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  • Vai voar? Conheça a história de Ellen Church e a importância dos comissários de bordo

    Muito além do cafezinho, o comissário de bordo tem treinamentos específicos e fundamental importância para a segurança de todos. Se durante um voo de curta ou longa duração você receber água, café e suco, além de uma refeição, ótimo sinal. Isso significa que tudo segue bem durante o percurso e você poderá degustar alguma coisa antes de chegar ao seu destino. Mas, seria essa a função primordial de um comissário de bordo? Considerando que estão presentes nas empresas aéreas do mundo todo e são velhos conhecidos dos passageiros, vale a pena uma viagem pela história dessa profissão para que se conheça melhor a fundamental importância deles, em terra e no ar. Por volta dos anos 1930 a aviação ainda estava voltada para profissionais exclusivamente do sexo masculino, como pilotos e ajudantes, até que uma mulher apaixonada pela arte de voar começou a abrir portas para profissionais do sexo feminino. Visionária, ela conseguiu mostrar que a aviação teria um futuro promissor e crescente, necessitando, portanto, de profissionais de ambos os gêneros. Um belo jeito de mostrar que o céu é para todos. Ellen Church, uma enfermeira que entendia sua profissão cabível também dentro das aeronaves, sugeriu que profissionais da área deveriam estar a bordo para cuidar dos passageiros com suas necessidades, que poderiam ir desde um nervosismo pelo medo de voar, até indisposições estomacais e dores de cabeça, entre outras. Embora tivesse licença para pilotar aviões, Ellen não conseguia uma contratação nas aéreas para essa função. Mesmo assim, sabendo que na época as aeronaves voavam em baixas altitudes com mais solavancos e barulho, insistiu que uma mulher, enfermeira, seria de muita importância para um cuidado diferenciado aos passageiros e, também aos pilotos. Steven Simpson era um executivo da Boeing Air Transport, mais tarde tornando-se United Airlines, e reconheceu que a jovem enfermeira tinha bastante razão em sua proposta. Após muita conversa a ideia não só foi aceita, mas ainda evoluiu para a contratação de mais sete profissionais que passaram a ser “aeromoças”, termo que seguiu por muito tempo até ser adequado para comissário (a) de bordo por volta dos anos 1970, período em que as aeronaves já contavam com profissionais homens e mulheres para a função. Passadas todas essas décadas, com aeronaves mais avançadas e alcançando aeroportos em todo globo, a presença do comissário de bordo continua com sua importância não apenas para cuidados básicos no caso de alguma indisposição ou servir algum lanche ou refeição. É no quesito ”segurança” que o profissional é imprescindível dentro das aeronaves. Preparados para garantir a verificação de todos os itens e procedimentos, nenhuma aeronave decola sem a presença deles. Passageiros recebem as orientações pontuais sobre como agir em caso de emergência, mas a garantia de sucesso com a segurança de todos em caso de fogo, pouso de emergência no mar ou na selva, turbulência severa ou despressurização, não teriam total eficácia sem a presença dos comissários, altamente qualificados para atendimento rápido, seguro e preciso diante de alguma adversidade. Embora toda tecnologia ajude muito a garantir um voo seguro, inclusive podendo oferecer um serviço de bordo agradável durante o trajeto, o comissário de bordo é de fundamental importância para que tudo corra bem até o momento de desafivelar os cintos e desembarcar. Segurança, conforto, organização e atendimento adequado às necessidades que envolvem uma aeronave, pilotos, tripulação e passageiros, sempre com o suporte daqueles que Ellen Church enxergou, lá atrás, como primordiais para que tudo corra bem. Em sua próxima viagem, lembre-se que até aquele cafezinho está em boas mãos e lhe será oferecido por profissionais que de segurança, entendem muito.

  • ESPECIAL: CineBR 50 MAIS - (30 a 21)

