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Crítica: The White Lotus (Mike White, 2021) 1ª temp. HBOMax

O ESTÚPIDO privilégio branco é escancarado de forma divertidíssima da série que se mostra uma das mais agradáveis surpresas do ano.

The White Lotus (Mike White, 2021) | Em cena: Lani (Jolene Purdy) e Armond (Murray Bartlett)

O ano é 2021, precisamos mais do que nunca nos policiar, ter cuidado com o que falamos, nunca sabemos quem está do nosso lado e quais são suas convicções. Na sociedade não há espaço para racismo, homofobia, transfobia, xenofobia e misoginia, aliás, nunca deveria ter existido e os celulares, atualmente, têm o mesmo poder de uma arma de fogo – se é que me entendem – dito tudo isso, ainda tem gente que usa e abusa do privilégio branco e Mike White, criador da série, escancara isso de uma forma pontual e divertida, mas que sabe tocar na ferida.


O local de férias, Hawaii, no hotel de luxo chamado White Lotus, é lá que um grupo de pessoas vai passar duas semanas. Para chegar até a ilha onde o hotel fica localizado, o grupo precisa pegar um barco, mas antes de tudo isso, na cena inicial, um dos personagens, Shane Patton (Jake Lacy) está sentado no aeroporto quando é importunado por pessoas que se sentam ao seu lado. Na cena “restos humanos” são colocados dentro do avião, o que deixa um pequeno mistério no ar, mas que logo será “esquecido”.


O mosaico de personagens é formado por dois grupos: os turistas e os funcionários do hotel, ou melhor, os com pouca ou nenhuma noção e os que precisam engolir seco os chiliques alheios.


O que torna a série especial é que os personagens, cada um deles, têm seus próprios “problemas” e para fugir disso eles estão em férias, mas depois que se instalam, eles acabam criando outros “problemas” – mais impressionante, é o que os hospedes jamais saem do hotel, não fica claro se existe algo naquela ilha, além do hotel. Só sabemos que é um hotel de luxo, com lindas piscinas, praias e paisagens e por ficarem “presos” ali dentro, eles acabam como já mencionei, criando seus próprios problemas, esses empecilhos são tão ridículos que as situações beiram o bizarro.

The White Lotus (Mike White, 2021) | Em cena: Quinn Mossbacher (Fred Hechinger) e Mark Mossbacher (Steve Zahn)

O elenco é maravilhoso, todos eles encarnam suas personagens e transformam toda a situação em uma comédia digna de arrancar muitos risos, o gerente Armond (Murray Bartlett) está sempre no posto – e frisa que os funcionários precisam ser invisíveis, mas sempre prontos a servir – e precisa resolver inúmeros, de novo, “problemas” – o mais engraçado deles é quando Shane Patton (Jake Lacy) insiste que foi posto no quarto errado e insiste ainda mais que quer o melhor quarto do hotel. Ele está junto de sua esposa, Rachel, uma mulher insegura com a carreira sua vida, mas Shane está focado em apenas um coisa: trocar de quarto.

The White Lotus (Mike White, 2021) | Em cena: Rachel (Alexandra Daddario)
The White Lotus (Mike White, 2021) | Em cena: Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge)

Tanya McQuoid (Jennifer Coolidge), está ali para esquecer o passado. Junto dela estão as cinzas de sua mãe, que ela quer jogar no mar, mas ela tem outros transtornos com os quais precisa lidar antes. Por fim, ainda há o núcleo dos Mossbacher, uma família “liberal” para lá de problemática e não podemos esquecer do núcleo de funcionários, com personagens como a funcionária do SPA Belinda (Natasha Rothwell) que é a única, a única personagem que tem noção do mundo.


Os episódios são espetacularmente dirigidos, Mike White faz com que os personagens mesclem entre o caricato e o absurdo, chegando no estado da arte, pura e simples. Isso tudo explorando as belezas do cenário, acompanhado por uma trilha sonora havaiana que também passeia entre o engraçado e o sinistro, aliás, a trilha sonora é um elemento fundamental em toda a série. Enfim, mergulhe na piscina junto com pai e filho para a scuba e saia de lá mortificado de tanto rir, seja das trapalhadas ou do completo e insano absurdo das conversas dos personagens, tranquilamente a melhor série do ano...


...até agora.

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