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  • Domingão com Huck é um livramento para o país

    Após flertar com partidos e figuras políticas, Luciano Huck comandará os domingos da Globo. Luciano Huck é mais ou menos como o Corinthians, time pelo qual ele torce, ou se ama, ou se odeia, nas redes sociais, principalmente depois da corrida eleitoral de 2018, quando o apresentador chegou a ser ventilado como um candidato de 3ª via, não há opiniões médias sobre o apresentador, para o grande público nas redes sociais ou ele é “um capitalista ganancioso” ou “um cara muito bacana que é uma opção para tudo que está aí”... Um possível salvador da pátria. Não é para menos, Luciano Huck está há 21 anos na globo, a emissora de maior audiência e foi a grande aposta para o futuro que a Globo fez, talvez a única aposta pensando em uma grade sucessória, pois pode não parecer, mas os ídolos não são eternos. O primeiro grande desfio da emissora foi a saída de Jô Soares, que para o alívio da emissora não foi para concorrência, já que a emissora até hoje não encontrou ninguém com a competência e carisma do Jô, um grande entrevistador. Agora, Faustão vai para a Band e a sucessão óbvia, Luciano Huck é alçado ao cargo de “dono do domingo”. Uma troca esperada para o fim do ano que precisou ser antecipada por alguma rusga entre Faustão e Globo que ainda não ficou muito clara. Luciano é o que é, muito longe da figura popular do cronista esportivo, carreira inicial de Faustão, Huck é o boy, o clássico boy que teve muitas oportunidades e sejamos sinceros, conseguiu aproveitar. Hoje, com a imagem de um pai de família sério, que patrocinado pelo maior banco do país entra na casa de pessoas paupérrimas e realmente muda a vida dessas pessoas, talvez nos esqueçamos, mas Luciano evoluiu muito. No começo da carreira, ele era um garotão entusiasmado cercado de personagens sexys e assistentes de palco com pouquíssima roupa, talvez influenciado pelo padrasto Márcio Escobar, ex-diretor de redação da extinta revista Play Boy. Não notar essa grande evolução na qualidade profissional do apresentador é uma tolice. O investimento da Globo deu retorno, eles construíram uma figura capaz de interagir com públicos de todas as idades e, portanto, apto a assumir os domingos da Globo em uma eventual aposentadoria de Faustão, ou, como foi o caso, a ida do nº 1 da emissora para algum veículo concorrente. Entretanto, o tal do livramento apontado no título, não é em relação a substituição de Faustão por Luciano, a meu juízo, Faustão, além de mais talentoso (mais experiente), é também mais honesto com seu público, o Faustão comandou por décadas uma verdadeira LOJA nos domingos da Globo e nunca escondeu isso, ele estava ali para vender e sempre deixou isso muito claro em merchandisings diretos. Faustão sempre foi a distração popular, sem precisar, necessariamente, explorar o sofrimento do cidadão pobre. Luciano é mais sutil na propaganda e é disso que eu não gosto. O livramento nesse caso é em relação à sua eventual carreira política. Explico: Luciano Huck começou pelo alto, estudou nos melhores colégios, cursou USP, foi assistente do JR Duran, talvez o maior nome da fotografia sensual, o fotógrafo mais famoso da PlayBoy, revista cuja redação era comandada por seu padrasto. Dali para a frente, Jovem Pan, Gazeta, Band e Globo, o garoto voou e virou um cinquentão tido entre os 5 melhores apresentadores de entretenimento da atualidade. Ele fez muito por ele mesmo, por sua família e hoje ele deve ser o maior salário da Globo. Porém, entre fazer o melhor por si e pensar na sociedade existem diferenças gritantes. Um exemplo é o carro chefe de seus programas, o assistencialismo prestado que beneficia uma família por semana. Na TV a coisa é meio personalista, não dá para ajudar todo mundo,, não dá para ajudar as 80 milhões de pessoas em insegurança alimentar, então se ajuda uma pessoa e vai lá, monta-se um estúdio na casa da pessoa para mostrar cada azulejo posto “de graça”; por outro lado, o espírito público não admite personalismo, não se ajuda um “CPF”, não se faz doações de cestas básicas em troca de propaganda para supermercado regional, o espírito público requer abdicação das causas pessoais, daquelas causas que o beneficia, para fazer aquilo que é de interesse e importância pública, principalmente para as pessoas mais pobres e isso, não raramente, vai de encontro/vai contra os interesses das pessoas mais ricas do país, grupo ao qual Luciano facilmente pertence. Luciano é personalista, ele foi criado, treinado, ensinado a ser assim, a pensar primeiro em si, se autopromover a qualquer custo e em qualquer situação, ele é treinado para se vender como melhor produto, sempre. Ontem, em entrevista ao Fantástico fiquei preso a alguns pontos que demonstram claramente isso: Em determinado momento ele fala sobre sua desconstrução como homem e sobre como foi “difícil” para ele, quando o irmão dele assumiu que “era”[SIC] gay. Eu imagino que ele tenha sido impactado, talvez pego de surpresa, mas imaginei que se para ele e para a família dele foi difícil, imagina para o irmão. Mas sobre isso ele não falou na entrevista, afinal, a entrevista era sobre ELE, sobre o programa DELE e o livro DELE; Momentos depois a jornalista Renata Ceribelli, começa a perguntar sobre alguns traumas, como o acidente de avião que sofreu com sua família e que ele descreve em seu livro, um momento oportuno para agradecer e enaltecer a destreza do piloto que conseguiu pousar o avião em condições adversas poupando a integridade de toda a família, certo? Não, na entrevista Luciano preferiu mostrar como ele foi proativo e heroico ao manter a calma e mandar a família apertar os cintos e abaixar a cabeça. Certamente, isso deve ser a coisa mais decisiva que aconteceu naquele dia, deve ser... O terceiro e último ponto que me chamou a atenção, foi sobre o grave acidente que seu filho sofreu enquanto praticava Wakeboard, com direito a traumatismo craniano e tudo. Ele explicou como o ferimento foi grave e eu pensei logo em como a equipe médica foi habilidosa em cuidar do garoto que não ficou com nenhuma sequela, mas Luciano deu mais ênfase às seis, árduas, horas que Angélica permaneceu de joelhos rezando por seu filho. Segundo Luciano, a vida dele mudou. Esses pontos, apesar de mostrar uma autopromoção para um protagonismo quase narcisista, não fazem de Luciano um vilão, fazem de Luciano um ser humano como como cada um de nós, sim, em geral damos mais ênfase a tudo que é nosso, ao que nós fizemos e às nossas qualidades. Um ser humano cujo instinto é escasso de espírito público, já que o espírito público é característica de poucas pessoas, é o pensamento nobre, de raras pessoas como o Padre Júlio Lancellotti, que coloca o interesse do próximo, acima dos interesses próprios, que dá sua vida por sua causa, ou de pessoas como Eduardo Suplicy, que mesmo com todos os privilégios, riqueza hereditária e estudos de uma elite poderosa, algo ainda mais raro em seu tempo de mocidade, mas preferiu se dedicar à vida pública, à defesa de um programa social que em hipótese nenhuma o beneficiaria de forma direta, o Renda Básica de Cidadania. Luciano Huck seria o nome mais forte para disputar uma suposta 3ª via em 2022, apesar de nunca ter lançado oficialmente a pré-candidatura, nos bastidores o apresentador se reuniu com diversas figuras do cenário político e dizia para quem quisesse ouvir que estava no debate público e pronto para ajudar o país da forma que fosse possível/necessária, movimento que levou institutos de pesquisa a incluírem o nome dele em todos os cenários simulados, até o anúncio oficial de que ele comandaria os domingos da Globo. Luciano não topou um novo programa, Luciano topou um novo salário, Luciano é o Messi da TV brasileira, o maior salário, o melhor produto, o garoto propaganda mais disputado, Luciano aos Domingos pode levar as cifras publicitárias para um outro patamar, como fizeram Gugu e Faustão quando transformaram o domingo na maior corrida por audiências da história da TV brasileira. Entre ganhar muitos mais milhões do que já ganha por ano e do que já ganhou em toda sua carreira e salvar o país ganhando R$ 30 mil reais por mês, ele escolheu o óbvio para quem é dotado de riqueza material suficiente para várias gerações, mas de uma pobreza de intenções reduzidas à auto promoção ou à um jogo acariciar o ego, como a maioria de nós é. Para mim, foi a confirmação de que Huck não possui o espírito público tão necessário, diria até, essencial, nem para reconhecer os esforços daqueles cuja destreza salvou a vida de sua família, muito menos teria a nobreza necessária a um estadista que deseja lutar pela justiça social em um cargo público. Se o Luciano tiver mais audiência do que a gigante audiência que já mantinha aos sábados, talvez ele consiga colocar na moda o ato de quem tem, ajudar mais quem não tem, dar mais oportunidades sem esperar tanto retorno para todo dinheiro que sai do bolso e se isso acontecer, o que eu acho difícil, já será muito bom, mas se não acontecer, tudo bem, alguém sem espírito público já saiu da corrida presidencial, vai ajudar o eleitor a colocar os pés no chão. E sobre ele apresentar o Domingão? Bom, eu preferia Regina Casé com o "Esquenta" fixo, mas aí é uma questão de opinião.

