top of page

Resultados da busca

222 itens encontrados para ""

  • LISTA: 5 Séries dos anos 2000

    A década que transformou a TV em algo muito maior do que um mero entretenimento. Os anos 2000 marcaram o amadurecimento da televisão estadunidense, é o aniversário de 60 anos de existência e a preparação para a chamada “Era de Ouro” da televisão. Nos anos 2000 surgiram fenômenos de audiência e o aparelho mágico se popularizou e a TV a cabo assistiu à consolidação dos grandes canais da TV fechada e prendeu muitas pessoas diante da televisão por longas semanas. O critério aqui foi o mesmo da semana passada, só considerei séries que passaram inteiramente durante os anos 2000 ou que atingiram o ápice durante essa década, por isso Breaking Bad, Mad Men e The Good Wife, por exemplo não estão na lista, sem mais delongas, bora para essas maravilhas. 5. Lost (2004-2010) Criada por Damon Lindelof e J.J Abrams O que eu gostaria de deixar claro logo de cara é que, eu não acho Lost essa Coca-Cola toda, mas seria um absurdo deixar a série de fora, especialmente porque essa foi uma divisora de águas da televisão. O mundo de Lost gira em torno de pessoas que não se conhecem e que sobrevivem a um acidente de avião e precisam, de alguma forma, conviver em uma ilha remota. O mundo bizarro dos anos 90 respingou e as esquisitices da série são muitas. A ilha tem ursos polares, fumaça mortal, estação de pesquisa cientifica e por aí vai. Se de imediato o roteiro nos faz achar que os passageiros não se conhecem, não demora muito para descobrirmos que muitos deles já se cruzaram antes e o destino de todos está ligado a uma sequência de seis números 4,8,15,16, 24 e 42, esses números são apenas uma das muitas perguntas que a série não respondeu ao seu término. Os roteiristas desde o início insistiam que sabiam todas as respostas dos inúmeros mistérios que a série levantou e continuava a levantar a cada temporada, a teoria mais comum foi que todos os personagens-passageiros tinham todos morridos e que a ilha era um tipo de limbo. O episódio final só solucionou metade dos mistérios, confirmou que os roteiristas não faziam ideia do que tinham nas mãos, especialmente porque mostrou todos os personagens reunidos fora da ilha, uma confusão no melhor estilo “não é, mas é sim”, independentemente disso, Lost foi de uma importância gigantesca para a TV nos anos 2.000 e é por isso que cá está, na lista. Onde assistir: Globo Play 4. A Sete Palmos / Six Feet Under (A Sete Palmos, 2001-2005) Criado por Alan Ball Os canais de televisão se digladiavam no início dos anos 2000, os canais a cabo faziam absolutamente tudo o que os canais abertos não podiam, especialmente tratar de conteúdo adulto – e não estamos falando de pornô – logo depois de ganhar o Oscar melhor roteiro original por Beleza Americana (1999) Alan Ball criou Six Feet Under, uma série que lidava com tudo, mas um tema era mais evidente e especial: a morte. Impensável para a TV aberta. O patriarca da família, Nathaniel Fisher (Richard Jenkins) morre repentinamente em um acidente de carro, é então que seus herdeiros, Nate (Peter Krause) e David (Michael C. Hall), assumem o negócio da família, uma funerária. Ainda em choque a família reage de diferentes formas: A caçula Claire (Lauren Ambrose), que naturalmente é uma adolescente em uma fase complicada, está prestes a ir para a faculdade de artes e sua mãe Ruth (Frances Conroy), resolveu que agora não quer nada mais que diversão. Enquanto David luta contra si mesmo para assumir sua sexualidade, Nate é engolido por um relacionamento com a excêntrica Keith Charles (Mathew St. Patrick), que ele conheceu quando voltava para casa para o enterro de seu pai. Os episódios, todos eles, abriam com a morte de algum personagem, essa morte sempre levava o corpo para a funerária dos Fisher, a cada episódio uma mistura de longos e recorrentes dramas, com eventos surpreendentes e chocantes que envolviam os protagonistas e os muitos coadjuvantes. Onde assistir: HBO Max 3. Entourage (2004-2011) Criado por Doug Ellin O que você faria se o seu melhor amigo ficasse famoso, se ele estrelasse um filme com uma bilheteria esmagadora? Pois essa é a história de Entourage, um estudo de cinco jovens traçando seus caminhos por uma Hollywood glamurosa. A série foi criada por Doug Ellin, que colocou nas telinhas suas experiências como melhor amigo do ator Mark Wahlberg. O astro é Vincent “Vinny” Chase (Adrian Grenier) que saiu do Queens para estrelar um filme que lhe proporcionou sucesso. Então ele, seu irmão e seus dois melhores amigos se mudam para Hollywood e tudo muda. O sucesso da série da série é muito por conta de Ari Gold (Jeremy Piven) o empresário histérico do Vincent, um empresário leal, mas que está sempre mais preocupado com o lado financeiro do ator, a intepretação de Jeremy Piven lhe rendeu 3 Emmys de melhor ator coadjuvante seguidos. Onde assistir: HBO Max 2. Família Soprano / The Sopranos (1999-2007) Criada por David Chase O que um mafioso compartilharia com sua terapeuta sem se incriminar? Sim, um mafioso na terapia, esse é um dos muitos diferenciais da série para os incontáveis filmes sobre máfia. Tony Soprano (James Gandolfini) é o líder da máfia da cidade de Nova Jersey. Na terapia ele precisa “colocar pra fora” a pressão de gerenciar os negócios (sem se incriminar), precisa desenvolver o relacionamento para lá de complicado com sua esposa, com seus filhos e com sua mãe, que já mandou matar o próprio filho, mas não deu certo... A Família Soprano – como é conhecida aqui – foi a primeira série de um canal fechado a ser premiada com o Emmy de melhor série drama. A HBO sempre foi muito exigente na hora de aprovar suas séries, alguns episódios são claramente inspirados em filmes europeus, assistimos os personagens desmoronar lentamente e um segundo depois, eles crescerem feito gigantes. Estamos todos envolvidos nas atividades do mafioso esquentado, que pode parecer um pai de família cuidadoso, mas que na verdade é um assassino frio. Onde assistir: HBO Max 1. Justiça Sem Limites / Boston Legal (2004-2008) Criada por David E. Kelley Spin-off (derivado) de The Practice era desenvolvido de forma mais irreverente, divertida, cômica e pós-moderna, um estilo único que nenhuma outra série conseguiu ou viria conseguir no futuro. Alan Shore (James Spader) e Denny Cranen (Willia Shatner) formaram uma das melhores duplas de dramas jurídicos que existiram. Os sete últimos episódios da série The Practice, serviram como piloto da série, com Alan Shore (James Spader) indo trabalhar para o brilhante — por vezes errático — advogado Denny Crane (William Shatner), na firma Crane, Pool & Schimidt, esse último nome pertencente a uma das sócias Shirley Schmidt (Candice Bergen), o sócio administrativo Paul Lewinston (Rene Auberjonois) e Brad Chase (Mark Valley) completam o time da empresa da advocacia que é uma farra só, no sentido cômico. A série narrava os clientes com problemas estranhos procurando os advogados na firma, com um ritmo solto e rápido, às vezes caía na metalinguagem, com os personagens cientes de que estavam em uma série de televisão, esses momentos garantiram momentos para lá de engraçados. Onde assistir: PrimeVídeo

  • Novo aumento: Independente, Banco Central eleva juros pela 6ª vez seguida

    Selic acumula alta de 287% nesse ano. Passou de 2% em janeiro para 7,75% a.a., agora. Por Antônio Pedro redação Dossiê etc Ontem, 27/10, o Banco Central divulgou nova alta na taxa de juros, dessa vez, em ritmo acelerado. A taxa básica que já vinha crescendo 01 ponto percentual (p.p.) a cada reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), agora aumentou em 1.5 p.p. (50% maior que os aumentos anteriores), elevando a taxa de 6,25% ao ano, para 7,75% a.a. Além do óbvio, que é o custo do dinheiro, logo, o encarecimento do crédito, esse aumento da Selic e do custo de crédito é capaz de espalhar seus efeitos em cascata na economia popular, assim como faz o aumento do preço do frete. Embora em diferentes dimensões, as empresas também repassam para o preço de seus serviços e produtos, o custo que elas têm com o crédito tomado (capital de giro, adiantamento de recebíveis, parcelamento de vendas e compras, financiamento de equipamentos, renegociação de dívidas, investimento etc) A taxa de juros média das operações de crédito para pessoas jurídicas (empresas), saltou de 9,99% para 14,86% a.a., um avanço de quase 5 p.p. (48,8%), um aumento de custo superior ao aumento médio dos combustíveis no acumulado de 12 meses, 42,02% segundo o IPCA do mesmo mês de referência, setembro. A tendência é que esse aumento no custo do crédito seja repassado ao consumidor, se tornando um peso inflacionário. Outros efeitos: A taxa Selic também é a taxa de juros utilizada para precificar a dívida pública, ou seja, é essa taxa que determina quanto o país paga de juros para os detentores dos papeis que o Brasil emite para realizar investimentos. Os juros da tal "dívida pública". Cada vez que a Selic aumenta 1 (um) ponto percentual (p.p.), estima-se que os juros que o país paga com o dinheiro público arrecadado dos impostos, aumenta algo em torno de 50 bilhões de reais por ano. Ou seja, desde sua independência, em fevereiro, o Banco Central aumentou os custos do tesouro nacional em mais de 280 bilhões de reais ao ano, valor quase 17 vezes maior que os 16 bilhões reais previstos para o Governo Federal aportar no Fundeb em 2021 (Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O orçamento de 2021, antes desses aumentos, já previa 2,576 trilhões de reais para o refinanciamento da dívida (juros), mais da metade (59,5%) do orçamento da união. O gasto extra com a dívida, é 405 vezes superior aos 690 milhões de reais, cortados do Ministério da Ciência para o orçamento de 2022. Polêmica: Economistas já questionam o aumento da Selic como solução para a inflação por defenderem a tese de que a inflação não está se dando por excesso de consumo, mas sim pela relação do câmbio e da falta de regulação da exportação de insumos básicos, como alimentos, o que leva ao aumento dos preços desses insumos, já que os produtores preferem vender para o mercado internacional, elevando os lucros. Ainda assim, a maior polêmica foi revelada no início dessa semana pela TV 247. O portal de notícias divulgou o áudio de uma entrevista de André Esteves, dono do BTG Pactual durante um evento de sua empresa. Nessa exibição, Esteves expôs proximidade com o poder, inclusive arrancando risos da plateia, quando contou que Arthur Lira (PP), presidente da câmara dos deputados, que teria ligado para André, pouco antes do evento, para perguntar a opinião dele em relação a saída de quatro membros da equipe de Guedes. No trecho mais polêmico, Esteves confessa que tinha acesso privilegiado, ao revelar que o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ligava e se consultava com ele, André,, ante as decisões do Copom sobre a taxa de juros. Coincidentemente, quando a taxa estava em 3,5%, o banqueiro do BTG manifestou insatisfação com a baixa taxa de juros. Banqueiros e gestores de fundos são beneficiários diretos de todo e qualquer aumento da taxa básica de juros, seja pelo encarecimento do crédito que aumenta os spreads/lucro bancário, ou pelo rendimento dos papeis públicos que estão nas mãos desses bancos e fundos de investimento, servindo de âncora contra crises econômicas. Saber das taxas de juros e das estratégias do COPOM, podem, gerar ganhos diretos ao banqueiro que tiver essas informações privilegiadas. A fala do banqueiro sobre a consulta de Roberto Campos Neto acontece aos 11:00 minutos do vídeo que é recheado de revelações de contato com representantes do executivo, legislativo e do judiciário, incluindo o STF. Confira o áudio completo abaixo:

