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- LISTA: 5 melhores vencedores da Palma de Ouro
Spike Lee e o júri que inclui o brasileiro Kleber Mendonça Filho escolherão o próximo vencedor da Palma de Ouro. O maior festival de cinema do mundo começa no próximo final de semana, Cannes é um dos maiores e mais importantes eventos cinematográficos do mundo, ano após ano, uma seleção de 23 filmes competem por uma cobiçada Palma de Ouro, os curadores sempre capricham na seleção e entre os vencedores de outros anos estão Parasita (Joon Bong-ho, 2019) que também ganhou o Oscar de melhor filme e fez história; o controverso A Arvore da Vida (Terence Malick, 2011) e o estupidamente engraçado The Square – A Arte da Discórdia (Ruben Ostlund, 2017) isso só para mencionar alguns títulos recentes, até porque Cannes é um festival que tem história e como toda premiação existe divergências, mas o que torna esse especial é que, é impossível acertar o vencedor, ano após ano, os júris são trocados então, cada ano é um ano. Separei aqui os que julgo os melhores vencedores da Palma de Ouro da história do festival. 5. O Piano (Jane Campion, 1993) O Piano foi um marco no festival, simplesmente porque Jane Campion é até hoje a única mulher a conquistar a Palma de Ouro, pois é, acreditem. E de quebra, no ano que ela venceu, foi um empate. O filme conta a história de amor entre uma mulher muda, o seu piano e a dificuldade de se adaptar com a filha no meio do nada, na Nova Zelândia recém-colonizada. Um grande filme, com uma atuação avassaladora de Holly Hunter, que ganhou o Oscar de melhor atriz. Onde assistir: Telecine Play 4. Pulp Fiction – Tempos de Violência (Quentin Tarantino, 1994) O clássico que colocou Quentin Tarantino de vez no circuito. Depois do sucesso de Cães de Aluguel, Tarantino foi ambicioso e escreveu um dos melhores roteiros de todos os tempos, uma história de violência com muitos personagens, centenas de diálogos e cenas marcantes, sem mencionar no elenco que conta com Bruce Willis, John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman e tantos outros. Onde assistir: Telecine Play 3. All That Jazz – O Show Deve Continuar (Bob Fosse,1979) O rei dos musicais modernos, Bob Fosse foi a verdadeira alma dos musicais nos anos 70, All That Jazz é quase uma biografia, o filme narra a história do fictício Joe Gideon, um coreógrafo carrasco, exigente e perfeccionista, mas que está nos seus últimos dias de vida, interpretado com maestria por Roy Scheider, o filme ganhou a Palma e mais quatro Oscars, é um daqueles filmes que dá gosto de assistir por conta do trabalho de toda uma equipe. Onde assistir: PrimeVideo 2. Apocalypse Now (Francis F. Coppola, 1979) O verdadeiro filme catástrofe, todo mundo conhece a história por trás do filme de Coppola, furacões, enchentes, destruição do cenário e até infarto do protagonista, mas o diretor conseguiu filmar seu épico sobre a guerra do Vietnã. Com a abertura do filme você já sabe com o que está lidando, essa foi a segunda Palma de Ouro do diretor que já havia ganho por A Conversação (1974). Onde assistir: Telecine Play 1. Taxi Driver (Martin Scorsese, 1976) O pequeno diretor de origem italiana ainda estava tentando conquistar seu espaço quando dirigiu Taxi Driver, que contou a história de Travis Bickle (melhor atuação de Robert De Niro até hoje), um taxista noturno com personalidade forte e alguns transtornos. Em um desses devaneios ele decide matar o presidente dos Estados Unidos, é também o melhor filme do diretor que fez carreira e continua nos brindando com seus maravilhosos filmes. Não só a melhor Palma de Ouro já atribuída como também um dos cinco melhores filmes de todos os tempos. Onde assistir: Telecine Play
- O “mute” do Wizard
Falante na web, encolhido na CPI. Carlos Wizard é a cara do empresariado brasileiro que só dialoga – ou “monologa” – em grupos consonantes e correm do debate como, supostamente, o diabo foge da cruz. Carlos Wizard é um cidadão visivelmente vaidoso e um apaixonado por si mesmo, pela sua história de sucesso à frente da Wizard e até aí tudo bem, nada contra os narcisistas, “tenho até amigos que são”. Já tive a oportunidade de assisti-lo pessoalmente em algumas oportunidades, em três ou quatro eventos. Se portando sempre como um Guru e sempre cercado por admiradores empreendedores, é uma espécie de “Osho Tropical”, ele sempre responde às indagações com um sorriso friamente calculado e com frases prontas no melhor estilo “Momentos de Sabedoria” do saudoso e caricato, Pedro de Lara. Me recordo que em uma dessas ocasiões, seu desempenho parecer com a do Walter Mercado, embora no lugar do “Ligue Djá”, sua estratégia de venda da sua autobiografia era algo como “compre Djá”, mostrando que como bom empreendedor, ele não deveria perder a chance de vender. Algo medonho, a meu ver, mas que no Brasil vende e vende mais do que curso ensinando a ficar rico, vendendo cursos que ensinam a ficar rico vendendo cursos... Carlos Wizard enriqueceu fundando uma escola de inglês popular, curso que qualquer pessoa com algum conhecimento em inglês poderia ministrar, mas ele soube empacotar sua didática em um curso popular que poderia ser replicado em várias escolas ao mesmo tempo, isso em uma época que quem falava inglês ou estudava em escolas da elite social, ou pagavam grandes valores em aulas particulares. Não era como hoje que tem 2 escolas de inglês por quarteirão. Diferente do sucesso da escola de inglês que fundou com seu nome, sua participação na CPI não foi nada brilhante, eu diria até que foi algo abaixo da mediocridade. Pouco foi dito sobre isso, mas Carlos iniciou sua explanação inicial sem responder ao Senador Omar Aziz se firmaria ou não o compromisso com a verdade. Ignorando a indagação do senador, leu um texto grotesco, tosco, apelativo, agarrado em um discurso religioso vazio, que em nada serviria para esclarecer os pontos investigados pela CPI. Aliás o que será que Deus tem a ver com as besteiras que ele fala ou faz? No final do pobre discurso em que misturou tons de pregação e hora lembrava Malafaia, hora parecia Edir Macedo, Wizard disse que se reservaria ao direito ao silêncio, garantido pela constituição e reafirmado por decisão do ministro do STF Roberto Barroso. Não sei se a estratégia foi a mais inteligente. Seu passaporte que havia sido apreendido por falta de cooperação com a CPI, ao que tudo indica permanecerá retido. Calado, seguindo seu direito constitucional, Carlos Wizard precisou permanecer na CPI por mais de 6 horas, até que o último senador inscrito pudesse fazer o uso dos 15 minutos de indagações. Durante todo esse período acredito que a imagem do empresário deve ter ficado bastante maculada frente a opinião pública, já que ele foi acusado de tudo o que poderia ser acusado, com base em suas inúmeras falas públicas que incentivavam uso de medicamentos sem comprovação científica de efeitos positivos e pior, com comprovação de que fazem mal à públicos que porventura não tenham acompanhamento cardiológico. Foi chamado inúmeras vezes de charlatão e acusado de crimes como o exercício ilegal da medicina e curandeirismo, pelo senador Humberto Costa, além de questionado sobre suas relações com dezenas de pessoas envolvidas em ações suspeitas de serem motivadoras de centenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas e com suposto envolvimento em favorecimento por indicação de medicamentos e negociação de vacinas, além, é claro, da responsabilidade sobre a coordenação do que tem sido chamado de "gabinete paralelo". Mesmo assim, sofrendo toda sorte de acusações e ilações, o empresário se manteve em silêncio o tempo todo, tendo tentado a palavra apenas em um momento mais vexaminoso quando