  • A CARA DO CINEMA BRASILEIRO: 03 - O Caminho das Estrelas

    Os sumiços, percalços, falta de incentivo e o retiro dos artistas. A CARA DO CINEMA BRASILEIRO é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os atores que fazem o cinema nacional sobreviver, crescer e nos maravilhar com suas obras a cada dia. Dos medalhões, que foram do cinema para a TV, até as revelações não tão conhecidas do grande público, os rostinhos do cinema brasileiro desfilarão pela série de publicações A CARA DO CINEMA BRASILEIRO. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. Boa leitura! POR ONDE ANDAM? O que faz um artista parar de trabalhar? O que faz com que ele(a) se isole do mundo? O fato é que, para essa pergunta as respostas sempre serão meio parecidas: a falta de oportunidade, roteiros pouco arrojados, condições escassas ou por razões particulares – cada um tem o seu motivo para deixar as telonas, só quem perde com isso, somos nós meros espectadores. O exemplo mais famoso disso é Ana Paula Arósio que, do dia para a noite, simplesmente desapareceu das telonas e telinhas e continua assim até agora, ainda que tenha dado o ar da graça para um comercial do Santander e um trabalho aqui ou ali, em Como Esquecer (Malu de Martino, 2010) teve uma grande atuação e parecia que seria a nova estrela do cinema — já que na TV já era uma protagonista consolidada —, mas de lá para cá fez apenas Anita & Garibaldi (Alberto Rondalli, 2013), A Floresta Que Se Move (Vinicius Coimbra, 2015) e Primavera (Carlos Porto de Andrade Jr. 2018). Denise Fraga é outra que passa maior parte do tempo escondida, reservada e distante da TV, é ativa no setor cinematográfico, mas parece que escolhe a dedo seus personagens, apesar de desde o elogiado De Onde Te Vejo (Luiz Villaça, 2016) ela não ter pego nenhuma outra protagonista, se mostrou gigante e muito generosa em papéis coadjuvantes em filmes como a Fala Comigo (Felipe Sholl, 2017) e Músicas Para Morrer De Amor (Rafael Gomes, 2019), em breve deve nos presentear com um nova grande atuação. Se há um grande nome que quase nunca vemos é o de Marcélia Cartaxo, que ficou conhecida por seu papel em A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1985). A atriz não costuma trabalhar na televisão e como os grandes personagens no cinema estão cada vez mais raros, seu nome não é muito conhecido do grande público. ela é figurinha carimbada e necessária no cinema, mas maioria dos filmes nacionais não possuem grande repercussão, mas recentemente, em um de seus mais marcantes trabalhos, Pacarrete (Allan Deberton, 2019), foi uma retomada de sucesso que lhe garantiu o prêmio de melhor atriz no festival de Gramado e no festival SESC Melhores Filmes pela interpretação da protagonista de mesmo nome, Pacarrete. Outro grande nome do cinema nacional, João Miguel é um dos melhores atores do cinema nacional, eu nem sei se o encaixaria aqui entre os “sumidos” – mas o ator, que também não tem o costume de fazer televisão, nos deixa com a pergunta: quando será que ele vai fazer outro filme de novo? O personagem Raimundo Nonato (Estômago, 2007), um cozinheiro talentoso que acaba precisando de seus dotes culinários para sobreviver na prisão, continua como seu melhor trabalho, mas sendo um dos nossos melhores, lógico que ele teria outros grandes personagens e só para mencionar alguns: tem o Ranulpho de Cinema, Aspirinas e Urubus (Marcelo Gomes, 2005) e Cláudio em Xingu (Cao Hamburger, 2011). É só esperar que outras grandes atuações estão por vir... O ABANDONO NO SETOR AUDIOVISUAL Já parou para se perguntar por que muitos dos nossos atores e atrizes tentam deixar o Brasil para tentarem a sorte, na maioria das vezes, nos Estados Unidos? Rodrigo Santoro e Alice Braga são exemplos de que deram certo lá fora, quer dizer “deram certo” – Braga mesmo só aparece em papéis minúsculos, Santoro está comprometido com a série Westworld (HBO) mas também em um personagem pequeno – ainda assim, para esses que conseguem entrar no circuito, é uma situação muito melhor que a do Brasil, financeiramente. Estruturalmente nem se fala. O ano de 2020 foi uma catástrofe em proporções épicas no nosso país, o Coronavírus escancarou uma série de problemas e a falta de incentivo em vários setores é o maior deles. Essa falta de incentivo vai desde a saúde, até a criação de empregos e claro, afeta o setor audiovisual e toda a área da cultura, aliás, afeta muito, ainda em 2020 o corte foi de 43% no Fundo Setorial do Audiovisual que é vinculado a ANCINE a principal incentivadora e patrocinadora do nosso cinema. As reações do setor audiovisual ao senhor Jair Bolsonaro não foram à toa, o orçamento do nosso amado cinema em 2020 foi de R$ 415 milhões, contra os R$ 723 milhões de 2019, antes do senhor presidente sancionar uma lei que corta parte do fundo cultural, o que resulta no sucateamento do setor e em desastres como o incêndio em um dos depósitos da cinemateca. Eles apenas se esquecem que esse é um setor que gera empregos de qualidade, que dá lucro, que motiva as pessoas e mais uma série de outros benefícios como o fortalecimento da imagem internacional do país. Até entendo que estávamos no meio de uma pandemia, mas sabíamos que esse corte seria permanente, ou seja, com esse corte, muitos projetos serão engavetados, outros serão produzidos aos trancos e barrancos; inevitavelmente perderemos talentos do setor, que poderão ir atrás das produções internacionais, ou, pior, podem abandonar a carreira no setor. Essa falta de incentivo faz com que muitos artistas percam seu chão, seu pão, percam sua vontade e acabem deixando a carreira de lado para buscar algo mais “seguro”. Mais perigosas do que o corte de incentivos, têm sido as reiteradas denúncias de que o Ministério da Cultura, supostamente, tem aplicado critérios ideológicos para facilitar ou dificultar a liberação de fundos e editais. Ao cinema cabe resistir e se reconstituir quando esse pesadelo passar. COMO DESCANSAM AS ESTRELAS: Em um país que nutre verdadeiro descaso pela cultura, faltam palcos para que nossos artistas trabalhem e tirem seu sustento. O “show business” é muito atraente e sedutor, toda estrela que aparece na televisão e no cinema brilha um pouco mais, mas nem só de brilho se vive. Com poucas leis de incentivo, pouca segurança profissional e baixíssimo investimento privado, o setor que sofre para conseguir patrocinadores, mesmo amparados pelas leis de incentivo que dispomos. Em um cenário como esse, a conta não fecha e, é óbvio que, na aposentadoria muitos daqueles artistas que tanto nos emocionaram nas telinhas e telonas, precisam de apoio, de assistência, às vezes, até para o básico como se alimentar e morar. O Retiro ou Casa dos Artistas é uma Instituição brasileira sem fins lucrativos, que apoia artistas em situações de vulnerabilidade social, na maioria dos casos eles são idosos e não têm quem cuide deles, ou foram abandonados pela própria família – uma tristeza. A instituição se mantém através de doações financeiras, alimentícias e de itens diversos como eletrodomésticos e afins – o Retiro fica localizado na zona oeste do Rio de Janeiro – atualmente a casa abriga pouco mais de 20 artistas e está com sua capacidade limite. A atriz Solange Couto, por exemplo, virou notícia em 2020 ao declarar que estava vivendo no retiro dos artistas, na ocasião sua estadia temporária aconteceu na companhia de sua mãe que era residente do local, devido aos cuidados de que ela dependia. Responsável pelo sucesso vivido por Dona Jura em O Clone, de Glória Perez, quem não se lembra do seu bordão “não é brinquedo não”? Ela viveu apenas um pequeno período no retiro e, ainda bem, não por necessidade, já que é uma atriz ativa, porém, se precisasse, lá teria amparo. O ator Fernando Wellington também é um dos residentes, ficou muito conhecido por seu personagem na antiga versão de A Escolinha do Professor Raimundo na pele de Antônio Zorra. O retiro ainda recebe Paulo Cesar Pereiro, ator do cinema que trabalhou muito nos tempos do cinema “boca do lixo”, cinema marginal e cinema novo; tal qual o inesquecível Lobisomem de Roque Santeiro, vivido por Rui Resende, outro morador do local. A instituição, como deve ser qualquer outra, aceita qualquer tipo de doação, então caso você queira doar dinheiro, alimentos, eletrodoméstico ou fazer uma visita ao Retiro, faça. Esses artistas merecem carinho e respeito, afinal de contas, outrora foram eles que nos entretiveram e que alguma forma estão presentes em nossas lembranças, nossos comportamento e até na forma como nossos pais interagiram conosco. Finalmente, o mais importante: LUTE pela, valorize sempre e consuma a cultura. Façamos da cultura um hábito comum. Isso, com certeza, fará com que mais oportunidade e dignidade recaia sobre esses trabalhadores da emoção.