  • TV Saudade: As séries de TV que marcaram os anos 90

    O amadurecimento da televisão fez com que ela criasse coragem para abordar assuntos que ainda eram tabus e, com isso, colocar no ar algumas das melhores séries de todos os tempos. Os anos passaram, a televisão criada nos anos 50, começava a engatinhar nos anos 60, crescer nos anos 70 e nos anos 80 estava em uma transição entre a adolescência e o amadurecimento. Já nos anos 90, alvo dessa coluna, tudo estava mudando a começar por uma consolidação da televisão paga. A HBO chegou para ficar e sua meta era colocar no ar uma variação de programas completamente diferentes do que todos os outros canais já haviam feito, o canal não teve dificuldades, no Brasil, a Globo também foi para cima e inaugurou o seu canal Multishow, novas séries como O Comissário (The Commish, 1991-1996) deram identidade ao canal, assim como séries antigas em uma sessão retro. Na mesma onda do início dos anos 90, chegaram Sony, Warner, USA, EuroChannel e FOX, no Brasil, quem não tinha assistido os clássicos Perdidos no Espaço e Viagem ao Fundo o Mar tinha agora uma chance, mas o maior atrativo da gigante FOX, ainda era Arquivo X (The X-Files, 1993-2002) que até hoje mantém sua legião de fãs, mas foi naquela época que as pessoas iam ao delírio com cada novo capítulo que ia ao ar semanalmente. Crescendo e aprendendo Os anos 60, foram aquela década que Kevin Arnold cresceu, em meio a Guerra do Vietnã, da revolução cultural, da minissaia e dos direitos humanos, mas as únicas preocupações de Kevin eram se dar bem na escola, não apanhar do seu irmão Wayne, se divertir com seu melhor amigo Paul e namorar Winnie. Quem narrava a história era o próprio Kevin, agora já adulto, que relembrava com alegria e melancolia sua infância, assim era o ambiente de Anos Incríveis (The Wonder Years, ABC, 1988-1993). A serie venceu o Emmy e o Globo de Ouro de melhor série comédia, aqui no Brasil foi exibida durante muito tempo no canal Cultura. Adolescentes e aborrecentes... Os seriados adolescentes ainda hoje têm as mesmas premissas, mas até os anos 90, tudo ainda era novidade, até então o adolescente nunca tinha sido protagonista, as séries mostravam apenas adultos com suas famílias, profissões e hábitos. Agora a família, a escola, o namoro e o futuro profissional eram temas comuns também entre os adolescentes. Blossom (NBC, 1991-1995), mostrava a pequena Blossom Russo (Mayim Bialik) nos dias após o abandono de sua mãe que foi para a França, se arriscar na carreira de cantora. A pequena Blossom fica com seu pai protetor, Nick (Ted Wass), e precisa fugir das inúmeras confusões que irmãos Joey (Joseph Lawrence) e Tony (Michael Stoyanov arrumam, além de lidar com a possibilidade de seu pai se casar de novo. A série se tornou diversão garantida para os jovens da época. O sucesso de Curtindo a Vida Adoidado (John Hughes 1986), transformaria a vida de muitos adolescentes — a minha inclusive — e foi o filme de John Hughes que inspirou Parker Lewis (FOX, 1990-1993). A série, basicamente, faria o que o filme fez, o personagem-título, Parker (Corin Nemec), era considerado o mais esperto e malandro do colégio, tinha sempre com uma carta na manga para transformar o seu dia a dia na escola em algo divertido, nada muito diferente do filme. Sua irmã mais velha, Shelly (Maia Brewton) era uma invejosa que simplesmente não conseguia entender como Parker sempre se dava bem. O diferencial é que a série foi feita como se fosse um desenho animado, com edição mais rápida e o uso constante de efeitos especiais, uma novidade para a época. Os anos 70 sempre foram meu sonho de consumo, sou apaixonado por aquela década, imagina como eram maravilhosas as roupas, os cabelos, a cultura e o cinema, se eu pudesse teria vivido meus 20 e tantos anos naqueles dias, pensando nisso lembrei That ‘70s Show (FOX, 1998-2006) que mostrava um grupo de adolescentes, em uma pequena cidade do interior do Wisconsin. Os jovens se reuniam no porão da casa de um dos amigos para assistir televisão, falar sobre absolutamente tudo, desde sexo até feminismo e sempre fumando aquele baseado. A Netflix anunciou na semana passada um spinoff da série que se chamará That ‘90s Show. O mais famoso exemplar de adolescente (aborrecente), aqui no Brasil, foi Um Maluco no Pedaço (The Fresh Prince of Bel Air, NBC, 1990-1996) um dos primeiros trabalhos do futuro astro Will Smith, ele interpretava Will, que depois de aprontar muito na vizinhança do Queens, onde cresceu, é mandado por sua mãe para viver em Bel Air, Los Angeles, com os primos milionários. O choque cultural era o principal tema da série, que mostrava a adaptação gradativa de Will aos novos hábitos sofisticados dos Banks. "Deus está olhando por você!" Está? Os anos 90 foram muito especiais, por isso, as séries tinham um toque de fantasia fantástica que, infelizmente, já não existe mais hoje. “Fazer bem sem olhar a quem”– duas das séries mais famosas daquela década tinha essa frase como horizonte. O Toque de um Anjo (Touched By a Angel, CBS, 1994-2003), mostrava três anjos enviados a terra para tentar resolver os problemas de alguns humanos que estavam vivendo momentos delicados. Era uma misto de comédia, drama e religiosidade, especialmente com a mensagem de que nós humanos esquecemos de Deus, mas não o contrário. A serie foi cancelada logo no primeiro ano, mas o canal CBS recebeu uma avalanche de cartas que fez com que o canal recuasse dando uma nova chance ao programa. Funcionou. A série ficou no ar por longos anos. Agora pense: O que você faria se acordasse de manhã e na porta do seu apartamento tivesse uma edição do dia seguinte do jornal? Foi assim que Gary Hobson (Kyle Chandler) acordou um dia e se deparou com uma edição do dia seguinte do Chicago Sun-Times. Esse era o enredo de A Edição do Amanhã (Early Edition, CBS, 1996-2000), para Gary, fazer o bem, também era algo normal, mas de primeira, Gary, que é um azarado-fracassado nato, tenta reverter essa maré faturando uma grana com essas notícias, mas logo depois se foca em evitar desastres e que coisas ruins aconteçam com outras pessoas. Hospitais e Vidas Os médicos, enfermeiros e salva-vidas bombaram de vez nos anos 90, especialmente em 94 quando duas premiadas séries médicas foram lançadas ao mesmo tempo. Chicago Hope (CBS, 1994-2000), criada por David E. Kelley, adotou um estilo novelão para mostrar os dramas pessoais dos médicos e dos pacientes. Ao longo dos anos a série ganhou diversos prêmios para o elenco principal, mas o sucesso mesmo foi de Plantão Médico (ER, NBC, 1994-2009), uma das séries de maior sucesso da história da televisão mundial. Diferente da série mencionada anteriormente, o protagonista aqui era o hospital, o entra e sai, as emergências e afins, a série teve seu elenco principal reformulado várias vezes, sem que nenhum dos personagens originais ficasse na série ao longo de todas as temporadas. Anthony Edwars e George Clooney ficaram a frente do elenco ao longo das oito primeiras temporadas, Clooney ficou famoso por interpretar o pediatra Doug Ross, papel que lhe renderia fama para brilhar nos cinemas nos anos seguintes a sua saída da série. Noah Wyle foi o ator que ficou mais tempo na série, ele interpretou John Carter até a 10ª temporada. A longevidade da série talvez se deva aos esforços dos roteiristas que foram em muitos hospitais de Los Angeles para criar novas histórias para a série. Muitas das cirurgias da série são dramatizações de casos reais. ER acumulou números impressionantes, é a segunda série mais premiada do Emmy, com 110 prêmios e 232 indicações. Tinha como produtor-executivo John Wells, que também criou Parceiros da Vida (Third Watch, NBC, 1999-2005), uma série que exaltava o trabalho conjunto e codependente da polícia, dos bombeiros e do serviço de resgate da cidade de Nova Iorque. Bruxas, vampiros e outras coisinhas... Os vampiros e as bruxas sempre foram fontes de histórias e na televisão dos anos 90, o tema até então inexplorado, foi um sucesso. Josh Weldon (diretor de Os Vingadores) foi quem popularizou os vampiros nos anos 90 com Buffy – A Caça Vampiros (Buffy the Vampire Slayer, The WB, 1997-2003) ambientada em Sunnydale, Califórnia, mais conhecida como Boca do Inferno, uma região multidimensional, onde coisas estranhas e horríveis aconteciam e assombravam os habitantes. É justamente para lá que Buffy Summers (Sarah Michelle Gellar), uma jovem espertinha que descende de uma longeva linhagem de caçadores de vampiros vai. Quando lembramos de uma bruxinha causando confusão, rapidamente lembrados de Sabrina, Aprendiz de Feiticeira (Sabrina, The Teenage Witch, ABC, 1996-2003), protagonizado por Melissa Joan Hart. A personagem foi inspirada nos quadrinhos e desenhos animados da Turma do Archie, nos episódios acompanhávamos Sabrina tentando se tornar uma bruxa séria. Como se esquecer do gato falante, Salem... O florescer da tecnologia ajudou muito na criação de muitas séries, dentre elas A Família Dinossauro (Dinossauro, ABC, 1991-1994), a série apresenta a família Dino (no Brasil, Dino da Silva), 60 milhões de anos atrás, em uma região conhecida como Pangeia. O chefe da família trabalha em uma empresa que derruba florestas, a esposa, cuida da casa e dos filhos adolescentes Charlene e Robbie, além do Baby, o ovo recém chocado da família – a série fez um enorme sucesso no Brasil, elevando as alturas o Xou da Xuxa, programa onde era exibido. Lugares estranhos com acontecimentos estranhos Os anos 90 também foram responsáveis por mesclar comedias dramáticas e o horror. Dentre as comédias, uma das que mais marcaram época, Northern Exposure (CBS, 1990-1996) contou a história do Dr. Joel Fleischmann (Rob Morrow), um médico enviado para uma cidade minúscula no Alaska. O Médico almofadinha não tinha ideia do que ia encontrar, uma cidade onde as coisas mais estranhas aconteciam. A série era tão agradável que abocanhou o Emmy de melhor série dramática, assim como Picket Fences (CBS, 1992-1996) que acumulou, ao longo de quatro temporadas, 28 prêmios Emmy, incluindo dois seguidos de melhor série dramática. Não é de se estranhar, o público dos anos 90 era outro, séries bizarras como essa ainda faziam sucesso – os episódios se passavam em Rome, Wisconsin, uma cidade conservadora, cenário dos mais estranhos assassinatos. Teve também Twin Peaks (ABC, 1990-1991) e o (não tão) misterioso assassinato de Laura Palmer (Sheryl Lee). Na Alemanha, a série Twin Peaks foi ao ar pelo canal RTL, mas a série teve que ser cancelada após 20 episódios graças à baixa audiência, mas isso tinha um motivo muito claro, a emissora concorrente, SAT1, deu um spoiler daqueles, revelou quem era o assassino antes mesmo do primeiro episódio ir ao ar. A TV e a lei O nome Perry Manson lhe e familiar, pois se não é, Manson foi uma das personagens mais famosos da televisão americana nos anos 60 – recentemente a HBOMax fez um revival da série – nos anos 90 as séries sobre o sistema judiciário também passaram a mostrar os dramas dos advogados, é aí que entra David E. Kelley (de novo). Com toda sua genialidade criou duas séries com diferentes pontos de vistas sobre o sistema legal da cidade de Boston. A primeira O Desafio (The Practice, ABC, 1997-2004), mostrando Bobby (Dylan McDermott) e sua equipe de advogados lidando com casos para lá de absurdos; e a outra Ally McBeal (FOX, 1997-2002) retratando uma advogada recém-formada e de coração partido. A série inovava ao mostrar a fértil imaginação de Ally tomar conta da tela de forma inusitada, criando alguns dos momentos mais diferentes da televisão até o momento. Curiosidade: David E. Kelley é o único criador de séries da história que conseguiu ganhar o Emmy de melhor série drama e melhor série comédia no mesmo ano. Mulheres, Gays e risadas garantidas! A série Sex and the City (HBO, 1998-2004) foi um marco na história da TV, não por colocar uma mulher como protagonista, mas por colocar quatro mulheres como protagonistas e ia além, mostrava o comportamento sexual das mulheres em Nova Iorque. Carrie (Sarah J. Parker) é uma jornalista do New Yorker e comanda a coluna “Sex and the City”. Através das histórias compartilhadas por suas amigas, Carrie escreve sua coluna abordando a relação das mulheres com o sexo. A série abordava o machismo, feminismo, sexo e todos os afins polêmicos ao mesmo tempo. É risada garantida e muito, muito, muito sexo. E se os anos noventa se propôs a quebrar os tabus das mulheres, também foi uma década de romper tabus masculinos. Em Will & Grace (NBC, 1998-2006), uma mulher à procura de um bom e duradouro relacionamento divide um apartamento com um cara à procura de um bom e duradouro relacionamento... porém, gay – essa é a realidade da série que mostra Will (Erick McComark) e Grace (Debra Messing) convivendo em New York. Outrora namorados e agora melhores amigos, ela acaba descobrindo que Will é gay. Grace trabalha em um ateliê, sua secretária Karen (Megan Mullaly, engraçadíssima) é uma milionária que precisava de um emprego qualquer só para se distrair, no fim das contas ela sequer trabalha, só está lá para debochar da cara de Grace e por fim completa o elenco, o engraçado, Jack (Sean Hayes), um gay estereotipo, exagerado, engraçado que insiste em uma carreira de ator apesar de saber que é um dos piores que já existiram na terra. A série é um marco porque colocou dois personagens homossexuais no horário nobre da televisão americana sem chocar os mais conservadores, foi um sucesso de audiência, a série ganhou vários prêmios, inclusive o Emmy de melhor série comedia e para todo o quarteto de astros. Will & Grace é uma raridade do mundo das séries, talvez a única série da história que tem todos os episódios dirigidos pela mesma pessoa, James Burrows. A série também ficou famosa ao convidar famosos para interpretar eles mesmos como Kevin Bacon, Janet Jackson, Elton John e claro, Cher já que o personagem de Sean Hayes era aficionado pela cantora. Um roteiro eficiente, personagens engraçados e as situações mais embaraçosas, essa foi a receita pensada por Larry David e Jerry Seinfeld, criadores de Seinfeld (NBC, 1989-1998) série feita para ser comédia trivial sobre as coisas do dia a dia, como era a base das apresentações que Jerry fazia em seus standup’s. Os oito episódios iniciais serviriam basicamente para apresentar os quatro personagens principais: Jerry (Jerry Seinfeld), um bem sucedido comediante, seu melhor amigo, George Costanza (Jason Alexander), sempre com a pá virada; a ex-namorada de Jerry, Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfuss), sem papas na língua, fala tudo o que lhe vem a cabeça e, por fim, Cosmo Kramer (Michael Richards) o vizinho do apartamento ao lado, um figurão com a personalidade mais excêntrica de qualquer série de qualquer tempo. A serie fala de tudo e de nada ao mesmo tempo, abordando assuntos como a homossexualidade, sexo livre, casamento, masturbação, carreira, comida e como esquecer onde estacionou o carro em um estacionamento gigante. Na linha dos amigos, por fim e mais importante, deixei minha amada Friends (NBC, 1994-2004), a história de um lindo relacionamento de amizade entre seis amigos: Chandler (Matthew Perry), Joey (Matt LeBlanc), Ross (David Schwimmer), Monica (Courteney Cox), Rachei (Jennifer Aniston) e Phoebe (Lisa Kudrow) – cada um dos seis personagens tinha uma personalidade única e inesquecível. Ao longo de 10 temporadas somos bombardeados por milhares de piadas insanas, alguns dos episódios mais engraçados da história e um dos finais mais comoventes que existem. Eu prefiro não ficar me alongando e destrinchando a série, é melhor que você assista e tira vossas próprias conclusões. Os anos 90 foram uma década muito prolifera e claro que não deu para falar de todas as séries aqui, então desde já, peço desculpas se deixei a sua serie do coração de fora. Deixa aí nos comentários se deixei passar alguma e na semana que vem falamos das muitas séries preencheram a televisão estadunidense dos anos 2000.