    Chegamos à metade da Lista, mas de tão bons, esses 10 filmes parecem até os primeiros colocados. Segue a lista: O ESPECIAL CineBR 50 MAIS é um especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os 50 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, na opinião do autor. Dos campeões de bilheteria, até àqueles filmes esquecidos no deposito das extintos vídeo locadoras, se é bom, se tem qualidade se marcou época, você encontrará aqui. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. Boa leitura! 30. Junho – O Mês que Abalou o Brasil (João Wainer, 2014) O dia 7 de setembro de 2021 foi marcado por protestos em todos os cantos do país e um dos meus amigos, um dos melhores amigos da pessoa que vos fala me disse: “manifestações não adiantam de nada”, pois é uma semana depois eu me deparei com esse documentário sobre as manifestações que aconteceram em 2013, todo mundo se lembra, eu acho. O Brasil viu uma gama de jovens inconformados com o aumento das passagens de ônibus em São Paulo. O documentário é impressionante, eu claramente não concordo com o meu querido amigo que insiste em falar que manifestações de nada adiantam, fiz questão de esfregar esse filme na lata dele, pois o movimento Passe Livre, naquela ocasião conseguiu o que queria tudo isso graças ao que? Pois é! O documentário vai muito além, através de depoimentos chocantes e imagens extremamente fortes, o filme mostra a violência e o despreparo da polícia civil, mas tudo isso é claro, tem problemas, já que o Brasil em 2013 já era um país politicamente polarizado. Onde assistir: Globo Play 29. Boa Sorte (Carolina Jabor, 2014) O cinema como um todo sempre explorou a mente humana em seus diversos estados e sentidos, o problema da grande maioria desse tipo de filme é o exagero, muitos diretores iniciantes acabam caindo na armadilha dos estereótipos, felizmente não foi o caso de Carolina Jabor, mas só para mencionar um exemplo, Bicho de Sete Cabeças (Lais Bodanzky, 2000) que para mim, cai em todos os clichês dos filmes sobre a loucura humana. O filme de Jabor segue uma linha mais “delicada” – após uma série de problemas comportamentais, João (João Pedro Zappa — maravilhoso —) é internado pela família em uma clínica psiquiátrica. Lá ele conhece Judite (Deborah Secco), também paciente, por quem logo se apaixona, ela não tem muito tempo de vida e ambos sabem disso, o que não impede que iniciem um intenso romance. Onde assistir: Netflix 28. Rasga Coração (Jorge Furtado, 2018) O diretor Jorge Furtado ao longo de toda sua carreira, sempre conseguiu transitar entre comédias e dramas, diretor de Ilha das Flores (1989) e O Homem que Copiava (2003) Furtado sempre foi mais prolifero na televisão, com inúmeros trabalhos, infelizmente a maioria bem esquecível. O filme conta a história do militante anônimo Manguari (Marco Ricca) que, depois de quarenta anos de luta pelo que considera novo e revolucionário, assiste seu filho Luca (Chay Suede) acusá-lo de conservador, antiquado e anacrônico, contando o dinheiro para fechar o mês, sofrendo com as dores de uma artrite crônica e num crescente conflito com o filho, Manguari passa em revista seu passado e se vê repetindo as mesmas atitudes de seu pai. O filme, ainda que gire em torno da política na época, tem várias camadas da relação pai e filho, interpretados magistralmente por João Pedro Zappa, Marco Ricca e Chay Suede, o choque de gerações se faz presente, não só isso como também as posições políticas dos personagens, Furtado consegue equilibrar muito bem o passado e o presente, a montagem faz parecer que estamos em um ciclo vicioso, além do claro paralelo com o Brasil atual. Onde assistir: Telecine Play 27. Bye Bye Brasil (Cacá Diegues, 1980) O circo sempre foi uma constante em nosso cinema, as décadas passam, mas os diretores estão sempre entrando no tema, desde 1980 com esse que é, até agora, o melhor exemplar do tema, passando por O Palhaço (2011), Sangue Azul (2014) e o mais recente Bingo – O Rei das Manhãs (2017) – nenhum desses exemplares recentes chega perto da obra de Cacá Diegues. Salomé (Betty Faria), Lorde Cigano (José Wilker) e Andorinha (Príncipe Nabor) são três artistas ambulantes que cruzam o Nordeste do Brasil com a Caravana Rolidei, fazendo espetáculos para camponeses, cortadores de cana e índios, sempre fugindo da concorrência da televisão, eles se juntam o sanfoneiro Ciço (Fabio Jr.) e sua mulher Dasdô (Zaira Zambelli), com os quais a Caravana Rolidei atravessa a Amazônia até chegar a Brasília, vivendo diversas aventuras pelas estradas do país. O interior do Brasil, mais precisamente do Norte e do Nordeste encantam, enquanto a Caravana Rolidei passa de cidade em cidade apresentando seu “show” — é impressionante como esse país mudou, tanto no melhor sentindo como no pior — Cacá Diegues mostra que em qualquer época as pessoas são capazes de fazer qualquer coisa para sobreviver, seja usar sua própria arte ou o próprio corpo. O personagem de José Wilker é uma atração por si só, grande atuação. Onde assistir: Globo Play 26. Pixote – A Lei do Mais Fraco (Hector Babenco, 1981) O cinema de Hector Babenco como já mencionei na lista anterior, é um cinema que escancara os problemas sociais, considerado por muitos como o seu melhor filme, Pixote causou polêmica por onde passou e não era para menos, afinal de contas, a obra é como diria um “ditado” popular: um tapa na cara da sociedade. O retrato fiel da subcultura brasileira, acompanhamos Pixote (Fernando Ramos da Silva), um garoto vivendo nas ruas de São Paulo que aos 10 anos já perdeu toda a inocência. Seu dia a dia está cheio de prostituição, promiscuidade, drogas, roubos e outros tantos absurdos que nenhuma criança deveria presenciar. O garoto que interpretou Pixote, morreu pouco depois do lançamento do filme, a obra ficou marcada por cenas chocantes dentro de um “reformatório” onde as autoridades abusavam do poder para lidar com as crianças em reabilitação, a cena de Marilia Pêra amamentando o garoto é só um adendo, por isso, antes de tudo, quero deixar claro aqui, que esse é um filme chocante, não de forma proposital, mas a realidade daquela época e daqueles personagens era horrível e qualquer paralelo com os dias atuais, não é coincidência. Onde assistir: Globo Play 25. O Auto da Compadecida (Guel Arraes, 2000) O maior clássico do cinema contemporâneo – isso falando em comédia, claro – foi um fenômeno de crítica e de público, eu confesso que sempre fiquei com o pé atrás com esse filme, tanto que só fui assistir agora esse mês, enquanto matava alguns clássicos e para a surpresa de absolutamente ninguém, eu me acabei de rir. João Grilo (Matheus Nachtergaele) é um malandro sabido e esperto que deve lutar pelo seu pão a cada dia, geralmente provocando confusão por onde passa, ao seu lado está Chicó (Selton Mello), companheiro de aventuras e estrada, eles aprontam as mais absurdas confusões em Taperoá (gravado em Cabaceiras-PB), uma pequena cidade no sertão da Paraíba, até que João acaba morrendo e com outras figuras será julgado no Céu. O elenco é impressionante, tanto que nem parecem estar interpretando, parece que eles são pessoas reais, de uma cidade interiorana qualquer. Matheus Nachtergaele é um maestro que comanda todos os outros personagens em um roteiro, adaptado do livro de Ariano Suassuna, é todo amarradinho e repleto de sacadas muito engraçadas. Diego Villela, Denise Fraga, Luis Melo, Fernanda Montenegro estão todos incríveis e mesmo sendo uma comédia, o filme tem uma mensagem profunda, isso para os mais chegados em religião, é claro. Onde assistir: Globo Play 24. Estômago (Marcos Jorge, 2007) O ator João Miguel como falei no especial passado, A Cara Do Cinema Brasileiro, sobre os atores e atrizes que fazem o nosso cinema, é um dos melhores, isso se não for o melhor da atualidade e essa comédia aqui é a prova definitiva disso. Se você é Taurino, do signo de Touro, você com certeza absoluta vai amar essa obra que ultrapassa os cúmulos do absurdo. O mundo é assim, na vida, há os que devoram e os que são devorados, entre os bilhares de humanos na terra está Raimundo Nonato (João Miguel) que descobriu um caminho à parte: ele cozinha. É nas cozinhas, de um boteco, de um restaurante italiano e de uma prisão, que Nonato vive sua intrigante história. O cozinheiro aprende as regras da sociedade dos que devoram e dos que são devorados, regras que ele usa a seu favor, porque mesmo os cozinheiros têm direito a comer sua parte e eles sabem, mais do que ninguém, qual é a melhor. Uma fábula nada infantil sobre o poder, o sexo e a culinária. O tom de fabula que permeia o filme é só uma espécie de cortina para enganar – no melhor sentido – o espectador, porque o que está por vir no decorrer do filme é... indescritível. Onde assistir: Netflix 23. O Lobo Atrás da Porta (Fernando Coimbra, 2013) Se o final de Estômago, filme acima, é um daqueles dignos de deixar qualquer um paralisado, lhes garanto que ele não chega nem perto do final de O Lobo Atrás da Porta, filme de estreia de Fernando Coimbra, que foi indicado ao DGA – Directors Guild of America – a maior honraria para um diretor de cinema. O filme conta a seguinte história: uma criança é raptada, na delegacia, Sylvia (Fabíula Nascimento) e Bernardo (Milhem Cortaz), pais da vítima, e Rosa (Leandra Leal), a principal suspeita e amante de Bernardo, prestam depoimentos contraditórios que nos levarão aos recantos mais obscuros dos desejos, mentiras, carências e perversidades do relacionamento desses três personagens. O filme é um jogo de gato e rato, de verdades e mentiras, de traições e com uma reviravolta extrema no final, selecionado para o Festival de Toronto, o filme foi um sucesso de crítica e não só por causa do polêmico final, mas sim por uma linda estreia na direção e do elenco estonteante. Onde assistir: Star Plus 22. Linha de Passe (Walter Salles, Daniela Thomas, 2008) O que você precisa saber antes de qualquer coisa é que, Walter Salles é o meu diretor brasileiro favorito, por isso, eu meio que não consigo ser imparcial com as obras dele, onde eu quero chegar é que, tudo o que o cara faz é maravilhoso, especialmente porque quase todas as suas obras, são filmes de estrada e eu tenho um carinho muito especial por esse Linha de Passe, não só porque ele é um filmaço, mas também porque ele se passa em São Paulo, então, não estranhe se aparecer mais dois ou três filmes do diretor nas próximas partes do especial. São Paulo, 2007 - Reginaldo (Kaique Jesus Santos) é um jovem que procura seu pai obsessivamente; Dario (Vinicius de Oliveira) sonha em se tornar jogador de futebol, mas, aos 18 anos, vê a ideia cada vez mais distante; Dinho (Geraldo Rodrigues) dedica-se à religião e Dênis (João Baldasserini, em sua melhor atuação até agora) enfrenta dificuldades em se manter, sendo também pai “involuntário” de um menino. Os quatro são irmãos, tendo sido criados por Cleuza (Sandra Corveloni), sua mãe, que trabalha como empregada doméstica e está mais uma vez grávida, de pai desconhecido. Eles precisam lidar com as transformações religiosas pelas quais o Brasil passa, assim como a inserção no meio do futebol e a ausência de uma figura paterna. O filme estava na competição de Cannes em 2007 e ganhou o prêmio de melhor atriz, para Sandra Corveloni. Salles conta a história da família nas ruas e estradas de São Paulo, cada um com a seus dias e problemas, cada qual com a sua solução, cada um no seu espaço e fazendo o máximo uns pelos outros, mesmo quando isso parece difícil ou impossível. Onde assistir: YouTube Filmes 21. Canastra Suja (Caio Sóh, 2016) Só agora me dei conta, mas a essa parte da lista contém três filmes com os finais mais polêmicos dos últimos anos e cá temos mais um exemplar. O filme de Sóh tem uma história aparentemente simples, conta a história de uma família, liderados por Batista (Marco Ricca, se não me falha a memória, é o ator com mais filme na lista até agora) e Maria (Adriana Esteves) que possuem aparentemente a família perfeita, mas por trás das aparências se esconde uma realidade de alcoolismo e adultério. O trabalho do elenco é gigante, muito me impressiona como o diretor Caio Sóh evoluiu nas ideias e aqui conseguiu chocar o público sem parecer forçado, ao contrário do trabalho anterior Teus Olhos Meus (2011), a história da família comum, que passa por altos e baixos flui com muita naturalidade, são muito bem interpretados e Adriana Esteves, como já era de se esperar, acaba engolindo o elenco, mas o final... que final meus amigos, que final. Onde assistir: YouTube Filmes Por hoje é só, assista essas maravilhas do nosso cinema nacional e depois conte aqui ou nas redes sociais o que você achou... Mas não esquece, sábado que vem divulgaremos mais dez exemplares desse maravilhoso mundo do cinema nacional. Quer ver quais foram os filmes escolhidos da 50ª até a 31ª posição? Clique aqui Quer ver quais foram os filmes escolhidos da 21ª até a 1ª posição? Então siga nossas redes sociais e fique por dentro ( Instagram | Facebook | Twitter | LinkedIn )

  • IPCA-15: Pior inflação para setembro desde 1994.

