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  • Nas asas da pandemia

    Os esforços das companhias aéreas diante da covid-19 Sabemos que por causa da pandemia as empresas aéreas também foram afetadas, houve uma drástica diminuição no número de voos e toda logística presente nos aeroportos precisou também de uma pausa. Não demorou muito para balcões de check-in ficarem vazios assim como tantas outras áreas dos aeroportos, salvos os pátios que começaram a enfileirar as aeronaves, ficando cheios. Financeiramente, toda uma reformulação teve que ser colocada em prática. Afinal, os aviões foram feitos para voar, e muito. O oposto disso, com interrupção de decolagens ao redor do planeta não só deixa de gerar receitas como também requer altos investimentos já que avião parado também tem suas necessidades e gastos. Os hubs, centrais de logística de uma empresa aérea, precisaram ser adaptados para estacionamento. Importantes polos de distribuição de voos enfrentaram uma parada brusca. A dinâmica para garantir partidas e chegadas com pontualidade começou a ganhar outra dimensão, e os aviões de carga passaram a voar mais. Muitos deslocamentos de aeronaves precisaram acontecer inclusive para estacioná-las em aeroportos com clima de deserto onde as temperaturas garantem um desgaste menor em relação a equipamentos e sistemas. Combustível remanescente nos tanques precisa de monitoramento, motores precisam de proteção contra umidade, janelas precisam ser cobertas para evitar desgaste no interior das aeronaves, sistemas hidráulicos e elétricos precisam ser poupados de qualquer interferência durante uma parada longa, e o mesmo se dá para trens de pouso e mais inúmeros outros detalhes que cercam essas máquinas voadoras cada vez mais modernas, eficientes e com longo alcance. Uma pausa que também requer esforços, cuidados e manutenção severa para garantir que voltem a operar, no momento possível. Sem dúvida nenhuma um momento triste também para a aviação. Parecia distante a possibilidade dos altos investimentos em produção de aeronaves para longos percursos com maior capacidade de transporte de passageiros e carga em longa escala ter que desacelerar uma dinâmica que caminhava muito bem, apesar das dificuldades que sempre cercaram as aéreas. E assim vem acontecendo dentro dos moderníssimos hubs espalhados pelo mundo, como em Dubai, Frankfurt, Heathrow, Schipol, Viracopos. Hubs são plataformas giratórias de voos, grandes aeroportos que permitem conexões e escalas de voos além de disporem de grande estrutura para reparos, manutenção de aeronaves e grandes áreas logísticas, e como a própria definição explica sua importância, parar ou diminuir seus funcionamentos também requer muita lógica, precisão, cuidados e estudos financeiros para garantir o futuro de sua existência e operacionalidade. Enquanto a ciência investe em pesquisas e tratamentos para a covid-19, em paralelo o mercado financeiro busca soluções e condutas para não colapsar essa parte também muito importante e necessária para o mundo: A aviação! Que em breve rotinas como a verificação de pilotos nos computadores instalados nos aeroportos possam voltar. É a partir dali que eles são informados sobre a rota, condições climáticas e eventuais turbulências, tempo de voo e estimativa de chegada ao destino. Que novamente os passageiros possam fazer uma viagem entre Munique e Tóquio, a bordo de um moderníssimo A350, sempre com todos os cuidados e segurança adquiridos pela indústria aeronáutica e mantidos por todos os profissionais da área, da mesma forma, que voltem em breve os hubs a distribuir voos pelo planeta, cada um desses especiais voos, desses essenciais percursos, com asas que cruzam fronteiras, geram encontros de cultura, propiciam trabalhos diversos, movem a economia e valorizam cada minuto investido nessa engenharia de um transporte rápido, preciso e seguro.

  • Carta aberta aos Ricos brasileiros

    Cafona, polêmica e necessária. Prezados Ricos, Subscrevo-os, com enorme respeito por vossas excelências, para falarmos sobre o Brasil e a delicadeza do atual momento. Tomei o cuidado de referir-me às eminentes Senhoras e Senhores com “R” maiúsculo para garantir que os “ricos” não se incomodem com essa conversa de gente Grande. Peço que vossas Realezas não se preocupem, esse editorial não pretende chover no molhado. Não há a menor dúvida de que vossas Realezas conhecem a gravidade da situação, embora algumas Calopsitas tropicais, insistam em exibir sua exuberante e, apenas aparente, ignorância fazendo previsões completamente equivocadas sobre a pandemia, assim como em um arroubo de "coragem” e “autoafirmação” juvenil. De garotos que querem provar sua oratória e sua retórica, desafiando os fatos. Acredito que nesses casos haja mais má-fé do que ignorância, pois como poderia, um belo exemplar com olhos cor de anil, ser tão inapto? Deve ter sido má-fé... afinal, não tive notícias sobre eles se desculparem pelo equívoco. Uma assustadora falta de etiqueta... Direto ao assunto: Para não gastar vossos preciosos tempos, cremos que seja melhor, sem mais rodeios, ir direto ao assunto, afinal esse texto se trata de uma carta aberta e não da entrevista de um de vocês no Roda Viva, quando uma das jornalistas pergunta se acham que V. Realezas sabem que pagam poucos impostos. Eu sei que é embaraçoso responder “SIM”, embora a partir de agora seja necessário. Longe deste editorial querer fazer parecer que responder "SIM" é mais simples do que realmente é. Apesar de ser uma palavra monossilábica com apenas 3 letras, sei que não é fácil dizê-la assim, tão abertamente, afinal, corre-se sempre o risco de os nobres ricos de “r” minúsculo perceberem e resolverem fazer justiça tributária. Imagina o perigo se o Brasil passar a tributar vocês, justo vocês, tão caridosos e cheios de filantropia, com alíquotas que cheguem a 37,5% como nos EUA ou 45% como na Alemanha que taxa nessa proporção todos os que ganham acima de 167 salários mínimos, equivalente a R$ 184 mil no Brasil. Por mês? Não, que tolice, por ano! Mas comparar o Brasil com a Alemanha? Deixa para lá... Não pensem que esse humilde editorial quer torná-los pobres, não nos ofenda, não acreditamos em fadas do dente nem em meritocracia. Quem tem R$ 100 milhões não quebra, por mais ignorante que seja, por mais