  • ESPECIAL: CineBR – Diretores Nacionais – Parte 02

    Os diretores dos anos dourados, da retomada e de clássicos que permanecem vivos em nossas memórias até hoje. CineBR - Diretores Brasileiros é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, com edição de Antonio Pedro, sobre os diretores que pavimentaram a estrada do cinema nacional. Mais do que um conteúdo especial, essa série é mais um resultado do compromisso que a Revista Dossiê etc tem de promover a cultura nacional. Esperamos que goste de mais esse resultado. O “Cinema Novo” estava esgotado, chegava ao fim junto com a década de 70, assim os diretores com todos os problemas que o Brasil tinha na época especialmente a ditadura e a censura militar, precisavam de alguma forma continuar com o cinema, surgiu então uma gama de diretores com diferentes estilos, dentre eles Cacá Diegues, um dos mais prolíferos diretores do Brasil – e isso não quer dizer que ele seja bom –, Diegues fez inúmeros filmes, sua obra propõe um visão do Brasil pós-cangaço — ou pós-Glauber Rocha —, que foi um movimento focado na figura do homem cangaceiro como uma referência nas denúncias contra a desigualdade; dentre os muitos trabalhos de Diegues, Bye Bye Brasil (1979) continua sendo seu melhor trabalho, uma obra plena de humor e música, autenticamente tropical. Diegues filmou muito, mas a grande maioria de suas obras foram infelizes, Orfeu (1999) foi uma triste e desnecessária refilmagem do vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro Orfeu Negro (Marcel Camus,1959), Diegues sempre focou em personagens já consolidados como Tieta, em Tieta do Agreste (1996) e Xica da Silva (1976), mas nunca atingiu o sucesso. O cinema tomou novos caminhos e as comédias começaram a pipocar, Bruno Barreto aproveitou essa onda e fez seu clássico Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Barreto é de uma longa linhagem de produtores e executivos do cinema brasileiros como seus país, Luiz Carlos e Lucy Barreto, assim desde sua infância ele esteve em contato com o cinema. Ele se tornou um fenômeno quando dirigiu esse sucesso contemporâneo, foi um dos maiores sucessos comerciais do Brasil, obra com igual sucesso na circulação internacional, algo não tão comum para nosso cinema. Já nos anos 90, O Que é isso, Companheiro? (1997) foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, sua carreira parece ter estagnado, Barreto tentou carreira nos Estados Unidos com Voando Alto (2003), mas foi um fiasco, para se ter noção ele acabou dirigindo Crô: O Filme (2013). Seu irmão Fábio Barreto também ingressou no cinema, mas somente na década de 80, sem o mesmo êxito, O Quatrilho (1995) foi sua principal obra especialmente porque foi o primeiro filme brasileiro indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, feito repetido por Bruno no ano seguinte com O Que é Isso, Companheiro? – essa família nasceu para fazer cinema, atualmente a dupla ainda trabalha com cinema, mas sem o mesmo fervor, já que os tempos mudaram e o gosto do público também. O nome Arnaldo Jabor lhe é familiar, não é? O comentarista da Globo foi um dos mais polêmicos nomes do cinema nacional, ele que outrora era crítico severo da burguesia brasileira, pôs-se à margem do “Cinema Novo” que ele qualificou de “masturbatório”, já que para seu gosto, o cinema novo não era comercial e servia apenas para satisfazer o ego dos diretores. Um ledo engano, já que o cinema novo ficou marcado no Brasil, como o período com bilheterias que concorriam muito bem contra filmes de grande sucesso como musicais e comédias internacionais da época. O filme mais popular de Jabor foi Toda Nudez Será Castigada (1973) que foi proibido no auge do sucesso por conta da censura. Já nosso querido Hector Babenco, também foi um dos nomes que explodiu com a retomada do cinema nacional, depois de ser assistente de direção de grandes nomes do cinema lá fora, entre eles Sérgio Corbucci e Marcel Camus, o argentino de nascimento se instalou no Brasil para fazer história no nosso cinema, seu grande Pixote – A Lei do Mais Fraco(1981) foi marcante e é lembrado até hoje como um dos melhores filmes da história e O Beijo da Mulher-Aranha (1984) foi determinante para o diretor ser celebrado no mundo inteiro, o filme situado em uma prisão da America Latina narra a história de um presidiário homossexual que conta todas as noites a um preso político com quem divide cela, um filme saído de sua imaginação, um filme que ele simplesmente inventa para ter assunto. O sucesso do filme foi tanto que Babenco foi indicado ao Oscar de melhor filme, melhor direção (Babenco), melhor roteiro (Leonard Schrader) e ainda abocanhou o prêmio de melhor ator (William Hurt) – nos anos que se seguiram, Babenco fez obras mais longas e muito ambiciosas, como Brincando nos Campos do Senhor (1991) que foi um fracasso de crítica e público, mas ele voltaria a dirigir e recuperaria o prestigio nos anos 2000, especialmente com Carandiru (2003). Os anos 80 ainda trouxeram obras de diretores considerados “monstros” – Nelson Pereira do Santos e Glauber Rocha continuavam dirigindo, mesmo sem êxito ou sucesso de bilheterias, Memórias do Cárcere (1984) foi um dos últimos bons trabalhos do diretor – os nomes continuavam pipocando, foi quando repentinamente um curta-metragem abalou os alicerces do nosso cinema, era Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado que só voltaria dirigir longas-metragens nos anos 2000. Carlos Reichenbach foi um dos grandes nomes do nosso cinema, originário do cinema marginal, com passagem pela Boca do Lixo em São Paulo – outro movimento cinematográfico, mais focado em filmes filmados em São Paulo e inspirados na Novelle Vague francesa, filmes que exploram a cidade e possuem baixo orçamento, mais conhecidos como “Filme B”, Reichenbach sempre colocou algo maior que a palavra “sacanagem” – fã do cinema japonês, o diretor foi uma grande apreciador da cultura cinematográfica, ele venceu preconceitos contra produções daquela época e ganhou reconhecimento dos críticos, especialmente depois que o Festival de Gramado abriu as portas para a exibição de Extremos do Prazer (1984), um filme polêmico e com alto teor sexual. Seus filmes logo ganharam o mundo e muitos deles selecionados para festivais mundo a fora, seu melhor trabalho continua sendo, sem sombra de dúvidas, Filme Demência (1986). O Paulista João Batista de Andrade também foi um dos nomes daquela época, sempre mesclando entre ficção e documentários, curtas e longa, televisão e cinema, seu filme mais popular foi O Homem que Virou Suco (1979), que conta a história de um poeta nordestino nas ruas paulistanas, ganhou vários prêmios e uma honraria no Festival de Moscou. Roberto Faria que teve início de carreira com pornochanchadas carnavalescas, foi um dos melhores diretores que o Brasil já teve, em filmes como Cidade Ameaçada e Assalto ao Trem Pagador (1962), com o golpe de 1964, Faria mudou o rumo de sua carreira, ficando a serviço do cantor Roberto Carlos com obras de entretenimentos, especialmente dirigindo seus videoclipes, antes de voltar seu foco para o cinema. O filme Pra Frente, Brasil (1983) levantou polêmicas e a ira da censura, que manteve a obra proibida durante um ano, o filme em questão mostrava um ativista político, um cidadão de classe média que é preso e torturado por agentes federais durante a Copa do Mundo de 1970, obviamente a censura da época não queria que aquilo fosse a publico, por isso a censura. As conquistas dos anos 90 Os anos 90 foram ainda mais ‘diferentes’, uma década de consagração, de 3 indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro, feito que ainda não se repetiu. Walter Salles, o diretor favorito da pessoa que vos fala, fez um dos filmes mais populares da década, Central do Brasil (1998) foi nossa última participação no Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro; Cidade de Deus, de Fernando Meirelles (2002) receberia quatro indicações mais tarde, mas ficaria fora da briga de melhor filme estrangeiro – esse foi só um dos filmes de Salles que ganharam as estradas da vida, seus dois primeiros longas percorreram caminhos que não se limitaram as terras brasileiras como Central do Brasil. Em A Grande Arte (1991) Salles, que tinha como base um história de Rubem Fonseca, levou seus personagens até a Bolívia e no maravilhoso Terra Estrangeira(1995) fez uma ponte entre São Paulo e Lisboa. O diretor Paulo C. Saraceni foi um dos mais festejados realizadores do Brasil, mas nunca conseguiu atrair grande público aos seus filmes, ao contrário de Nelson P. Santos e Joaquim P. Andrade, talvez seja o mais desconhecido – ou menos visto – criador da nova estética narrativa, que focava mais tempo do que o normal nas belas paisagens. Ousado, ele dirigiu adaptações clássicas como Capitu (1.967). Nos anos 90, seu O Viajante (1998) foi um dos grandes do ano, mas o sucesso da década é, obviamente, do diretor Guel Arraes e sua comédia arrasta quarteirão O Auto da Compadecida (1999). Arraes viria dirigir outros filmes na década seguinte como Lisbela e o Prisionero (2003) também com Selton Melo e Romance (2008) com Wagner Moura, mas a adaptação feita para a obra de Ariano Suassuna em 1.999 é a obra de sua vida. Eduardo Coutinho O maior e melhor documentarista do nosso país e, talvez, um dos melhores diretores que já passou por essa terra, merece um espaço especial aqui nesse especial. Coutinho fez de tudo no cinema, foi roteirista, diretor de produção, curta-metragista, crítico e diretor de documentários, especialmente para televisão, mas se encontrou na cadeira de diretor de cinema. Cabra Marcado Para Morrer (1984) foi o filme que lhe deu o mundo, teve as filmagens iniciadas em 1964, quando a equipe teve que dissolver-se por conta da tomada militar. Com a retomada, duas décadas depois, o semidocumentário – metade ficção e metade documentário – se tornou um dos mais importantes da nossa história, premiado aqui e no mundo. Algumas das conquistas foram o Prêmio da Crítica, em Berlim, prêmio Hours Concours, em Gramado e o Grande Prêmio Cine Realidade em Paris, na França. Coutinho, não contente em passar por todas as funções do cinema, abordou todos os temas em seus documentários, desde Santo Forte (1999) abordando as variações religiosas no Brasil vencedor do prêmio de melhor filme e melhor roteiro no Festival de Gramado, até Boca de Lixo (1993), mostrando as pessoas em situações precárias nas grandes cidades. Os filmes que se seguiram trilharam um caminho que só ele conhecia, Coutinho se tornou um mestre em filmar suas conversas, a sua obra-prima, Edifício Master (2003), mostrava o cotidiano de um grupo de pessoas em um edifício comum em Copacabana e, esse poderoso retrato de pessoas comuns, ganhou o Kikito de melhor documentário em Gramado e o prêmio da Critica na Mostra Internacional de São Paulo, um dos filmes mais emocionantes que já vi. Já em 2007 Coutinho volta em Jogo de Cena (2007), conversando com atores no palco . Os anos dourados, que foram os anos pós Ditadura Militar, nos anos 80 onde se tinha mais recursos financeiros e mais retorno de público foi isso e com a retomada (1995) tivemos filmes que se tornaram clássicos, outros que arrastaram milhões aos cinemas e nossa trinca de indicações ao Oscar. Na próxima semana falaremos das mulheres no nosso cinema e apenas delas, até lá.