    10,05%: Puxado por alimentos, transportes e energia, o acumulado de 12 meses do índice rompe a temida barreira dos 2 dígitos. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), considerado a prévia do IPCA, índice de inflação oficial do Brasil, mostra dados que surpreenderam até os mais pessimistas dos economistas. Após cinco reajustes seguidos na taxa Selic, depois que o Banco Central conquistou sua independência em fevereiro, a expectativa era que os índices de inflação começassem a ceder, mas o que está acontecendo é o sinal contrário. O IPCA de agosto já batia um recorde considerável, foi o mais alto dos últimos 21 anos (2.000) para o mês, com um índice de 0,87%. Agora, a prévia de setembro (IPCA-15) aponta uma tendência de disparada, marcando 1,14%, maior inflação para o período desde 1.994 e jogando o acumulado dos últimos 12 meses para o temido patamar de dois dígitos, 10,05%. — Sabe como a inflação é calculada? A Dossiê etc te explica — As prévias do IPCA possuem uma margem de acerto muito relevante, a prévia de agosto (IPCA-15) apontou 0,89% e o IPCA cravou 0,87%, uma diferença de 0,02 p.p. (2,24%), uma margem de erro mínima que, se repetida, confirmará uma inflação entre 1,11% e 1,17% para o período; em julho a prévia apontou 0,72% e o consolidado marcou 0,96%, uma discrepância de 33,33%. Os vilões das prévias de setembro: Ainda sem regulação de estoque para consumo interno, o preço dos alimentos é um dos que mais pressiona a inflação. A inflação dos alimentos apresentou um aumento frequente, passando de 0,49% em julho, 1,02% em agosto e agora 1,27%. Com os recorrentes reajustes dos combustíveis, devido à política de preços flutuantes da Petrobrás, o transporte segue sendo o principal vilão, sendo responsável sozinho por 0,4 ponto percentual (p.p.) dos 1,14% de inflação do mês; A gasolina já acumula 39,05% de alta em 12 meses. E como já era de se esperar, os custos com energia elétrica impactaram o custo de vida das famílias. As bandeiras vermelhas que já estão em seu 3º tom de vermelho, denominado agora de bandeira de “Crise Hídrica”, fez, segundo o IBGE, o gasto que já havia subido 5% em agosto, saltar 3,61% em setembro. O índice oficial de setembro será divulgado pelo IBGE em 08 de outubro.

  • LISTA: 5 filmes sobre o mundo da Moda

    O mundo da moda pode parecer fútil, mas engana-se quem ainda pensa assim e o cinema está aí para desmitificar, de uma vez por todas, essa ideia. O cinema é tão maravilhoso, quem acompanha os textos aqui da Dossiê, sabe que sempre começo com essas palavras, “o cinema é tão maravilhoso” porque ele, o cinema, sempre encontra as outras artes e como nenhuma outra, sabe se fundir, fala de tudo um pouco e claro, o mundo da moda sempre foi uma constante nos filmes. Os estilistas sempre tiveram carreiras dignas de cinema e cá estamos para listar filmes sobre moda, para falar de quando Hollywood encontra Paris, que encontra Milão, que encontra New York – o mundo da moda é um mercado bilionário, dinâmico e eficiente, que está muito longe de ser uma futilidade. Os filmes da lista não são só sobre moda, mas sobre pessoas importantes nesse meio, estilistas, pessoas que marcaram o mercado e que mudaram o mundo para sempre. Então se junte a nós, separa aquele look glamuroso e sem mais delongas, borá lá. 5. Saint Laurent (Bertrand Bonello, 2014) Os franceses sempre foram referência, foram eles os pioneiros na criação do cinema e sempre, sempre foram a referência no mundo da moda, é de lá que saíram e continua saindo os maiores estilistas do mundo. Yves Saint Laurent é um deles. O filme de Bonello mostra a vida de Yves Saint Laurent (Gaspard Ulliel) entre os anos de 1967 e 1976, quando o estilista estava no auge da carreira, retratando ainda algumas paixões da sua vida, como Jacques de Bascher, que mais tarde namorou por quase 20 anos Karl Lagerfeld, e Pierre Bergé, que também era parceiro de negócios do estilista. O filme foi selecionado para o Festival de Cannes de 2014, mas não foi tão bem, no mesmo ano ainda foi lançada uma outra biografia do estilista intitulada Yves Saint Laurent (Jalil Lespert, 2014) que contava um outro período de sua vida. Onde assistir: GloboPlay 4. O Diabo Veste Prada (David Frankel, 2006) O clássico de qualquer lista de filmes sobre moda e não é para menos, o filme é realmente uma delícia de assistir, depois de anos do lançamento, o filme ainda causou uma controvérsia por conta do “vilão” do filme, que na verdade não é a maravilhosa Miranda Presley (Meryl Streep) e sim Nate (Adrien Grenier). O mundo da moda aqui é um pano de fundo para mostrar o ser humano como ele é, uma comédia deliciosa, cheia de valores morais que são colocados na tela para que o espectador tire suas próprias conclusões. Meryl Streep que já era maravilhosa, se tornou ícone aqui, junto dela Anne Hathaway, Emily Blunt e claro, Stanley Tucci, brilham. Onde assistir: O Diabo Veste Prada 3. Coco Antes de Chanel (Anne Fontaine, 2009) O nome Coco Chanel remete imediatamente ao que luxo e a moda, certo? Sim, ela foi uma das pioneiras no mundo da moda, cravou seu nome para sempre em nossas mentes e sua marca continua firme e forte ainda hoje, anos depois de sua morte. Naturalmente, só quem constrói um legado na magnitude dela, poderia conseguir esse feito. A França não contente em ser o país pioneiro do cinema, ter os maiores chefs gastronômicos e ter a cidade com maior número de turistas do mundo, ainda tem e sempre teve os maiores estilistas. Chanel continua como um ícone da moda, mesmo muitos anos após a sua morte, já o filme de Fontaine é gostoso de assistir, mas é todo didático, formulaico / alinhado às biografias, não que isso seja ruim, só não é memorável. Onde assistir: GloboPlay 2. Halston (Daniel Minahan, 2021) O prolifero Ryan Murphy – criador da minissérie – lança no mínimo três séries por ano e, nos últimos tempos, ele pegou gosto por histórias reais e personalidades polêmicas, aliás, é dele a minissérie American Crime Story – The Assassination of Gianni Versace (Netflix) sobre o assassinato do também estilista Gianni Versace. Os dias, as noites, as criações, os acessos de fúrias e as centenas de milhares de cigarros que Halston (Ewan McGregor, vencedor do Emmy no último domingo) fumou, são retratados na minissérie. O processo criativo, os problemas financeiros, os desenhos que fizeram moda e marcaram época e claro, os muitos amores que passaram na vida de um dos maiores estilistas americanos do século XX. Onde assistir: Netflix 1. Trama Fantasma (Paul Thomas Anderson, 2017) O genial diretor Paul Thomas Anderson é um dos nomes mais importantes do cinema mundial, a cada trabalho novo, os cinéfilos e críticos começam a roer as unhas, tamanha é ansiedade. O seu último trabalho – seu próximo filme é para o fim de 2021 – Trama Fantasma se passa nos anos 50, ao redor de Reynolds Woodcock (Daniel Day-Lewis), um renomado estilista que trabalha para a alta sociedade britânica, ao seu lado, está Cyril (Lesley Manville). A inspiração do estilista são as muitas mulheres que entram e saem de sua vida e do seu ateliê. O filme tem figurinos deslumbrantes, dignos de um estilista da mais alta costura, não por menos, venceu o Oscar de melhor figurino em 2017 e se tratando de um filme de quem é, não poderíamos esperar menos. Um trabalho sombrio e estonteante. Onde assistir: YouTube BÔNUS – Direito de Amar (Tom Ford, 2009) Esse filme não é sobre moda, mas esse filme é pura moda, a começar pelo diretor. O filme de estreia do renomado estilista Tom Ford deu o que falar. Selecionado para o Festival de Veneza, a obra, com inspiração no clássico de Christopher Isherwood, ganhou o prêmio de melhor ator (Colin Firth, na melhor atuação de sua carreira) no festival e ainda conquistou a mesma indicação ao Oscar. O filme de Ford chamou atenção por conta do seu lindíssimo visual, fotografia que mudava de tonalidade de acordo com os sentimentos dos personagens e claro, figurinos – que não foram assinados pelo estilista – de deixar qualquer um deslumbrado Onde assistir: Claro Now

  • Fim de ano mais caro: 5ª alta consecutiva da Selic deve encarecer fim de ano das famílias

    Triplicou: De 2,00% a 6,25% a.a. em apenas 8 meses; BACEN alerta para um novo aumento já na próxima reunião, do COPOM, prevista para outubro. Desde que o Banco Central do Brasil recebeu sua independência, a taxa de juros foi revista, sempre para cima, cinco vezes consecutivas pelo COPOM (Conselho de Políticas Monetárias). Em fevereiro desse ano, antes da assinatura da LCP 179, a taxa de juros básica, a Selic, estava fixada desde agosto de 2020 em um patamar de 2,00%, uma taxa em linha, ou só um pouco maior que as melhores práticas mundiais como os juros praticados nos EUA e na União Europeia, justamente para incentivar a retomada econômica através, não só da alavancagem do consumo, como também para que as empresas possam investir e reabrir postos de trabalho que absorvam os quase 15 milhões de brasileiros em situação de desemprego. Porém, após receber carta branca do governo Bolsonaro, o Banco Central do Brasil, presidido por Roberto Campos Neto, com 19 anos de carreira no Banco Santander, aumentou os juros em 212,5%. Passando dos 2,00%, que vinha desde o ano passado, para 6,25%. Os efeitos objetivos, dessa suposta tentativa do Banco Central em combater a inflação, são o encarecimento do crédito, o aumento da dívida pública, deixando a rolagem da dívida mais cara — A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação de Custódia) é o principal índice de rendimento dos títulos públicos. A medida também beneficia o setor bancário que, em posse dos títulos públicos, melhoram o rendimento de seus fundos de investimento. A medida gera preocupação porque último trimestre do ano é conhecido pelo aquecimento no mercado de crédito corporativo, já que empresas recorrem a empréstimos para reforçar os estoques, antecipar recebíveis, pagar 13º, investir em campanhas de final de ano etc. Com a taxa básica mais alta os bancos se enchem de argumentos para repassarem esse aumento ao tomador e, indiretamente, acentuarem seus spreads / lucros bancários. Para a população geral o resultado é um aumento de custos não apenas nos produtos financeiros, como o financiamento do imóvel — que até então já havia subido 20% e deve subir ainda mais —, como também o inevitável encarecimento de itens de consumo, pois os custos financeiros de uma empresa compõem a precificação de seus produtos e serviços.