dificuldades que tenha em ler e interpretar um artigo científico antes de opinar sobre uma pandemia, por mais dificuldade que tenha em entender que furar a fila da vacina não resolve o problema da economia nacional; somos atentos, sabemos que quem comeu caviar nunca vai cozinhar músculo. E tudo bem, não é disso que o Brasil precisa agora. Tampouco devemos falar de filantropia, esse assunto a gente deixa para os influencers da quebrada que, patrocinados pelos maiores interessados nos desmontes de direitos dos trabalhadores, não podem sequer falar de política por estar entre a cruz, representando a consternação por conhecer a dor da população que tentam, genuinamente, ajudar; e a espada daqueles que podem do dia para a noite cortar todos os apoios financeiros – medíocres apoios – que mantém projetos que apesar de muito importantes, por não deixarem “moiá” a situação das quebradas, mas que estão apenas enxugando gelo e sabem disso. Muito para quem doa, pouco para quem recebe? Não! Esse portal tem um compromisso especial com a matemática e repare, sequer estamos falando de uma matemática sofisticada, estamos a falar de uma matemática acessível e funcional. Nota-se que a Forbes publicou recentemente um patrimônio estimado em US$ 16,9 bilhões, ou R$ 94 bilhões para Jorge Paulo Lemann. A título de esclarecimento vale ressaltar que esse não é um patrimônio passível de saque, não tem liquidez imediata, causaria certo pânico no mercado a simples hipótese de Lemann se desfazer de 25% de suas ações, provavelmente elas derreteriam o valor das empresas e esses US$ 17 bilhões já não seriam mais tudo isso, mas, também a título de esclarecimento, não podemos ignorar que ainda assim é um patrimônio capaz de garantir a 100 mil brasileiros, uma vida de 76 anos com um salário mínimo por mês, desde o seu nascimento até o último dia de suas vidas. Sendo menos sensacionalista, vale dizer que se o Sr. Lemann doar R$ 1 milhão de reais, equivale a uma pessoa com o patrimônio de R$ 1 milhão doar a bagatela de R$ 10,64. R$ 1.000.000,00 / R$ 94.000.000.000,00 = 0,001064% R$ 10,64 / R$ 1.000.000,00 = 0,001064% (que vergonha... que vergonha!) Portanto, Senhor Lemann, preste muita atenção, especialmente a esse trecho: Fazer a economia popular abrir mão de R$ 500 mil (chegou a R$ 2 milhões), tão custosos à essas pessoas tão generosas que não possuem patrimônio e que, mesmo assim, a esse ponto já ajudam vizinhos, amigos, familiares e ainda tiveram que se mobilizar nesse desafio, para no final o Sr. Lemann doar essa miséria relativa?! Fazer isso equivale a um milionário propor a uma pessoa em situação de rua, um miserável, que ele faça um strip-tease ao som de “macarena”, para, no final do show, pagar um pão na chapa e um pingado para ele. Então, com todo o respeito que cabe aos senhores Ricos (+R$ 100 mi) e RICOS (+ R$ 1 Bi) desse país, peço licença para um recado individual: A filantropia Lemann - Jorge Paulo Lemann, se esse Editorial se prestasse a adjetivar sua atitude, seríamos lidos como fanáticos, revoltosos e radicais, por que de fato, sua postura é esdruxula, é uma postura cretina e medíocre é uma postura dotada de arrogância, soberba, uma postura recheada de sarcasmo e sadismo social. Mas paro por aqui, o Brasil é um país em que seus cidadãos têm uma autoestima muito baixa que vê bondade em qualquer sorriso branco. Esse editorial poderia ser mal interpretado. Porque a essa altura o discurso já está bem ensaiado, você provavelmente queria incentivar os Brasileiros a serem solidários. Certo? Mas Lemann, brasileiro não tem patrimônio, brasileiro não tem reservas, brasileiro só tem sua força de trabalho e sua renda mensal. Se o brasileiro médio que ganha 2 salários-mínimos se tornar solidário na mesma proporção que você (0,001064%) ele doará R$ 0,27 sobre a renda anual dele. Radicais e fanáticos não deveriam ser os que denunciam e se indignam com isso, mas sim os nanicos morais como você que continuam acumulando fortunas incalculáveis e a partir de certo ponto, inúteis dada a ordem de grandeza desse patrimônio. Riquezas impossíveis de serem consumidas ainda que você não estivesse com mais tempo vivido do que tempo a viver. Um acúmulo que se dá apenas por hobby e vaidade. Já que, para evolução de caráter provavelmente não há tempo hábil, tenha ao menos a GENTILEZA de não humilhar o país que te enriquece à duras penas. Esse povo que consome suas cervejas e seu ketchup, não merece esse seu sadismo social, não merece essa humilhação. Por fim, nesse recorte particular, esse editorial te pede que não nos processe e que, por favor, perdoe essas ofensas, bem como a Receita Federal perdoou mais de 50% da sonegação da sua empresa Ambev no Refis de 2018, mesmo ano em que a empresa, em gravíssima "dificuldade", suponho, reclamava da hiperinflação na Argentina (filha de Macri, seu "Hermano" liberal), mas, distribuía R$ 8,6 bilhões de lucros e dividendos (pág 2) aos acionistas. (Ainda assim pensando em nos processar? Temos uma semana de existência, vai conseguir menos do que essa doação medíocre que você faria se fosse um homem de R$ 1 milhão, fique a vontade se achar que a crítica "sobrou"). Fica a dica: Quando for doar pouco, doe calado, seu... (respiro fundo); E quando for doar muito, que tenha mais doação do que espetáculo, porque o tempo de publicidade obtido na TV (globo, cultura, band e outros) com essa "doação" , vale muito mais do que os míseros R$ 500 mil propostos. A ajuda que o Brasil precisa: Chega de demagogia, hipocrisia e humilhação. Senhores Ricos (+), os convido nesse exato momento a se juntarem aos nossos leitores e à sociedade civil brasileira e assinarem uma petição online em que pedimos que os parlamentares, em regime de urgência, promovam uma reforma tributária com uma proposta racional e absolutamente proporcional de Imposto de Renda Único que some todos os rendimentos do cidadão (salários, pró-labores, pensões, aposentadorias, benefícios, lucros, dividendos, aluguéis etc.) e aplique sobre essa renda universal a alíquota relativa única, garantindo a aplicação da impessoalidade sobre a tributação de renda e com um cálculo simples, moderno e justo. P.S.: caso considerem o nome “IRúnico” demais, podemos fazer um “rebranding” ao gosto do freguês. Saiba mais dobre o projeto de Imposto sobre a Renda Total, clicando aqui.