  • LISTA: 5 filmes franceses que todo mundo deveria assistir

    O cinema francês como sempre chacoalhando os alicerces do mundo, filmes tão importantes que deveriam ser exibidos nas escolas. O cinema francês consegue, como nenhum outro, contar uma história e tocar em questões sociais, isso sem medo de encarar o próprio sistema, a lista a seguir toca na ferida dos franceses, do descaso social do governo, da sociedade e afins – são filmes poderosos, essas são as palavras certas, filmes poderosos que fazem com quem os assistem abra os olhos e repense nas situações ao nosso redor, são filmes que tocam na nossa consciência como pouquíssimos outros, sem mais enrolação, se faça esse favor e veja todos eles, lhes garanto que sua óptica humana vai mudar. 5. Os Miseráveis (Ladj Ly, 2019) Só para deixar bem claro, esse não é o musical e não tem absolutamente nada da obra de Victor Hugo. O filme mostra o cotidiano da polícia, no seu pior estado, uma polícia corrupta, assassina, sem escrúpulos e que se acha dona do mundo e da razão; do outro lado, estão pessoas comuns, normais e que diante de algumas situações extremas, precisam da ajuda policial, ou melhor, da “ajuda”, porque isso nem sempre chega, um relato cruel das ruas francesas. Onde assistir: Apple TV 4. Polissia (Maïwenn, 2011) O primeiro grande filme da atriz e diretora Maïwenn, tem um estilo documental, com imagens que chocam, impressionam, causam raiva e mais uma onda de sensações, o dia a dia de um grupo de policiais que combatem com fervor a pedofilia e todos os seus impactos sociais e emocionais. Um dos muitos filmes franceses necessários desses últimos anos, o elenco é um fenômeno a parte. Maravilhoso! Onde assistir: Looke 3. 120 Batimentos por Minuto (Robin Campillo, 2017) O grupo de pessoas em uma sala impõem suas opiniões, cada um deles da sua forma e no seu próprio tom. O filme de Robin Campillo jamais funcionaria se não fosse por causa do elenco forte, cheio de atores e atrizes que esbravejam seus personagens em alto e bom tom, tudo isso para discutir um assunto muito importante, o vírus do HIV, a AIDS, como combater, como remediar e como lidar com a situação. Onde assistir: Globoplay 2. Custódia (Xavier Legrand, 2017) O filme de estreia de Xavier Legrand é uma dessas histórias que passam diariamente nos noticiários mundo afora, sempre um soco. O casal que por desavenças da vida acaba se separando e quem acaba "pagando o pato" são os filhos. Belíssima estreia do diretor. O filme nos joga para dentro de uma família totalmente desestruturada, com diálogos afiadíssimos e as situações - que as personagens transformam em extremos - deixam os nervos à flor da pele e o final é de cair o queixo. Onde assistir: iTunes 1. Entre os Muros da Escola (Laurent Cantet, 2008) O filme vencedor da Palma de Ouro e indicado ao Oscar de melhor filme internacional é de utilidade pública e deveria ser exibido nas escolas. É um recorte muito real e em tom documental da mais importante instituição da sociedade: a escola pública. O filme, ainda hoje, mais de 10 anos após seu lançamento, continua atual, provocador e incita discussões. Professores, alunos, o governo, opiniões extremas, apaziguadoras e o mais importante, um filme que nos faz pensar sobre o essencial. Onde assistir: iTunes

  • Critica: The North Water (Andrew Haigh, 2021)

    O ser humano em seu pior estado de espírito, no fim do mundo com muito gelo e sangue. O resultado? Uma minissérie muito bem feita. O que torna uma produção ‘cult’?! O enredo, o elenco, o diretor? Sim, pode ser qualquer uma dessas opções, isso quando não é o próprio público que coloca a produção nesse “patamar”. A coprodução dos canais AMC e BBC tem uma história muito peculiar e que com certeza, não iria atrair uma multidão de gente para frente da telinha, a minissérie de cinco episódios é uma adaptação do romance de Ian McGuire, chamado “Águas do Norte” – um raríssimo caso em que a versão cinematográfica/televisiva é melhor do a obra original. O cenário principal da história é o Polo Norte, onde não existe absolutamente nada que não seja gelo, focas, baleias e alguns poucos esquimós. Patrick Sumner (Jack O’Connell) um ex-cirurgião militar que carrega um segredo sombrio dessa época, aceita trabalhar como médico no navio baleeiro, comandado pelo Capitão Arthur Brownlee (Stephen Graham) em uma expedição de caça que os leva até o Estreito de Lancaster, basicamente no “fim do mundo”, mas com um propósito que não é revelado de início, mas dentre os marinheiros está Henry Drax (Colin Farrell) que é a personificação da vilania humana. Os confins do fim do mundo, é lá que a trama começa se desenrolar, o propósito da viagem da tripulação é matar as baleias, arrancar a pele de focas, literalmente, e matar qualquer outra coisa para que a sobrevivência seja possível, o que é de embrulhar o estômago e de nos fazer perder as esperanças pela Humanidade logo de cara. O diretor Andrew Haigh não nos poupa e mostra cenas verdadeiramente cruéis para com os animais e parte para um lado ainda mais cruel quando o foco é o lado podre da humanidade. Os episódios fluem muito bem, não existe correria para contar a história, desvendar o mistério no passado de Patrick ou acabar com o sanguinário Drax. E, mesmo que os problemas comecem a pipocar quando a tripulação volta do fim do mundo para a civilização britânica, as pontas soltas são devidamente amarradas, afinal, a intuito de Haigh — que dirige os episódios de forma majestosa, arrisco dizer que esse talvez seja o melhor trabalho de Haigh como diretor — é mostrar como o homem é podre, ruim e tirar as esperanças de quem o assiste, por outro lado, dá certa esperança com o protagonista que a todo tempo, mesmo contra sua vontade, dá o seu melhor para ajudar a tripulação e lutar contra seu passado e seus próprios demônios. O trabalho tem uma fotografia lindíssima, paisagens congeladas ao som de ventos cortantes, mas o grande destaque, para surpresa de absolutamente ninguém, é Jack O’Connell que cada vez mais mostra seu talento como ator e versatilidade na hora de escolher seus personagens, mas como mencionei no início, essa é uma minissérie que não atraiu tanto público e dificilmente chegara na temporada de premiação – vergonha, eu sei – para quem gosta de um trabalho visual, atuações fortes e história cruel, essa é uma excelente dica. Onde assistir: AMC

  • Caça Gripen não é teu brinquedinho, Bolsonaro!

    Revelações de Raul Jungmann mostram quem precisa ser ejetado do poder. A crise estabelecida no país entre Bolsonaro e os poderes deveria chamar a atenção não apenas pelo lado de intrigas e atrasos. Fechado com atitudes grotescas e rudes, iniciou sua briga com as urnas ao melhor e mais copiado modelo Trump de atacar. Estratégia bastante necessária a nosso presidente, talvez um dos únicos caminhos. Brigar com alguém poderia levá-lo a um enfrentamento pessoal com discussões que certamente o levariam a nocaute, diante de sua incapacidade de apresentar qualquer proposta justa e honesta. Então segue atacando o inimigo oculto, como as urnas que, por sinal, são muito mais transparentes e funcionais do que ele mesmo. A todo instante assistimos às pitadas de pólvora que são despejadas nos lugares institucionais que a democracia preza e assusta bastante o lado amortecido de boa parte da população que não consegue olhar para o estrago que se instalou. E não foi por descuido. Foi por intenção de voto, foi por revolta sem causa, por indignação com a justiça social e não pela falta dela. As declarações do ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, sobre a intenção de Bolsonaro estourar os vidros do STF com o caça Gripen deixaram bastante claro o baixo nível de inteligência emocional que temos no comando do país. Uma intenção que, caso se concretizasse, deixaria o país não só atônito e cercado de mais gastos, mas com a certeza de que a loucura usa a faixa presidencial. E usa mesmo. Diante da falta de perspectiva na redução dos preços alimentares, do combustível e do fornecimento de energia e água, uma crescente pobreza atinge o país sem que haja a menor intenção do governo federal na contenção dessa realidade veloz e sem freio. Impossível que isso chame a atenção apenas da camada mais atenta da população e dos países que seguem distantes de nós, impossibilitados de negócios numa economia pueril e com um comandante instável, cercado de pessoas incompetentes e alheias a qualquer realidade urgente. A população precisa ser alertada sobre o derrame de mentira sórdida, gentilmente chamada de Fake News e muito orientada a conhecer o tamanho da surra que o país vem sofrendo, com a realidade explícita em todos os cantos. A responsabilidade do voto precisa ser muito bem estudada. Brincar com tanques de guerra e aviões não pode ser mais tolerado. Não pagamos impostos altíssimos para que façam farras com o dinheiro público, diante de tanta necessidade de ajuda aos famintos, de saneamento básico, saúde, educação. Não precisamos de um presidente intolerante cercado de gente sórdida. Precisamos de mais conhecimento histórico que ajude esse país a eleger um político de grandeza e competência, de justiça social e de elevação do país a seu merecido lugar no mundo. Se Bolsonaro não sair antes das próximas eleições, o caminho até lá será ainda mais sinuoso, obscuro e árduo. Mas o Brasil vencerá sim esse grande erro que não deve se repetir, jamais.