  • Crítica: Sex Education (Laurie Nunn, 2021 – 3ª temporada)

    Feita para o público adolescente, Sex Education agrada a todos os público e isso, claro, tem um motivo. O sucesso de Sex Education não é sem fundamento, desde sua estreia em 2018, a série encantou o público juvenil, com personagens atrativos e engraçados, a série queria tocar em um tema complicado, isso sem espantar parte do público. Para isso juntou alguns clichês de qualquer serie adolescente, com assuntos do momento como identidade de gênero, LGBTQIA+ entre outros, o resultado é uma das melhores séries originais da Netflix e que ao fim da terceira temporada, fecha um arco de forma contundente. O foco principal da série criada por Laurie Nunn sempre foi naturalizar as conversas sexuais, tanto dentro de casa, quando na escola, na roda de amigos, com crianças e adolescentes. Conscientização sexual, são as palavras que as pessoas não devem e nem precisam ter vergonha de expressar. Seus sentimentos e vontades sexuais, lógico que, tudo dentro dos limites e claro, da lei. O maior acerto da série são seus personagens que, como mencionei um pouco acima, têm os seus clichês, mas qualquer clichê se trabalhado de forma decente, tem um bom resultado e aqui, os personagens são o trunfo. Os dois primeiros anos da série trabalharam o desenvolvimento de Otis (Asa Butterfield) e sua turma, assim como o colégio, que na temporada anterior acabou ficando conhecido como “escola do sexo”. Agora a escola precisa tomar rumos diferentes, todos os personagens da temporada anterior estão de volta. Otis, antes tímido e retraído, agora se relaciona com Ruby (Mimi Keene), a garota mais popular do colégio, isso tudo às escondidas, já que ela tem vergonha de assumir a relação. Eric (Ncuti Gatwa) e Adam (Connor Swindells) estão caminhando, agora assumidos para tudo e todos – exceto para a mãe de Adam; Maeve (Emma Mackey) continua com os problemas familiares e de quebra ainda tem Isaac (George Robinson) que está desenvolvendo uma paixão secreta por ela. A Dra. Milbourn (Gillian Anderson), mãe de Otis, está grávida de Jakob (Mikael Persbrandt), pai da ex-namorada de Otis, Ola (Patricia Allison), mas ele, o pai, ainda não sabe, sem mencionar os personagens menores, cada um com seus problemas e tudo isso acontecendo enquanto o colégio contrata uma nova diretora, Hope (Jemima Kirke) que é ultraconservadora e que vai fazer de tudo para tirar a fama “sexual” que o colégio adquiriu no semestre passado. Os primeiros anos mostraram que a série veio para marcar, duas ótimas temporadas, mas que ainda faltavam certo tempero, uma certa fragrância e aqui eles conseguiram. Mesmo em seus momentos mais leves, a série deixa claro que as decisões e conversas entre seus personagens estão cada vez mais complexas, cheias de nuances e o melhor é que a série, apesar de ter seus mocinhos, não tem nenhum vilão, até porque ela, a série, não precisa disso, a diretora Hope até pode ser vista como uma, mas ao fim da série enxergamos os seus reais motivos. Os assuntos abordados deixam ainda mais claro que a criadora tem consciência do mundo que vive e sabe o que fazer para atingir o público. Os temas passam pelo amor, sexualidade, identidade de gênero, traição, família, gravidez e educação. O elenco é tão natural, livre, leve e solto, tão maravilhoso que nos deixa sem palavras. O que posso afirmar com propriedade é que, as duas primeiras temporadas foram ótimas, mas não excelentes, essa terceira foi um recheio do bolo, melhorou muito, tocou em temas espinhosos. Agora é esperar e torcer pela próxima temporada e aqueles que não gostaram do desfecho, da separação de alguns personagens, só posso lhes dizer pra esperar, se essa temporada melhorou, as coisas podem melhorar ainda mais e mais.

  • Inflação: Você sabe como é calculada? Entenda...