  • LISTA: 5 séries dos anos 90

    O baú das séries está aberto, vamos desbravar essa década que guarda algumas das maiores e melhores pérolas da televisão americana. O portal Dossiê etc começará na próxima quarta-feira a mergulhar um pouco nas séries noventistas, não só para lembrar algumas das melhores séries daquela década, como também fazer com que você leitor que, infelizmente, não cresceu naquela época e você que como eu, foi criança naqueles dias, descubram e relembrem séries fantasiosas, cheias de humor e clássicos que foram essenciais para algumas produções de hoje. O que você precisa saber antes de começarmos a lista é que, eu só considerei dramas, caso contrário a lista seria dominada por comédias, também só considerei séries que tiveram todas ou mais da metade das temporadas nos anos 90 ou que tenha atingido o ápice naquela década, por isso The Sopranos e Law & Order: Special Victmis Unit não estão na lista, tentei fugir o máximo da caixinha do óbvio e incluir séries menos conhecidas, ou seja, é uma lista para você descobrir séries noventistas, agora sem mais delongas e modéstia parte, essa lista está a coisa mais linda, saca só: 5. Picket Fences (1992 - 1996) Criado por David E. Kelley O primeiro sucesso de David E. Kelley, um criador que sempre, desde os anos 90 até os anos 2010, sempre soube como chegar no público, dentre suas criações mais recentes estão Big Little Lies (HBO) e Nove Desconhecidos (Amazon Prime), só que lá atrás ele conquistava seu primeiro de muitos prêmios de melhor série, essa que é tranquilamente uma das coisas mais bizarras que você vai assistir. Os americanos sempre gostaram de contar histórias que se passam em pequenas, minúsculas cidades do interior, onde tudo parece tranquilo, todo mundo se conhece, todos são amigos e coisas do gênero, seguindo esse caminho chegamos na, aparentemente, pacata cidade de Rome, Wisconsin – um lugar comum e ultraconservador, mas que de uma hora pra outra, passa a conviver com estranhos casos de violência, batatas, maquinas de lavar louça e fantasias de teatro são usadas como arma para assassinar pessoas. Sim, é isso mesmo. Os protagonistas da série são o xerife Jimmy Brock (Tom Skerritt) e sua esposa a Dra. Jill Brock (Kathy Baker), eles conhecem todo mundo, ele, o chefe da polícia, e ela, a chefe do hospital da cidade, estão sempre envolvidos nos bizarros casos que dominam os episódios, seus vizinhos moram ali, em casas lindas por fora, mas com habitantes para lá de horrorosos. Em um dos episódios mais marcantes, uma mulher é assassinada e enfiada dentro da máquina de lavar pratos e essa é só uma das bizarrices, outras incluem assassinos em série vestidos de sapo, pessoas tomam banho escondido umas nas casas das outras, uma série diferente, daquelas que definitivamente não existem mais, infelizmente. Onde assistir: indisponível 4. Plantão Médico / ER (1994 – 2009) Criado por Michael Crichton O verdadeiro drama hospitalar, tudo o que veio depois não passa de uma cópia e para você que gosta de Grey’s Anatomy, lhe garanto que o drama do County Hospital, em Chicago, faz a série de Shonda Rhimes parecer brincadeira de criança. O drama dos médicos e enfermeiros que trabalham no setor de emergência do County tornou-se uma preocupação mundial e por mais de 15 anos, Plantão Médico (como era exibida aqui no Brasil) ocupou o horário de maior audiência da TV. O criador Michael Crichton foi o autor de Five Pacients (1970), que tinha como enredo suas experiências médicas no final dos anos 60. Alguns anos depois ele escreveu um filme ambientado em uma sala de emergência, engavetado por anos a fio até que Crichton conheceu Steven Spielberg, que estava interessado em filmar Jurassic Park, que também foi escrito por Crichton, foi quando o diretor sugeriu que ER fosse filmado como um longa-metragem piloto para a televisão. Deu certo e a ideia que originalmente teria apenas seis episódios, durou nada menos que 15 temporadas. ER foi a série mais assistida nos Estados Unidos durante anos consecutivos, o drama das emergências era encabeçado por Dr. Mark Greene (Anthony Edwards), o Pediatra Doug Ross (George Clooney) e a enfermeira Carol Hathaway (Julianna Margulies), os episódios tratavam vários casos, a cada cena um novo paciente entrava no hospital com vários problemas diferentes e se você já ouviu falar de uma série que filmou um episódio ao vivo, pois é, foi essa. Onde assistir: HBO Max 3. Twin Peaks (1990-1991; 2017) Criado por David Lynch e Mark Frost O diretor mais bizarro – no melhor sentido da palavra – do cinema, David Lynch, já tinha nos brindado com filmes como O Homem Elefante (1980) e Veludo Azul (1986) e achava que o mundo estaria preparado para sua famosa criação para televisão, infelizmente, o público das séries não é o mesmo do cinema, logo, a audiência não estaria preparada para desvendar o mais popular crime dos anos 90: Quem matou Laura Palmer? No primeiro episódio, na primeira cena, somos apresentados ao crime, uma bela e popular colegial é encontrada sem roupa e amarrada à margem de um lago. A cidade rural de Twin Peaks fica arrasada, o FBI é chamado e não demora para o detetive Dale Cooper (Kyle MacLachlan) descobrir que a aparente calma cidade, na verdade é um terrível submundo de corrupção, violência e drogas. Se você nunca ouviu falar dessa série, eu sinto em lhe dizer, mas como os personagens, você deve viver em um mundo paralelo, Twin Peaks fez sucesso da noite para o dia e depois da curta primeira temporada virou fenômeno cultural, com fanáticos investigando qualquer pista, por menor que fosse, na esperança de desvendar antes do detetive, quem matou Palmar. O problema é que os criadores nunca tiveram a intenção de revelar quem era o assassino, mas a emissora pressionou ambos para uma segunda temporada e que revelassem quem era o assassino, não deu em outra, trabalhando sob pressão, a série perdeu sua essência e acabou cancelada, não foi problema, já que como mencionei, era um fenômeno, mais de 20 anos passados, a série voltou para então concluir o seu ciclo. Onde assistir: Netflix 2. O Desafio / The Practice (1997 – 2004) Criado por David E. Kelley David E. Kelley era apenas um dos melhores roteiristas da televisão nos anos 80, ganhou muitos prêmios de melhor roteiro por L.A Law (1986 – 1994), considerado uma das melhores séries dos anos 80, também era um drama jurídico, foi dessa experiência que Kelley viria criar as premiadas O Desafio (The Practice) e Ally McBeal (1997 – 2002) dois dramas de advogados carrancudos. Bobby Donnell (Dylan McDermott) é um empolgado advogado que luta para manter funcionando seu pequeno escritório de advocacia em Boston, ele é repleto de sonhos e ideais, não demorou muito para seu chão desabar, ele chega à conclusão que ser um bom advogado de defesa seria muito mais complicado do que ele imaginou, junto de seus funcionários ele trilha uma linha tênue entre vencer seus próprios princípios e suas obrigações legais como advogado. Os episódios são dominados por casos absurdos e inteligentes, diálogos fortes e atuações ponderadas. Kelley a cada temporada elevava o potencial dos casos, os personagens são cheios de camadas, todos eles têm o seu momento e os atores convidados costumavam roubar a cena, não é por menos, que todo santo ano, eles ganhavam o Emmy de melhor ator ou atriz convidados. Onde assistir: Hulu 1. Northern Exposure (1990 – 1995) Criado por John Falsey e Joshua Brand Bem-vindo a Cicely, Alaska! O meu coração até pulsa quando me lembro do quanto essa série é maravilhosa, mas o que ela tem demais, se liga só no enredo: O Dr. Joel Fleischman (Rob Morrow, maravilhoso) é um nova iorquino de pedigree, ele acaba de ser transferido, a contragosto, para uma cidade minúscula chamada Cicely, no Alaska, onde ele deverá trabalhar por quatro anos a fim de pagar um empréstimo estudantil feito ao estado. O lugar é um daqueles estranhos, com pessoas estranhas onde coisas estranhas acontecem. Joel tem de lidar com os efeitos da aurora boreal, pessoas correndo pela cidade entre uma troca e outra de estação, pessoas congeladas, gêmeos e tantas outras coisas. Joel é muito bem recebido por todos aqueles humanos estranhos, especialmente por Maggie, uma linda mulher com “jeito de menino”, eles seriam a prova que os opostos se atraem, no decorrer dos episódios eles se amam e se odeiam na mesma proporção, suas discussões constantes camuflavam os sentimentos entre os outros estranhos habitantes. Maurice é um ex-astronauta, agora milionário e dono de quase tudo na cidade, Chris é a voz da cidade na rádio local e Ed, um cinéfilo que viaja na maionese. Northern Exposure é um dos casos que mostram que a simplicidade e um bom protagonista, são o suficiente para uma série perfeita. Os episódios, como mencionei, são repletos de coisas estranhas, mas os personagens têm uma simplicidade e uma leveza que tornam tudo uma graça, descontraídos, carismáticos e situações embaraçosas, no fim essa foi considerada a irmã bem-humorada de Twin Peaks, e não, não tem nenhum assassinato misteriosos aqui. Onde assistir: Indisponível