  • Em Genebra, segurança oferece ajuda para família de Jamil Chade

    ERRATA: O fato aconteceu em Genebra na Suíça, e não na sede de Nova Iorque como informado originalmente. Parece surreal pensar que um diplomata e jornalista brasileiro, poderia receber oferta de ajuda para sua família, de um segurança. Mas foi isso que aconteceu. Em entrevista para o canal do YouTube Meteoro Brasil, Jamil Chade relatou que em um dia como outro qualquer, em que ia trabalhar dentro do prédio da ONU, foi parado por um dos seguranças do estacionamento, que conhecendo-o e sabendo de sua nacionalidade, perguntou se havia alguma forma de eles (os funcionários da ONU) se unirem para levar a família do Jamil daqui do Brasil, para Genebra. Segundo Jamil, isso se deve a percepção internacional a respeito do Brasil. A fala do segurança revela como a desastrosa gestão da crise sanitária no Brasil, tem repercutido em todo o mundo. Em outro trecho, após ser indagado pela apresentadora Ana Lesnovski sobre a possibilidade de ajuda internacional para o Brasil, Jamil frisou que para além de um "pária" o Brasil é uma ameaça sanitário mundial e explicou que por boa vontade talvez essa ajuda não viesse, mas tranquilizou, apontando que para o mundo é importante que o Brasil tenha a crise sanada, porque enquanto a crise sanitária persistir aqui, a crise sanitária permanecerá no mundo. Repercussão internacional: Além de todas as críticas que se tornaram comuns no cenário internacional, condenando a condução da crise sanitária no Brasil, segunda-feira (05 de abril de 2021) o jornal britânico The Guardian subiu o tom contra o governo brasileiro e opinou sobre Jair Bolsonaro: "Um perigo para o Brasil e para o mundo". A chamada do editorial vai ainda mais longo e na primeira frase classifica o presidente como sendo de "extrema-direita", um termo normalmente utilizado na Europa para se referir a um campo político antidemocrático, sem respeito pelas instituições e pelos direitos humanos. O texto denúncia os recorrentes usos da Lei de Segurança Nacional que seu governo tem usado para perseguir opositores, como no caso Felipe Neto. A lei nº 7.170 de segurança nacional é considerada uma lei ultrapassada e autoritária, criada em 14 de dezembro de 1983, ainda no período da ditadura militar a lei permite uma interpretação ampla, sobre o que pode ser enquadrado como um risco a ordem, permitindo que o governo Bolsonaro a use para perseguir opositores. Sem alívio, sem respiro e sem trégua o editorial prosseguiu tocando em assuntos delicados como as mais de 60 mil mortes por covid-19 no mês de março; criticou a falta de controle de circulação, o baixo incentivo para o uso de máscaras e o desencorajamento para o distanciamento social. Ainda sobre esse ponto, repercutiu o tweet do ex-presidente colombiano, Ernesto Samper, "Bolsonaro conseguiu transformar o Brasil em um gigantesco buraco do inferno", sem deixar o leitor esquecer que a variante P1, a mais contagiosa de todas está se espalhando pelo mundo em descontrole, em boa parte porque o governo brasileiro não fez a lição de casa. O periódico ainda demonstrou profunda preocupação com as movimentações militares no governo Bolsonaro e destacou que nos últimos dias a cúpula militar brasileira foi inteiramente substituída, e chamou a atenção para o fato ter se dado após a volta de Lula para o cenário político. "É possível que, inspirado por Donald Trump, o Sr. Bolsonaro pense em se agarrar ao poder pelo uso da força? Não. É provável. As Forças Armadas já anularam a vontade do povo antes: o Brasil foi uma ditadura militar de 1964 a 1985. Quando a multidão invadiu o Capitólio dos Estados Unidos em 6 de janeiro, seu filho se opôs não ao ataque, mas à ineficiência: “Foi um movimento desorganizado. É uma pena ”, disse Eduardo Bolsonaro." O editorial do The Guardian termina dizendo que "existe algum motivo para esperança", justifica que mesmo com as investidas autoritárias de Bolsonaro, a mídia continua vibrante e que essa sucessão de desastres causados por Bolsonaro, têm servido ao menos para abrir os olhos da elite econômica brasileira, "que anteriormente o abraçava". Leia Dossiê. Informação responsável e independente. Confira a entrevista completa:

  • Fintech brasileira vaza dados de todos seus clientes

    O problema já foi corrigido, mas ainda não se sabe ao certo quantas pessoas tiveram suas informações comprometidas. Às 10:20 da manhã (horário de Brasília) de quinta-feira 08 de abril de 2021, o especialista em segurança digital Bob Diachenko publicou um tweet alertando a empresa fintech Brasileira IUGU sobre a exposição de dados de todos os seus clientes. Na mensagem em seu twitter, Bob Diachenko explica: Alerta de violação: em 7 de abril, o fintech IUGU expôs todo o seu banco de dados, incl. TODOS os detalhes da conta dos clientes: e-mails, telefones, endereços, faturas etc. IP com 1.7TB indexado pelo Shodan, alertei imediatamente a empresa, db foi retirado em uma hora. Sem resposta. Ao todo, estavam expostos mais de 1,7 terabytes (TB) de dados como nome, e-mail, telefones, endereços, faturas, CPF etc. de milhões de clientes e pessoas que foram cobradas por seus clientes. No tweet, Diachenko, explica que os dados foram indexados ao Shodan, um buscador extremamente eficaz, apontado por alguns especialistas como o buscador mais perigosos do mundo, capaz de achar dados escondidos nos