tentou, desrespeitosamente, em uma sessão de CPI que o inquiria sobre supostas práticas criminosas, promover um livro em que ele fala sobre ele mesmo e suas supostas ações humanitárias. Até quando o senador Otto Alencar apontou culpa e pediu a responsabilização do empresário pelas mortes ocorridas, após ser exibido em plenário vídeo em que o investigado aparece rindo de 40 pessoas que morreram de Covid, segundo ele, porque ficaram em casa e não buscaram o tal “tratamento precoce” que o investigado defendeu na prática ilegal da medicina, apontada pelo senador H. Costa. Carlos Wizard não é um gênio e sua atuação da CPI o coloca mais próximo de Luciano Hang do que de um grande intelectual. É um bom vendedor, bom vendedor como um pastor que vende "óleo ungido", "vassourinha santa", "caneta do emprego" e tantas outras promessas mágicas. Foi uma oportunidade histórica para se ver um “grande notável”, um guru dos negócios ser questionado, pois em seus palcos de microfone único, o discurso aceita qualquer storytelling, mas na hora de responder sobre seus atos o “tubarão” virou "Nemo", estamos procurando ele até agora. O investigado pela CPI não me surpreendeu nem um pouco com sua postura. Acostumado a estudar e pesquisar alguns gurus do empreendedorismo para análises que realizo sobre diversos modelos de negócios diferentes, percebi que esses gurus possuem um comportamento padrão. Todos dão muitas palestras e não demonstram constrangimento algum em autopromover virtudes quase divinas que dizem ter, mas sempre com microfone único, sem espaço para questionamentos ou eventuais contraditos. Dificilmente teremos outra chance tão incrível de presenciar toda a forma da coragem desses “intocáveis” da opinião. Como investigado, é direito do cidadão permanecer em silêncio para não correr o risco de se auto incriminar, um direito legítimo, lindamente defendido na tese da amiga e colega colunista nesse portal, Marina Y. Frederico, mestra em direito pela PUC-SP e discordo do senador Fabiano Comparato, com quem costumo concordar bastante, que entendeu o silêncio como uma “confissão de culpa”, pois iria frontalmente contra a tese da querida colega Marina defendeu e eu concordo. Até que se prove o contrário, o investigado é sim, juridicamente, inocente, pois a presunção de inocência garante isso. Tal qual a existência do direito constitucional ao silêncio, todos nós temos o direito a liberdade de expressão e a mim, o silêncio do empresário só representou a covardia de alguém que flagrantemente errou, como fica óbvio em suas falas alopradas ao falar online para sua plateia de admiradores, sua claque, mas que não tem a coragem de sequer se desculpar e/ou atualizar suas irresponsáveis falas. Se os erros foram frutos apenas de sua vaidade de querer mostrar que sabe mais do que realmente sabe, ou se trabalharam para alguma vantagem indevida, é a CPI deverá apurar, porque é necessário apurar tantas possibilidades de autoincriminação motivadoras do constrangedor silêncio. A senadora Eliziane Gama fez uma das falas mais marcantes da sessão e seguindo o estilo do interrogado, também lançou mão da bíblia para ilustrar o que ela estava interpretando daquela sessão e comparou a hipocrisia do silêncio do investigado à hipocrisia dos fariseus: "Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade. Mateus 23:27,28 "Seus líderes são rebeldes, amigos de ladrões; todos eles amam o suborno e andam atrás de presentes. Eles não defendem os direitos do órfão, e não tomam conhecimento da causa da viúva." Isaías 1:23 A grandeza não está na autopromoção, mas na autocrítica.
- Critica – Um Lugar Silencioso – Parte II (John Krasinski, 2021)
(Contém SPOILLER) Se o primeiro filme já não era grande coisa, a segunda parte não evolui por conta da trama estagnada. O primeiro filme da franquia Um Lugar Silencioso, contava a história da família Abbott que se situava no meio-oeste americano quando, do dia para noite a terra foi invadida por criaturas estranhas. Nada se sabe sobre essas criaturas, nem de onde vieram e nem o que querem, só o que sabemos é que são monstros assassinos e que são guiados por sonoridade, ou seja, eles têm uma audição aguçada, o menor ruído já é o suficiente para localizarem suas vítimas. A família Abbott, composta por Lee (John Krasinski) e Evelyn (Emilly Blunt) e seus três filhos, passa então a fugir incansavelmente dos monstros e se instalam em uma fazenda abandonada. Uma porção de coisas acontecem durante essa fuga, o filho mais novo da família é morto por um monstro e a esposa, Evelyn, acaba engravidando e dando a luz ao filho em meio a todo esse caos, aliás, a cena do parto é um dos poucos momentos realmente bons do primeiro filme. O segundo filme começa com o Dia 1, um dia comum na cidade de origem da família, lá os Abbott estão assistindo uma partida de beisebol do filho Marcus (Noah Jupe), quando o que parece ser um asteroide, meteoro ou sei lá o que, passa no céu e todo mundo deixa o jogo, quando de repente, os monstros invadem a cidade e começa a correria, essa é tranquilamente a melhor sequência do filme. Logo após a correria, somos colocados exatamente onde o primeiro filme acabou, quando Evelyn e Regan (Millicent Simmonds), sua filha surda-muda descobrem como combater as criaturas. O primeiro filme agradou muitos, tanto a crítica quanto o público que lotou os cinemas, até porque era uma novidade, tratava o silêncio como uma “arma” essencial e era isso. A própria história já era um fiasco, o que já tínhamos visto inúmeras outras vezes em filmes de terror, estava acontecendo ali diante dos nossos olhos, de novo, só que com um artifício diferente e que eu, particularmente, não achei o suficiente para aguentar o tranco do filme. O que quero dizer é: Se não fosse essa “sacada” do silêncio, estaríamos diante de mais do mesmo. A segunda parte abre com uma cena muito bem dirigida por John Krasinski, mesmo sendo previsível, a câmera consegue sufocar o espectador, causa uma tensão após o fim da sequência. Quando o filme começa onde terminou o primeiro, já conhecemos os personagens, já sabemos qual é a realidade e esperamos alguma novidade e essa espera nunca termina, porque a história é outro fiasco, uma correria sem fim, uma fuga que sai do nada para lugar nenhum, o que dá a impressão de que ainda estamos no primeiro filme, em uma versão estendida, ao invés de uma continuação com alguma novidade. Nem o trabalho de criar novos personagens não foi feito. A única novidade fica por conta de Emmett (Cillian Murphy), um conhecido da família, não tem qualquer profundidade, não sabemos nada sobre ele, exceto o básico, que não ajuda muito. Ou seja, ele foi escrito exclusivamente para salvar a família e dá um gancho para um terceiro filme que, depois da última cena, parece ser inevitável e lamentável ao mesmo tempo. O filme estava originalmente programado para estrear em 2020 e acabou sendo adiado inúmeras vezes por conta da pandemia, adiado especialmente porque o Krasinki queria – e conseguiu – que seu filme estreasse nas telonas e não direto nos streamings como anda acontecendo mais do que o normal. É perfeitamente entendível o que o diretor quisesse causar tensão no cinema, na tela grande e claro, com um som perfeito, porque mais uma vez, o filme se apoia exclusivamente nisso, no som. O primeiro ainda conseguiu algumas indicações a prêmios, como ao Globo de Ouro de melhor trilha sonora, ao Oscar de melhor som e a vitória de Emily Blunt no SAG, o que definitivamente não voltará a acontecer com essa sequência, porque como eu já disse, é um filme que repete tudo o que fez no primeiro, igualzinho, sem tirar nem por. Por fim, Um Lugar Silencioso – Parte II é redundante, repetitivo e não sai do lugar.
