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Novo aumento: Independente, Banco Central eleva juros pela 6ª vez seguida

Selic acumula alta de 287% nesse ano. Passou de 2% em janeiro para 7,75% a.a., agora.

Banco Central anuncia novo aumento da taxa básica de juros em meio a revelações de que o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, se consultava em relação ao nível Selic, com o banqueiro André Esteves, principal nome do BTG Pactual | Foto: BTG Pactual / Divulgação

Por Antônio Pedro redação Dossiê etc


Ontem, 27/10, o Banco Central divulgou nova alta na taxa de juros, dessa vez, em ritmo acelerado. A taxa básica que já vinha crescendo 01 ponto percentual (p.p.) a cada reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), agora aumentou em 1.5 p.p. (50% maior que os aumentos anteriores), elevando a taxa de 6,25% ao ano, para 7,75% a.a.


Além do óbvio, que é o custo do dinheiro, logo, o encarecimento do crédito, esse aumento da Selic e do custo de crédito é capaz de espalhar seus efeitos em cascata na economia popular, assim como faz o aumento do preço do frete. Embora em diferentes dimensões, as empresas também repassam para o preço de seus serviços e produtos, o custo que elas têm com o crédito tomado (capital de giro, adiantamento de recebíveis, parcelamento de vendas e compras, financiamento de equipamentos, renegociação de dívidas, investimento etc)


A taxa de juros média das operações de crédito para pessoas jurídicas (empresas), saltou de 9,99% para 14,86% a.a., um avanço de quase 5 p.p. (48,8%), um aumento de custo superior ao aumento médio dos combustíveis no acumulado de 12 meses, 42,02% segundo o IPCA do mesmo mês de referência, setembro. A tendência é que esse aumento no custo do crédito seja repassado ao consumidor, se tornando um peso inflacionário.

Gráfico: Evolução do custo médio das operações de crédito para pessoas jurídicas (empresas) | Fonte: Banco Central

Outros efeitos:


A taxa Selic também é a taxa de juros utilizada para precificar a dívida pública, ou seja, é essa taxa que determina quanto o país paga de juros para os detentores dos papeis que o Brasil emite para realizar investimentos. Os juros da tal "dívida pública".


Cada vez que a Selic aumenta 1 (um) ponto percentual (p.p.), estima-se que os juros que o país paga com o dinheiro público arrecadado dos impostos, aumenta algo em torno de 50 bilhões de reais por ano. Ou seja, desde sua independência, em fevereiro, o Banco Central aumentou os custos do tesouro nacional em mais de 280 bilhões de reais ao ano, valor quase 17 vezes maior que os 16 bilhões reais previstos para o Governo Federal aportar no Fundeb em 2021 (Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). O orçamento de 2021, antes desses aumentos, já previa 2,576 trilhões de reais para o refinanciamento da dívida (juros), mais da metade (59,5%) do orçamento da união.


O gasto extra com a dívida, é 405 vezes superior aos 690 milhões de reais, cortados do Ministério da Ciência para o orçamento de 2022.


Polêmica:


Economistas já questionam o aumento da Selic como solução para a inflação por defenderem a tese de que a inflação não está se dando por excesso de consumo, mas sim pela relação do câmbio e da falta de regulação da exportação de insumos básicos, como alimentos, o que leva ao aumento dos preços desses insumos, já que os produtores preferem vender para o mercado internacional, elevando os lucros.

Em entrevista, André Esteves revela que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se consultava sobre a taxa Selic. | Foto: Roberto Campos Neto em sessão do Senado por José Cruz/Agência Brasil

Ainda assim, a maior polêmica foi revelada no início dessa semana pela TV 247. O portal de notícias divulgou o áudio de uma entrevista de André Esteves, dono do BTG Pactual durante um evento de sua empresa. Nessa exibição, Esteves expôs proximidade com o poder, inclusive arrancando risos da plateia, quando contou que Arthur Lira (PP), presidente da câmara dos deputados, que teria ligado para André, pouco antes do evento, para perguntar a opinião dele em relação a saída de quatro membros da equipe de Guedes. No trecho mais polêmico, Esteves confessa que tinha acesso privilegiado, ao revelar que o próprio presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ligava e se consultava com ele, André,, ante as decisões do Copom sobre a taxa de juros. Coincidentemente, quando a taxa estava em 3,5%, o banqueiro do BTG manifestou insatisfação com a baixa taxa de juros.


Banqueiros e gestores de fundos são beneficiários diretos de todo e qualquer aumento da taxa básica de juros, seja pelo encarecimento do crédito que aumenta os spreads/lucro bancário, ou pelo rendimento dos papeis públicos que estão nas mãos desses bancos e fundos de investimento, servindo de âncora contra crises econômicas. Saber das taxas de juros e das estratégias do COPOM, podem, gerar ganhos diretos ao banqueiro que tiver essas informações privilegiadas.


A fala do banqueiro sobre a consulta de Roberto Campos Neto acontece aos 11:00 minutos do vídeo que é recheado de revelações de contato com representantes do executivo, legislativo e do judiciário, incluindo o STF.


Confira o áudio completo abaixo:


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