    IPCA, INPC, IGP-M... entenda de uma vez por todas o que é, como é calculada e o que a inflação pode mostrar sobre a economia de um país. A inflação, como vários outros termos econômicos, é um indicador complexo de ser entendido e por muitas vezes é utilizado aletoriamente, sem ponderação nem explicações e nós, meros mortais, leigos no assunto, ficamos rendidos no meio de tantos números e vírgulas, que parecem pequenos, mas que podem dizer muito sobre a realidade de um país e as dificuldades de seus cidadãos. Nas últimas semanas a Dossiê etc repercutiu a alta da inflação, explicando inclusive as principais pressões que o índice sofre e observações inusitadas como o impacto da elevação de juros gerando prejuízos ao ambiente de negócios e consequentemente sobre os preços. Isso fez com que alguns comentários pedissem uma explicação sobre como a inflação é calculada e é disso que o texto de hoje trata. O básico, todos já sabem, inflação é um movimento de elevação do preço, assim como a deflação representa uma redução dos preços. Mas afinal, como se mede a inflação? Séries INPC / IPCA (IBGE): Existem vários indicadores de inflação, e alguns dos mais famosos são os calculados pelo IBGE. INPC - Índice Nacional de Preço ao Consumidor: Calculado e acompanhado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), é um índice que mede a inflação do consumo de pessoas/famílias com renda mensal de 1 a 5 salários-mínimos (R$ 1.100 a R$ 5.500); pessoas e famílias que tendem a gastar toda sua renda com itens básicos. IPCA – Índice Nacional de Preço ao Consumidor Amplo: Com metodologia semelhante à do INPC, também realizado pelo IBGE, porém, mede a inflação sobre o consumo de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários-mínimos (R$ 1.100,00 a R$ 44.000,00); esse é um índice muito mais falado, porque é considerado o índice oficial de inflação do país. Logo, quando falam em inflação no Brasil, geralmente se está falando desse índice. Ambos os índices realizam pesquisas de preços mensais sobre produtos e serviços compreendidos em quatro macro categorias (Alimentação; Lazer e viagens; Serviços financeiros e padrão de vida; e Transporte) que compõem a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF). É a POF inclusive, a pesquisa que nos diz qual valor percentual uma família gasta com cada um desses itens, permitindo ao IBGE ponderar o aumento de preços de itens pontuais de forma a diluir seu impacto de acordo com o seu consumo médio pelas famílias de diferentes faixas de renda. EXEMPLO: Quando produtos como o tomate ou o feijão disparam por questões climáticas e sobem acima de 50%, a inflação sofre pequenas alterações e nos faz pensar: como um aumento tão alto no preço de um alimento pode influenciar tão pouco no índice de inflação? A resposta é simples: isso porque, apesar de o aumento dos itens serem altos, nós não gastamos toda a nossa renda somente em alimentação, muito menos somente nesses itens. Caso a alta for uma situação isolada, o impacto não é grande no custo de vida total das pessoas. Porém, quando o motivo da alta de preços é, como no momento atual, a falta de um estoque e/ou política reguladora que privilegie as necessidades de consumo do mercado interno, além da flutuação cambial, então o preço de muitos itens sobe ao mesmo tempo, já que diante do encarecimento de um alimento, tendemos a buscar alimentos mais baratos para substituir, que não sofrem a pressão da exportação, mas sofrem a pressão do aumento concentrado de demanda. Séries IGP-M / IPA-M / IPC – M / INCC-M (FGV): O índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), diferente dos índices anteriores, é medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e, portanto, possui métodos diferentes de aferição. Sua utilização é mais comum para corrigir contratos de empresas, aluguéis e prestação de serviços de um modo geral, já que leva em consideração além dos preços de produtos e serviços, o preço dos insumos de produção e matéria-prima de setores fundamentais do mercado, através de um cálculo que pondera três outros índices inflacionários: IPA – M: Índice de Preços ao Produtor Amplo: Esse é o principal índice, com peso de 60% no cálculo do IGP-M, e se baseia através da medição dos custos do setor produtivo, pois, se os custos sobem para o produtor, em mais tempo, ou, menos tempo – normalmente menos tempo – esse custo alcançará o consumidor final; Tão grande quanto seu peso na equação do IGP-M, é a complexidade de sua composição. Em resumo, para o cálculo desse índice, são acompanhadas duas estruturas: Estrutura Segundo Origem: Produtos Agropecuários: Lavouras temporárias, permanentes e pecuária. Produtos Industriais: Considera-se aqui a Indústria extrativa (carvão mineral, minerais metálicos e não-metálicos) e Indústria de transformação que são as fábricas que transformam a matéria-prima em insumos para a indústria e cobre 20 setores como alimentos, artigos do vestuário e produtos derivados de petróleo. Estrutura por estágio de processamento: Bens finais: com subitens como Bens de Consumo (Alimentação, combustível, bens duráveis e não-duráveis) e bens de investimento (veículos pesados / máquinas e equipamentos). Bens Intermediários: com subitens que contemplam materiais para manufatura; componentes para construção; combustíveis; lubrificantes para produção; embalagens e suprimentos. Matéria Prima Bruta: Esse mede os itens não processados de origem agropecuária (comercializáveis, processamento industrial para fins alimentares e não alimentares) e minerais. Para processar todas essas informações os preços são coletados diariamente no caso dos produtos de origem agropecuária (que sofrem interferências diárias por conta do clima) e mensalmente dos produtos industrializados (que têm uma previsibilidade de custo de produção mais estável). Os dados são coletados pela FGV através de uma rede de 1.200 “produtores informantes” que passam aproximadamente 6.400 cotações por mês, referente a 340 séries de preços. Somente após todo esse trabalhão de coleta, uma longa fórmula de cálculo com pesos que representem a importância econômica de cada item é aplicada sobre os valores coletados, resultando naqueles índices percentuais de números e vírgulas. IPC – M: Índice de Preços ao Consumidor: Esse índice é o segundo com maior peso para a composição do IGP-M, representando 30% do cálculo e sua importância é representada por sua capacidade de captar de imediato os preços que o consumidor já enfrenta em sua rotina de consumo de produtos, quanto nos serviços; Apesar de ter semelhanças com os índices medidos pelo IBGE (IPCA e INPC), no caso do IPC-M a medição é realizada apenas em sete capitais do país e abrange famílias com renda entre 01 e 33 salários-mínimos. Ao todo a pesquisa mede mensalmente o preço de 338 subitens relacionados a 85 itens, de 25 subgrupos, separados em 8 grupos que formam o índice geral, com pesos em consonância com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada pelo IBGE em 2008/09. INCC – M: Índice Nacional de Custo da Construção: O INCC é um importante índice na composição do IGP-M porque é o índice que mede a evolução dos preços que interferem no preço da construção, das reformas e, consequentemente, dos aluguéis. Ponderada no cálculo sob o peso de 10% na composição do IGP-M. Para entender a dinâmica de inflação do setor da construção, são coletados preços sobre materiais, equipamentos e serviços relacionados à estrutura (ex.: vergalhões e concreto), instalações (Ex.: elétrica e hidráulica) e acabamento (Ex.: piso e azulejos), além do custo de mão-de-obra. Com posse desses dados, a FGV preenche planilhas de orçamento analítico de empresas de engenharia e simula diferentes tipos de construção, desde as mais simples (H1), casa com sala, 1 quarto e demais dependências com medida média de 30m²; até construções mais complexas (H12), representado por um edifício habitacional de 12 pavimentos, com área média total de 6 mil m². De acordo com a variação do custo de construção desses modelos, o índice consegue refletir o cenário de preços do setor. Períodos e acumulados: Os índices de inflação, para fazerem sentido, precisam vir com um indicativo temporal, ou se fala em inflação mensal e nesse caso a comparação costuma ser com o mesmo período do ano anterior (ex.: setembro de 2021 x setembro de 2020), ou se fala em inflação de períodos. A meta de inflação fixada pela equipe econômica do governo federal, diz respeito ao período de um exercício fiscal (ano fechado de janeiro a dezembro), já que nesse período estão compreendidas todas as sazonalidades que podem afetar os preços de determinados produtos, como entressafras (crescimento da lavoura), estiagem (seca) e picos de demanda (natal, páscoa, férias etc.). Porém, não é necessário esperar o final de um exercício fiscal para sabermos os rumos que a economia toma, para isso é observado o acumulado de 12 meses, que considera os meses passados do exercício atual (2021) e os meses que ainda não passaram, são substituídos pelos meses correspondentes do ano anterior. Nesse caso, como 2021 só tem dados até agosto, a projeção é completada com os meses de setembro, outubro, novembro e dezembro de 2020, de forma a verificar o andamento da inflação e, por outro lado, orientar o governo a tomar medidas que devolvam a tendência ao centro da meta. Existe também a inflação acumulada do ano, mas ela pouco diz sobre a economia, porque o número sempre será parcial. Há quem goste de usar em comparação com a mesma parcial do ano anterior para comparar tendências de altas ou de baixas, mas essas tendências só dão um retrato fiel no período final do ano, quando não há mais espaço para manobras fiscais capazes de reverter o cenário; Meta de inflação: O piso, o teto e o centro... A meta de inflação é sempre muito importante, porque se a inflação subir demais, pode gerar um custo muito alto no orçamento público, já que salários terão de ser reajustados para repor o poder de compra dos brasileiros e isso gera um aumento da folha e do custo da previdência; se subir pouco, ou pior, reduzir, pode indicar retração econômica e os baixos preços podem representar uma tentativa do mercado aquecer a demanda (incentivar a compra por meio de descontos) ou até, representar uma coisa boa, um excesso de estoques devido a safras acima esperado, embora seja uma triste realidade a destruição de safras, para evitar que o preço dos produtos caia. O Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelo ministro da economia (Paulo Guedes – banqueiro fundador do banco Pactual), o presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto – trader/gestor de investimentos com 18 anos de banco Santander) e pelo secretário especial da fazenda (Bruno Funchal), definiu para 2021 uma meta de 3,75% de inflação (IPCA), entretanto, atualmente a inflação acumulada dos últimos 12 meses já chegou aos 9,68%, bem acima do teto (tolerância) de 5,25% e quase mais que o dobro da meta. A seguir nessa tendência, na prática, quem ganha R$ 1.100,00 vive como se ganhasse R$ 993,52, porque essa diferença, a tal da inflação já comeu. Quer saber como é calculado o valor da cesta básica e do salário-mínimo ideal? Acesse aqui. A metodologia completa dos cálculos de inflação oficial (IPCA) pode ser encontrada aqui; A metodologia completa dos cálculos de inflação da FGV pode ser encontrada aqui; A metodologia completa dos cálculos da POF/IBGE, pode ser encontrada aqui;

  • ESPECIAL: CineBR 50 MAIS - (40 a 31)