  • OPINIÃO | Brasil: Pátria amada por quem?

    Sabemos mesmo que país é esse? Agora que o país entrou na reta final para as próximas eleições ao governo federal, uma visão mais aprofundada do presente pode revelar os grandes obstáculos que a população terá de enfrentar até que a mudança ocorra. A atuação política ainda em curso espalha uma realidade com tons que vão do bizarro à crueldade, passando pelas encostas do descaso e pelo teto da euforia em gastos exorbitantes, criando uma paisagem bastante parecida às terras fartas do leite e do mel, com a certeza de que a abundância não será destinada a quem de direito, mas desviada como um rio que dará cor e vida aos jardins dos majestosos e extravagantes eleitos para o mal coletivo e para o bem dos amigos do rei. Dentro de uma necessidade absoluta para transporte e distribuição dos itens de consumo, a gasolina atingiu o maior patamar já visto na história brasileira, deixando seus postos espalhados pelas cidades com vários hiatos entre os consumidores, revelando que o produto deixou de ser algo alcançável apesar de sua importância e mudando, inclusive, o conceito do aparato que mede e registra seu custo na hora do abastecimento. A bomba agora é outra. Diante de risos escancarados e com demonstrações de uma irritação típica de rei incomodado, a alta nos preços de quase tudo ganha uma força parecida com aquela de quem joga pedra nas vidraças do vizinho, pelo simples gosto de provocar uma situação pueril, longe de ser vista pelo réu como algo perigoso e invasivo ao que não lhe pertence. Seguem-se, também, e com bastante benevolência aos usuários, viagens das mais longas possíveis, alcançando renomados hotéis de custos que fariam cócegas aos bolsos dos magnatas de Wall Street, mas que deixam buracos espalhados pelo país, crescentes com a falta de recursos dos vulneráveis, secando ainda mais a terra sertaneja, aproximando muito mais os famintos das caçambas de lixo, assustando pacientes em tratamentos pesados e delicados como câncer, sofrendo com a falta de insumos que devem garantir a vida e fazer valer os esforços dos profissionais de saúde que não só conhecem o corpo humano, mas também o sofrimento que o envolve e se acentua na falta de amparo, um direito negado, arrancado e posteriormente transformado em brinde pelas offshores de quem entende de dinheiro, de economia e de esperteza. CPIs, revelações na mídia nacional e internacional, transformação da imagem do país em algo parecido com um trapo, na visão de quem conhece o potencial que temos, em contraponto aos escândalos de quem, com também bastante potencial ao abuso e ao descaso, imita em bom tom a gargalhada afrontosa daquele que orgulhosamente vê como pai. Pai que deixa órfãos aos milhares, filhas viúvas e desamparadas, netos e bisnetos ainda distantes de vislumbrar um futuro, com a dignidade que se perde pelas mãos e bocas dos que enxergam a população sofrida brasileira como produtora escravizada de caviar e outros detalhes dos banquetes, que fazem em celebração à alta capacidade roedora que adquirem numa carreira política. Os próximos meses estarão cercados de ferocidade e transações absurdas para que o poder se mantenha diante das urnas e do desejo pelo ouro, pelo diamante, pelas massagens nas ilhas paradisíacas do Oceano Pacífico e festas exclusivas regadas ao bom whisky. O detalhe sórdido da propagação violenta de fake news foi uma estratégia muito bem montada pelos que hoje aí estão, eleitos e cercados de imunidade. Uma escolha feita a partir de estudos e pesquisas que revelaram a fórmula perfeita para convencer e agarrar uma parte da população propensa a acreditar na realidade que lhes é apresentada, longe, muito longe de um equilíbrio racional para buscar a veracidade de fatos. Como uma bala de canhão abre enorme buraco no navio que segue bem, aos poucos foram minando a moralidade com a mesma astúcia em que escondiam suas verdades podres e maldosas. O veneno escondido na maçã foi espalhado com muito gosto para quem acredita na bondade de fachada, nos discursos separatistas, na fé superficial, morna e hipócrita. Acertaram a mosca eleitora que se achava abelha rainha. Os preços das necessidades básicas disparam a cada dia, já tendo atingido índices bem alarmantes para uma sociedade que está com desemprego, inflação, miséria, insegurança e desvalorização da moeda em velocidade crescente. Os índices podem mostrar ou enganar a realidade, mas é inegável que vivemos um período de grande assombro e exaustão que tem nos levado para lugares diferentes, num misto de desorientação e falta de recursos. Não existem grandes evidências que assistiremos a punições exemplares aos corruptos e malfeitores, nem tampouco uma devolução efetiva aos cofres públicos. Por outro lado, mesmo diante de notícias falsas e assuntos irrelevantes como se vê por aí o tempo todo, a inércia na pesquisa, tão disponibilizada hoje pela tecnologia na ponta dos dedos, somada ao conformismo de que nada mudará, será sempre a forma mais generosa de dar aos algozes, seu trunfo. Que o mundo não segue muito bem, já sabemos há muito tempo. A diferença está na parte do mundo onde se vive, sendo o Brasil um exemplo de riqueza que muitos oferecem de mão beijada ao candidato de ficha corrida, histórico de enganador e arrogância pronta para ser explícita segundos após a apuração. Em três anos a ciência foi atropelada, a educação foi excomungada, a saúde atingiu o pico do desmonte. A mulher, o índio, o negro, o direito à igualdade e a população inteira só perderam. Um governo que age na base do vale quanto pesa, que fragmentou a população dividindo-a em grupos, oferecendo no final uma coisa só, a todos: Os devaneios de quem não tem poder de síntese, e as loucuras de um rei que não foi chamado de cachaceiro, mas que nunca saiu de sua embriaguez, escondendo-a com lágrimas de birra no banheiro do palácio. Ele seguirá com suas gargalhadas. A única coisa que consegue fazer diante do sofrimento que impôs ao país. Esse último exemplo de escolha desastrosa diante das urnas vem deixando marcas profundas numa economia inversa, cortes largos nos direitos, esfacelamento de valores, enaltecimento à blindagem da falcatrua, exposição ridícula de condutas ministeriais ultrapassadas, elevação absurda de preços que não voltarão ao normal, assim como a desvalorização salarial, já consolidada. Não dá para saber até quando ouviremos gargalhadas diante de uma montanha de crimes. O bom mesmo é fechar os ouvidos e abrir os olhos, sem esquecer o preço pago por eleger um presidente fake. Na moral.

  • OPINIÃO: Mercado não rejeita programa de Guedes, rejeita o socorro ao povo

    Ninguém deveria comemorar a reação do mercado contra o furo do teto, hoje o teto é um impeditivo para o crescimento do país. Para falarmos disso, é prudente que não sejamos inocentes, parte da reação do mercado pode ser interpretada não contra o benefício em si, mas sim, contra os ganhos eleitorais que um projeto desses pode proporcionar ao, cambaleante, governo Bolsonaro. Está claro que o mercado percebeu o engano de ter elegido uma pessoa que se não é insano, beira a insanidade. Mas não podemos ignorar o histórico do tal "Mercado". Historicamente o mercado é contra o desenvolvimento do país, a escolha entre desenvolvimento para um salto futuro e o lucro nosso de cada dia, para o mercado, é tão simples quanto escolher entre ir trabalhar nu, ou vestido. A reação do mercado é contra o aumento da dignidade das pessoas pobres. Eduardo Suplicy luta há anos para implementar o que se convencionou chamar de renda básica de cidadania, uma renda mínima que permita a todos os cidadãos coisas básicas como morar e se alimentar, sem maiores ofensas à sua dignidade humana, mas pelo mercado, é um louco que deseja, veja só, acabar com a miséria. Para falarmos de um valor assim, estamos falando de um valor próximo ou igual a um salário-mínimo, para pelo menos metade da população ou das famílias, afinal, não se realiza grandes mudanças sem grandes investimentos. Essa é uma mudança de mentalidade que nós, enquanto sociedade, precisaremos enfrentar com todos os ônus e bônus que isso possa trazer. Inclusive em momento como esses, não ceder a falácia do populismo. Com a inflação dos alimentos, turbinar benefícios sociais não é populismo — mesmo que a intenção possa ser populista —, nesse momento, turbinar os benefícios sociais é essencial. Nós, identificados e engajados na defesa dos direitos humanos, não podemos vibrar com as reações do mercado financeiro, acreditando que quando a proposta partir de forças opostas a esse governo, a aceitação será maior. Porque não, não será. O mercado financeiro sempre será contra esse tipo de alteração porque, racionalmente falando, o espaço fiscal existente para suprir um programa com essas dimensões passa, impreterivelmente, pela acentuação da progressividade do Imposto de Renda da Pessoa Física, que em outros países chegam a ser taxadas a 50%, enquanto no Brasil, não passam dos 27,5%; passaria por taxar lucros e dividendos, preferencialmente de forma unificada sobre o total de renda de cada pessoa, levando as alíquotas atuais que giram entre 0 e 15%, para alíquotas de 0 a 50%; passaria pela taxação anual das grandes fortunas com alíquotas de 1% a 5% sobre o patrimônio total; passaria por apertar a regulação para combater remessa de capital para o exterior, que hoje é uma espécie de “evasão de divisas” legalizada e subtributada, partindo de 0,39%; passa por tributar as grandes heranças; vai passar, no mínimo, por reduzir a Selic para economizar algo em torno de R$ 30 a 50 bilhões por cada ponto percentual reduzido, porém, esse dinheiro deixaria de ser despejado para pagar os fundos de investimentos que se ancoram, contra as crises, em dólar e em títulos do tesouro. O mercado que recusa as propostas do auxílio Brasil e o furo do teto de gastos, é o mesmo mercado que torceu o nariz e chamou o Bolsa Família, de “bolsa esmola”, “bolsa vagabundo” etc. Esse é o mesmo mercado que vai recusar qualquer outro programa que vise reduzir a desigualdade, esse mercado é o velho mercado financeiro covarde, de homens de terno que especulam dia após dia em negócios que têm seus riscos zerados pelos cofres públicos através dos altíssimos rendimentos dos títulos públicos brasileiros, juros altíssimos para um país estagnado que sequer consegue, no crescimento, superar a inflação. Esse mercado que quer teto de gastos é o mesmo mercado que quer o fim do piso salarial, o fim dos direitos trabalhistas. É o mercado que não produz, mas que explora com os juros que alimentam seus rendimentos, todo e qualquer empresário que deseje produzir e colocar a mão na massa; o Mercado Financeiro que torce o nariz para o programa social do ignóbil ministro Paulo Guedes, é o mesmo mercado financeiro que mantém contas dolarizadas, controladas por offshores dos quais são beneficiários com cartões sem limites que eles podem usar aqui, diariamente no país que eles ajudam a afundar. Detentores de contas em dólar em offshores, como a de Paulo Guedes, por exemplo, lucraram 330 mil reais por cada milhão de dólar aplicado nessas contas, apenas com a flutuação do câmbio. No exemplo de Paulo Guedes, cujo vazamento Pandora Papers revelou ter aproximadamente 9,5 milhões de dólares (USD), o salto patrimonial seria na ordem de 3,13 milhões de reais (BRL) apenas em um mês (21/09 a 21/10), com uma variação que foi de R$ 5,27 em 21 de setembro, para os atuais R$ 5,66 do fechamento desta quinta-feira. Importante perceber, que para quem lucra com a miséria, qualquer esforço para combater a desigualdade parece um crime imperdoável, capaz de abalar o mercado financeiro. Mas a verdade é que nenhum desses bravos homens egocêntricos de objetivos questionáveis, reclamou do aumento de mais de 150 bilhões de reais em juros da dívida, fruto da nova política do Banco Central, agora independente, que elevou a taxa básica de juros (Selic) de 2% para 6,25% em apenas 6 meses, causando um encarecimento do crédito em mais de 40%. E não reclamaram por um motivo simples, esse “gasto extra” com juros, regará seus investimentos. Esses cidadãos sabem muito bem defender seus interesses acima de tudo, inclusive do bem estar comum e, para o nosso bem, é bom que nós, os cidadãos comuns, sem grandes fortunas, principalmente nós de oposição, nós do campo progressista, saibamos perceber essas armadilhas da pseudo oposição do mercado ao governo Bolsonaro. Porque embora o mercado tenha percebido o desastre econômico, político e diplomático que representa esse governo, em essência e ideologia, o mercado financeiro é bolsonarista até o último fio de cabelo, eles só não querem que haja evolução social. Acho prudente que nesse momento defendamos o furo do teto de gastos, algo que já é praticamente um consenso entre os economistas que consideram esse teto, um verdadeiro freio de mão puxado no desenvolvimento do país. Não nos enganemos, independentemente do presidente que assuma em 2023, o Brasil vai precisar investir para se recuperar da catástrofe gerada por Bolsonaro e mais importante do que isso, o furo do teto é urgente e necessário, porque quem tem fome não pode esperar pelas conveniências do cenário político, contra a fome, precisamos de mudanças urgentes.