mecanismos dos sites, através de brechas exploradas, que outros mecanismos de busca como o Google, Bing e Yahoo não indexam. Ainda segundo o tweet, os dados estavam expostos desde 07 de abril. Após o alerta a empresa corrigiu a falha em aproximadamente uma hora, sem responder às mensagens de alerta. A Iugu é uma fintech que começou como uma facilitadora, viabilizando a emissão de boletos por empresas pequenas, com pouco faturamento que tinham dificuldade em conseguir esse serviço com instituições bancárias. Com muito menos burocracia que os bancos, caiu nas graças dos micros e pequenos empresários. Hoje a fintech oferece soluções completas para gestão financeira das empresas. Até agora a empresa não se pronunciou sobre o vazamento e não foram revelados mais detalhes sobre os dados vazados, mas a julgar pelo tamanho do arquivo disponível, é possível que tenham vazado não apenas os dados de seus clientes, como também os dados dos clientes de seus clientes, na prática, os dados de todas as pessoas que já receberam um boleto emitido pelo sistema da IUGU. Lei geral de proteção de dados: O vazamento ocorre apenas 7 meses após passar a vigora a Lei Geral de Proteção de Dados (lei nº 13.709/2018) que prevê responsabilização e punição das empresas que permitirem vazamentos desse tipo. Segundo o art. 65 da LGPD, a lei que já era para estar em vigor após 18 meses de sua publicação (14 de fevereiro 2020) , teve sua aplicação adiada por conta da lei nº 14.010, de 10 de junho de 2020, que dispõe sobre um regime jurídico especial para empresas durante a pandemia de covid-19 prevê, em seu art. 20, que a lei passe a vigorar, e punir as empresas que descumpri-la somente a partir de 21 de agosto de 2021. Quando a LGPD estiver em vigor, empresas que, assim como a IUGU, permitirem o vazamento de dados, ou desrespeitarem outras disposições sobre o sigilo de seus clientes, poderão ser multadas em até 2% de seu faturamento, até o limite de R$ 50 milhões. Leia Dossiê. Informação precisa com independência e responsabilidade.

  • Especulação é o gatilho dos grandes desastres econômicos

    A financeirização da economia já vem causando problemas há tempos e ao que tudo indica, o mercado financeiro causará mais problemas em breve. Há mais de 98% de chances de você, que nos lê, ser pobre. Ou trocando em miúdos, de você ser uma pessoa sem acúmulo de bens, com necessidade de trabalhar esse mês, para não passar necessidades, nem dificuldades nos próximos três meses. A princípio, insinuar que herdeiros são ”bon vivants” como fiz na minha primeira coluna exclusiva para a Dossiê etc e agora ler que ter aplicação na bolsa de valores é oportunismo pode fazer com que pessoas como eu e você, tendam a discordar dessa afirmação, afinal, herdar uma casinha, um carro velho, uma caderneta de poupança e alguns objetos de gaveta é absolutamente comum, basta um parente próximo morrer para que isso aconteça. Mas não é disso que estou falando, estou falando de heranças mi e bilionárias, montantes capazes de garantir que uma geração ou mais, passe a vida inteira sem trabalhar. Por isso, tenho 99% de certeza que esse não é seu caso, porque esse é um privilégio para poucos; e para que não pareça um jogo de palavras qualquer, o sentido clássico de oportunismo, segundo o dicionário Michaelis online é: “Habilidade em aproveitar os fatos ou circunstâncias para obter algo”. Nesse caso, é a habilidade de aproveitar o patrimônio constituído por seus antepassado para ter o que, seguramente, podemos chamar de vida mansa. Ainda com essa explicação, pode ser que trabalhadores e cidadãos comuns, com algumas ações do Banco do Brasil, Vale, Petrobrás etc. Se sintam ofendidos com o termo, oportunismo, mas com certeza não estou falando desses poucos e pequenos investidores, estou falando praticamente das mesmas pessoas que nasceram tão ricas, que sequer precisam trabalhar durante sua vida, embora a maioria sente na cadeira de presidente das empresas herdadas, porque dizem que não trabalhar “pega mal”, mas na realidade só precisam de um lugar de especulação financeira onde possa multiplicar seu dinheiro sem pagar impostos, aportando sua herança em alguns fundos que agem como “cambistas” de ações, movimentando-as buscando a valorização, mesmo que por meios especulativos de compras e vendas constantes, fazendo com que esse dinheiro se “multiplique” sem ajudar as empresas das quais essas ações dizem respeito, já que apenas no momento da emissão dos papeis é que o dinheiro da compra de uma ação vai para a mão das empresas. Investidores ou Cambistas? Vai soar estranha essa definição que eu vou expor aqui sobre o mercado financeiro, mas observe que há semelhanças profundas entre as posições comparadas. E isso soará estranho no início, porque muito se fala sobre o humor do Mercado e sobre as variações da bolsa. Mas muito pouco se fala sobre como essas coisas acontecem. Quando ações de uma empresa são negociadas na bolsa, os primeiros compradores geralmente são fundos bi ou trilionários que negociam lotes gigantescos de ações durante o processo de oferta pública inicial de ações (IPO), esses fundos agem de forma bem parecida com os cambistas que compravam e/ou desviavam lotes de ingressos que deveriam ser vendidos em bilheterias. Se você não era habituado a ir aos estádios de futebol nos anos 90 e 2000, talvez tenha dificuldades em entender essa