    Dando continuidade à lista dos 50 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, na lista parcial de hoje, veremos de Babenco a Dhalia, então prepara prepara a pipoca que sua programação de final de semana promete! O ESPECIAL CineBR 50 MAIS é um especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os 50 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, na opinião do autor. Dos campeões de bilheteria, até àqueles filmes esquecidos no deposito das extintos video locadoras, se é bom, se tem qualidade se marcou época, você encontrará aqui. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. Boa leitura! 40. Quando eu era Vivo (Marco Dutra, 2014) O Brasil é um país de muitas facetas, os muitos times de futebol, as dezenas de partidos políticos e as mais diversas religiões. O cinema de Marco Dutra sempre gostou dos devaneios com o sobrenatural. Quando eu era Vivo, seu segundo longa-metragem deixou isso escancarado, explorando o que há entre a vida e a morte, a ligação do vivo e do morto e claro, as memórias. O filme conta a história de Júnior (Marat Descartes) que volta a morar com a família depois que perdeu o emprego e se separou da esposa. Quando chega na casa que um dia já fora seu lar, ele se sente um estranho e passa seus dias no sofá, remoendo a separação e o desemprego, de quebra ainda fica sonhando com a inquilina Bruna (Sandy Leah, ela mesma a cantora), só então após achar alguns objetos que pertenciam à sua mãe, Júnior passa a querer saber tudo sobre a história da família e desenvolve uma estranha obsessão pelo passado, passando a confundir delírio e realidade. O ponto alto do filme é o clima sinistro que permeia toda a segunda metade da obra, uma coisa sobrenatural, que envolve religião, crenças e ocultismo, é de dar arrepios. Eu particularmente não sei se Marat Descartes foi a melhor escolha o protagonista, ainda mais com aquela peruca ridícula, mas o ator cumpre com a expectativa, o melhor mesmo é Antonio Fagundes, que parece sair da bolha das telenovelas e entrega um personagem mais real, um ótimo filme para quem gosta de coisas sinistras, de deixar muito filme de terror no chinelo. Onde assistir: Globo Play 39. Legalize Já! (Johnny Araújo e Gustavo Bonafé, 2017) “Legalize já, legalize já, porque uma erva natural não pode te prejudicar”. O Planet Hemp foi um dos maiores e melhores grupos musicais que o Brasil já conheceu e eu poderia listar vários fatores para provar que isso é verdade. Desde as letras primorosas, passando por quebra de tabu como fumar maconha, até os preconceitos que o grupo passou por conta de sua personalidade única. O músico Skunk (Ícaro Silva), inconformado com o preconceito e a opressão vividos pelas comunidades de baixa renda, usa a música para expressar seu inconformismo, esbarra no vendedor de camisetas, Marcelo (Renato Góes), durante uma fuga. O gosto pela música e a habilidade de Marcelo em compor letras de cunho social os aproximam e juntos eles formam a banda Planet Hemp. O Marcelo em questão é ninguém menos que Marcelo D2, conhecido pela música e pelas falas polêmicas, mas que, apesar de polêmicas, são falas dotadas de razão. Ainda sobre o filme, ele tem alguns diálogos complicados e a fotografia é problemática, bem problemática, mas isso tudo acaba passando diante de uma história tão bacana como foi a dessa dupla que viria ganhar o Brasil com suas letras e músicas como “Mantenha o Respeito” e “Queimando Tudo” – um filme de maconheiro para maconheiro, afinal, não existe um maconheiro que não ouça, ou nunca tenha viajado com Planet Hemp. Onde assistir: Globo Play 38. Reflexões de um Liquidificador (André Klotzel, 2010) O curioso caso do liquidificador que conversava com a sua senhora, acreditem essa é a história do filme. É claro que essas conversas tinham algum fundamento, não subestime essa obra. O filme segue os dias de Elvira (Ana Lucia Torres) uma senhora de casa como tantas outras no Brasil. Ela é casada e mora num daqueles casebres antigos, dona de um bar que está para se desfazer, ela acaba ficando com o liquidificador, um utensílio doméstico que toda casa tem, mas aquele não era um liquidificador comum, ele falava, pensava, filosofava sobre coisas e pessoas. O problema é quando Elvira, com ajuda do liquidificador acaba descobrindo que seu marido não é nenhum santo, aí a coisa complica. Se você por um acaso está imaginando que é um daqueles filmes baratos, está terrivelmente enganado é justamente o contrário e tudo isso graças a Ana Lúcia Torres, que parece se desvencilhar dos personagens ridículos que Walcyr Carrasco lhe escreveu durante parte de sua carreira, ela brilha feito o copo de um liquidificador polido. Onde assistir: Netflix 37. Serra Pelada (Heitor Dhalia, 2013) O segundo filme de Dhalia aqui na lista, como mencionei ele é um dos melhores da atualidade — teremos a oportunidade de falar melhor sobre isso — e, como bom diretor que é, sabe contar histórias estranhas, histórias de família, histórias de pessoas e claro, histórias reais. Serra Pelada se tornou o maior garimpo a céu aberto do mundo na década de 70. Milhares de homens foram atraídos pela febre do ouro e o sonho da riqueza instantânea. Joaquim (Júlio Andrade) e Javier (Juliano Cazarré) chegam na Floresta Amazônica contaminados pela "febre dourada”, ambos se tornam amigos e compartilham seus sonhos, mas a dureza da mineração e a ganância dos homens destruirão essa amizade. O trabalho da direção de fotografia e direção de arte que recriam toda uma época são brilhantes, mas o poder do filme fica com o mosaico de personagens e suas facetas, desde os mais corretos, até os mais trouxas e gananciosos, tudo isso encabeçado por um elenco brilhante, dentre os já mencionados ainda temos Wagner Moura, Laura Neiva, Matheus Nachtergaele e, claro, Jesuíta Barbosa, na pele do inesquecível Navalha. Onde assistir: Globo Play 36. Trabalhar Cansa (Marco Dutra e Juliana Rojas, 2011) É o meu filme favorito do diretor, logo, esse é seu melhor trabalho — na minha humilde opinião — e é como eu disse um pouco mais acima sobre Dutra, na descrição de Quando eu era Vivo, Dutra gosta de falar do sobrenatural, Trabalhar Cansa foi seu filme de estreia e os curadores do Festival de Cannes não poderiam deixar passar esse trabalho, tanto que ele foi selecionado para a competição Un Certain Regard. O filme de estreia de muitos diretores é o seu melhor trabalho, outro grupo evolui a cada filme e outro punhado não cansa de se superar, mas isso é muito relativo e vai muito de quem está assistindo. O meu apreço por essa obra é tanta que hesitei em não o colocar em uma posição melhor. O trabalho de Dutra e Rojas conta a história de Helena (Helena Albergaria) é uma dona de casa que resolve abrir um minimercado, um daqueles que tem em toda esquina nas regiões periféricas de São Paulo e em todos os cantos do Brasil; tudo vai bem até Otávio (Marat Descartes), seu marido, perder o emprego, daí então estranhos acontecimentos tomam conta do local, afetando o relacionamento do casal com a empregada doméstica. Onde assistir: YouTube 35. Carandiru (Héctor Babenco, 2003) Héctor Babenco era argentino, mas só de nascimento, porque passou toda sua existência aqui no Brasil, assim, ele enfrentou percalços para conseguir financiamento para seus trabalhos e vivenciou de perto os inúmeros problemas que esse país tinha quando era vivo e continua tendo até hoje. O Brasil não funciona porque não tem políticas públicas decentes, é simples, assim. A história do Carandiru escancara isso para quem quiser ver. O filme tenta transformar aquela realidade em ficção sem muito sucesso, porque nos personagens enxergamos a realidade cruel que era aquilo, tudo encabeçado por um Doutor (Luiz Carlos Vasconcelos) que atende e convive com os presidiários, suas histórias e os mais diversos motivos para estarem ali. O que Babenco faz aqui é algo parecido com que o grande Robert Altman fez ao longo de sua carreira, é um mosaico de personagens, diferentes personagens, com diferentes personalidades e realidades, que tentam conviver, quando não deveriam. O massacre foi algo de repudio, que o Brasil assistiu calado e cujo culpados nunca foram devidamente punidos, um massacre policial sem precedentes e o filme mostra isso com a maior realidade possível. Onde assistir: Globo Play 34. Amarelo Manga (Claudio Assis, 2002) O Brasil como qualquer outro canto do mundo, é divido por regiões – o cinema brasileiro também é isso, cinema regional, um filme de São Paulo ou do Rio de Janeiro é completamente diferente do Nordeste, não só por questões financeiras, mas especialmente por conta da diferença gritante de cultura, somos todos brasileiros, mas cada um com a sua cultura e particularidades. O filme de Cláudio Assis é isso uma sucessão de curtas histórias envolvendo um bar e um hotel na cidade de Recife, que nos revela uma série de personagens que vivem em um determinado bairro pobre da cidade. Um açougueiro e sua mulher evangélica, um necrófilo apaixonado pela dona de um bar, um homossexual apaixonado pelo açougueiro e outros, muitos outros personagens que contam suas histórias para nós espectadores nos encantarmos com uma após a outra. Onde assistir: globo Play 33. O Animal Cordial (Gabriela Amaral Almeida, 2017) O cinema é tão maravilhoso, mais tão maravilhoso que quantas vezes você estava ali, zapeando os títulos e se deparou com algo que, assim, só a sinopse tenha te chamado atenção e você assistiu, quando se deu conta estava totalmente imerso e ao final a única coisa que você conseguia pensar era: put* que pariu, caralh*, p*rra – pois é, esse é O Animal Cordial. É o seguinte, um restaurante de classe média em São Paulo é invadido, no fim do expediente, por dois ladrões armados. Lá dentro o dono do estabelecimento, o cozinheiro, uma garçonete e três clientes são rendidos e, entre a cruz e a espada, Inácio (Murilo Benicio) – o homem pacato, o chefe amistoso e cordial – precisa agir para defender seu restaurante e seus clientes dos assaltantes. ​ O fato de se passar em um restaurante não tem absolutamente nada com o que você vai ler agora, mas a obra de Gabriela é uma daquelas farofas que quanto mais você coloca na comida melhor. O tempero fica por conta do cozinheiro, encarnado até os fios dos cabelos por Irandhir Santos que em um mundo justo, teria sido indicado ao Oscar. Onde assistir: Netflix 32. Jogo de Cena (Eduardo Coutinho, 2007) O melhor documentarista que esse país já viu e provavelmente vai ver em toda sua eternidade, Coutinho era mestre em toda sua simplicidade e eu realmente quero falar melhor dele no próximo especial aqui da Dossiê sobre diretores, mas Coutinho sabia como ninguém conduzir uma conversa. O primeiro documentário aqui da lista segue o anúncio de jornal, onde oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio, em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha, em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O filme conta com toda simplicidade de Coutinho, que diante das selecionadas conduz a conversa com elas que contam, cada uma com seu jeito e trejeito, com suas vozes e atuam com o corpo diante de uma câmera. O elenco ainda conta com as maravilhosas Marilia Pêra, Andrea Beltrão, Fernanda Torres e outras. Onde assistir: Globo Play 31. Aos Teus Olhos (Carolina Jabor, 2017) Daniel de Oliveira é um achado, não só falando de sua aparência – uma graça ele, não? – como de seu potencial como ator, que aliás, ele já cansou de provar. Lá atrás com Cazuza – O Tempo Não Para (Walter Carvalho, 2004) que não vai estará nessa lista, ou em Sangue Azul (Lírio Ferreira, 2014) que também não aparecerá na lista, mas que Daniel atua mais com o corpo. Aos Teus Olhos mistura todo potencial do ator, que usa de seus olhares e seu corpo para entregar uma atuação digna de um ator completo. Rubens (Daniel de Oliveira) dá aulas de natação para adolescentes em um clube, embora querido por todos os alunos, ele entra em apuros quando um aluno alega para a mãe que o professor deu um beijo em sua boca. O professor nega, mas o caso ganha notoriedade e faz com que sofra linchamentos virtuais, piorando de vez quando viraliza nas redes sociais. O que aconteceu, o que é verdade e o que não é, você só vai descobrir quando acabar o filme que levanta inúmeras questões, faz com o que o espectador mescle entre o certo e o errado, duvide de suas próprias índoles e por aí vai, claro que, Daniel está ótimo, mas nem assim se sobressaí diante das questões levantas pelo filme. Onde assistir: Globo Play