- Cristiano Ronaldo. Um aeroporto para chamar de seu
Ilha da Madeira recebe seus visitantes no aeroporto que leva o nome de um dos maiores jogadores de futebol da atualidade. Visitar a Ilha da Madeira sempre fez parte do sonho de muitas pessoas, em especial os Ingleses e tantos outros turistas do norte europeu. Sua localização nas proximidades das Ilhas Canárias e do Marrocos lhe confere um clima ameno, uma exuberância de paisagens onde flores enfeitam cada canto da ilha. Picos, serras, praias e floresta, como a Laurissilva, acrescentam à ilha um encantamento que se reflete no comportamento de sua gente, sempre amável e disposta a oferecer a seus visitantes o que de melhor a ilha tem para oferecer. No ano de 1985 nascia em Funchal, capital da ilha, aquele que viria a ser um dos jogadores de futebol com maior destaque pelo mundo, em especial nos clubes europeus. Sua habilidade com a bola foi logo observada quando iniciava sua carreira no time de futebol local, o Andorinha. Um talento precoce que rapidamente foi reconhecido e, de forma meteórica, Cristiano Ronaldo no alto de seus 18 anos assina contrato com o clube inglês Manchester United. Uma carreira tão brilhante que em pouco tempo levou-o a ser considerado o melhor jogador de futebol do mundo pela FIFA e pela France Football em 2008, prêmio que já levou outras 4 vezes, um talento que faz torcedores e admiradores do futebol assistirem seus jogos em todos os cantos do mundo. Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro passou a chamar atenção no meio futebolístico como um dos jogadores mais completos do mundo e, embora não fosse ator ou presidente dos EUA, passou a ser tão conhecido quanto Ronald Reagan, ator preferido de seu pai e que lhe deu essa homenagem na ocasião de seu batismo. Considerada um jardim, a Ilha pérola do Atlântico tinha agora um motivo a mais para que seu nome fosse reconhecido internacionalmente, não só por sua exuberância e clima. É também a terra natal de CR7, um Madeirense cuja habilidade com a bola marcou sua presença nos gramados dos clubes, alcançando patamares incríveis e ajudando a divulgar ainda mais esse paraíso. Essa mesma ilha, considerada um dos melhores destinos turísticos do planeta, teve durante muito tempo uma dificuldade acentuada para receber seus visitantes. O aeroporto de Funchal está localizado numa parte da ilha que recebe com muita frequência ventos descendentes e ascendentes e, não raro, com rajadas de ventos laterais. Existem ocasiões em que após algumas tentativas de pouso os aviões são obrigados a alternar para outra cidade, como Las Palmas ou Lisboa, conseguindo pousar mais tarde na ilha, quando as condições climáticas voltam a ser favoráveis e seguras. Inaugurado em 1964, o aeroporto tinha originalmente uma pista com 1.600m de extensão, o que exigia muita habilidade por parte dos pilotos, com treinamentos específicos e total atenção às exigentes normas de segurança. Em 1977, um voo da empresa aérea portuguesa TAP fazia o percurso de Bruxelas a Funchal, com escala em Lisboa. Na ocasião era utilizado um Boeing 727/200 e que enfrentou dificuldades para pouso decorrentes de condições climáticas desfavoráveis. A chuva naquela noite levou os pilotos a duas tentativas de pouso, e com a confirmação de que o tempo havia melhorado, uma nova e última tentativa resultou num gravíssimo acidente na pista, ceifando a maior parte das vidas a bordo. Em 1986 a pista do aeroporto havia recebido mais 200m de extensão, mas já estava em curso um projeto de ampliação que ficou concluído em setembro do ano de 2000. A belíssima obra trouxe ao aeroporto uma pista com 2.781m, graças a lajes colocadas sobre o mar e com a sustentação de 180 pilares. Uma obra prima que recebeu o prêmio Nobel de engenharia, possibilitando pousos e decolagens de aeronaves de grande porte, como Boeing 747, entre outros. Uma ilha de porte recebe então um aeroporto digno para oferecer o máximo de segurança não só para seus habitantes, mas também a todos aqueles que continuam buscando esse destino turístico vindos de várias partes do mundo, para receber o carinho de seu povo, a excelência em gastronomia, a competência turística e hoteleira, a grandeza de suas levadas, sempre com a linda cor do atlântico que a rodeia. A terra de Cristiano Ronaldo resolve então fazer uma homenagem a seu filho ilustre. O futebol, tão bem representado por esse jogador que faz história, ficou também marcado, embora de forma diferente, pelo acidente ali ocorrido. Entre os passageiros estavam profissionais do Nacional e Barreirense, com sua equipe de arbitragem. O luto também atingiu o futebol da ilha naquele acidente de 1977. Coincidência ou não, hoje leva o nome de seu maior jogador. Assim, mesmo com a discórdia de alguns moradores, o aeroporto internacional da ilha da Madeira passou a se chamar Aeroporto Cristiano Ronaldo, desde o dia 29 de março de 2017. Uma ilha, um jogador de futebol e um aeroporto. Belíssima terra, excelente jogador, espetacular aeroporto. Uma terra de muitas histórias. Bordadas, construídas, reconhecidas e homenageadas. Sem dúvida, características que conferem a Portugal mais um importante gol na história e, como se diz no Brasil, um verdadeiro gol de placa. Bônus: Confira alguns dos poucos mais desafiadores já ocorridos no aeroporto que homenageia o "Robozão":
- Prêmio Científico para o ensino básico é renovado após distribuir mais de R$ 50 mil em prêmios
Após primeira edição exitosa em um ano conturbado, a benV 360 conquista a renovação dos direitos de realização do Prêmio de Incentivo ao Empreendedorismo Científico por no mínimo outras 3 edições. Os preparativos para a 2ª edição do prêmio já começaram. O prêmio idealizado pelo empreendedor e cientista Gabriel Estevam Domingos e realizado pela benV 360, começou a ser formulado entre agosto e setembro de 2020 e apesar de todos os percalços políticos, sociais, sanitários e econômicos que marcaram o ano, o prêmio superou a quantidade de inscrições esperadas, foram inscritos 104 projetos. O PIEC recebeu projetos de muita qualidade técnica, projetos bem desenvolvidos e orientados, vindos de todas as regiões do país. O projeto que a benV buscava: Recentemente a benV 360 conquistou um projeto de impacto socioeducativo e seja pela magnitude, seja pela nobreza da causa, foi o projeto mais desafiador de sua, ainda curta, história. Um prêmio feito para incentivar a prática científica nas escolas e reconhecer as melhores iniciativas no ensino científico. Foram dias de reuniões, buscas de referências, estudos de casos e a elaboração de um prêmio que fosse tão bom e desafiador como os prêmios que já existem, mas que tivesse vida própria e fosse diferente dos já existentes. Nasceu o Prêmio de Incentivo ao Empreendedorismo Científico, feito para premiar projetos desenvolvidos no ensino básico (ensino fundamental, médio, médio-técnico) permitindo a inscrição de crianças de 7 anos de idade, até jovens de 18 anos, com categorias que premiam o projeto mais promissor para o futuro (Futuro Brilhante), o projeto mais maduro para ganhar o mercado (Nova Realidade), ambos vencidos pelos "canudinhos biosustentáveis" desenvolvidos pelos estudantes da E.E.F Cosme Rodrigues de Sousa, de Carnaubal - CE e teve ainda a categoria que premia o projeto mais sustentável, aquele projeto que melhor representa os conceitos da economia circular e racionalização do uso de recursos (Consciência Circular), conquistado pela estudante Laura Nedel Drebes, estudante do IFRS de Osório - RS. Porém, é sabido que conhecimento não cai de árvore e os projetos não se desenvolvem por osmose. A categoria “Mestre Inspirador” reconheceu a energia empenhada pela professora Dionéia Schauren, a que nessa primeira edição foi a que melhor conseguiu inspirar seus estudantes a desbravarem as possibilidades da ciência. Foram reconhecidas: a escola que mais teve projetos inscritos adequados ao edital (Pomar Científico) e a escola pública com melhor desempenho na missão de incentivar a prática científica (Instituição Pública do Ano) nesse ano, ambas as categorias conquistadas pelo Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, de Toledo -PR. Escola em que a mestra inspiradora do ano leciona e inscreveu nada menos do que 10 projetos, o dobro de projetos do 2º colocado. Não foi esquecido nesse grande prêmio o papel do divulgador científico, homenageado na categoria “Jornalista do Ano” que esse ano reconheceu André Trigueiro pelo espaço que cede para divulgar a boa ciência e, principalmente, por sua incansável luta para denunciar os ataques que o Meio Ambiente tem sofrido ao longo dos últimos anos. Por fim, o 1º PIEC foi feliz em reconhecer que “a ciência acontece sobre o ombro de gigantes” que vieram antes, que desbravaram e desenvolveram conceitos e tecnologias largamente citadas e utilizadas nas pesquisas e descobertas atuais. Talvez você não consiga imaginar estudar sem internet e computadores, sem energia elétrica e isso acontece porque gigantes vieram antes, pavimentaram esse caminho que hoje permite um avanço contínuo em uma velocidade muito maior do que no passado. No Brasil, o professor José Goldemberg é um desses gigantes. Com imensa contribuição para o ambiente científico nacional, o PhD em ciências físicas pela USP foi o grande homenageado do ano, porque se queremos incentivar e inspirar os jovens a seguirem na ciência, devemos apresentar-lhes a melhor ciência. "A benV se enche de orgulho por receber tamanha confiança e ter a honra de realizar pelos próximos três anos um projeto com missão tão nobre. Que o PIEC seja para todos esses jovens participantes, tão importante em suas caminhadas, como tem sido para a caminhada da benV 360". Antônio Pedro - Dir. de Projetos da benV 360.