comparação, mas, basicamente, funcionava assim: Os cambistas compravam grandes lotes de ingressos até acabarem com todos, ou pelo menos com os ingressos mais populares, os de arquibancadas. Feito isso, a demanda passa a ser, automaticamente, maior do que a oferta, que na prática chega a zero quando acabam os ingressos. Nesse momento, apenas os cambistas possuem o ingresso, se você quiser ver aquele jogo ou evento importante, é desses cambistas que você tem que comprar. Com esse movimento os cambistas manipulam artificialmente os preços dos ingressos, lesando os torcedores que pagam valores 3, 4, 5 e até 100 vezes maiores, a depender da importância do evento. Os bancos e grandes fundos fazem isso, compram lotes imensos de ações de empresas que têm uma tinta promissora, mas na prática, muitas delas nunca deram lucros e terão poucas chances de ter esses lucros consolidados. Ainda assim, como são muito grandes, com grandes aportes desses fundos especulativos, acabam se tornando atraentes suficientes para fazerem fundos menores e pequenos investidores acreditarem e buscarem essas ações que, a essa altura, já estão nas mãos dos bancos e fundos, sendo repassadas a todo vapor com valores inflados pela busca do mercado, tentando passar tudo aquilo para o que no jargão financeiro, chamam de the Greater Fool, “O TOLO MAIOR” em português. Esse termo é designado para se referir ao investidor que detém as ações de uma empresa no momento em que ela quebrar, ou for liquidada, como aconteceu com a NetShoes, que ofertou ações na bolsa de Nova York em 12 de abril de 2017 por US$ 18 cada ação, mas a empresa foi liquidada por US$ 3,70 por cada ação para a Magazine Luiza em junho de 2019, um prejuízo de 80% para os que arriscaram compras as ações da Netshoes apenas 2 anos antes. Bom negócio para a Magalu, que tem suas ações valorizadas, apenas por esse ato de aquisição bem-sucedido, isso tudo, antes mesmo de o “Mercado” saber se a empresa seria capaz de resgatar ou não a Netshoes e transformá-la em algo rentável, ou se vão apenas dar uma morte digna para à gigante dos calçados. Aliás, há um aspecto interessante nessa compra, porque compras de empresas não devem ser condenadas, sociedades em empresas também não, afinal, investimentos como o da Magalu visam ganho operacional, ou conquista de um nicho de mercado, diferente dos bancos e fundos de investimentos que administram o dinheiro dos “herdeiros preguiçosos”. Esses fundos só querem especular e ganhar dinheiro com a venda da empresa antes que ela quebre, não há real preocupação com a saúde da empresa, porque como são os primeiros compradores, à preços baixos, normalmente há espaço para valorização (especulativa e orgânica) antes de venderem suas ações todas, garantindo um lucro praticamente certo. O que vai acontecer com a empresa dali para frente não é problema deles. Já o grupo Magalu comprou o risco, comprou integralmente a empresa e vai se virar com recursos próprios torná-la viável, o que é muito bom, porque volta a focar a operação e valorização ligada a produtividade e não em especulação de preços de ações. Boa parte desses problemas de natureza especulativas se dão, porque hoje não há regulamentos rígidos sobre um tempo mínimo de posse das ações, ou seja, você pode comprar e vender ações ou cotas correspondentes a essas ações várias vezes ao dia, por exemplo. Prática essa conhecida por Day trade que vem sendo duramente criticada até por operadores do mercado financeiro por deixar o sistema vulnerável a especulações críticas que desorientam o mercado financeiro e as autoridades econômicas do país. Um risco especial para as sociedades como os EUA, onde boa parte da aposentadoria de idosos depende do rendimento dos chamados fundo de pensão. Se esses fundos quebram, centenas de milhares de pessoas podem ir, repentinamente, à falência pessoal. Na prática podem deixar de receber suas aposentadoras. A título de exemplo, Elon Musk comprovou a teoria de que o mercado financeiro é altamente suscetível a especulações e interferências externas. Em janeiro ele tweetou o link de um fórum que organizava um movimento coordenado de compra de ações para manipulação dos preços. As ações em questão eram de uma tradicional loja de consoles, jogos e artigos para gamers. A loja em questão, a Gamestop, já foi uma febre nos EUA, mas com as novas tecnologias e o crescimento dos jogos online e compra de jogos através de mídias digitais entregues por downloads, a loja, que teve como uma das suas principais fontes de receita a venda de jogos, estava fadada a falência, ou a uma redução drástica de tamanho que já vinha acontecendo gradativamente. Após o tweet de Musk, as ações da empresa chegaram a subir mais de 150%. Entretanto, embora possa parecer um ato de caridade a favor de um empresário à beira da falência - como se a bolsa de valores aceitasse pequenos comércios – é na verde uma ação que para favorecer a empresa, precisaria que as ações estivessem nas mãos da empresa, mas o que aconteceu não foi isso. Um grupo de pequenos investidores, organizados através de um fórum na internet, começou a fazer opções de compras. Os fundos por sua vez venderam suas ações. Agora essas ações valorizadas artificialmente estão nas mãos de pequenos investidores que se começarem a realizar as vendas, verão o preço dos ativos despencarem, mas por outro lado, se segurarem por muito tempo e as projeções