  • Manter os correios é tão importante quanto atualizar o antivírus

    Fala-se em vender os correios como se dá palpite sobre microbiologia avançada, de orelhada, mas precisamos pensar no dia seguinte. Hoje, seis meses após o início da vacinação no Brasil, o número de óbitos volta a crescer nas faixas de idade mais avançados. No Rio de Janeiro, por exemplo, idosos voltaram a ser maioria internada e maioria nas estatísticas de óbito. No mundo, todas as pesquisas iniciadas pós-início da vacinação mostram quatro informações muito importantes para o futuro da vida regular humana: 1. – A combinação de algumas vacinas aumenta a eficácia da imunização; 2. – A terceira dose da vacina aumenta a imunidade das pessoas contra os casos graves da doença; 3. – A vacinação reduz os casos graves e os óbitos, porém não impede a transmissão do vírus; pessoas vacinadas continuam contaminando outras pessoas; 4. – A imunidade das pessoas contra o vírus cai ao longo do tempo, em diferentes níveis, a depender do esquema vacinal realizado e o imunizante utilizado. Observando essas quatro certezas, podemos “emular” algumas possíveis realidades para o nosso futuro: ESCUDO VACINAL: Uma das possibilidades é que a vacinação seja uma transição agressiva e necessária e resolva o problema no médio prazo. Nessa hipótese podemos ter que tomar a 3ª e até 4ª dose em ritmo acelerado, de forma a neutralizar os riscos até a contaminação chegar a nível zero ou bem próximo disso. O intervalo entre as doses de reforço pode ter que acontecer em um período de seis em seis meses, o que nos países mais desenvolvidos, ou em países como o Brasil, com um programa de imunização regular, isso pode não ser nenhum problema grave, estressando um pouco o sistema de saúde, esse período é realmente possível. É para essa primeira hipótese que o mundo está caminhando, esse é o plano A, ou seja, dando tudo certo, em alguns anos a Covid praticamente acaba, ou ganha tratamentos/medicamentos eficientes para a cura da doença. Mas, pode ser que nem tudo dê tão certo assim. Países pobres, com pouca expressão econômica ainda têm dificuldade em receber vacinas, já o líder econômico mundial, os EUA, têm dificuldades para convencer uma parte imensa de sua população que acredita e adere em massa a toda sorte de teorias conspiratórias. EN/PANDEMIA PERMANENTE: Esse déficit vacinal, somado ao negacionismo daqueles que fogem da vacina e, claro, a ausência completa de políticas de isolamento em países como o Brasil, faz com que o vírus se transmita em velocidade acelerada gerando novas variantes e, eventualmente, surgem variantes mais agressivas e resistentes às vacinas, o que pode tornar necessária uma vacinação contínua tanto para fortalecer os anticorpos já inseridos no organismo por vacinas anteriores, quanto atualizações vacinais, novas fórmulas e tecnologias/plataforma de vacinas que se mostrem eficientes contra novas variantes preocupantes, seja pela transmissibilidade, seja pela agressividade do ataque ao organismo. Para ficar mais fácil de entender, nessa segunda hipótese a doença não acabaria, teríamos apenas que aprender a conviver com elas e atualizar nossos anticorpos para combatê-la. As vacinas teriam que ser disponibilizadas em massa, o mais rápido possível para todas as pessoas atualizarem sua vacinação antes daquelas doses se tornarem “obsoletas”, igual aquelas atualizações de segurança que o Windows pede para baixar dia sim, dia também. Porém, com mão de obra limitada a velocidade de vacinação não pode ser tão rápida quanto atualizar o Windows de bilhões de pessoas no globo terrestre, é aí que os correios entrariam em ação. A IMPORTÂNCIA DOS CORREIOS PARA O BRASIL: Sendo a única empresa logística com 100% de cobertura nacional, os correios podem se fazer necessários para entregar trimestral, ou, semestralmente uma dose de vacina para todas as pessoas do país. Talvez um kit com agulha e uma cápsula dentro de um invólucro térmico para o cidadão alimentar sua “caneta aplicadora”, um dispositivo semelhante às canetas aplicadoras de insulina, ou às de epinefrina, comumente utilizada em pessoas alérgicas quando sofrem choques anafiláticos. Talvez este editorial tenha viajado, tomara que sim e que nós nunca precisemos de um esquema de guerra como esse para manter a segurança biológica de uma nação, mas, dois anos atrás, quantos de nós realmente pensava sobre a iminência de uma pandemia como essa? Acometeu... Porém, se o vírus continuar se mostrando tão ameaçador e as 3ªs e 4ªs doses não forem suficiente para conter essa pandemia, seria muito importante ter uma empresa estruturada, de cobertura nacional — com mais compromisso com a eficiência do que com o lucro — para viabilizar com o menor custo possível a chegada da vacina, do livro, da carta, do celular, do computador e de tudo que qualquer cidadão precisar receber, em qualquer lugar do país a um preço justo e acessível a todos. Se você só recebe coisas pelos correios, mesmo com todos os problemas que uma operação desse tamanho possa apresentar, não é porque você ou o lojista é obrigado, ou porque as demais empresas não podem fazer, pelo contrário, é porque os correios é o melhor custo/benefício/cobertura de frete do Brasil. Se não fosse por isso, suas compras chegariam de FEDEX, eu sei, mas o FEDEX talvez nem queira te atender, porque o frete daria prejuízo para a empresa, como dá para os correios em muitas situações, mas enquanto a empresa for estatal, os correios entregam para você.

  • A CARA DO CINEMA BRASILEIRO: 02 - Personagens Marcantes

    Conheça os personagens mais marcantes do cinema e os atores que foram "engolidos" por eles e entraram para a história, para nossa história. A CARA DO CINEMA BRASILEIRO é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os atores que fazem o cinema nacional sobreviver, crescer e nos maravilhar com suas obras a cada dia. Dos medalhões, que foram do cinema para a TV, até as revelações não tão conhecidas do grande público, os rostinhos do cinema brasileiro desfilarão pela série de publicações A CARA DO CINEMA BRASILEIRO. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. Boa leitura! PERSONAGENS MARCANTES O dicionário diz o seguinte: Personagem: 1. pessoa que é objeto por suas qualidades, posição social ou circunstâncias. 2. papel representado por um ator ou atriz a partir de uma figura humana fictícia criada por um autor. Os personagens são quem nos passam sentimento, é através deles que mergulhamos em uma obra, na história, nas dores e na felicidade e, alguns deles, muito mais do que outros, foram importantes para história do cinema brasileiro, afinal de contas, quando se diz o nome Capitão Nascimento, você se lembra do que? Tropa de Elite (José Padilha, 2007) ou a voz rouca de Wagner Moura impondo ordem no batalhão, aliás, esse foi um dos personagens que mais fez sucesso no cinema nacional. O premiado Central do Brasil (Walter Salles, 1998) também contava com uma protagonista “ame ou odeie” Dora (Fernanda Montenegro), uma mulher que escrevia cartas para pessoas analfabetas no meio da central do Brasil, mas que nunca as entregava, até se encontrar com Josué (Vinicius de Oliveira), um garoto casca grossa e que vai mudar a vida da escritora de cartas pra sempre, um filme clássico só poderia ter personagens marcantes. Em outro caso impressionante, Regina Casé estava tão dentro do personagem, tão natural que a impressão que tivemos é que Val, de Que Horas Ela Volta? (Anna Muylaert, 2015) foi escrito sob medida para ela, não sou fã do filme, mas reconheço que Casé mergulhou fundo e nos entregou uma excelente interpretação. Carandiru (Hector Babenco, 2003) contava com um mosaico de personagens, a maioria deles memoráveis, mas o destaque fica por conta de Lady Di e o Sem Chance, interpretados por Rodrigo Santoro e Gero Milo, um casal formado por uma mulher trans com um homem cis, que não ligam nem para onde estão – a cadeia – nem para o que os outros presidiários pensam sobre o Amor deles. O elenco também contava com Lazaro Ramos, que marcou a história do cinema com o premiado Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002), personagem explosivo que passava por cima de tudo e de todos os preconceitos. Uma atuação forte e inesquecível. O mais recente personagem sucesso é o bizarro Francisgleydisson (Edmilson Filho), de Cine Holliúdy (Helder Gomes, 2013) dono de um cinema no nordeste que não tem condições de custear a compra dos filmes para exibição, é então que ele decide filmar as próprias produções, claro, da forma mais barata e escassa possível, o resultado você já pode imaginar, é risada garantida, Vale a pena citar o guerreiro Lunga, personagem de Silvério Pereira, de Bacurau (Kleber M. Filho e Juliano Dornelles, 2019). ADAPTAÇÕES & BIOGRAFIAS O cinema, como é natural, costuma dar vida a alguns personagens já existentes, alguns deles famosos na literatura brasileira como Dona Flor e Seus Dois Maridos (Bruno Barreto, 1976) interpretada por Sonia Braga na primeira versão, ou Macabéa (Marcélia Cartaxo) de A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1985) ambas personagens famosas na literatura. As biografias seguem uma linha tênue entre o ator e o biografado, alguns deles foram sucumbidos pelo personagens, como Daniel de Oliveira, que será eternamente lembrado por interpretar Cazuza (Walter Carvalho e Sandra Werneck, 2004) ou Camila Morgado, que teve o meio feito em Olga (Jayme Monjardim, 2004) – isso falando, é claro, de cinema, apesar desses atores terem seus momentos na televisão e por falar em televisão, na edição do BBB 2020, o Babu Santana foi um dos participantes e muita gente associou o ator ao papel que interpretou Tim Maia (Mauro Lima, 2014). PERSONAGENS QUE “ENGOLIRAM” OS ATORES O fato é que quando o personagem é engraçado, dramático ou um grande vilão ele acaba se sobressaindo ao ator ou atriz que o interpreta, alguns deles são até confundidos como é o caso d´Os Trapalhões, o quarteto formado por Didi (Renato Aragão), Dedé (Dedé Santana), Mussum (Antônio Carlos Bernardes) e Zacarias (Mauro Gonçalves) viveram tantas vezes os mesmos personagens que os criadores acabaram engolidos pelas criaturas. No entanto ficou claro que após a partida de Zacharias e Mussum, o quarteto não teve o mesmo sucesso, mas pra todo e qualquer efeito, qualquer brasileiro, mesmo que nunca tenha visto nenhum dos muitos filmes da trupe, sabe quem são Os Trapalhões um caso de interdependência entre personagens, atores e trupe. Os comediantes costumam marcar mais, alguns dos melhores exemplos são Paulete (Rodrigo Garcia, Tatuagem) o ator estupidamente excêntrico de um grupo de teatro no nordeste que não tem papas na língua e ainda fazia coreografias grandiosas, impossível não lembrar, assim como a dupla Chicó & João Grilo (Selton Mello & Matheus Nachtergaele, O Auto da Compadecida) que 21 anos depois ainda são personagens referências, tudo isso não seria nada sem o sotaque e trejeitos que os atores incorporaram aos personagens. "Dadinho é o caralho. Meu nome agora é Zé Pequeno, porra!" O exemplo mais famoso de todos, sem nenhuma dúvida é o Zé Pequeno (Leandro Firmino, Cidade de Deus) com todos os seus bordões “Meu nome é Zé Pequeno, Porra!”, “Quer na mão ou pé?” e “Pega a galinha, porra!” um personagem gigantesco, muito bem interpretado e que jamais, jamais será esquecido, até porque Firmino tinha a faca e o queijo na mão, um personagem escrito com maestria, a direção perfeita de Meirelles, só o que precisava era que ele vivesse a persona com intensidade... ele fez. Leandro fez história. O cinema brasileiro clássico – antigo – é de difícil acesso e a garotada dos dias atuais não têm muito interesse, o que é lamentável, mas isso é assunto pra outra hora, o ponto é que o cinema mais antigo também, evidentemente, rendeu personagens clássicos e que tragaram seus interpretes, só pra mencionar dois, há o Jeca Tatu (Amácio Mazzaropi), o matuto mais amado do Brasil, que ainda faz sucesso entre o público mais velho e que virou apelido carinhoso para todo e qualquer comportamento ou tradição caipira; e Zé do Caixão (José Mojica Marins, A Meia Noite Levarei Sua Alma) que ainda tem seus admiradores — os mais fanáticos por filmes de terror — e seu nome imortalizado, repetido na boca das novas gerações, ainda que não saibam ao certo do que se trata. Os personagens citados acima, ao longo do texto, são só alguns dos milhares que o cinema produz anualmente, eu poderia ficar horas aqui falando de tantos outros que marcaram nossa história, por isso, lamento se deixei algum dos queridos de vocês leitores de fora, mas não custa lembrar, deixem aí nos comentários que em uma próxima ocasião falarei deles com a maior atenção possível.