- Cinema&Sexo – Virgindade e o Amadurecimento Sexual
Cinema&Sexo é uma série especial de publicações da Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre a relação íntima que existe entre a sétima arte e o pecado da carne. A começar por esse texto e ao longo das próximas semanas, essa série mostrará como o cinema tem retratado o início da vida sexual, sexo a três, nudez, orgasmos, até temas mais delicados como estupros, prostituição e ninfomania. Se inscreva na newsletter, as próximas semanas prometem. A primeira vez é inesquecível, mas sexo é como vinho, melhora com o tempo... O primeiro beijo, seguido por aquele toque, aquela excitação que domina todo o corpo e quando você se dá conta, já foi, já aconteceu, você já teve a sua primeira vez, já era, não tem mais volta, você já perdeu a ‘sagrada’ virgindade. O cinema sempre relatou essa fase da adolescência com louvor, entre comédias e dramas, seguimos os protagonistas na corrida por sexo, o exemplo mais popular é o saudoso American Pie – A Primeira Vez é Inesquecível (Paul Weitz, 1999) – uma comédia pastelão das mais engraçadas que existem, o filme conta a história de quatro amigos heterossexuais e virgens, eles fazem um acordo: transar com alguém antes do baile de formatura – o filme trata o assunto de forma divertida e com muito humor; Superbad (Greg Mottola, 2007) segue uma linha parecida, só que ao contrário dos meninos descolados – ainda que atrapalhados –de American Pie, a turma de nerds tem poucos amigos e poucas chances de conseguir aquela primeira vez inesquecível. Indo para a linha de virgens incompreendidos e confusos, As Vantagens de Ser Invisível (Stephen Chbosky, 2012) vai por uma linha narrativa que segue Charlie (Logan Lerman), que acaba de chegar em uma nova escola e logo faz amizade com Sam (Emma Watson) e Patrick (Ezra Miller), não demora muito para que o recém-chegado se apaixone por ambos e fique confuso, tanto em decidir de quem gosta, como de com quem se relacionar. As Virgens Suicidas (Sofia Coppola, 1999) é talvez um dos filmes mais pesados sobre o assunto, o filme se passa em Michigan, nos Estados Unidos, uma cidade pequena e pacata, lá um professor de matemática, sua esposa e as cinco filhas, passam os dias como qualquer outra família, exceto pelo fato de que as cinco filhas são cobiçadas o tempo todo pelos garotos da cidade, é uma história trágica, sinal de que a primeira vez para alguns pode não ser tão boa e pode ser também, a última. O cinema também entende que perder a virginda não é tão simples quanto ir ao baile de formatura. O Virgem de 40 Anos (Judd Apatow, 2005) é um relato muito peculiar, Andy (Steve Carell) acaba de completar 40 anos de idade. Ele é financeiramente independente e tem uma vida boa, com a exceção de que ele ainda é virgem – pois é, perder a virgindade não é uma coisa simples, pode ser um problema pra muitos por uma série de fatores, como a timidez, falta de oportunidade e em alguns casos, algumas pessoas nem tem tanta pressa ou vontade, tudo é muito relativo, já para outros, a virgindade é um jogo e é apenas questão de tempo perde-la, essa é a trama de Segundas Intenções (Roger Kumble, 1999) filme que tem um teor sexual tão grande, mas que é capaz de deixar o espectador molhado. O cinema é uma arte e o sexo também, deixei o filme pioneiro sobre o assunto por último, A Primeira Noite de um Homem (Mike Nichols, 1967) foi o primeiro filme a tratar do assunto e escandalizou sua época. Na trama Benjamin (Dustin Hoffman) acaba de se formar na faculdade, nas férias ele acaba sendo seduzido pela Sra. Robinson (Anne Bancroft), uma atraente mulher de meia idade. O romance se estende por todo o verão, até que Ben se apaixona pela filha dela, Elaine Robinson (Katharine Ross), é um clássico, estrelado por Dustin Hoffman, filme que colocou o ator nos holofotes e ainda rendeu um Oscar de melhor direção para Mike Nichols e caso você nunca tenha ouvido falar, com toda certeza você já viu deveria assistir, nem que seja. TRANSEI ... E AGORA? O amadurecimento chega pra todos, mais cedo ou mais tarde, depois daquela fase da primeira vez, aquela fase em que só pensamos em transar feito loucos, todos dias, o fogo acaba abaixando, logo a gente prefere a qualidade do que a quantidade e claro, o cinema relatou isso perfeitamente – dois exemplos maravilhosos são Azul é a Cor Mais Quente (Abdellatif Kechiche, 2013), vencedor da Palma de Ouro, o filme segue Adèle (Adèle Exarchopoulos), uma adolescente que enfrenta os desafios diários da vida até conhecer uma garota de cabelos azuis que vai mudar tudo. Ela embarca em uma viagem de sexo e amadurecimento – uma obra-prima que mostra o amadurecimento pessoal e sexual com maestria. O outro é o igualmente maravilhoso Me Chame Pelo Seu Nome (Luca Guadagnino, 2017) que conta a história de Elio (Timothée Chalamet), um adolescente ainda imaturo, que está passando o verão na Itália com sua família, até que Oliver (Armie Hammer) aparece. Um homem mais velho que está ali para ajudar nas pesquisas do pai de Elio, mas eles acabam se envolvendo e um se vê obrigado a aprender com o outro, uma obra inigualável sobre amadurecimento. A segurança também faz parte do amadurecimento e quando falo de segurança, falo de saber o que se quer e do que gosta e saber encarar suas escolhas, é sobre isso que Shortbus (John Cameron Mitchell, 2006) fala, o filme é feliz em relatar as descobertas sexuais não tão convencionais da terapeuta Sofia Lin (Sook-Yin Lee) e seu marido, mas em hipótese alguma assista ao filme com crianças em casa, pois ele tem algumas cenas para lá de sexuais. Já Boogie Nights – Prazer Sem Limites (Paul Thomas Anderson, 1997) que conta a história de um adolescente superdotado – com pauzão, para ser mais claro – o amadurecimento dele é relâmpago, pois graças a “ferramenta” ele, ainda muito jovem, se torna a maior sensação da pulsante indústria pornô da Califórnia dos anos 70. O diretor Addellatif Kechiche, de Azul é a Cor Mais Quente, citado acima, é bastante sexual em seu trabalho e nos brinda com trabalhos como Mektoub, My Love: Canto Uno (Abdellatif Kechiche , 2017) que conta o amadurecimento sexual de Amin (Shaïn Boumedine), um roteirista de Paris que vai passar o verão na sua cidade natal no Mediterrâneo, lá ele reencontra seus amigos de infância e conhece pessoas novas, logo ele entra numa rede sexual, depois de muitos beijos, transas e muita paixão, Amin acaba amadurecendo. O sexo sempre foi presente no cinema e essa foi só a primeira parte do nosso especial sobre Cinema&Sexo, ainda abordaremos muitos assuntos como estupros, prostituição, ninfomaníacos, sexo a três, nudez frontal feminina e masculina, sexo explícito, pornô, sodomia e orgasmos, o negócio aqui vai esquentar muito. Me aguarde...