estiverem certas, poderão perder o dinheiro que investiram nessa manobra. Muitas pessoas ganharam dinheiro com essa súbita disparada do preço das ações, para isso, muitas outras perderam ou perderão. Já para a empresa, foi só mais um dia como outro qualquer. Musk na verdade foi só um publicitário do fórum da Reddit Wallstreetbets que organiza essas movimentações em massa que claramente deturpam os valores de mercado dos ativos. No gráfico abaixo é possível notar que a empresa Gamestop vinha mantendo certa estabilidade no valor das ações, até ser artificialmente infladas por esse esquema: Caso GAMESTOP ponto a ponto: 1) – Até dia 12 de janeiro, em longa estabilidade, as ações da empresa GAMESTOP valiam US$ 19,95; 2) – Conforme a experiência proposta no fórum ganha aderência, o valor das ações começa a subir. Cada dia de alta empolga mais investidores e a notícia começa a circular, até chegar a uma valorização de 642% em 14 dias, uma evolução significativa; 3) – Com a divulgação de Musk, o valor das ações cresceu mais 135% em apenas um pregão, levando a uma valorização total de 1642% em relação ao dia 12 de janeiro, último dia de “normalidade” nas ações da empresa. Na prática, se quem criou esse movimento investiu US$ 1.000 antes do dia 12 de janeiro, até o dia 28 teria tido um lucro de US$ 16 mil dólares, aproximadamente noventa mil reais; 4) – Em 28 de janeiro as ações deram o primeiro susto naqueles que entraram tardiamente. Seu valor despencou 44%. Essa queda provavelmente se deu pela realização dos lucros daqueles que acreditavam que a aventura tinha chegado ao seu limite 5) - Em 29 de janeiro o valor das ações teve nova alta, mas essa nova alta provavelmente se deve a duas coisas. A) Pessoas que tiveram acesso tardio a repercussão dessa movimentação e tentaram tirar mais uma casquinha; B) Fundos que operam a descoberto, provavelmente vira na queda do dia 28 uma oportunidade para comprar parte das ações com o aluguel prestes a vencer (explicamos abaixo), uma forma de diluir o risco, já que diferente da aposta de quem vende a descoberto, ou aluga ações, as ações estavam se valorizando; Vendas a descoberto, problemas para alguns e racionalidade para outros Vendas a descoberto ou aluguel de ações é uma operação bem conhecida e polêmica, principalmente pelas consequências possíveis. O funcionamento é relativamente simples: Ao avaliar os resultados das empresas e outros tantos dados econômicos, pode perceber que determinada ação está provavelmente supervalorizada, ou prestes a se desvalorizar por algum acontecimento de natureza diversa (política, econômica, mercadológica, logística etc). Então apostando em uma queda do valor dessas ações, o fundo aluga as ações por um determinado período. Por esse aluguel ele garante uma rentabilidade mínima sobre o valor das ações para os donos originais dessas ações, por exemplo, 1% ao mês ou x% ao ano, até que ele devolva as ações; O fundo então pega essas ações e vende, mesmo sabendo que elas não são dele. A ideia é que, apostando na queda das ações, o fundo venda pelo preço atual – considerado acima do que deveria custar – e recompre no futuro, quando tiver que devolver as ações; É exatamente essa diferença esperada no preço das ações, que garante o lucro da operação: Exemplo: O fundo “A” aluga 1 milhão de ações XYZ do fundo “B” quando as ações valem R$ 1,00; Vende essas ações e levanta 1 milhão em capital; Se daqui um ano, no tempo de devolver as ações alugadas, essas ações estiverem custando R$ 0,30, então o lucro da operação terá sido os R$ 0,70 de diferença por ação; se na hora de devolver o valor das ações estiver R$ 2,00, então o fundo “A” que precisa devolver aquele montante de ações, precisa tirar do bolso para completar esses R$ 1,00 a mais por ação. Veja no Exemplo 01. É uma aposta. Se as ações se desvalorizarem, quem vendeu a descoberto ganham dinheiro, porém, se as ações se valorizarem então a empresa que vendeu a descoberto pode inclusive quebrar por ter que desembolsar valores para cobrir a diferença e provavelmente isso aconteceu ou acontecerá com alguns fundos que ainda não compraram as ações a serem devolvidas para os locatários das ações. Conforme Exemplo 02. As possibilidades no mercado financeiro são muito grandes e quanto menos regulado o mercado for, maiores as possibilidades de fraudes e colapsos como as sazonais crises causadas por empresas estadunidenses pessimamente fiscalizadas e ridiculamente desreguladas. Voltando para os exemplos acima, apesar de toda essa confusão envolvendo os fundos que operam a descoberto e um bando de pequenos investidores deslumbrados com as possibilidades de lucro da especulação financeira, é possível que nada tenha acontecido com a empresa às quais as ações se referem, Gamestop, isso porque essa empresa emitiu essas ações há muitos anos, já recebeu por elas o que tinha direito e d´ali em diante ela luta para sobreviver enquanto os investidores da bolsa brincam de “clonar dinheiro”. Sim, "clonar", porque dinheiro não se reproduz e como vimos aqui, essa movimentação de papel para lá e para cá não produz nada, nem um prego. Ou estão clonando dinheiro, ou, como normalmente se refere a isso, o mercado está inflando aqueles ativos. Definitivamente, o valor das ações não é baseado na robustez das operações das empresas, mas sim em uma expectativa de demanda e, hoje, até por uma expectativa de “monopólio”, dadas as dificuldades que alguns modelos de negócios ainda encontram em concorrer no mercado. Prova disso é a facilidade que um fórum da internet, manipular os valores de ações no mercado mais famoso do mundo. Ficou demonstrado por A + B que se um grande volume de ações for comprado ou vendido, mesmo sem ninguém saber o motivo disso, o valor dessa empresa sofre alterações bruscas; É um comportamento de manada que mexe com percepções a respeito de determinado ativo, aumentando ou diminuindo o interesse por esse ativo. Se de um lado o Mercado se alegra com a possibilidade de enriquecimento repentino até quando uma empresa quebra, por outro, os críticos dessa prática acusam esses fundos de lucrarem com a falência de empresas e de causa grandes perdas para aqueles que locam suas ações. Isso porque em uma eventual queda brusca, ou sinais claros de falência de uma empresa, o investidor pode se desfazer gradativamente de suas ações, evitando perdas maiores, porém, se as ações estiverem alugadas, não há o que fazer a não ser calcular as perdas. A verdade é que no mercado de ações, sempre há um "tolo maior" disposto a apostar. A especulação financeira precisa ficar para trás: Apesar de hoje os exemplos dessa manipulação artificial do valores de ativos, serem muito mais evidentes e explícitos, isso sempre aconteceu. Porém, agora isso não pode mais ser aceito, por um motivo simples, o mundo vive a era da informação e comunicação. Com as tecnologias que temos hoje, é completamente possível que grupos se orquestrem por meio da internet para repetirem o caso da GameStop com qualquer empresa e com esses movimentos induzirem todo um mercado ao erro. Essa é uma prática previsível, que durante a história foram denunciadas, mas sempre ignorada pelos órgãos reguladores, já que antigamente as reuniões de capital capaz de manipular o Mercado só poderiam acontecer a portas fechadas em palácios, impossíveis de serem comprovadas. Agora está sendo reproduzida em escalas cada vez maiores e por consequência, os estragos deve se dar cada vez em proporções maiores. Para coibir esse tipo de comportamento nocivo para toda a economia, uma regra razoável deveria ser o tempo de permanência mínimo que um investidor precisa ficar com uma ação ou cotas correspondentes a uma ação. Porque somente se o investidor for obrigado a permanecer com um papel durante 1 ano, é que ele vai pensar como investidor e desejar o melhor funcionamento econômico possível, evitando riscos que podem colocar a economia em risco. Outra medida interessante seria o repasse de um percentual das negociações para as empresas que emitiram as ações, tal qual é a regra de 5% de comissão para o clube formador de jogadores que são negociados, além de, é claro taxar o lucros e dividendos, obrigando as corretoras a reterem o imposto durante a operação de venda das ações. Em pleno século XXI, não se pode aceitar que qualquer especulação que não gera valor nem para a empresa, nem para o Estado, seja confundida com investimento. Bolhas e golpes financeiros: Coisas diferentes com resultados iguais Em 2016 o criptoativo Bitcoin era avaliada em pouco menos USD 530 (dólares). Hoje, apenas 5 anos depois esse ativo já se valorizou 10.902%, ou 109x, chegando US 57.800 a despeito de qualquer ativo. Não existe paralelo, não existe empresa que tenha crescido tanto, não houve aumento considerável de empresas aceitando bitcoins como meios de pagamento. Enfim, não há justificativa. A única justificativa é que quanto mais gente entra mais o valor da bitcoin sobe, mas sem lastro, é uma enorme bolha de ar. Reflita: Alguém comprou 2 biticoins com 1000 USD há 5 anos atrás, deitou no sofá e 5 anos depois seus USD 1.000 viraram USD 100 mil. Tem um vácuo de USD 99 mil, que não foi preenchido por quem entrou depois, porque quem entrou depois também já viu essa bolha crescer e tem mais do que quando entrou, o vácuo aumentou. Se hoje, 10% de todas as bitcoins fossem sacadas em dólares, de onde sairia esse dinheiro? A resposta é que a bolha estouraria e esse castelo de cartas desmoronaria causando prejuízos, provavelmente, muito maiores do que USD 70 bilhões deixados por Bernie Madoff, um dos maiores banqueiros de Wall Street, que operou uma pirâmide financeira que durou 50 anos bem no centro do maior mercado financeiro do mundo, bem embaixo das autoridades estadunidenses, no coração de Manhattan. A pirâmide caiu em 2008 quando investidores tentaram sacar USD 7 bilhões das ações que acreditavam. Sem liquidez para tal, a pirâmide de Madoff desmoronou. Todos os sinais indicam que estamos alimentando uma gigantesca bolha financeira “multimodal”. Ou seja, não é apenas uma bolha imobiliária como foi nos EUA em 2008, onde políticas de crédito mal construídas permitiram uma hiper especulação imobiliária. Os donos de imóveis – Grande parte pertencente aos bancos e fundos que tomavam as casas dos inadimplentes – acreditavam que poderiam cobrar por esse imóvel o valor que quisessem, porque a desregulação do crédito fazia com que qualquer cidadão assumisse hipotecas muito grandes, muitas vezes incompatíveis com a renda ou a estabilidade profissional que tinham em um país onde as leis trabalhistas também não são um bom exemplo a ser seguido. A crença era que o cidadão perdia a vida antes de deixar de pagar a hipoteca, infelizmente isso era verdade. Muitas pessoas foram levadas ao suicídio