  • Brasil: A verdade após o derrame criminoso de fake news

    Nunca o país esteve tão ansioso por eleitores focados na coerência Afinal, para onde caminhamos? Com uma pequena volta no tempo, especificamente na candidatura de Fernando Collor de Melo à presidência da república no final dos anos 80, observa-se claramente, que toda retórica utilizada por aquele candidato voltou a ser aplicada, desta feita por aquele que hoje assume o posto de presidente da república. Uma nação verde e amarela, com propósitos cristãos, reconhecimento ao sofrimento do povo e empenho pela justiça social. Diante de uma análise menos rasa, fica evidente que palavras, tons, cenas e posturas de conquista eleitoral não se alteraram, por razões bastante óbvias. A população não pode ascender socialmente, com direitos e projeção do país perante o cenário internacional. Permitir que essas conquistas se concretizem fariam com que os melhores pensamentos, anseios e expectativas com relação ao futuro de cada cidadão fossem se consolidando e, na visão política do retrocesso, seria uma afronta aos interesses corriqueiros de pessoas que deveriam, após eleitas, lutar e trabalhar por um Brasil melhor. Assim, cria-se a retórica da ilusão e conquista para na prática, ser aplicada de forma inversa. Tempos atrás, entre Collor e Bolsonaro, o destaque e a evidência internacional do país ganhavam luz e projeção. Com um discurso coerente e verdadeiro, surge um presidente à altura das necessidades do país. Lula subiu a rampa. Uma economia que se agigantava elevando o Brasil à sexta potência global, com incentivo à educação, geração de empregos, apoio ao cidadão de baixa renda e, também de forma inédita, voos lotados com preços mais justos. Tudo diante de uma inflação sob controle. O sorriso e a alegria de um povo começavam a incomodar uma parcela conservadora, embora falsa e pouco embasada. A velha retórica tinha que voltar à tona, com veemência e agressividade para agradar um conservadorismo alheio à cultura e bem próximo de uma realidade escravocrata para também, de forma bem pensada, atingir o maior número de interessados. A estratégia seria mostrar de forma escancarada e, para dar mais gosto, cercada de notícias falsas, exageradas e pintadas de promiscuidade. O passo perfeito para também conquistar os conservadores menos exagerados, mas que se chocariam com revelações de um suposto interesse partidário em conduzir uma população inteira a um esdrúxulo sistema educacional onde se implantaria uma visão de mundo bizarra a seus alunos, comprometendo-os enquanto indivíduos que poderiam trazer danos à sociedade como um todo. Em paralelo a essa realidade criada em laboratórios da mentira e do asco, começava novamente a crescer dentro do eleitorado brasileiro, um gosto apurado por discursos que seriam contrários a esse fantasma que conseguiram imputar sobre muitos, com palavras de ordem, valorização da bandeira e perseguição aos bandidos do imaginário popular. Os sinais de alerta começaram a soar entre os mais equilibrados e coerentes e, passo a passo, o gigante pela própria natureza começou a andar com botas de polarização, numa desenfreada caça quase daltônica sobre uma cor que insistiam vê-la como predominante e, portanto, deveria ser tirada da escala. Tão vermelha na visão de muitos, mas que deixou e ainda deixam hematomas arroxeados, esses invisíveis que estão disfarçados no coletivo de um povo que conhece história e lutas, em oposição a outros menos aprofundados ou interessados nesses temas. O gosto por notícias falsas foi se avolumando, com a óbvia explicação de que muitos não quiseram, ou não conseguiram avaliar fontes, buscar verdades e, mais delicado ainda, não buscaram um aprofundamento que pudesse ir além de suas linhas iniciais, na maioria das vezes, duvidosas. Nesse período em que mais da metade do mandato já foi concluído por parte do presidente eleito com base nesses fatos cruéis e maldosos, o país parece vibrar sobre uma esteira, numa instabilidade não só política, mas também econômica e, arriscando um palpite, dentro de uma instabilidade emocional que merece atenção. O retrocesso tem garras afiadas e pressa nos objetivos de exclusão, de violência, fome e miséria. Bem distante do falso moralismo difundido e ainda em curso, a corrupção veste a casta governante de forma cara e faraônica, com abrangência inclusive a um tenebroso lado da realidade brasileira, a milícia. Hoje, a locomotiva do país está expressa em motocicletas que conduzem um exército de profissionais mal remunerados e que arriscam suas vidas num trânsito caótico e violento, em busca de um sustento que se aproxime da dignidade. Como alternativa ao desemprego que tende a aumentar, motoristas também pegam seus carros conduzindo passageiros que hoje pagam parte dos salários que não recebem mais nas empresas que trabalhavam. Uma pandemia tomou curso no mundo durante esse período e, mesmo diante do medo e da incerteza quanto à saúde e trabalho, o governo brasileiro não poupou esforços em gerir gastos exorbitantes com negociações tenebrosas por vacinas e compra de equipamentos hospitalares, deixando uma CPI revelar ao mundo, o que de pior temos. Os meses que se aproximam e coincidem com o final desse governo desastroso, parecem não ter fim. As expectativas são baixas, as previsões de um PIB distante do aceitável e a farra com o dinheiro público em curso só nos fazem aguardar e continuar na luta pela sobrevivência. O oposto do que almejava a parte consciente e responsável de um Brasil que, sem dúvida nenhuma, ficou no vermelho. Já que deste cenário muito pouco mudaremos, ficam a esperança e a fé de que uma consciência baseada na realidade seja abraçada por parte daqueles que, intencionalmente, ou não, ajudaram a nos colocar nesse patamar sem nível, sem cor e sem progresso. Nessa ordem.

  • LISTA: 5 curtas-metragens brasileiros

    A arte de contar toda uma história em poucos minutos e claro, nós brasileiros sabemos fazer isso como ninguém. A Dossiê, como vocês têm reparado nas últimas semanas, tem se dedicado para com o cinema nacional, é incrível como deixamos passar tantas obras maravilhosas que temos aqui, em nossas terras, para focar nas produções Hollywoodianos ou nos cult (e/ou, pseudo cults) europeus; nós da Dossiê etc queremos mostrar o quando nossas produções são maravilhosas e não deixam a desejar em nenhum quesito. Falamos de entretenimento, que por mais porco que algumas vezes possa parecer, ainda é entretenimento, falamos dos nossos atores e atrizes, alguns deles dignos de Oscar e agora estamos pontuando os melhores filmes nacionais de todos os tempos, pois saibam vocês que curta-metragem também é cinema, afinal de contas, foi dos curtas que surgiram os longas, foram os curtas que transformaram o cinema no que ele é, uma arte. O que você encontrará a seguir são cinco curtas que deixa no chão muitos longas por ai (reforçando que tamanho não é documento), os curtas precisam ser diretos, não tem como ficar enrolando, precisam passar a mensagem em poucos minutos, alguns deles mostram a nossa realidade da forma mais crua, outros nos trazem uma realidade paralela que pode ser assustadora. Agora, sem mais delongas, segue a lista, assistam aos curtas – é rapidinho – e deixem nos comentários as vossas impressões. 5. Histórias de Gaveta (Marina Galdieri, 2013) O curta conta a história de Jonas (Homero Ligere), que se enquadra no que atualmente chamamos de “boy lixo”, ele passa dos limites com as mulheres, é homofóbico e ainda tem algumas peculiaridades sexuais. O curta é um rápido estudo de personagem que mostra como esse tipo de gente se comporta, quais são seus costumes com as pessoas ao seu redor, é um curta amador, sem grandes firulas de produção, mas vale dar uma conferida e ficar atendo aos sinais. Onde assistir: YouTube 4. Flush (Diego Freitas, 2020) O rostinho de Nicolas Prattes está fresquinho em nossas memórias, afinal de contas, ele está em 1 a cada 3 novelas da Globo, mas sua alma de “menino mal” lhe fez repensar os caminhos de sua carreira, foi então que ele decidiu aceitar o papel principal do filme O Segredo de Davi, também do diretor Diego de Freitas, que convidou Prattes para estrelar seu curta seguinte, escrito e estrelado por João Côrtes. O curta faz um paradoxo da sexualidade e da personalidade do próprio ator Nicolas Prattes, o protagonista Tom fica preso dentro do banheiro da escola com uma outra estudante, a transexual Sarah (João Côrtes). Eles entram em embates com diálogos conflitantes. Uma lição pra quem o assiste saber como lidar com situações e conflitos como esses. Onde assistir: Indisponível 3. Di-Glauber (Glauber Rocha, 1977) O companheirismo que existia entre os artistas em meados dos anos 60 e 70 era a coisa mais linda, existia uma cumplicidade que transcendia a arte e mesclava um pouco de tudo, desde o cinema, passando pela música até a pintura. O curta de Glauber Rocha é uma homenagem a Di Cavalcanti e toda sua obra, o diretor filmou seu funeral e seu enterro. Com uma câmera na mão Rocha mostra toda a arte de Di Cavalcanti, suas pinturas, seus amigos e familiares, considerado um dos melhores curtas de todos os tempos pela ABRACCINE. Onde assistir: YouTube 2. Recife Frio (Kleber Mendonça Filho, 2009) O fato é que, Kleber M. Filho é o nosso melhor e mais prestigiado diretor brasileiro da atualidade, mas antes de Bacurau (2019) o diretor tinha trabalhado sua mente em uma Recife (PE) muito diferente do que estamos acostumados. A bela Recife ensolarada, sofre uma estranha mudança climática, a cidade antes famosa por seu clima tropical, agora é fria, chuvosa e nublada. É então que uma emissora de televisão estrangeira envia uma equipe ao Brasil para examinar e entender os efeitos desta mudança em uma cultura que sempre viveu em um clima quente e agradável. Mas e agora, como essa cidade e as pessoas que vivem nela lidaram com esse frio permanente? Tem que assistir para descobrir... Onde assistir: YouTube 1. Ilha das Flores (Jorge Furtado, 1989) - Globoplay O melhor filme brasileiro que existe é esse, e ele só não será o primeiro na lista do CineBR 50 MAIS, porque não incluímos curtas naquela lista, caso contrário, esse seria facilmente eleito o melhor filme nacional de todos os tempos. Não dá para falar muito e prefiro nem o fazer, é curta didático e que deveria ser obrigatório nas escolas de todo o país, garanto que depois do curta, nenhum estudante será o mesmo. Considerado um dos melhores documentários em curta-metragem do cinema brasileiro, o filme fala sobre a pobreza do povo brasileiro de forma única e irônica, através da Ilha das Flores, que serve como depósito de comida que a classe média não consome e banquete para os necessitados. O fato de ele ter apenas 13 minutos de duração, é detalhe Onde assistir: Globo Play