- Lista: 5 melhores filmes com cenas picantes
Tirem as crianças da sala, porque os filmes de hoje são quentes! O sexo é o limiar de todos nós, onde tudo começa e cá entre nós todo mundo transa, todo mundo trepa, todo mundo bota pra dentro ou deixa botar, a lista a seguir é só um aquecimento pra um especial sobre sexo e cinema que começa amanhã, lhes garanto que não deixarei ninguém isento, em algum momento você irá se excitar; ficará com aquela vontade de praticar o que existe de melhor no mundo, então chama a namorada ou namorado, ou aquele amigo ou amiga, tanto faz, escolham um filme da lista e deixa acontecer. Os filmes a seguir não são exatamente sobre sexo, mas que tem sexo como principal tema da narrativa. 5. Corrente do Mal (David Robert Mitchell, 2014) Esse é o melhor filme de terror que você vai assistir em muitos anos e sexo é essencial na trama horripilante da obra-prima de Mitchell. O filme conta a história de um grupo de adolescentes, entre eles está que, dia após dia frequenta a escola, namora e passeia na cidade, no entanto, depois de ela transar com um garoto qualquer, ela herda dele uma maldição que é transmissível as pessoas apenas pelo sexo. É um filmaço, daqueles de causar arrepios, calafrios e tremores, como mencionei, o melhor terror da década passada. Onde assistir: Amazon Prime 4. De Olhos Bem Fechados (Stanley Kubrick, 1999) O último e derradeiro filme do mestre Stanley Kubrick, que cá entre nós, era um diretor safado. Em quase toda sua obra existem momentos sexuais muito picantes. Em seu último filme Kubrick se libertou. Alice (Nicole Kidman), uma mulher charmosa e casada, admite para seu marido ter fantasias sexuais com um estranho, o marido, Bill (Tom Cruise) fica obcecado com a ideia e descobre uma espécie de seita sexual. Os momentos da seita são maravilhosamente tensos, há sexo para todo lado, com uma trilha sonora capaz de fazer você desistir do filme, ou não. Onde assistir: HBO Go 3. Ninfomaníaca – Vol 1 & 2 (Lars Von Trier,2013) O diretor Lars Von Trier (Dançando no Escuro, Dogville) é um daqueles diretores ame ou odeie. Sádico, em toda sua obra existe uma tensão, ele também é conhecido por sua personalidade peculiar, se você conhece o nome, sabe que ele está sempre envolvido em alguma polêmica. Ninfomaníaca por si só já era polêmico. O filme conta a história poética e erótica de Joe (Stacy Martin e Charlotte Gainsbourg), desde o seu nascimento até o seu autodiagnóstico da condição de ninfomaníaca. Se você for assistir ao filme, te aconselho seriamente que tire as crianças e adolescentes da sal... quer dizer, da casa. Onde assistir: Telecine Play 2. Shame (Steve McQueen, 2011) O famoso frontal de Michael Fassbender foi aqui. O ator interpreta Brandon, um cara atraente, independente, de Nova York que transa com uma pessoa diferente a cada dia, entre mulheres e homens, ele precisa transar, ele precisa sentir o líquido sendo expelido do seu pênis, até que ele se dá conta de que tem um problema e que precisa de ajuda. De quebra ele ainda precisa lidar com Sissy (Carey Mulligan), sua irmã com tendências suicidas . Onde assistir: Net Now 1. Boogie Nights – Prazer Sem Limites (Paul Thomas Anderson, 1997) O queridinho dos críticos, cinéfilos e uma grande fatia do público, Paul Thomas Anderson, começou a traçar seu caminho no cinema. O filme conta a história de Eddie Adams (Mark Wahlberg em sua melhor atuação, deu água na boca só de lembrar) um garoto qualquer que trabalha como garçom em um clube em meados dos anos 70, até que o diretor da indústria pornográfica, Jack Horner (Burt Reynolds), descobre que Eddie é “superdotado” e o contrata e o transforma na super astro pornô, Dirk Diggler, o resto vocês descobrem por si só. Onde assistir: Vivo Play
- Critica – Dom (Breno Silveira, 2021 - 1ª Temporada)
A trajetória real de um garoto mimado que só tinha uma coisa na mente: Cheirar até a última cocaína do mundo. As plataformas e os produtores têm investido muito em séries “estrangeiras” e quando digo isso, estou falando de séries não americanas, o mercado está aquecido e o público procurando por culturas diferentes, dito isso, a Amazon entrou no jogo e produziu a primeira série brasileira do seu catálogo, baseado no livro de mesmo nome “Dom”, de Tony Bellotto – a série conta a história real de Pedro Machado Loba Neto, para os amigos Pedro Dom, para a mídia e polícia “O Bandido Gato” que aterrorizou prédios e casas da alta sociedade fluminense no início dos anos 2000. Pedro Dom, ou, simplesmente, Dom (Gabriel Leone), chame como quiser, era um garoto normal, branco, louro de olhos azuis e que se viciou em cocaína quando era muito jovem, em uma “brincadeira” com o amigo Lico (Ramon Francisco). Para sustentar seu vício, ele usou sua cor ao seu favor. O garoto utilizava o racismo estrutural para entrar em qualquer lugar e ele geralmente conseguia. Entrava em condomínios fechados e prédios de luxo de Copacabana, Leblon e toda aquela área nobre, saindo das residências apenas depois de encher as malas com dólares, joias e aparelhos eletrônicos e tudo que conseguia carregar, foi assim que ele fez fama e atraiu toda a polícia para seu encalço. A série criada e dirigido por Breno Silveira, diretor de 2 Filhos de Francisco, mostra tudo, não deixa passar nada, mas o que o diretor realmente queria, era mostrar como Pedro chegou naquela situação deplorável. Para isso, a série passa por três tempos: O Pedro Dom adulto bandido, o Pedro criança e o Pedro adolescente, quando ele começa a usar cocaína e roubar objetos da própria casa para manter seu vício; complementa com a história do seu pai, Victor Dantas. Policial que sempre foi determinado em acabar com o mundo das drogas. Coincidência é o que alguns diriam, eu chamaria de sina. A série pode parecer que conta a história de um criminoso, afinal de contas, é o que o público brasileiro gosta de assistir, mas o foco aqui são os problemas sociais, o tráfico de drogas e mais uma vez, igual vemos todos os dias no jornal, que a nossa polícia é corrupta, despreparada e violenta. Os problemas da série são os mesmos de sempre, a direção tem uma esquizofrenia aqui e outra ali, com cenas desnecessárias e que não fazem a menor diferença, além, é claro, dos problemáticos diálogos carregados de palavrões usados incorretamente, nem aqui e nem em outra época as pessoas falam daquela maneira — e sei do que estou falando—, mas como entretenimento ela até funciona, o elenco encabeçado por um Gabriel Leone que esbanja charme e talento; Flávio Tolezani está um pouco acima de tom, mas mostra com certa facilidade a relação entre pai e filho, o amor incondicional e cego, os adolescentes estão ótimos também – aliás, metade do elenco da série pode ser vista na Malhação – mas, como nenhuma série brasileira sai ilesa, os policiais carregam toda a parte caricata e carregada da série, a pior parte da série, junto com os palavrões. O público gostou. Como mencionei, os produtores sabem o que o brasileiro gosta de assistir, um elenco charmoso, os bailes do morro, muita droga e sexo, uma história realista, uma câmera na mão que deixa as coisas ainda mais reais. É tudo o que o público gosta e quer assistir, como entretenimento é muito valido. Por fim, a última cena foi um gancho para os próximos capítulos, agora é só questão de tempo até que ela seja renovada para uma segunda temporada. Onde assistir: Amazon Prime