  • Crítica: O Homem Das Castanhas (Mikkel Serup, 2021) - Netflix

    Jo Nesbø (escritor Norueguês) fez escola e na aula, nós alunos aprendemos como capturar um assassino no melhor estilo possível. Os escandinavos são mestres em criar uma atmosfera, especialmente quando as tramas envolvem assassinatos e assassino em série. A Netflix que não é nenhuma boba e sabe que esse tipo de programa faz sucesso, tem investido muito no conteúdo, mas parece que não divulga da melhor forma possível, são inúmeras as produções do gênero, mas quase ninguém assistiu, conhece ou ouviu falar – sinal de que essas pérolas ficam escondidas no meio de tanta coisa do catálogo. O fato é que mais uma vez temos um assassino em série solto na Dinamarca. Naia Thulin (Danica Curcic), trabalha como detetive de polícia na área de Copenhague, junto dela, Mark Hess (Mikkel Boe Følsgaard), que foi mandado para casa pela Interpol para trabalhar em sua terra natal por um tempo. Eles ainda não se conhecem, mas precisam se conhecer rápido, já que um assassino está açoitando mulheres, arrancando mãos e pés e largando seus corpos pendurados em castanheiras. O enredo é esse, um assassino em série está a solta, a única pista que nossa dupla de detetives têm são os bonecos de castanha que ele deixa a cada nova vitima que faz. Essa é uma série com enredo sólido, estamos diante de uma investigação, então como espectador não sobra muito senão bancar o detetive e se juntar a dupla de protagonista na tentativa de desvendar quem está por trás dos assassinatos. Preciso confessar que esse talvez seja o meu gênero – tanto no cinema quanto na televisão – favorito, especialmente em casos como esse que são muito bem amarrados, têm um elenco fantástico e uma técnica de deixar qualquer um de boca aberta. O que você precisa saber ou já sabe, é que esse tipo de série tem inúmeras reviravoltas, o que pode espantar e irritar os mais desavisados, mas não se preocupe, todas as perguntas levantadas no decorrer dos seis episódios são respondidas ao final e por mais que você seja o melhor detetive do mundo, não adianta, um bom roteiro, como é o caso aqui, sempre vai lhe passar a perna. Os destaques da série são muitos, desde a trama sucinta, até a lindíssima fotografia, com uma paleta de cores que combinam com castanheiras. A trilha sonora deixa o suspense em evidência e a dupla de protagonistas brilha. Danica, apesar de ter uma personagem que pouco fala, se saiu muito bem, já Mikkel está ótimo, um detetive que mergulha no caso e não descansa enquanto não resolve o mistério. Até agora uma das melhores atuações do ano, aliás, a minissérie é uma das melhores do ano, quem gosta de uma boa trama de assassinato com certeza vai embarcar, já quem é fã de castanhas, talvez fique traumatizado

  • ESPECIAL: CineBR – Diretores Nacionais – Parte 01

    Os pioneiros, a busca pela identidade e os principais nomes do “Cinema Novo”. CineBR - Diretores Brasileiros é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, com pesquisa e edição de Antonio Pedro, sobre os diretores que pavimentaram a estrada do cinema nacional. Mais do que um conteúdo especial, esse série é mais um resultado do compromisso que a Revista Dossiê etc tem de promover a cultura nacional. Esperamos que goste de mais esse resultado. A Revista Dossiê etc, como vocês já notaram, tem focado muito no cinema nacional, nosso intuito é celebrar nosso cinema que, por muitas vezes é subestimado, especialmente por quem não o conhece. Mas cá estamos para desmistificar essa ideia, começamos com, Telas BR um especial sobre entretenimento geral, falando de séries, novelas e afins, passamos pelas Caras dos Cinema Brasileiro, uma homenagem aos atores que fizeram história para nosso cinema e listamos, no CineBR 50 MAIS, os 50 Melhores Filmes brasileiros, agora chegou a hora de falar deles, os diretores, as figuras que orquestram toda uma equipe fazendo a visão deles, chegar até o cinema e nos maravilhar com a magia do audiovisual. Desbravadores: O cinema brasileiro é um dos mais longevos do mundo, desde o final do século XIX (1.897), começou a servir de cenários para filmes. No início com filmes bem curtos, mostrando paisagens, inaugurações de ferrovias, em 1914 o país produz O Crime dos Banhados, mas o diretor era estrangeiro, o português Francisco Santos e assim continuou por muito tempo, com longas sendo produzidos principalmente por diretores internacionais, até que, nos anos 30, surge Mario Peixoto, com seu longa-metragem, Limite (1931) que foi a nossa primeira produção longa-metragem expressiva, dirigida por um diretor brasileiro. Portas abertas, tabu quebrado, não demorou muito para outros talentos surgirem e mostrarem seu talento, caso de Humberto Mauro e seu Ganga Bruta (1933), ou Vital Ramos de Castro, diretor de O Carnaval Cantado (1932), primeiro filme de Carmem Miranda, e Ruy Costa, que também dirigiu Carmem Miranda em Alô, Alô Carnaval (1.936) antes de despontar em diversas produções de 1940 em diante. Mas, o cinema nacional, como sabemos, nem sempre foi flores. No início do século XX o país não tinha dinheiro suficiente para desenvolver a atividade cinematográfica e nem capacidade instalada, principalmente por falta de técnicos, um mercado ainda muito incipiente, em seguida veio a primeira Guerra que tornou a matéria prima mais cara e escassa. O jeito foi cortar custos. A década de 40 foi responsável por criar as primeiras grandes estrelas do cinema nacional, Grande Otelo e Oscarito, nomes reconhecidos até os dias atuais, surgiram ali, em musicais da era das Chanchadas, com baixo e baixíssimo orçamento, como Moleque Tião (1.943), dirigido pelo radialista, compositor, ator, produtor e diretor, José Carlos Burle, um dos maiores nomes desse movimento, a frente de outros 7 filmes durante a década, dentre eles o sucesso Tristezas Não Pagam Dívidas (1944) da Atlântida Empresa Cinematográfica do Brasil S.A. Anos Dourados e a profissionalização do cinema nacional: A década de 50, os famosos “anos dourados”, foram muito generosos com o cinema Nacional, com a criação da Companhia Cinematográfica Vera Cruz (estúdios Vera Cruz), o cinema nacional ganhou outra percepção de grandeza e o setor atraiu mais investimentos. Foi nessa década que o Brasil riu com Amácio Mazzaropi, dirigido por grandes nomes, como Abílio Pereira de Almeida que o lançou no cinema com Sai Da Frente (1952) e outros diretores como Victor Lima, que não só dirigiu Mazzaropi em Chico Fumaça (1958) e O Noivo da Girafa (1957) como também, Oscarito em Nem Sansão Nem Dalila (1954) e Grande Otelo em Pé Na Tábua (1958). Nelson Pereira dos Santos, diretor e jornalista, também pode ser considerado um dos grandes nomes da década. Muito reconhecido por Vidas Secas (1963) — trágico retrato da seca do sertão que obrigava famílias a se retirarem. Um filme que marcou o nascimento do movimento Cinema Novo, um cinema mais próximo do povo e de seus problemas— Nelson já tinha filmado Rio, Zona Norte (1957) e o chocante, com enorme repercussão até hoje, Rio, 40 Graus (1955). Por falar em fama, o nome mais popular do nosso cinema ainda é Glauber Rocha, entusiasta e crítico do “Cinema Novo” – movimento mais popular e contestatório do nosso cinema – seus principais filmes Deus e o Diabo na Terra do Sol (1963) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968) invertem a lenda do cangaceiro e tiram proveito de uma crítica social do Brasil. Não é um cinema fácil, mas é uma experiência. O cinema de Glauber Rocha é dominado por imagens barrocas e denúncias de desigualdades, foi também um dos nossos diretores mais premiados em virtude de suas tendências neorrealistas que levam os júris ao delírio, mas Rocha, como tantos outros, passou por problemas, especialmente depois de fugir do Brasil em 1971, alguns anos mais tarde ele se mostra a favor da ditadura militar que é quando sua carreira termina. A busca pela identidade do cinema nacional: O Cinema Marginal, foi também um dos movimentos mais populares do nosso cinema, Rogério Sganzerla foi um dos mais populares do movimento, seu principal filme foi O Bandido da Luz Vermelha (1968). Seus primeiros filmes tiveram exibições públicas, os demais ficaram apenas no circuito alternativo, nesse caso, destaco Nem Tudo é Verdade (1986) um documentário que mostrou a estádia de Orson Wells no Brasil. Júlio Bressane foi outro nome de sucesso do movimento, que foi sempre um provocador e experimentalista, Sermões (1989) foi um de seus melhores trabalhos. O nome Ruy Guerra é um que merece destaque, nascido em Moçambique, ele veio para o Brasil e parece que foi uma escolha certeira, afinal de contas, o sucesso lhe aguardava. Os Cafajestes (1962) foi o primeiro, uma comédia sobre um garoto que roubava roupa de garotas na praia, o diretor mudou de estilo com Sweet Hunters (1969) sobre amores frustrados, mas Guerra fincaria seu nome na história do cinema brasileiro com A Queda (1976) e especialmente Os Fuzis (1963). O Pagador de Promessas (1962) continua como o único filme brasileiro a vencer a Palma de Ouro no Festival De Cannes, dirigido pelo, então ator, Anselmo Duarte, que se distanciou do “Cinema Novo”, assim como Domingos de Oliveira e seu Todas as Mulheres do Mundo (1966) que abriu ciclo para as comédias urbanas e que depois se desvirtuaria para um dos gêneros que mais marcaram o cinema nacional, as pornochanchadas com seus sucessos de público. O diretor ainda tentou um cinema mais sério, mas devido a censura e a repressão, ele não conseguiu. O terror não ficaria de fora e nosso mais famoso personagem Zé do Caixão, interpretado pelo diretor José Mojica Marins foi o mais popular exemplo. Fazendo filmes desde 1946, foi em 1964 que o diretor ganhou o grande público quando dirigiu À Meia Noite Levarei Sua Alma, filme que lançou o famoso personagem. O sucesso foi meteórico e apenas dois anos depois lançou seu o que talvez seja o maior sucesso, Esta Noite Encarnarei teu Cadáver (1966) criou-se uma figura mítica para o nosso cinema e assustou muita gente, eu inclusive, que tenho horror a esse filme, aliás, o diretor conquistou os críticos e o público fazendo um terror primitivo, sensacionalista e para lá de grotesco. Infelizmente Mojica foi o único diretor fez sucesso com o gênero. O “Cinema Novo” como já mostramos ao longo do texto, angariou muitos diretores, foi uma época em que eles podiam falar de tudo e sem medo, uma época que ainda não tinha censura, um dos mais importantes foi Leon Hirszman, um dos mais brilhantes diretores do Brasil. Hirszman acertou em cheio na adaptação de Graciliano Ramos, São Bernardo (1971) e teve a consagração definitiva com Eles Não Usam Black-Tie (1981) que ganhou, nada menos que, quatro prêmios no Festival de Veneza. O trabalho do diretor de cinema é algo ‘estranho’ – alguns precisam de anos até colocar seu nome de vez no circuito, outros, com apenas um trabalho, ganham o mundo, caso de Luiz Sérgio Person e seu São Paulo S.A(1964), uma obra intimista que mostra a crise de um casal e social, uma visão da São Paulo se industrializando descontroladamente. Um visionário. O intuito desse especial sobre os diretores que fizeram história no cinema nacional, como é possível notar, não é só falar dos diretores e de seus principais e melhores filmes, muito menos ranquear os melhores e os piores, mas sim, apresentar àqueles nomes que marcaram época e “tentar induzir” você leitor, a ficar curioso e procurar esses filmes e tirar suas próprias conclusões. Para um primeiro capítulo acho que já falei demais, por hoje é isso. Espero que tenha gostado e nos acompanhe pelos próximos capítulos, nas próximas semanas. Semana que vem falaremos de uma geração muito prolifera, os anos 70, 80 e 90. Até lá!