  • Lista: 5 Sitcoms para chorar de rir

    As saudosas e quase extintas comédias com risadas de fundo que são dignas de nota por nos garantem até hoje muitas gargalhadas. O que é um Sitcom? O gênero sitcom surgiu na década de 40 no Reino Unido, mas logo foi dominado pelos Estados Unidos, sitcom é uma abreviação para “situation comedy”, ou seja, é um gênero de comédia onde personagens comuns vivem suas situações corriqueiras e geralmente são produções que se passam em um único lugar, ambiente, cenário e sempre com as saudosas risadas de fundo, infelizmente, esse gênero está com seus dias contados, é raro as emissoras de televisão encomendarem alguma produção com esse formato, o que é uma pena, já que esse gênero rendeu muita coisa incrível. Separei então cinco produções para você que ainda gosta do gênero e que está disposto a separar um tempo, já que o gênero sempre foi duradouro, algumas delas duraram mais de 10 anos, mas isso é o de menos, a qualidade é a mesma do começo ao fim, sem mais delongas, segue a lista. 5. Cheers (1982 – 1993) Onde assistir: Prime Vídeo O cotidiano de um bar, seu gerente, os garçons e, claro, os frequentadores. Como falei acima, esse gênero sempre rendeu muitas temporadas e essa é uma das maiores séries já feitas, mas como também mencionei, mesmo com muito tempo no ar, Cheers consegue manter a qualidade até o final. Personagens engraçados e situações embaraçosas garantem muitas risadas, sem mencionar que ao longo das temporadas muitos atores fizeram carreira como Ted Donovan e Woody Harrelson, vale lembrar também que todas as temporadas de Cheers foram indicadas ao Emmy de melhor comédia e, óbvio, ganhou algumas vezes. 4. 3rd Rock From the Sun (1996 – 2001) Onde assistir: Prime Vídeo A comédia com personagens estranhos e situações ainda mais estranhas, se liga na sinopse: Quatro alienígenas vêm para a terra para conhecer os costumes dos seres humanos, claro que eles estão na pele de humanos, mas o engraçado que é as situações mais comuns para nós, são um verdadeiro embaraço como cumprimentar ou se sentar em uma mesa de jantar podem ser coisas muito difíceis, o que torna toda a situação muito engraçada. 3. Seinfeld (1989 – 1998) Onde assistir: Prime Vídeo O grande e maior sucesso da história da televisão americana, pois é, essa é a série de comédia com maior audiência da história, com os maiores salários para os atores e atrizes e uma das mais premiadas, mas sabe o que é o melhor, é uma série que fala sobre absolutamente nada, isso mesmo, essa sempre foi a ideia de Jerry Seinfeld e Larry David, criadores da série. “vamos falar sobre nada, vamos colocar quatro amigos e suas situações banais na tela e é isso”. Esse “nada” gera muitas situações ridículas, no sentido de engraçado, um dos episódios mais memoráveis é quando Kramer (Michael Richards), um dos amigos, simplesmente esquece onde estacionou o carro durante uma ida ao shopping, coisas banais como essas permeiam os episódios. 2. Will & Grace (1998 – 2020) Onde assistir: Prime Vídeo Will & Grace foi um sucesso por um simples motivo, foi a primeira comédia a colocar um homossexual como protagonista. Will e Grace eram namorados na faculdade, mas muitos anos depois, ele descobre que não, não gosta de mulheres, que o negócio dele é homem, eles dividem um apartamento, lá Jack um “super gay” costuma aparecer para tumultuar as situações corriqueiras. Já no trabalho de Grace, sua secretária Karen, uma rica e alcoólatra e que deixa qualquer um maluco, essa comédia é um daqueles casos que os coadjuvantes ofuscam os protagonistas e as situações homossexuais, como encontro de dois homens e coisas do tipo, se tornaram comuns na televisão americana, um marco e te garanto, é muito engraçado. 1. Friends (1994 – 2003) Onde assistir: HBO Max O primeiro lugar é meio obvio, eu sei, mas não teria como ser outro. Friends é para mim, a melhor série que existe, isso falando entre comédias e dramas, se eu pudesse assistir só uma série para o resto dos meus dias, seria Friends. É uma série que não tem segredo, é o dia a dia de seis amigos e suas vidas, seus amores, depressões e especialmente suas manias, a série foi um enorme sucesso no mundo todo, angariou fãs e tem muita gente como eu que, sabe as falas de trás para frente. Não por menos, além de engraçada, a série rende momentos incrivelmente emocionantes, personagens marcantes e ainda serve como aula de inglês, perfeita, sem mais.

  • Crítica: The White Lotus (Mike White, 2021) 1ª temp. HBOMax

    O ESTÚPIDO privilégio branco é escancarado de forma divertidíssima da série que se mostra uma das mais agradáveis surpresas do ano. O ano é 2021, precisamos mais do que nunca nos policiar, ter cuidado com o que falamos, nunca sabemos quem está do nosso lado e quais são suas convicções. Na sociedade não há espaço para racismo, homofobia, transfobia, xenofobia e misoginia, aliás, nunca deveria ter existido e os celulares, atualmente, têm o mesmo poder de uma arma de fogo – se é que me entendem – dito tudo isso, ainda tem gente que usa e abusa do privilégio branco e Mike White, criador da série, escancara isso de uma forma pontual e divertida, mas que sabe tocar na ferida. O local de férias, Hawaii, no hotel de luxo chamado White Lotus, é lá que um grupo de pessoas vai passar duas semanas. Para chegar até a ilha onde o hotel fica localizado, o grupo precisa pegar um barco, mas antes de tudo isso, na cena inicial, um dos personagens, Shane Patton (Jake Lacy) está sentado no aeroporto quando é importunado por pessoas que se sentam ao seu lado. Na cena “restos humanos” são colocados dentro do avião, o que deixa um pequeno mistério no ar, mas que logo será “esquecido”. O mosaico de personagens é formado por dois grupos: os turistas e os funcionários do hotel, ou melhor, os com pouca ou nenhuma noção e os que precisam engolir seco os chiliques alheios. O que torna a série especial é que os personagens, cada um deles, têm seus próprios “problemas” e para fugir disso eles estão em férias, mas depois que se instalam, eles acabam criando outros “problemas” – mais impressionante, é o que os hospedes jamais saem do hotel, não fica claro se existe algo naquela ilha, além do hotel. Só sabemos que é um hotel de luxo, com lindas piscinas, praias e paisagens e por ficarem “presos” ali dentro, eles acabam como já mencionei, criando seus próprios problemas, esses empecilhos são tão ridículos que as situações beiram o bizarro. O elenco é maravilhoso, todos eles encarnam suas personagens e transformam toda a situação em uma comédia digna de arrancar muitos risos, o gerente Armond (Murray Bartlett) está sempre no posto – e frisa que os funcionários precisam ser invisíveis, mas sempre prontos a servir – e precisa resolver inúmeros, de novo, “problemas” – o mais engraçado deles é quando Shane Patton (Jake Lacy) insiste que foi posto no quarto errado e insiste ainda mais que quer o melhor quarto do hotel. Ele está junto de sua esposa, Rachel, uma mulher insegura com a carreira sua vida, mas Shane está focado em apenas um coisa: trocar de quarto. Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge), está ali para esquecer o passado. Junto dela estão as cinzas de sua mãe, que ela quer jogar no mar, mas ela tem outros transtornos com os quais precisa lidar antes. Por fim, ainda há o núcleo dos Mossbacher, uma família “liberal” para lá de problemática e não podemos esquecer do núcleo de funcionários, com personagens como a funcionária do SPA Belinda (Natasha Rothwell) que é a única, a única personagem que tem noção do mundo. Os episódios são espetacularmente dirigidos, Mike White faz com que os personagens mesclem entre o caricato e o absurdo, chegando no estado da arte, pura e simples. Isso tudo explorando as belezas do cenário, acompanhado por uma trilha sonora havaiana que também passeia entre o engraçado e o sinistro, aliás, a trilha sonora é um elemento fundamental em toda a série. Enfim, mergulhe na piscina junto com pai e filho para a scuba e saia de lá mortificado de tanto rir, seja das trapalhadas ou do completo e insano absurdo das conversas dos personagens, tranquilamente a melhor série do ano... ...até agora.