- Lockheed Constellation - O golfinho voador
Em plena década de 40 surge o "Golfinho Voador", O Connie, um avião memorável que ganhou o mundo. Estar hoje numa sala de embarque de qualquer aeroporto do mundo é um espetáculo, até mesmo para aqueles que são mais apaixonados por carros ou outro meio de transporte. As vidraças mostram uma verdadeira passarela de aviões que chegam e saem a todo instante e é mesmo interessante ver, não só os tipos de aviões, mas também suas cores, tamanhos, aerodinâmica... Com o passar dos anos as empresas fabricantes foram aprimorando seus modelos para que ficassem maiores, com maior capacidade de alcance, transporte de passageiros e carga, garantindo segurança e conforto para alcançar pontos distantes do globo, na maioria das vezes, sem a necessidade de uma escala técnica para reabastecimento. Assim, os aeroportos hoje são capacitados para receber aeronaves modernizadas com dois ou mais motores, de diferentes bandeiras e tamanhos e enchem os olhos de quem está numa dessas salas à espera de seu voo. É mesmo um espetáculo observar seus movimentos, incluindo pousos e decolagens. Fosse possível hoje uma antiga aeronave aparecer num desses aeroportos, certamente teria todas as atenções voltadas a ela. A fabricante norte americana Lockheed utilizou todos seus esforços com engenheiros, matemáticos, mecânicos, físicos, químicos e designers, além de outros profissionais para lançar uma aeronave quadrimotor (quatro motores) com uma fuselagem que lembrava um golfinho. O Constellation, ou Super Constellation, recebeu o apelido de Connie e teve uma campanha publicitária que incluiu grandes atores da época, convidados a voar naquele que seria um dos mais charmosos aviões até então construído. Isso tudo na década de 1940. Previamente elaborada para atender necessidades militares, a aeronave demonstrou um bom desempenho e não demorou muito para empresas aéreas da época, como a Trans World Airlines – TWA, começarem a investir nesse projeto junto à Lockheed para garantir uma modernização de sua frota, de modo a atender as crescentes necessidades da época, em especial dentro dos EUA, país de dimensões continentais e distâncias consideráveis de costa a costa, de leste a oeste. Passou a ser o primeiro controle de voo com auxílio hidráulico do mundo, numa fuselagem curva totalmente desenvolvida para receber hélices de 4,62m de diâmetro e, em consequência do turbilhonamento gerado pelas mesmas, mantinha uma sessão de ré curvada para cima, com cauda tripla. Elegante e poderoso, o Constellation surgiu como primeiro avião pressurizado do mundo, tornando as viagens aéreas mais acessíveis e mais agradáveis, passando a servir várias empresas dos EUA e da Europa. O Brasil, que na época tinha empresas como a Real Aerovias e Panair, além da própria Varig, passou também a utilizar esses aviões nas suas viagens domésticas e intercontinentais, alcançando lugares distantes do globo num tempo mais curto. Não demorou muito para que alguns recordes fossem estabelecidos pelo Super Constellation, o Connie. O primeiro deles em 1944, com um voo da Califórnia a Washington num total de 6 horas e 47 minutos, com uma velocidade média de 532 km/h. Alguns anos depois, em 1957, o Super Constellation já estava com sua versão mais alongada, recebendo a designação L1649A e, na ocasião voou de Londres a San Francisco em 23 horas e 19 minutos, com uma velocidade média de 369 km/h. Este novo recorde permanece nas mãos da Lockheed até hoje, uma vez que os atuais modelos conseguiram voar 22 horas e 44 minutos, como aconteceu com o Boeing 777, um bimotor em operação desde 1995. Os charmosos Connies transportavam de 95 a 107 passageiros com uma capacidade de carga de 29.620kg e apesar de apresentarem problemas nos motores, principalmente no que diz respeito a fogo, voaram por aproximadamente 40 anos. A Varig, por exemplo, voava com essas máquinas de Buenos Aires a Nova Iorque, com escalas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belém e Santo Domingo, na República Dominicana. Considerando os percursos longos, a fuselagem alongada da aeronave permitia fornecer um bom conforto a bordo, com poltronas mais espaçosas e inclusive alguns leitos, para que passageiros pudessem descansar durante a viagem. Por volta dos anos 60 começaram a surgir os aviões a jato, como o Boeing 707, Convair 880 e Douglas DC8, deixando esse queridão dos ares obsoleto para os concorrentes mais modernos. Com o advento dessas novas aeronaves, os Super Constellation começaram a perder espaço nas rotas internacionais, inevitavelmente supridas por jatos mais rápidos e com maior alcance e passaram a operar apenas em rotas domésticas, tanto nos EUA quanto em outros países, até que efetivamente saíram de cena. Em 1967 fizeram seus últimos voos com passageiros e, um ano depois encerraram suas operações, também na modalidade cargueiro. Ainda hoje existem algumas aeronaves remanescentes que eventualmente fazem voos com apreciadores e estudiosos da aviação, trazendo a esse público toda a experiência de como era voar a bordo dos golfinhos, dos Connies, do Super Constellation. Sem dúvida seria um show à parte poder presenciar aeronaves desse tipo e porte hoje, em contraste com as modernas aeronaves que circulam pelos aeroportos, como é o caso do Airbus A380 e Boeing 777, entre outros. Uma evolução dentro da indústria aeronáutica, mas sem perder todo charme e beleza desses que antecederam e ajudaram na evolução das aeronaves. Um dos últimos Lockheed Super Constellation remanescentes no mundo, apresentando um clássico problema de seus motores, o incêncio.
