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Critica – Dom (Breno Silveira, 2021 - 1ª Temporada)

A trajetória real de um garoto mimado que só tinha uma coisa na mente: Cheirar até a última cocaína do mundo.

Lico (Ramon Francisco), Jasmin (Raquel Villar), Armário (Digão Ribeiro), Pedro Dom (Gabriel Leone) e Viviane (Isabella Santoni).

As plataformas e os produtores têm investido muito em séries “estrangeiras” e quando digo isso, estou falando de séries não americanas, o mercado está aquecido e o público procurando por culturas diferentes, dito isso, a Amazon entrou no jogo e produziu a primeira série brasileira do seu catálogo, baseado no livro de mesmo nome “Dom”, de Tony Bellotto – a série conta a história real de Pedro Machado Loba Neto, para os amigos Pedro Dom, para a mídia e polícia “O Bandido Gato” que aterrorizou prédios e casas da alta sociedade fluminense no início dos anos 2000.


Pedro Dom, ou, simplesmente, Dom (Gabriel Leone), chame como quiser, era um garoto normal, branco, louro de olhos azuis e que se viciou em cocaína quando era muito jovem, em uma “brincadeira” com o amigo Lico (Ramon Francisco). Para sustentar seu vício, ele usou sua cor ao seu favor. O garoto utilizava o racismo estrutural para entrar em qualquer lugar e ele geralmente conseguia. Entrava em condomínios fechados e prédios de luxo de Copacabana, Leblon e toda aquela área nobre, saindo das residências apenas depois de encher as malas com dólares, joias e aparelhos eletrônicos e tudo que conseguia carregar, foi assim que ele fez fama e atraiu toda a polícia para seu encalço.


A série criada e dirigido por Breno Silveira, diretor de 2 Filhos de Francisco, mostra tudo, não deixa passar nada, mas o que o diretor realmente queria, era mostrar como Pedro chegou naquela situação deplorável. Para isso, a série passa por três tempos: O Pedro Dom adulto bandido, o Pedro criança e o Pedro adolescente, quando ele começa a usar cocaína e roubar objetos da própria casa para manter seu vício; complementa com a história do seu pai, Victor Dantas. Policial que sempre foi determinado em acabar com o mundo das drogas. Coincidência é o que alguns diriam, eu chamaria de sina.

O elenco mirim deu conta do recado e entregou boas atuações | Em cena: Pedro adolescente (Guilherme Garcia) e Lico adolescente (Mc Caverinha)

A série pode parecer que conta a história de um criminoso, afinal de contas, é o que o público brasileiro gosta de assistir, mas o foco aqui são os problemas sociais, o tráfico de drogas e mais uma vez, igual vemos todos os dias no jornal, que a nossa polícia é corrupta, despreparada e violenta.


Os problemas da série são os mesmos de sempre, a direção tem uma esquizofrenia aqui e outra ali, com cenas desnecessárias e que não fazem a menor diferença, além, é claro, dos problemáticos diálogos carregados de palavrões usados incorretamente, nem aqui e nem em outra época as pessoas falam daquela maneira — e sei do que estou falando—, mas como entretenimento ela até funciona, o elenco encabeçado por um Gabriel Leone que esbanja charme e talento; Flávio Tolezani está um pouco acima de tom, mas mostra com certa facilidade a relação entre pai e filho, o amor incondicional e cego, os adolescentes estão ótimos também – aliás, metade do elenco da série pode ser vista na Malhação – mas, como nenhuma série brasileira sai ilesa, os policiais carregam toda a parte caricata e carregada da série, a pior parte da série, junto com os palavrões.


O público gostou. Como mencionei, os produtores sabem o que o brasileiro gosta de assistir, um elenco charmoso, os bailes do morro, muita droga e sexo, uma história realista, uma câmera na mão que deixa as coisas ainda mais reais. É tudo o que o público gosta e quer assistir, como entretenimento é muito valido. Por fim, a última cena foi um gancho para os próximos capítulos, agora é só questão de tempo até que ela seja renovada para uma segunda temporada.


Onde assistir: Amazon Prime

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