  • Quando retroceder é a palavra de ordem

    Sem liderança e remando contra a maré, Brasil espera por uma saída justa e responsável nas próximas eleições. Enquanto líderes mundiais observam e analisam as consequências sofridas no Brasil diante de uma política rasteira e irresponsável, a imprensa internacional mostra aos habitantes de outros países o palco risível e trágico onde nossos governantes atuam. Eleitos apresentando propostas em conserva, retiraram das prateleiras potes vencidos com ideias inadequadas que deveriam servir apenas a estudos sobre retrocessos e, abolidos na maior parte dos países sérios. Como consequência, hoje uma parcela pequena, porém ainda significativa da população, girando na casa dos 15% de acordo com institutos de pesquisas, vem chacoteando a democracia defendendo uma conduta tão maldosa quanto feroz por parte de líderes que fazem questão de apoiar. Uma soma de governo federal irresponsável e atroz, com 15% de população fechada em pensamentos enferrujados e de pouco alcance, tem criado uma peça teatral de extremo mau gosto. Arrogantes e incapazes de atingir sucesso de público e crítica, degolam leis de incentivo à cultura e insistem no apedrejamento de nomes reconhecidos internacionalmente. Como suporte, velhos nomes que sugerem uma comida boa em panela velha, reforçam que se coma sem higiene, sem direito a utensílios de qualidade, com risos de uma namoradinha dissimulada e aos pulos de quem quer levantar poeira. Derrubam nossas florestas com a mesma desfaçatez que juram amor ao verde da bandeira, espalham notícias fantasiosas com a mesma velocidade que dão a um vírus mortal, espumam de ódio quando prendem as velhas carnes de terno armado e vociferam ameaças ao cerco que vem se fechando às suas tenebrosas transações, inconformados com a letra implacável de quem toca o despertador de nossa pátria mãe subtraída. Nada modestos, voam à Índia nos particulares jatos de uma força aérea luxuosa, bem diferente dos trens da central do Brasil das balas perdidas da milícia. Como prova de austeridade com o abuso do dinheiro público, punem os viajantes da terra da Rupia oferecendo-lhes cargos importantes no palácio, numa tentativa de apagar de seus passaportes, mas não das costas do contribuinte, a queima de combustível gerado pelo fóssil. Nada impressiona tanto quanto o lado impresso na mídia sobre ataques às urnas eletrônicas. Faltam provas e cérebros, mas vale cada minuto investido nessa tentativa de golpe do bilhete premiado, querendo arrancar do outro a premiação, enquanto a derrota já galopa com mais velocidade do que antigos e deselegantes tanques de guerra que circularam por Brasília, fazendo menos sucesso que o papagaio do realejo, mas tão cômico e ridículo quanto um recruta recusado por ter reputação zero e que seguiu carreira numa área contábil que nem precisa de lápis e papel para somar “rachadinhas”, as maiores contas que sua formação permite fazer. Na contramão de um país semi arrojado, que se perde nos pastos de uma bancada que mata o próprio gado, intelectuais da realidade paralela forjam fatos e filhos, enaltecem torturadores, valorizam umbigos e geram intrigas dignas de audiência nos programas televisivos de qualidade tão inferior quanto seus alcances morais. O golpe que ecoa sempre entre a camada responsável que luta para manter nos trilhos o país dos rios poluídos e pouco navegáveis, tenta a todo instante ameaçar locomotiva e vagões, fechando cancelas sem aviso, passando por estações sem respeitar paradas, usando velocidade em túneis e apitando apenas onde lhe interessa chamar a atenção, ou perturbar a ordem pública. Um país tão atacado que enche as filas de check-in rumo a terras mais humanas enquanto criticam vizinhos do lado e de mais acima, numa tentativa de desviar a rota dos misseis que andam soltos depois de disparos desastrosos, mas que inevitavelmente procuram seus donos, já que a preocupação com o ataque foi muito mais forte do que com a própria defesa. Desgastes, vexame, corrupção sem vacina, economia afundada, drogas achadas nos prédios erguidos para combatê-las, ministros que se escondem, diplomacia medieval, prisões de compadres e décadas de sigilo em gastos e falcatruas criaram a pequena área, cercada de areia movediça, que vem engolindo não só um mito, mas um fato, um despreparado, uma quadrilha e, infelizmente, anos e anos que talvez o país não recupere. Ecologia, dignidade, saúde, educação, programas sociais e cultura são pequenos detalhes para quem deveria conduzir o país. Olhar para esses aspectos como pilares de uma sociedade que esteve anteriormente entre as maiores economias, assusta e gera desconforto, no mesmo nível de mulheres medianas que se assombram e esbravejam quando outras mulheres entram em suas casas para garantir limpeza e organização, com direitos trabalhistas. Não há terremoto no Brasil. O gigante de pedra, quando acordou, veio oferecendo uma força embriagada visando lucro a empresas estrangeiras numa propaganda, num marketing. O chão tremeu sem sair do lugar e só caiu quem bebeu, talvez anestesiado pela esperança de que em breve a moeda do Tio Sam cairia de preço, permitindo mais viagens à Disney e desfiles de tênis novos nos saguões de desembarque brasileiros. Que ressaca! Parece que engoliram whisky batizado. Vamos assistindo a tudo isso. Enquanto empresas estrangeiras se inspiram no nome de nossa floresta, poluem barbaramente o planeta com suas embalagens plásticas e criam viagens ao espaço carregando o Amazon Man. Aqui suportamos os torpedos de Brasília com inflação, alta de impostos, ironias e descasos do, ainda presente, presidente impertinente. Assiste-se a uma Cabul em polvorosa pelos canais e pela rede, com cenas chocantes de um país tomado por forças extremistas diante de pobreza, desespero e caos. Veem-se países acuados diante de sanções impostas pela supremacia financeira do planeta, ao mesmo tempo em que uma Dubai ostenta com luxo e fama, escondendo sua periferia lotada de trabalhadores estrangeiros, amontoados em alojamentos de aluguel caríssimo, muitos retornando a seus países de origem já sem vida, consumidos pela exaustão. Triste, alarmante e assustador quando não se percebe que características desses países também estão presentes em nós, com exploração externa e interna, com extremismos que insistem em machucar e ofender, com uma distância abismal entre poder e povo. Há que se olhar para essa pequena parcela que ainda defende a desgraça que assola o país, que mata de fome e sede, que tira direitos e justiça. São perigosos, embora ainda não tenham entendido que também fazem parte da mira do canhão que seu presidente está doido para usar, embora prefira as armas e as palavras de baixo calão, aprendidas no decorrer de sua experiência de vida, tão vil e escura. Nossa bandeira jamais será vermelha, dizem os protótipos de Yankees. Vamos fazendo de conta que eles sabem o que é uma bandeira, que entendem de cores, que se interessam por história e que suas lutas estão voltadas ao bem comum. Comam eles nas panelas velhas, assediem eles as mulheres que chamam de coroas. E que paguem por isso. Quem sabe conhecendo as riquezas do velho Chico, que banha e encanta na terra de Buarque, onde também sobrevivem os sertanejos sem água, pão e ajuda. Uma aula de contrastes poderia ser um começo. Ou, quem sabe, colocando o pé no chão do Pelourinho, reconhecendo que lá está como uma “página infeliz de nossa história”. Um Brasil repleto de cidadãos que lutam pelo pão, que querem suas contas em dia, que esperam o melhor a seus filhos e cheios de esperança, não merece isso.