  • Emmy 2021: Saiba o que esperar do maior prêmio da TV (e streaming)

    No próximo domingo (19) conheceremos os grandes vencedores do que promete ser o ano dos streamings. Conheça os favoritos: O mais esperado por alguns, pode finalmente acontecer esse ano, a Netflix pode ser finalmente consagrada com o prêmio principal – melhor série drama – justiça seja feita, The Crown (Netflix) é a melhor das concorrentes. Mas, caso a Academia ainda não se sinta confortável, a saída pode ser The Handmaid’s Tale (Hulu), as demais são só figurantes, mas ainda assim, uma loucura pode acontecer e os votantes podem acabar premiando The Mandalorian (Disney+), o que é muitíssimo improvável. As comédias estão no seu pior momento, uma olhada rápida nas indicadas da para reparar na baixa qualidade, Ted Lasso (Apple+) é a favorita e sem nenhuma dúvida vai ganhar muitos prêmios dentre eles melhor série comédia, melhor ator comédia (Jason Sudeikis), melhor roteiro comédia e provavelmente coadjuvantes, aliás, Ted Lasso terá um feito muito parecido com o d Schitt’s Creek (PopTV), no ano passado O bicho vai pegar mesmo é no seguimento de melhor minisséries e telefilmes, a começar pela categoria de melhor atriz, a briga entre Kate Winslet (Mare of Easttown, HBO) e Any Taylor-Joy (The Queen’s Gambit, Netflix) vai ser das boas e ainda terá Michaela Coel (I May Destroy You, HBO) correndo por fora, sem mencionar que ela é a melhor das indicadas; na categoria masculina Paul Bettany (WandaVision, Disney+) deve sair vencedor. Na noite de ontem (terça, 14/09), aconteceu a entrega dos prêmios técnicos e O Gambito da Rainha foi a maior vencedora, eu particularmente acho a mais fraca das indicadas na categoria de melhor minissérie, mas depois de ontem, ela deve ser a vencedora, infelizmente – em um mundo perfeito I May Destroy You levaria tudo para o que foi indicada. As categorias de atuação prometem alguma emoção, ao menos, nas categorias dramáticas, dentre os atores, qualquer um dos seis indicados tem chances, mas acredito que Billy Porter (Pose, FX) seja o vencedor. Aliás, seria lindo se MJ Rodriguez levasse o melhor de melhor atriz, marcaria para sempre não só a primeira atriz trans a ser indicada, como a primeira a vencer, mas a categoria tem nomes pesados, creio que a briga vá ficar entre Olivia Colman (The Crown, Netflix) e Elizabeth Moss (The Handmaid’s Tale, Hulu). Os coadjuvantes têm para dar e vender, com oito indicados em cada categoria, não dá pra descartar nenhuma surpresa, ou tentar adivinhar quem saíra de lá com a estátua dourada. Michael K. Williams (Lovecraft Country, HBO) faleceu na semana passada, os votantes podem se comover com esse fato e dar um prêmio póstumo para o ator, já dentre as mulheres Gilliam Anderson (The Crown, Netflix) deve ser a laureada pela interpretação de Margareth Thatcher. Segue então nossos palpites em cada categoria. Não se esqueça – a cerimônia acontece no próximo domingo, as 22hr com transmissão pela TNT. MELHOR SÉRIE DRAMA – The Crown (Netflix) MELHOR ATOR DRAMA – Billy Porter (Pose) MELHOR ATRIZ DRAMA – Olivia Colman (The Crown) MELHOR ATOR COADJUVANTE DRAMA – Michael K. Williams (Loecraft Country) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DRAMA – Gilliam Anderson (The Crown) MELHOR SÉRIE COMÉDIA – Ted Lasso (Appletv+) MELHOR ATOR COMÉDIA – Jason Sudeikis (Ted Lasso) MELHOR ATRIZ COMÉDIA – Kaley Cuoco (THe Flight Attendant) MELHOR ATOR COADJUVANTE COMÉDIA – Nick Mohammed (Ted Lasso) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE COMÉDIA – Hannha Waddingham (Ted Lasso) MELHOR MINISSÉRIE – The Queen’s Gambit (Netflix) MELHOR ATOR – Paul Bettany (WandaVision) MELHOR ATRIZ – Kate Winslet (Mare of Easttown) MELHOR ATOR COADJUVANTE – Paapa Essiedu (I May Destroy You) MELHOR ATRIZ COADJUVANTE – Julianne Nicholson (Mareof Easttown) MELHOR REALITY SHOW – RuPaul’s Drag Race MELHOR FILME PRA TV – Oslo (HBO)

  • Caso da facada pode virar CPI

    Novo documentário do jornalista Joaquim de Carvalho reascende dúvidas sobre o caso Adélio Bispo e pode gerar CPI; Relembre o caso: A facada em questão é o suposto ataque que o presidente Jair Bolsonaro teria sofrido em 08 de setembro de 2018, durante um ato de campanha na cidade de Juiz de Fora. À época, muito se especulou sobre suposta facada que Bolsonaro teria sofrido. Na internet vídeos circularem questionando o fato de que em nenhum registro de imagem teria aparecido sangue ou sequer a camiseta rasgada, que até hoje não se sabe por onde anda. Ontem, 12 de setembro, três anos após o ocorrido, o canal de jornalismo TV 247, ligada ao portal de notícias Brasil 247, publicou o documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma Fakeada no Coração do Brasil" que, além de atualizar as notícias que se têm sobre as investigações do atentado, também expôs alguns pontos ainda não esclarecidos. Carlos Bolsonaro: O documentário além de entrevistar dezenas de pessoas que participaram direta ou indiretamente daquele ato em que o atentado ocorreu, como seguranças, familiares, o presidente da associação comercial que organizou o ato etc. Também se debruçou sobre as diversas particularidades que aproximam Carlos Bolsonaro de Adélio Bispo, o principal deles seria um curso de tiro que ambos fizeram juntos por três dias, encontro que havia sido negado pelos proprietários do clube de tiro, mas que depois, obrigados a falar a verdade em testemunho, voltaram atrás e confirmaram que ambos estiveram no clube de tiro nos mesmos dias. No ponto alto do documentário o jornalista Joaquim de Carvalho, responsável pela investigação jornalística, explica o caminho que cada um dos atores envolvidos naquele no ato daquele dia seguiu, enumerando algumas vantagens, distribuição de cargos, promoções inexplicáveis, apoio político e muito mais... Por que na imprensa deram uma versão e no depoimento deram outra versão? Um documentário que traz mais dúvidas do que respostas, mas é no mínimo curioso a forma como expões eventuais falhas não apenas na segurança do Bolsonaro, mas também na investigação do caso que tem dezenas de coisas mal explicadas, como por exemplo a tutela que os ex-advogados do Adélio assumiram sem que a família sequer fosse consultada, antes de abandonar o caso nas mãos da defensoria pública federal. Quem pagou pelos serviços da douta banca de defensores e tutores de Adélio? CPI da facada: Essas e outras perguntas foram o suficiente para colocar uma pulga atrás da orelha de muita gente como o deputado federal Alexandre Frota que começou o dia com um post em seu twitter pessoal. As 05:52 da manhã, o perfil oficial do deputado publicou que estava “protocolando pedido de abertura da CPI da Facada”. Para que uma Comissão Parlamentar de Inquérito seja aberta, são necessárias as assinaturas de 1/3 de uma das casas parlamentares, 171 assinaturas na câmara e 27 no senado. A empreitada por essas assinaturas pode servir para medir a temperatura na câmara. Bolsonaro e Adélio - Uma Fakeada no Coração do Brasil

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