  • LISTA: 5 filmes para o Dia dos Professores

    No dia da profissão mais importante do mundo, os profissionais mais importantes do mundo merecem uma lista de filmes à altura de seus esforços por um mundo melhor. O professor, aquela figura que ensina, que dá bronca, que te coloca para fora da aula, que te elogia, mas que, acima de tudo, sempre quer o seu bem, afinal de contas, os professores são essenciais no nosso ciclo. Quem não se lembra daqueles professores e professoras “gente fina”, ou daqueles casca grossa, para qualquer efeito, esses seres humanos nos ensinam as coisas mais importantes, desde o básico, que é ler e escrever, contas de quebrar a cabeça, até a nos especializar, cada um na sua área, os professores nos ensinam sobre viver em sociedade, merecem respeito, merecem carinho, atenção e claro, especialmente no Brasil, um SALÁRIO MAIOR. Pois cá estamos, fazendo o que está ao nosso alcance, dedicando essa lista fantástica para celebrar o Dia dos Professores e Professoras que é comemorado hoje, dia 15 de outubro – separei filmes de diversas áreas, então prepare-se, porque tem professores e filmes para tudo quanto é gosto. 5. Escritores de Liberdade (Richard LaGravenese, 2007) O primeiro filme da lista é um daqueles tensos, quando vai parar numa escola corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell (Hilary Swank) combate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça uma diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes, supostamente indomáveis, vai descobrir o poder da tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. O filme é daqueles que emocionam, cativam e nos faz refletir sobre como era o nosso tempo na escola e como é agora, outra geração, agora mais conectada com o que pode e o que não pode. Onde assistir: Netflix 4. A Onda (Dennis Gansel, 2008) O filme alemão causou um burburinho quando foi lançado, naturalmente, a Alemanha tem um histórico problemático e é exatamente isso que Gansel quis mostrar. Rainer Wenger (Jürgen Vogel), professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia, só que com o desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os mecanismos do fascismo e do poder. Wenger se denomina o líder daquele grupo, escolhe o lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda, em pouco tempo, os alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica sério, Wenger decide interrompê-lo, tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle. O filme é baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967, é meio assustador pensar que uma história como essa pode acontecer a qualquer momento. Onde assistir: YouTube 3. Whiplash – Em Busca da Perfeição (Damien Chazelle, 2014) O filme sensação de 2014, recebeu 6 indicações ao Oscar e ganhou 3, dentre eles o de melhor ator coadjuvante para J.K Simmons, o “cruel” professor de música. Andrew (Miles Teller), um jovem músico luta para se tornar um baterista de jazz respeitado, na verdade o maior baterista do mundo, para não ser um fracassado como seu pai escritor. Ele conhece então Terence Fletcher (J.K Simmons), um irascível (enfezado) maestro que leva Andrew ao limite humano em sua exploração física pelo Jazz. O filme é um espetáculo, atuações gigantescas, tecnicamente perfeitas e uma aula de como o professor, por mais duro que ele seja, é importante para qualquer objetivo. Onde assistir: Star+ 2. Sociedade dos Poetas Mortos (Peter Weir, 1989) O nosso querido Robin Williams ficou conhecido por escolher personagens como esse, personagens ternos, carismáticos e essa talvez seja sua melhor atuação. O ano é 1959 na Welton Academy, uma tradicional escola preparatória, o ex-aluno, John Keating (Robin Williams), se torna o novo professor de literatura, porém, ele propõe métodos de ensino que incentivam seus alunos a pensarem por si mesmos e apresenta aos alunos a Sociedade dos Poetas Mortos, e isto acaba criando um conflito entre os diretores que ainda pregam o método antigo e conservador. O filme propõe uma lindíssima discussão do poder do pensamento livre e do conservador, uma briga interna de cada aluno consigo mesmo. Onde assistir: Star+ 1. Billy Elliot (Stephen Daldry, 2000) O melhor filme do ano 2000. O melhor filme do diretor Stephen Daldry (de As Horas e O Leitor), a melhor atuação de Jamie Bell, uma obra-prima sem igual, que recebeu 3 indicações do Oscar, uma delas para a professora Sra. Wilkinson, interpretada por Julie Walters. O filme se passa em uma pequena cidade no interior da Inglaterra cuja principal atividade econômica provém das minas de carvão. Lá Billy Elliot (Jamie Bell), um menino de apenas onze anos que é treinado pelo pai para lutar boxe, mas durante os treinos, ele tem contato com as danças clássicas, se encantando com a magia do balé. Incentivado pela professora que o vê como um talento nato, Billy enfrenta a família para se dedicar ao mundo da dança. Que filme, teachers, que filme! Onde assistir: YouTube Filmes

  • Professora revoluciona o ensino científico em Toledo – PR

    3 troféus: Dioneia Schauren é a “Mestra Inspiradora” do 1º PIEC; com mais de 10 projetos inscritos a professora prova o sucesso do Clube de Ciências que ela orienta. por Antônio Pedro Porto, redação Dossiê etc O Prêmio de Incentivo ao Empreendedorismo Científico ( Instagram | Facebook ) se surpreendeu com a quantidade de projetos enviados de uma pequenina cidade no interior do Paraná. Toledo, uma cidade na zona rural paranaense, com uma população estimada em 140 mil habitantes, inscreveu no 1º PIEC nada mais e nada menos do que 10 projetos, todos vindos do Colégio Estadual Jd. Porto Alegre, todos orientados pela Professora Dionéia Schauren que impulsiona a educação científica na escola através do Clube de Ciências. Dos 10 projetos inscritos pelo clube de ciências comandado pela professora Dioneia, dois ficaram no TOP 10 e, um deles, a Avaliação do Efeito do Biofilme Comestível na Conservação de Vegetais de Consumo in Natura, figurou no terceiro lugar da classificação geral. Um excelente resultado que surpreendeu a todos da organização do PIEC. Além da categoria “Mestre Inspirador” a escola também venceu nas categorias “Pomar Científico”, feito para reconhecer a instituição que mais incentiva a prática científica na educação básica; e a categoria “Instituição Pública do Ano”, pensada para premiar a instituição pública com melhor desempenho geral no prêmio. Pela vitória na categoria de Inspiradora, a professora recebeu um prêmio de R$ 7.500,00 e pela “Instituição Pública do Ano”, o Clube de Ciências da escola recebeu um laboratório escolar com mais de 400 itens, incluindo uma balança de precisão e um microscópio biológico de alta definição, além de toda a vidraria necessária para o desenvolvimento de experiências químicas no ambiente escolar. Apesar do grande desempenho, a escola não é necessariamente uma exceção, talvez um ponto fora da curva em relação a quantidade de projetos desenvolvidos, mas assim como no ensino científico de nível superior, as instituições públicas parecem investir mais nesses projetos. Escolas públicas foram responsáveis por 58% das inscrições; 60% das escolas finalistas também eram públicas e ocuparam 77% das 30 vagas finalistas. A professora Dioneia e o Clube de Ciências da escola Jd. Porto Alegre, são verdadeiros sopros de esperança para esse dia dos professores. Na tão negligenciada educação básica brasileira, apesar da falta de investimento adequado do poder público e da falta de incentivos da iniciativa privada, a professora, junto à comunidade escolar, se articulam em rifas, vendas de doces e outras campanhas de arrecadação para manter o laboratório da escola funcionando e, pelo que pudemos notar, os esforços estão rendendo ótimos frutos. Agora, com o laboratório turbinado pela premiação do PIEC e o reconhecimento dado aos estudantes da instituição, a expectativa é que a quantidade e a qualidade de projetos se multiplique. A Professora Dioneia cultiva um verdadeiro Pomar Científico. O portal Revista Dossiê etc deseja à professora Dionéia e a todas as pessoas que dedicam sua vida à educação, um feliz Dia dos Professores.

  • Filmes dublados, heróis ou vilões?