  • Mais um fracasso geopolítico. Entenda a relação dos EUA com o Talibã

    Em apenas um mês após saída dos EUA de Cabul, Talibã toma o Afeganistão e expõe fracasso da geopolítica estadunidense. Após US$ 3 trilhões investidos, o grupo que abrigou a Al-Qaeda está de volta ao poder. Nos últimos dias o mundo assistiu atônito às imagens surreais, deslocamentos em massa e até invasões em aeroportos que ocorreram em um movimento de fuga após o Talibã, grupo religioso e político com práticas terroristas, retomar o controle do Afeganistão apenas um mês após os EUA retirarem suas tropas da base aérea de Baghram, principal instalação militar dos EUA no país. Tudo que aconteceu no Afeganistão é só mais uma consequência das políticas desastrosas de sabotagem geopolítica criada pelos EUA desde o final da 2ª Guerra Mundial, de forma a barrar o avanço soviético e das políticas econômicas defendidas no bloco. GUERRAS POR VOTOS: Guerra contra o Comunismo, Guerra contra o Terror e Guerra contra as drogas, em comum entre elas, o motivo: Se trata de guerras contra inimigos imaginários que governos estadunidenses criaram tanto para criar espírito de corpo na população em busca de votos, quanto para justificar o uso exagerado da força, ou a interferência na soberania de outros países por interesses econômicos. Após a União Soviética somar forças com os países Aliados (EUA, Reino Unido e França), em uma cooperação decisiva para impor a derrota definitiva ao nazismo, o mundo passou a assistir à guerra fria entre comunismo e capitalismo, guerra travada em disputas como as corridas nuclear, espacial e até uma corrida no âmbito esportivo, transformando as Olimpíadas em um campo de batalha limpo onde os países podiam disputar forças sem causar mortes e exibiam o sucesso na formação de seus atletas como uma espécie de chancela do desenvolvimento humano no país. Foi um período dicotômico, pois enquanto assustavam o mundo com o desenvolvimento do arsenal nuclear, também maravilhava a humanidade com grandes desempenhos esportivos e conquistas espaciais como o primeiro satélite artificial colocado em órbita (Sputnik 1, 1957 – URSS) e o primeiro foguete e alcançar a lua (Apollo 11, 1966 – EUA). Por trás das câmeras que filmavam a guerra “fria” o jogo sujo comia solto. Espiões buscavam roubar informações militares e tecnológicas que os países desenvolviam e essa disputa gerou filmes incríveis, mas na prática, agências secretas estadunidenses praticavam a sabotagem geopolítica em ações que iam desde a sabotagem econômica, como a realizada contra Cuba, aliada soviética, até a criação e fornecimento de armamentos para milícias que imponham resistência nos termos que forem necessários, para impedir que outros países fossem conquistados ou simplesmente aderissem à agenda praticada pela URSS. Nesse momento da história a CIA executou um programa secreto da guerra contra o comunismo, que financiava e armava grupos rebeldes interferiam na soberania dos países, foi o caso do Talibã, financiado pelos EUA de 1979 a 1989 contra a manutenção de um governo alinhado ao bloco soviético, que serviu aos seus interesses, mas acabou se tornando um indesejável inconveniente quando ascendeu ao poder na década de 1990, dando sustentação e base para grupos extremistas como a Al-Qaeda que em 2001 sequestrou voos domésticos nos EUA e jogou aviões contra as torres gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque e até contra o Pentágono, sede militar das forças armadas dos EUA. A partir daí, com a dissolução do bloco soviético e a adesão da China ao socialismo de mercado (capitalismo), os EUA elegeram uma nova guerra, a “guerra contra o terror”, uma cara e desastrada guerra que custou centenas de milhares de vidas entre soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e de civis e rebeldes do Afeganistão, Paquistão e região, além de um assustador gasto de dinheiro público, calculada entre US$ 3 e 5 trilhões de dólares nos últimos 20 anos. Inimigo do inimigo, é amigo? Saddam Hussein foi outro ditador bem-quisto e, ao que tudo indica, financiado e apoiado pelos EUA, durante as décadas de 1960 e 70, pelo mesmo motivo que o Talibã. O então militar Iraquiano era entendido como uma força antissoviética. Depois deu no que deu, o ditador não quis sair do trono e os EUA inventaram um motivo que nunca se confirmou, nenhuma arma nuclear nunca foi encontrada em solo Iraquiano. Na guerra contra as drogas, cunhada pelo governo Nixon em 1971, departamento de narcóticos (DEA) chegou a apoiar, ou, na melhor das hipóteses, fazer vista grossa para o cartel de Cali, como forma de tirar forças do cartel de Medellín. Pablo Escobar foi morto, porém, a indústria das drogas nunca foi derrotada na Colômbia, até porque o Cartel de Cali se tornou maior e mais perigoso que seu “extinto” rival. Hoje os EUA arrecadam bilhões em impostos, com a venda legal de maconha. São estratégias covardes, uma forma clássica de convencer “mercenários” a realizarem o trabalho sujo e morrerem por interesses escusos. Métodos no mínimo questionáveis que causam grandes danos colaterais abandonando esses países à própria sorte para lidarem com a miséria, violência, guerras civis e a responsabilidade pela reconstrução e repactuação da sociedade. Ruim com eles, pior sem eles? Cuba, um verdadeiro paraíso tropical (e fiscal) regado a cassinos, prostituição, mão de obra barata, miséria e muita corrupção nas décadas de 1930, 1940 e 1950, foi tomada em uma revolução sem ligações com o regime comunista soviético, mas que se apresentava como uma ruptura popular contra os abusos do ditador Fulgêncio Batista. A revolução foi recebida com festa e marchou sobre Havana em 1º de janeiro de 1.959, promovendo uma profunda reforma agrária, contando com larga adesão e aprovação de uma população pobre, faminta, explorada e escravizada. Cuba consegue educar, alimentar, garantir moradia e saúde para todos seus cidadãos, mesmo estando sob embargos comerciais há 62 anos. Para se ter uma ideia, Cuba é proibida de importar e exportar. As relações comerciais com Cuba são vetadas por uma chantagem que diz que qualquer empresa ou país que mantiver relações comerciais com Cuba podem ser impedidos de negociar com empresas estadunidenses e ainda serem enquadradas em uma lista de apoiadores do terrorismo, um crime que Cuba, desde a revolução, nunca cometeu. À Cuba restou apenas a receita conseguida com o turismo e com a exportação de serviços humanitários, como os famosos médicos cubanos, muito elogiados e recorrentemente utilizados em desastres naturais, ou em emergências sanitárias como o Ebola na África e o Coronavírus na Itália, além dos serviços regulares de saúde familiar já utilizados no Brasil (programa Mais Médicos) e em países como Espanha, Itália, Haiti, China, África do Sul etc. A incompetência camuflada e financiada por uma frequente expansão monetária e uma fraudulenta financeirização econômica que não raramente resulta em bolhas e crises econômicas de alcance global, como as crises de 1929 e 2008, fez com que em mais de meio século de monopólio sobre o regramento econômico capitalista, não conseguisse sequer proporcionar alimentação, saúde, moradia e educação gratuita de qualidade para seus cidadãos, como há muito já fez a sempre desidratada e sabotada, ilha do embargo. No país cercado e mantido de refém pelos EUA, onde a influência estadunidense pouco alcança, nenhuma criança dormirá na rua, como desafiou Fidel em seu discurso histórico décadas atrás; já no Afeganistão, local onde os EUA despejaram mais de três trilhões de dólares em recursos militares nos últimos 20 anos, hoje nenhuma criança dorme em lugar nenhum, com medo do que pode acontecer com a recente tomada de poder do Talibã, grupo terrorista armado pelos EUA durante a guerra contra o comunismo. Tomara que o mundo aprenda a resolver seus problemas geopolíticos de formas menos bélicas e que a carta branca militar dos EUA seja revogada, porque nós não sabemos o que teria acontecido com o mundo se os EUA não tivessem entrado em tantas disputas no período pós segunda guerra, porém, sabemos o que aconteceu e não foi nada bom na maioria dos casos. Faria muito bem ao mundo nunca mais presenciar cenas como as da “quebra de 29”, das “flores de Hiroshima e Nagasaki”, do “agente laranja” no Vietnã, das guerras do Iraque e do Afeganistão, ou dos despejos e suicídios do estouro da bolha de 2008... Todas as cenas causadas pela ambição e ganância do “menino mimado do Norte”, o vendedor de sonhos, falsos sonhos. Essas guerras contra inimigos fantasmas, no fim são apenas cortinas de fumaça que escondem a covardia do país cuja abundância e extravagância financeira não foram capazes, sequer, de instaurar a paz e a dignidade dos cidadãos dentro de suas próprias fronteiras. O país autointitulado “xerife do mundo”, acumula com a tomada do Talibã, mais um fracasso em suas interferências geopolíticas. Chegou a hora dos EUA entenderem que eles são seus próprios inimigos e que suas políticas econômicas altamente poluentes é que são o verdadeiro inimigo do mundo, a guerra agora é contra as mudanças climáticas e nessa guerra é bom o país ser mais eficiente do que nas sabotagens, porque diferente do Talibã, os efeitos das mudanças climáticas já alcançam solo americano.