- Mais CPI e menos voluntarismo
Na ausência da oposição, resistência racional dependeu de Omar Aziz. Abandonado a própria sorte pela ala opositora, o plenário do senado virou o picadeiro de um verdadeiro circo de horrores. É compreensível que pessoas que prezam pela ciência, sejam intolerantes àqueles que a negam, porém, uma vez elevados a um palanque de afirmações absurdas, é um dever cidadão, uma obrigação moral, enfrentá-los no campo das ideias. É necessário contrapor e desconstruir racionalmente cada um dos discursos absurdos proferidos, exatamente no tom usado pelo Senador Otto Alencar em resposta aos aparentes devaneios da dra. Nise Yamaguchi sobre um assunto que sequer são a especialidade dela. É de fato, extremamente cansativo e, intelectualmente, desgastante ouvir tantas afirmações estapafúrdias na direção oposta ao que vem sendo contemplado pela boa ciência, absurdos como os que o Dr. Ricardo Zimerman falou sobre eventuais riscos sobre o isolamento social, prontamente desconstruídos pelo presidente da sessão, o senador Omar Aziz. A oposição esvaziou a sessão, simplesmente não compareceram ao plenário, nem se inscreveram para fazerem perguntas aos convidados. Na mesma linha, o sen. Renan Calheiros abriu a sessão, mas de largada disse que se recusaria a interrogar pessoas que não tinham compromisso com a verdade, eram apenas convidados para esclarecimentos sobre protocolos de tratamento precoce e uso de medicamentos questionados como inúteis e perigosos no tratamento contra a covid. Sobrou para o Senador Omar Aziz o bom senso de estabelecer um mínimo contraponto possível dentro das informações que a essa altura ele já tem domínio. Logo no início da sessão, com dados estatísticos sobre o seu estado, o Amazonas, demonstrou que as “teses” do médico sobre o isolamento social eram inconsistentes e assim, mostrou que o oceano de absurdos encontraria alguma fronteira. Sem titubear, Aziz, que perdeu seu irmão para a pandemia, também protagonizou outro momento muito interessante durante a CPI. Quando os médicos convidados foram perguntados pelo senador governista, Eduardo Girão, se tinha conflitos de interesse político ou econômico, ambos responderam prontamente que não tinham nenhum conflito de interesse político nem econômico, mas o presidente da sessão interrompeu: “Eu vi uma matéria ontem, os senhores são assessores da OEA? O médico pesquisador, Zimerman, iniciou uma resposta: “Na verdade, o que aconteceu foi um convite para fazer uma análise referenciada em questão de biossegurança, como vacina por exemplo. Um convite que me honra...” Interrompendo, o sen. Omar pergunta para o médico Francisco Alves, que responde prontamente que “sim”. O senador então se vira para Ricardo e pergunta: “Convidado pelo Weintraub?” Ricardo: “Sim”. Sen. Omar, voltado para Requião reforça: “Não tem conflitos de interesse; foi convidado pelo Weintraub, cujo irmão fazia parte daquele Ministério Paralelo (referência ao grupo de médicos que aconselhavam Bolsonaro sobre a condução da pandemia, fora da agenda oficial do Ministério da Saúde) foi pedido para que ele fizesse um estudo, sobre o uso da cloroquina, pelo próprio presidente, não dito por mim, dito pelo Arthur (Weintraub), irmão do ex-ministro da educação” Apesar de não indicar isso com todas as palavras, para bons entendedores basta perceber que Ricardo Zimerman teve vantagens financeiras, na importância de R$ 10 mil reais, como ele mesmo confirmou posteriormente na mesma sessão, em posição de prestígio em uma organização internacional, a OEA, convidado pelo irmão daquele que será investigado como um dos líderes do “gabinete paralelo”. Há conflitos de interesse? Conclua você, caro leitor. Infelizmente, com a ausência da oposição, os governistas manobraram o debate invertendo a ordem do questionamento. Muito se bateu na tecla de que os tratamentos médicos, nem sempre possuem o padrão ouro de estudos (duplo cego, randomizado controlado com placebo etc.), entretanto o ponto nunca foi esse, o problema é que depois que se conseguiu um estudo de padrão ouro afirmando a ineficiência de um medicamento como a cloroquina/hidroxicloroquina, o uso deveria ter sido suspenso para evitar os efeitos colaterais, já que não contribuíam em nada para a efetiva melhora dos pacientes. Em outra boa intervenção do sen. Omar Aziz, ele aproveitou a fala do médico que prestigiava a hidroxicloroquina como uma opção mais eficiente e segura, em relação a cloroquina, para informar, algo muito relevante. O Governo Federal não distribuiu a hidroxicloroquina, elogiada e defendida pelo médico. Ao contrário, o governo encomendou ao exército foi a cloroquina que apresenta maior toxidade e risco efeitos colaterais muito mais graves. Ou seja, utilizando uma “precisão judoca”, Aziz usou o peso da fala de médicos pró-governo, contra as ações do próprio governo. Se tratamentos funcionam ou não, é outro debate, não cabe a esse editorial analisar. Pesquisadores e seus pares estão debatendo e chegando a conclusões e essas conclusões precisam ser debatidas, mas com um plenário esvaziado pela oposição, não há contraponto, não há debate, não há argumentação possível. Entendo que convidados em rede nacional, em uma sessão transmitida ao vivo, sem necessidade de falar a verdade, não é razoável, mexe com eventuais vaidades, compromissos e oportunidades. Não é bom para a CPI, não é bom para o país, não é bom para ninguém e muito menos para o debate, mas uma vez ocorrido, o debate não pode ser esvaziado por um lado, sob o risco de discursos errôneos repercutirem sem nenhuma oposição, sem reação. Ontem, 19 de junho, milhares de pessoas foram às ruas, a despeito da pandemia, da 3ª onda e do risco iminente da difusão das novas variáveis do vírus. Com muito voluntarismo, líderes ocuparam microfones com discursos inflamados e dispersos que vão desde o impeachment, mesmo que todos saibam que é pouco provável que aconteça em tempo hábil para controlar a pandemia ou melhorar algo já que câmara e senado estão regados de emendas parlamentares; com muita força também ecoam gritos e cartazes pedindo a vacinação da população, algo que daqui para frente acontecerá por osmose, já que os governadores já entenderam a importância, ainda assim, matematicamente falando, o tempo necessário para vacinar 70% da população, é um tempo que implica em mais algumas dezenas de milhares de mortes; e pedem pelo aumento do auxílio emergencial. Esse voluntarismo de juntar as massas e provar que o bom senso está mais mobilizado que os "motoqueiros fantasmas" comparando fotos, além de ocupar um espaço precioso do debate, ainda desvia a atenção da única saída plausível, viável e humana. Em uma pandemia tão grave talvez não fosse o melhor momento para esses protestos acontecerem, mas já que estão acontecendo, o único grito razoável e capaz de salvar vidas no curto prazo e melhorar a situação epidemiológica é o grito por lockdown, por um fechamento completo das cidades, com grande ampliação do auxílio emergencial para suportarem as famílias por um período considerável. Qualquer ação diferente do auxílio emergencial digno e do lockdown, é puro voluntarismo eleitoral, o momento exige parar tudo, não mobilizar massas para um passeio no sábado nublado.
- ESPECIAL: Telas BR - Séries Brasileiras
Apesar dos grandes clássicos nacionais, roteiristas e produtores precisam entender que o público está mais crítico, exigente e disposto a trocar de canal. TELAS BR é uma série especial de publicações da Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre o mundo audiovisual brasileiro, de 1990 a 2021; Capítulo 01: Telas BR: Panorama do cinema brasileiro - Parte 01 (anos 90 e 2000) Capítulo 02: Telas BR: Panorama do Cinema Nacional – parte 02 (anos 2010) Capítulo 03: Telas BR: A Indústria Noveleira Nacional – (anos 90, 00 e 2010) Capítulo 04: Telas BR: Um vício chamado Reality Show – (anos 2000 e 2010) O Brasil, por muitos anos, foi refém das, ainda amadas, telenovelas. Dia após dia, semana após semana, mês após mês, capítulo após capítulo, as novelas dominaram o repertório de entretenimento televisivo, naturalmente. Se voltarmos alguns anos, se quiséssemos entretenimento, teríamos de estar em casa na hora exata do programa, caso contrário, “cada um com seus problemas”. Agora, com tantas plataformas, as novelas ficaram menos atrativas e mesmo com a tentativa da Globo de colocar clássicos no seu repertório, o público definitivamente não quer ficar longos meses numa mesma história, o negócio agora é entretenimento rápido e de qualidade, mais conhecidas como séries. A Globo durante anos também dominou o setor de séries e algumas delas se tornaram verdadeiros clássicos, a maioria delas comédias como A Grande Família (72 – 75 | 2001 – 2014), Os Normais (2001 – 2003), Sob Nova Direção (2004 – 2007), os clássicos Sai de Baixo (1996 – 2002 | 2013) e Toma Lá Da Cá (2007 – 2009). Uma que marcou a pessoa que vos fala foi a saudosa A Diarista (2004 – 2007), com a maravilhosa Claudia Torres que interpretava a, hilariante, Marinete, Dira Paes na eterna Solineuza e toda trupe de faxineiras. Porém, conforme os anos foram passando, a qualidade das séries do canal foi piorando cada vez mais, só para relembrar alguns exemplos Pé na Cova (2013 – 2016), Mister Brau (2015 – 2018) e Chapa Quente (2015 - 2016) foram fiascos não só de audiência como de critica. Os dramas por outro lado se saíram melhor do que a encomenda, mas nem sempre. Sob Pressão (2017 – presente) foi um sucesso de critica e público, Som & Fúria (2009), dirigida por Fernando Meirelles também. A Globo investiu grandes somas na primeira série de terror e fez um grande estardalhaço na divulgação elevando as expectativas do público, mas o público já era exigente demais e a série foi um grande fiasco, falo de Supermax (2016), o mesmo vale para Vá de Retro (2017). O núcleo de atores da emissora também rendeu ótimos projetos, entre comédias e dramas como Os Aspones (2004), As Cariocas (2010), As Brasileiras (2012) e Os Experientes (2015), todas elas com grande elenco e contando as mais variadas histórias a cada episódio. Se o elenco praticamente salvava essas séries, nem mesmo grandes nomes foram o suficiente pra outras como Força Tarefa (2009 – 2010) e A Teia (2018 – 2019), por exemplo, que tinham “protagonistas de nome” mas ficava só nisso mesmo. Os serviços, as plataformas digitais, a variedade e a qualidade são exigências básicas do público, ainda falando da Globo e seu Globo Play, tem investido pesado, não só em séries estrangeiras como na produção de séries originais e vou te falar que algumas delas, são muito boas, a mais recente Onde Está Meu Coração? (2021) foca em um assunto espinhosos, atuações acima da media e por ai vai, outra igualmente atraente é Sessão Terapia (2012 – presente), pra quem gosta de séries mais longas e sem muita ação, fica a dica. Seguindo na linha contrária da palavra qualidade, temos as séries da Netflix e, acredite, não tem uma que seja no mínimo decente. Sintonia (2019 – presente) é uma das piores séries que existem, tudo ali é ruim. O elenco, o roteiro, a direção, mais uma série nacional que não deve ter vida longa. O Escolhido (2019 – presente), uma série difícil de assistir, bem como, Boca a Boca (2020 – presente), Spectros (2020). Já "3%" fez sucesso por algum tempo, mas não resistiu a bolha do cancelamento assim como a polêmica O Mecanismo (2018), de José Padilha que rendeu discussões fervorosas entre o público, mesmo público que apesar de notar a qualidade técnica não abraçou a ideia de Coisas Mais Linda (2019 – presente). A Amazon Prime ainda está no início das produções nacionais, mas já sacou o que o público brasileiro e gosta e a mais recente produção da plataforma Dom (2021) tem atraído ótimos comentários. Se por um lado a Netflix não acertou uma bola dentro até agora, por outro, Feras (2019) da MTV é uma obra-prima de televisão recente, com um elenco primoroso, um roteiro minuciosamente pensado para abordar, de forma delicada, assuntos como o amor, sexo, relacionamentos rápidos — ou duradouros — com pessoas mais velhas, com pessoas mais jovens, alcoolismo e drogas. De longe a melhor série nacional que já foi feita e está disponível na Globo Play. O público está cada mais vez mais exigente, mas se as produções nacionais continuarem com essa mania incansável do excesso de palavrões – e esse não é o real motivo, fato é que os diálogos são boa parte dos problemas das produções nacionais – câmeras lentas e outros tiques batidos, de verdade a tendência é só piorar.
