convencional, esse ano, nada daquela plateia gigante com centenas de pessoas, apenas os indicados em um salão muito bem-organizado, cada um na sua mesa e poltrona.
Os primeiros prêmios entregues foram os de melhor roteiro original, como esperado a história da mulher que não aceita machismo levou o prêmio, justo, “Bela Vingança”, de Emeral Fennell abocanhou o careca dourado, assim como Florian Zeller & Christopher Hampton, de “Meu Pai” - uma adaptação da própria peça de teatro, aliás, Zeller que dirigiu o filme está preparando uma trilogia, Meu Pai foi a primeira parte, os próximos serão “Meu Filho” e “Minha Mãe”.
O melhor filme internacional também ficou dentro do esperado, em uma das melhores seleções dos últimos anos, “Druk - Mais uma Rodada”, venceu e Thomas Vinterberg fez um dos melhores discursos da noite - aliás, os discursos foram muito mais longos do que o habitual - o diretor agradeceu a sua filha que faleceu recentemente quando tinha apenas 19 anos.
A Netflix se saiu muito melhor do que nos anos anteriores, em anos anteriores o serviço sequer ganhava nas categorias técnicas, mas a coisa mudou. “A Voz Suprema do Blues” levou melhor maquiagem e figurino, já Mank, que foi o filme mais indicado esse ano (10 indicações) ficou com direção de arte e fotografia, prêmios justíssimos, diga-se de passagem, e como já se tornou costumeiro, o serviço de streaming também levou melhor documentário, “Meu Professor Polvo” - muita gente torceu o nariz para esse prêmio, mas ... como eu disse mais acima, tudo questão de gosto pessoal, já a Amazon também se saiu melhor que a encomenda, O Som do Silêncio ganhou dois técnicos, melhor de edição - uma grande surpresa, mas não no melhor sentido - e melhor som.
O ator que "abalou", Daniel Kaluyaa as estruturas do cinema em “Corra!” (2017) não demorou e levou melhor ator coadjuvante por Judas e o Messias Negro, prêmio justo, uma atuação poderosa, gritante e digna de prêmios, assim como Youn Yuh-jung, por “Minari” vai em uma direção oposta de Judas, aliás, são filmes completamente diferentes, para todos os efeitos, os dois prêmios foram justíssimos, eram de fato, os melhores de suas categorias.
As surpresas da noite,,,,
O prêmio de melhor filme, que costuma ser o último da noite, para fechar a cerimônia, aconteceu antes das melhores atuações. “Nomadland”, de “Chloe Zhao”, filme que foi super aclamado por toda crítica, venceu o prêmio principal (melhor filme). Mas pouco antes disso, Zhao se tornou a segunda mulher na história a ganhar a estatueta de melhor direção - a primeira foi Katherine Bigelow, por “Guerra ao Terror” - um momento e prêmio marcante.
As duas últimas categorias foram melhor atriz e melhor Ator, enquanto assistia a cerimônia, me perguntei o motivo da troca, mas logo se explicou, duas grandes surpresas:
Frances McDormand, levou seu terceiro Oscar de melhor atriz, agora por Nomadland, ela ultrapassou Meryl Streep, que também tem três prêmios, mas um deles é de coadjuvante. O último prêmio foi o de melhor ator, o mundo inteiro acreditava que a vitória seria de Chadwick Boseman, mas ... and the Oscar goes to ... Anthony Hopkins, por “Meu Pai”.
O resumo da opera é que, foi uma cerimônia de três horas de duração, que mais pareceram 30 minutos. Tudo muito rápido, tudo dentro dos conformes, com o distanciamento social, algumas surpresas extremamente agradáveis e uma noite que ficou para história por tantas coisas diferentes, inversão nos prêmios e agora está oficialmente aberta a corrida para o Oscar 2022... Nos vemos lá!
Veja todos os vencedores em lista clicando aqui:
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