  • A CARA DO CINEMA BRASILEIRO: 01 - Medalhões, Estrelas e Revelações

    O maravilhoso cinema nacional! Começa aqui uma longa jornada através dos rostos que colocaram nosso cinema no mundo. A CARA DO CINEMA BRASILEIRO é uma série especial de publicações do Portal Dossiê etc, escrita por Cleber Eldridge, sobre os atores que fazem o cinema nacional sobreviver, crescer e nos maravilhar com suas obras a cada dia. Dos medalhões, que foram do cinema para a TV, até as revelações não tão conhecidas do grande público, os rostinhos do cinema brasileiro desfilarão por aqui à partir de hoje e pelos próximos quatro sábados. Aproveite e se aventure pelo cinema nacional. Uma viagem inesquecível. MEDALHÕES O cinema no Brasil, assim como em tantos outros lugares do mundo, é feito de movimentos, desde os primórdios fomos divididos em fases, desde as chanchadas, boca do lixo, o novo e a retomada, tudo isso ideia de diretores, produtores e roteiristas dispostos a construir e fortalecer o cinema nacional, mas como qualquer leigo sabe, o que dá liga entre uma ideia e a emoção, são os atores. As chanchadas foram muito populares no Brasil entre as décadas de 1930 até 1960, um gênero que não é conhecido do nosso grande público – falta de interesse, talvez? – mas que, colocaram Grande Otelo e Oscarito entre nós – já as pornochanchadas, vieram logo após, entre os anos 60 e 70, um gênero majoritariamente brasileiro que tinha cunho erótico e foi onde muitos dos nossos atores começaram sua carreira, como as cultuadas Sônia Braga em Lua Sobre o Parador (Paul Mazursky, 1.988) e Vera Fisher em Amor Estranho Amor, (Walter Hugo Khouri, 1972). Os atores protagonizaram muitos dos filmes, o que serviu como porta de entrada para uma carreira sem fim na televisão. Como é Boa Nossa Empregada (Victor di Mello e Ismar Porto, 1973) tinha como protagonista Pedro Paulo Rangel. Outro clássico, Das Tripas Coração (Ana Carolina, 1982) colocou nas telonas um quarteto que faria sucesso durante muitos anos, especialmente na telinha, eram eles: Antônio Fagundes, Dina Staf, Ney Latorraca & Christiane Torloni. Já Carla Camurati, que fez nome no gênero, protagonizou um dos filmes mais complexos da época – e de título muito atraente, diga-se de passagem – Os Bons Tempos Voltaram, Vamos Gozar Outra Vez (Ivan Cardoso e John Herbert, 1985). O Boca de Lixo ou Cinema Marginal, foi um outro movimento brasileiro, que surgiu em São Paulo na década de 60 e o filme que, verdadeiramente, representa esse gênero é O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla, 1968) – mas foi durante esse movimento que surgiu José Mojica Marins, o infame Zé do Caixão, com o clássico Essa Noite Encarnarei o Teu Cadáver (José Mojica Marins, 1967) – mas quem brilhou mesmo foram as atrizes que, mesmo com os produtores pedindo nudez gratuita, encaravam como trabalho sério e talvez, apenas talvez, por conta disso, elas tenham sido eternizadas: Helena Ramos, Zilda Mayo, Claudete Joubert, Matilde Ribeiro entre tantas outras. Já entre os homes alguns nomes foram importantes e muito presentes nessa época como Nuno Leal Maia, Tarcísio Meira e Jofre Soares. O Cinema Novo foi o movimento mais emblemático e reconhecido no mundo, especialmente por conta da premiada trilogia de ouro, mas que não contavam com grandes nomes no elenco, mas ainda assim, tem uma importância sem precedentes. São os filmes Vidas Secas (Nelson Pereira dos Santos, 1963), Deus e o Diabo na Terra do Sol (Glauber Rocha, 1964) um dos maiores clássicos do nosso cinema e que foi protagonizado por Geraldo Del e Yoná Magalhães; e Os Fuzis (Ruy Guerra, 1964). Todos os três mesclavam entre realidade e documentário e se passavam no sertão. Já nas grandes cidades A Falecida (Leon Hirszman, 1965) é mais celebrado por conta de sua protagonista, ninguém menos que: Fernanda Montenegro. ESTRELAS O fato é um só, ninguém vive de cinema no Brasil, isso falando tanto de atores, diretores, roteiristas e produtores, todos eles precisam mesclar suas carreiras entre o cinema e a televisão, a telona e a telinha, mas alguns deles ficaram mais conhecidos por se destacarem exatamente no cinema. O primeiro e, na minha humilde opinião, o melhor deles é Irandhir Santos, que fez poucos trabalhos na televisão e está sempre focado em cinema, o ator já venceu o Festival de Gramado e de Havana e está sempre ligado em filmes independentes como Tatuagem (Hilton Lacerda, 2013) e O Som ao Redor (Kleber Mendonça filho, 2012). Lázaro Ramos é outro ator que tem diversos trabalho na televisão, mas podemos incluir ele aqui já que ele foi a cara de filmes que caíram no gosto do público como O Homem que Copiava (Jorge Furtado, 2003)0, Ò Paí, Ò (Monique Gardenberg, 2007) e Madame Satã (Karim Aïnouz, 2002). O meu preferido, Selton Mello, também tem carreira na televisão, mas nos últimos anos, ele tem focado no cinema e como diretor. Mello faz sucesso desde a clássica adaptação da obra de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida (Guel Arraes, 2000), passando pelo ótimo O Cheiro do Ralo (Heitor Dhalia, 2006) até O Palhaço (Selton Mello, 2011) e O Filme Da Minha Vida (Selton Mello, 2017), filmes em que acumulou direção e atuação. O queridinho do público e de boa parte da crítica é Wagner Moura e não é para menos, já que ele protagonizou uma das maiores produções do cinema nacional Tropa de Elite (José Padilha, 2007). Moura tem alternado entre projetos nacionais e sua carreira internacional com Elysium (Neill Blomkamp, 2013), Wasp Network (Olivier Assayas, 2019) e agora sua estreia como diretor (roteirista e produtor) em Marighela (Wagner Moura, 2019), exibido pela primeira vez no Festival de Cinema de Berlim, seu lançamento nos cinemas é aguardado para novembro de 2021 e com a chegada do lançamento, a polêmica envolve a estreia de Moura como diretor, principalmente por retratar Marighella, um guerrilheiro brasileiro que integrou a resistência armada contra a ditadura. Por fim, mas não menos importante, Rodrigo Santoro, que ator de longa data na TV, foi notado pelo mundo após duas atuações muito elogiada em Bicho de Sete Cabeças (Laís Bodanzky, 2000) e Carandiru (Héctor Babenco, 2003) somado ao sucesso que fez no folhetim de Manoel Carlos, Mulheres Apaixonados (2003), ele investiu na carreira internacional e funcionou: As Panteras, 300, Che e Bem Hur são apenas alguns dos filmes em que Santoro brilhou, depois de despontar aqui, no cinema nacional. As mulheres não ficam atrás, Alice Braga é uma das atrizes brasileiras mais conhecidas lá fora, mas protagonizou algumas produções dirigidas por cineastas brasileiros como Cidade de Deus (Fernando Meirelles e Kátia Lund, 2002) e Ensaio Sobre a Cegueira (Fernando Meirelles, 2008) e Na Estrada (2013), de Walter Salles. Dira Paes é uma atriz consolidada na televisão, mas que, assim como Lázaro Ramos, pode falar com propriedade de cinema já que atua desde 1985 quando debutou em A Floresta de Esmeraldas (John Boorman, 1985) e no cinema nacional em Ele, o Boto (Walter Lima Jr.,1987) e não parou mais. Só para mencionar alguns, dentre a lista de sucessos estão Amarelo Manga (Claudio Assis, 2002), Meu Tio Matou Um Cara (Jorge Furtado, 2004), 2 Filhos de Francisco (Breno Silveira, 2005) e Divino Amor (Gabriel Mascaro, 2019). Leandra Leal também já deixou claro que prefere trabalhar com cinema e quando faz isso, faz miséria e quem não viu O Lobo Atras da Porta (Fernando Coimbra, 2013) não sabe o que está perdendo. REVELAÇÕES As caras novas não cansam de pipocar, alguns deles até vingam, outros nem tanto, o melhor exemplo disso é Rodrigo Garcia, a Paulete do filme Tatuagem (Hilton Lacerda, 2013), que foi premiado no Festival do Rio de Janeiro, mas não fez nenhum outro filme e focou na televisão, mas só para deixar claro, ele é um dos melhores atores dos últimos anos. Gabriel Leone também começou nas telenovelas, mas segue caminhos diferentes, atualmente com a série Dom (Prime Vídeo), ele brilhou em Piedade (Cláudio Assis, 2019) e Minha Fama de Mau (Lui Farias e Alonquel Uchôa, 2019) aliás, Chay Suede também é um nome para ficarmos de olho, já sabemos o quanto ele é bom na televisão, só precisa de uma força para engrenar no cinema, mas em Rasga Coração (Jorge Furtado, 2018), ele está ótimo. O melhor que surgiu nos últimos anos foi João Pedro Zappa, que protagonizou o excepcional Gabriel e a Montanha (Fellipe Gamarano Barbosa, 2017) e Boa Sorte (Carolina Jabor, 2014). Jesuíta Barbosa – mais conhecido como sonho da gente – transita como poucos entre o cinema e a televisão, Barbosa tem uma magnitude diferente de tantos outros Tatuagem, Serra Pelada (Heitor Dhália, 2013) e Praia do Futuro (Karim Aïnouz, 2014) são a prova da versatilidade do ator. Johnny Massaro também é um nome para ficar do olho, tal qual, Bruna Linzmeyer, que juntos já protagonizaram A Frente Fria que a Chuva Traz (Neville d'Almeida, 2015), O Filme Da Minha Vida (Selton Mello, 2017) e Alice & Só (Daniel Lieff, 2020). As meninas seguem o mesmo barco, Laura Neiva anda meio “sumida”, mas sua ótima atuação em Á Deriva (Heitor Dhalia, 2009) me diz que muitas outras ótimas surpresas podem vir dela. Nanda Costa, a queridinha das novelas desde sua protagonista em Salve Jorge (Marcos Schechtman, 2015), tem tentado apagar a fama que novela te deu e tem conseguido, especialmente com filmes como Gonzaga: De Pai Para Filho (Breno Silveira, 2012) e Entre Irmãs (Breno Silveira, 2017) que estrela ao lado de Marjorie Estiano outra atriz que já deixou sua marca na Telona com sua ótima atuação em As Boas Maneiras (Juliana Rojas e Marco Dutra, 2017). O cinema brasileiro é muito maior e mais diverso do que podemos imaginar, filmes para todos os gostos e atuações memoráveis, no próximo capítulo vamos lembrar os personagens que fizeram história nas telonas do Brasil.

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