    Injustiçados, os “contra cults” dublados são muito mais importantes do que parecem e agora eu posso provar até com ciência. O cinema é conhecido como a 7ª arte (1ª – Sonora; 2ª – Cênicas; 3ª – Pintura; 4ª – Escultura; 5ª – Arquitetura; 6ª – Literatura), isso porque o cinema é a soma das artes sonoras com as artes cênicas que por sua vez é a reprodução da arte literária, ou seja, são três ou mais artes somadas para nos proporcionar o puro estado da arte, a arte audiovisual. Áudio e visual, a combinação perfeita: Timbre, volume, respiração, sonoplastia, trilha sonora, palavras, entonação... Todos esses componentes contribuem para a parte auditiva dos filmes e desses componentes o timbre, o volume, a entonação e a palavra, são características intrínsecas dos atores e a defesa de quem não gosta de dublagem é exatamente essa. Dizem que se você assiste a um filme dublado você está perdendo a experiência que o ator criou com a voz dele, por exemplo. É claro, contra isso não há argumentos. Realmente a dublagem tira a voz, a entonação e o timbre do ator original e insere em seu lugar a voz de outro ator, um ator que fale o idioma do público-alvo. Então sim, se você entende o que os atores conversam na língua original, não há o menor motivo para você assistir a um filme dublado. Porém, se você não é fluente na linguagem original do filme, então o melhor caminho é obviamente e, agora, cientificamente comprovadamente assistir aos filmes dublados. Explico: Assim como o timbre, a voz, a entonação etc. as poses, microexpressões, efeitos visuais, gestos, detalhes nas roupas, objetos de cena, locação, iluminação etc. são componentes de cena essenciais, cenas que mesmo que fossem “mudas” / sem som nenhum, conseguiriam transmitir alguma intenção apenas pelo olhar dos atores, ou por uma respiração mais profunda, um movimento de mão, a forma de segurar e/ou soltar a fumaça do cigarro. Todos os artifícios de cena precisam de atenção para serem notados e, acredite ou não, a melhor forma de notar todos esses detalhes é exatamente olhando para o centro da tela, para o “alvo” da cena, algo que a leitura da legenda pode te roubar. A Ciência dos Detalhes e o sucesso dos dublados: Já parou para se perguntar por que a maioria dos filmes lançados nos streamings e cinemas recebem versões dubladas? Sim, um dos motivos são as crianças que ainda possuem dificuldade de leitura rápida, mas e os filmes e séries criados para o público adulto?! Bom, embora em público muita gente torça o nariz para os filmes dublados, no íntimo do lar de cada um os dublados fazem sucesso, porque no caso do Brasil, por exemplo, a média da população não possui leitura fluente para acompanhar os diálogos sem a ajuda dos nossos bravos dubladores. É uma questão que extrapola a simplicidade do bom versus ruim, ou melhor versus pior, para a maioria da população mundial, a dublagem é uma ferramenta de inclusão, de diversidade, de libertação pela arte e pela cultura. Para muitas pessoas no mundo, ler a página de um livro, e compreender o que está escrito ali, pode ser um desafio considerável, uma tarefa que muitas vezes significa a necessidade de reler, parar, refletir, às vezes até voltar algumas páginas para recapitular, entender o contexto; nos filmes isso não é possível, tudo é muito rápido e contínuo, perder algumas falas pode ser o suficiente para que o filme perca o sentido. Essa escolha pelo filme dublado, além de óbvia, é a mais inteligente para quem não tem fluência no idioma original e quer apreciar todos os detalhes que os criadores do filme pensaram para transmitir a emoção necessária ao filme. No documentário “Truques da Mente”, o apresentador Neil Patrick Harris, mostra isso logo em sua primeira temporada, quando, já no segundo episódio, o programa propõe diversas situações/experimentos que testam a atenção e a capacidade de percepção dos espectadores e, eu garanto, você não vai passar na maioria dos testes, simplesmente porque é impossível passar nos testes, eles foram feitos para expor as falhas da nossa mente. O mesmo documentário mostra que nós humanos conseguimos focar apenas uma coisa de cada vez, é aquele foco que nos permite observar os detalhes de um objeto, porém, enquanto se direciona esse foco para as letrinhas da tela, todo o restante do seu campo de visão fica tomado pelo fenômeno neurológico que os especialistas chamam de “cegueira inatencional” (inattentional blindness), uma espécie de filtro que joga toda a energia de processamento do seu cérebro para observar e interpretar o alvo do foco e, para isso, desliga a atenção de todo o restante do campo de visão. É por isso, por exemplo, que se estivermos distraídos na rua, podemos passar exatamente ao lado de alguém que conhecemos e não reconhecer, ou notar a presença dessa pessoa ali naquele momento. Nosso foco ocular é unidirecional. Então você pode continuar tentando argumentar que você lê rápido e volta rapidamente a atenção para a cena, porém, nesse caso você pode perder detalhes escondidos por outro fenômeno neurológico conhecido como “cegueira de/à mudança” (change blindness), um fenômeno que acontece quando nossa atenção não é unidirecional. Se estivermos olhando por exemplo para duas coisas, dois quadros, pode ser que mexam no quadro um e nem percebamos enquanto estivermos olhando para o quadro dois. O preconceito contra dubladores: Dubladores são piores que atores? Na verdade, não. Isso também faz parte de uma “lenda” excludente de que assistir os filmes dublados estragariam a experiência, porque você não ouviria a voz original dos atores, mas isso é só um preconceito e não uma análise justa. O fato é que os dubladores são atores, não é uma simples leitura de texto, é uma atuação com a voz e, recorrentemente, atores consagrados são convidados a dublar personagens específicos em filmes e animações. Listamos abaixo alguns dos argumentos mais usados por quem é crítico às dublagens e reflexões para pensarmos: “Será que ver filme dublado é tão ruim assim?” Assistir filme dublado tira toda a emoção do filme Para começar, como dito acima, dubladores não são leitores de textos, dubladores são atores de tv, cinema e teatro que emprestam suas vozes para interpretar as situações presentes nos filmes, se você olhar um dublador no estúdio, é muito provável que ele esteja fazendo caras, bocas e gestos, só para dar mais realidade à voz. Filme legendado é melhor por causa da voz do ator Voz é voz em qualquer lugar do mundo, existem vários tons, vários timbres e as vozes não são escolhidas aleatoriamente. O ator dublador que realizará a dublagem é escolhido se ele conseguir entregar um timbre que converse com características físicas, emocionais e situacionais das personagens. Adam Sandler, por exemplo, é um caso que fica muito mais bem dublado do que com a voz original. Ele deveria contratar o dublador brasileiro, Alexandre Moreno, para dublar os filmes dele em inglês também (#FicaDica). Provocações à parte, é ridículo relutar em reconhecer que um dublador pode ser tão bom quanto a voz original. A voz não é bem sincronizada: O famoso “lip sync” é mesmo polêmico e depende de vários fatores, como a escolha dos sinônimos utilizados na fala. Esses sinônimos precisam levar em consideração o tempo de diálogo, a quantidade de sílabas das falas e até o contexto da cena. Além do texto, claro que o desempenho do dublador influencia muito e até questões técnicas, podem interferir na qualidade da dublagem, mas é bom que saibamos: A dublagem perfeita é impossível, entre os idiomas não mudam apenas as palavras, mudam os movimentos de boca que permitem fonemas/sonoridades que sequer são utilizadas em português. Além disso, áudio e imagem são gravados separadamente e “colados” na pós-produção, até as versões originais podem conter trechos com falhas de sincronização, embora sejam mais raros. Mas sinceramente, todos nós crescemos assistindo sessão da tarde, isso nunca foi um problema. Se você utiliza caixas de som bluetooth para assistir aos filmes, pode ser que você perceba falha no “Lip Sync“ até no áudio original, por conta do atraso de transmissão do sinal, isso pode gerar atrasos quase imperceptíveis. Mas, sinceramente, de que adianta conseguir perceber que o som e a boca dos atores estão sincronizados, se você não for capaz de entender o que eles dizem? E como saber se boca e áudio estão sincronizados se você estiver lendo as legendas?! Filmes dublados mudam os diálogos do filme: Essa é a parte que mais gera divergências e eu não quero ser deselegante, mas se as versões dubladas não fizessem essas alterações, você não entenderia metade das piadas/trocadilhos/referências do filme. Normalmente, quando as versões mudam as falas, isso acontece porque a fala original trazia alguma gíria ou referência regional de onde o filme é feito e que, dificilmente seria compreendido por alguém distante daquela realidade. Por exemplo: "Hey! Come here, spill the tea!” Imagine que a tradução fosse: “Olá, venha aqui, derrame o chá” Você entenderia que na verdade a pessoa quer ouvir uma fofoca? Eu não... Filme dublado não passa emoção Negar isso é impossível, porque, sim, há dubladores que não passam nenhuma emoção, dubladores com pouca experiência ou pouco talento para a dublagem, mas acredito que esses terão uma curta carreira no cinema. E quer saber, essa é uma questão válida para atores, também. Não são todos os atores que são bons, alguns inclusive deveriam acender uma vela todos os dias e agradecer por terem nascido no padrão de beleza comercial. Recurso do qual os dubladores não dispõem, ou convencem pela voz, ou fora. O tanquinho não ajuda. Ou dublador tem talento, ou ele não tem nada. Filme legendado é mais fiel ao texto Isso é mais mentira do que verdade. Se formos observar pela comunicação formal, tudo bem, o argumento é válido. A legenda não precisa se preocupar em encontrar o sinônimo que melhor se encaixe no movimento de boca dos atores, basta a tradução literal. Porém, na parte que os filmes dublados mudam muito a referência, algumas legendas também mudam, seja por falta de traduções literais, ou porque as referências não seriam compreendidas pelo público, algo que acontece muito na tradução de ofensas. Isso acontece, nós só não percebemos isso porque, provavelmente, não entendemos o que os atores falam, então acreditamos em qualquer coisa que esteja escrita. Se entendêssemos o que os atores falam, não recorreríamos às legendas. Mas sim, as mudanças estão lá, mesmo que você não perceba. Eu sei que discutir filme legendado e dublado é como discutir se é biscoito ou bolacha, mas olhando pelo lado “visual” da arte, legendas são ofensas visuais, são pichações sobre a fotografia do filme, são tons amarelos gritantes, ou brancos reluzentes em cenas escuras, cenas intimistas, são uma invasão artística, uma barata na tela, são como uma freada brusca em uma rua calma. Se você tem fluência no idioma original, se você quer ver um documentário muito técnico, se for um programa de TV sem grande apelo artístico visual, tudo bem, assista legendado, leia cada ponto e vírgula, pause e volte quando não entender, não há problemas. Agora, se você não tem fluência no idioma do filme, faça um favor a você, recorra à versão dublada e preste atenção na cena, aproveite o filme em cada nuance, repare nos objetos de cena, olhe como a árvore reage aos ventos, perceba a coloração da cena sem se preocupar com a lenda do “legendado melhor”, aprecie a arte. Cada detalhe espalhado pela tela foi friamente calculado para te jogar em uma experiência, não ignore isso. E no final do dia, quando o assunto é inclusão cultural, acredito que só a inclusão proporcionada pela música é comparável a inclusão permitida pela dublagem. Em um país como o Brasil, em que o analfabetismo funcional ainda é predominante e até pessoas “bem formadas” apresentam certa dificuldade em interpretar textos estáticos que podem — e devem — ser lidos com calma, como notícias de jornal, imagina se a legenda, rápida como é na dinâmica de alguns filmes, seria suficiente para transmitir toda a emoção que o filme se propõe a fazer. Valorize a dublagem, ela é a maior porta de entrada para a 7ª arte! E se depois de toda essa argumentação você ainda não acreditar no que eu disse, então assista o capítulo 2 da primeira temporada de Truques da Mente, você vai se surpreender! Obs.: O nome dos dubladores o portal Dossiê teve acesso graças ao "Wiki Dublagem". Uma plataforma colaborativa que organiza informações sobre esse setor tão impressionante que é a dublagem.

bottom of page