- LISTA – 5 Melhores Musicais do Século (até agora)
Lista para você se aquecer, o segundo semestre trará pelo menos 10 musicais. Ah os musicais, como eles são lindos. Fazem parte da nossa história, meus olhos ficam ternos em uma série de músicas clássicas Somewhere Over the Rainbonw, Life is a Cabaret entre outras que ecoam na minha mente quando me lembro de alguns dos maiores clássicos que o cinema já fez, afinal de contas, quem nunca quis sair por aí cantando loucamente com coreografias aeróbicas? O musical é um gênero muito delicado e na grande maioria dos casos é 8 ou 80, ame ou odeie, tudo depende muito da história que as músicas vão contar. Eu mesmo tenho ojeriza de alguns, mas sou loucamente apaixonado por outros, o que quero dizer é: O musical é um gênero que não deixa ninguém no meio termo, é também um gênero que no final dos anos 90 e começo dos anos 2000 era dado como morto, vez ou outra, algum diretor ousava dirigir um. Eu entendo, é um gênero muito mais trabalhoso que qualquer outro e esse é só um dos motivos para eu amar tanto. O ano de 2021 será um dos grandes, quase uma dezena de musicais estão programados para estrear ainda esse ano, além de Em um Bairro de Nova York, ainda teremos a estreia de Lin-Manuel Miranda na direção com tik, tik ... Boom!, a volta de Leos Carax na abertura do Festival de Cannes com Annette, uma outra versão de Cinderela (Kay Cannon) e a refilmagem de Amor, Sublime Amor, por Steven Spielberg. A lista a seguir é pra você se inspirar e se preparar pra avalanche de musicais que está por vir, eu só considerei musicais do ano 2000 pra cá, caso contrário a lista seria inteira com os filmes do mestre Bob Fosse Cabaret (1972), All That Jazz (1979) e alguns clássicos como O Mágico de Oz (Victor Fleming, 1939) e Cantando na Chuva (Gene Kelly e Stanley Donen, 1954) – pensando também no leitor, esses são musicais mais ‘acessíveis’, então prepara o gogo, as pernas, porque eles, com certeza, farão você sair cantando e dançando pela sala. Só mais uma coisa, filmes sobre música, não são musicais, então se você não encontrar o filme do seu grupo favorito como Bohemian Rapsody (Bryan Singer e Dexter Fletcher, 2019) — filme sobre a trajetória da banda Queen—, por exemplo, provavelmente é porque ele é um filme sobre música, não um musical. 5. Chicago (Rob Marshall, 2002) Se não fosse por Bob Fosse, nome que mencionei acima, o vencedor do Oscar de melhor filme em 2002 nem existiria, era para o mestre dirigir o filme, mas ele acabou falecendo muito antes. O filme narra as travessuras de Roxy (Renée Zellweger), uma aspirante a atriz e cantora que vai parar na cadeia depois de matar seu marido. O filme tem músicas maravilhosas como All That Jazz e coreografias insanas como a cena das celas. Onde assistir: Claro Video 4. Os Miseráveis (Tom Hooper, 2012) O clássico da literatura de Victor Hugo já foi parar nas telas do cinema incontáveis vezes e em vários países. Mas até então ele não tinha uma adaptação musical, um musical inteiramente cantado, ou seja, não tem diálogos, é música o tempo inteiro e, o filme, possui nada menos que 2h40min. O filme conta a história de Valjean (Hugh Jackman), um ex-prisioneiro que, ao longo de décadas foge do impiedoso Javert (Russell Crowe) – Um filme para quem tem paciência, porque, sim, precisa, é um filme incrível e ainda tem a clássica cena com a canção “I Dreamed a Dream”. Onde assistir: Amazon Prime Vídeo 3. Dreamgirls (Bill Condon, 2006) Beyonce já era uma estrela quando foi convidada para estrelar o musical de Bill Condon, mas ainda não tinha todo o prestígio que tem atualmente. Você com certeza já ouviu alguma vez a canção “Listen” na voz da maravilhosa, o filme foi o mais indicado ao Oscar em 2006, recebeu 9 indicações e conta a história do trio Effie White (Jennifer Hudson), Deena Jones (Beyonce) e Lorrell Robinson (Anika Noni Rose) e suas carreiras através do “Soul” – o filme marca também a primeira e única – claro – indicação de Eddie Murphy ao Oscar. Onde assistir: Netflix 2. Moulin Rouge - Amor em Vermelho (Baz Luhrmann, 2001) Se essa lista fosse sobre “espetáculos visuais” com certeza a obra-prima de Lurhmann estaria em primeiro, não existe nada mais grandioso, espalhafatoso e histérico. Aliás, essa é a melhor palavra para definir essa história de amor: histerismo. O filme conta a história do poeta Christian (Ewan McGregor) que é rapidamente seduzido pelo mundo de amor, sexo e figurinos – uma grande releitura, com canções previamente existentes, filmaço! Onde assistir: Disney Plus 1. La La Land (Damien Chazelle, 2016) O musical é uma obra-prima moderna, tanto por conta dos números fabulosos, quanto dá química impecável do casal de protagonistas e as músicas de fácil acesso. Chazelle sabe o que faz quando tem a música como seu principal foco. A direção é primorosa, o excesso de planos sequência mostra o quanto o diretor é talentoso, sem contar a nostalgia que o filme passa. É imensa! - estava me sentindo em um cinema nos anos 50 quando assisti na estreia. Gosling e Stone estão ótimos, não há o que reclamar, é tudo perfeito e eu ainda prefiro a canção "Audition" do que "City of Stars" - linda, maravilhosa é inesquecível homenagem a Hollywood e aos eternos musicais. Onde assistir: Telecine Play