durante a crise financeira de 2008 e 2009. O resultado todo mundo já sabe, vivemos em 2008 / 2009 a maior crise econômica mundial, desde a quebra de 1929, quando a Bolsa dos EUA também quebrou causando o que muitos consideram ser a maior crise econômica da história com custos que se aproximam dos custos das grandes guerras. Na ocasião, foi uma bolha produtiva que gerou a grande quebra. No período pós 1ª Guerra, os EUA viram a oportunidade de vender alimentos e itens industriais para os países Europeus que estavam devastados pela guerra, ao passo que o solo estadunidense nada tinha sofrido. Porém, com dinheiro sobrando, consumo em alta e crédito desregulado, os EUA se industrializou agressivamente, todos passaram a produzir sem nenhuma disciplina ou regulação e isso fez com que a capacidade produtiva superasse em muito a demanda e a capacidade do mercado internacional de absorver tamanha produção. O resultado foi óbvio, empresas estadunidenses quebraram com estoques lotados, sem ter para quem vender e, portanto, sem poderem honrar com as dívidas contraídas. logo, a bolsa, um aparato de especulação e que, portanto, costuma “chutar” para cima as projeções, derreteu feito gelo no Saara e o país foi a lona com a inadimplência em massa. Bom, se todas as bolhas têm uma origem, a bolha multimodal, como o nome diz, pode ter várias origens. É como se uma bexiga tivesse várias entradas de ar. Ela vai encher rápido, a quantidade de látex será sempre a mesma, o resto é “ar”... Com a pandemia e a adesão em massa da prática de trabalhar em casa (ou homeoffice para os íntimos) muito se fala em bolha imobiliária, mas entre os imóveis comerciais, o que em último caso pode gerar a conversão de alguns prédios comerciais em prédios residenciais e isso poderia resfriar os preços de imóveis residenciais que estão sofrendo forte especulação e ocupando um espaço cada vez maior da renda do brasileiro. Pelo mesmo motivo, a prática de trabalhar de casa, grandes cidades do mundo conhecidos por serem polos de postos de trabalho, podem sofrer não só com a grande ociosidade dos imóveis comerciais, mas também com o êxodo de trabalhadores indo morar no interior do país em busca de qualidade de vida e aluguéis mais baratos. Nouriel Roubini, professor da escola de negócios da Universidade de Nova Iorque, um dos primeiros a prever a crise de 2008 começa a alertar sobre uma nova bolha, dessa vez a bolha de alavancagem. Segundo ele, os juros baixos encorajaram as empresas que se alavancaram com esse crédito barato, buscando potencializar o lucro, mas que talvez não consigam crescer tanto quanto for necessário para honrar com alguns dos riscos assumidos e isso pode gerar um momento de tensão no mercado, com a quebra de muitas empresas. Roubini é um especialista, mas basta ser um bom observador para perceber há algo de muito estranho no ar. A Ibovespa demorou 3 anos para chegar dos 65 aos 118 mil pontos, a pandemia chegou e a bolsa caiu, de fevereiro para março de 2020 recuou 40% até os 67 mil pontos de novo e motivos para justificar essa queda não faltam, a pandemia aumentou o desemprego, aumentou a fome, isolou as pessoas, reduziu a massa de renda nacional, aumentou o endividamento das empresas e do país, reduziu o faturamento de quase todos os segmentos econômicos e não tem previsão para acabar. O estranho mesmo, é que mesmo assim, apenas um ano depois e durante o pior momento da pandemia, a Ibovespa já retornou aos índices pré-pandemia com seus 118 mil pontos. Parece que um compressor de ar está soprando essa bolha. Será? Será que tem liquidez nesses 118 mil pontos? Quem viver verá. Leia Dossiê!

  • LISTA: 5 filmes sobre drogas pesadas & ilícitas

    O cinema mostra como as drogas podem destruir não só os consumidores como tudo ao seu redor. O mundo sempre foi uma droga, isso é um fato para a grande maioria da população mundial. Nada é muito fácil e mesmo para uma pequena parte da população que já nasceu com tudo ganho, eles ainda precisam de uma “válvula de escape”, ou seja, eles precisam fugir do mundinho perfeito deles, enquanto os mais vulneráveis precisam lidar com seus problemas de frente, mas que em algum momento precisam fugir da realidade. E qual a melhor forma de todo mundo fazer isso? Drogas! São tantos filmes que falam do assunto, que eu poderia ficar horas e mais horas falando deles, mas antes de tudo, quero deixar claro que, droga não é só a cocaína, a maconha, a meta anfetamina, mas também o álcool, que atualmente está mais comum do que nunca, o bom e velho cigarro, não podemos esquecer os calmantes e tarjas pretas e qualquer outra coisa que venha a viciar, segue então uma lista com cinco filmaços sobre drogas pesadas, ilícitas, viciantes e que como tudo na vida, se não souberem ser usadas, podem te levar a uma tragédia pessoal. 5. Clímax (Gaspar Noé, 2018) O diretor mais polêmico da atualidade está sempre envolvido com esse tipo de assunto: Drogas, sexo e violência. Clímax é tão autêntico que assusta, esse filme é para aqueles que já passaram uma noite inteira sob o efeito de LSD, que sabe que a brisa é uma delícia ou um verdadeiro inferno, o filme é uma doideira e qualquer coisa que eu venha falar aqui, pode estragar a experiência. Filme disponível em: Netflix 4. Oslo, 31 de agosto (Joachim Trier, 2011) A Noruega é um dos países mais ricos do mundo e pacíficos do mundo, mas isso não significa absolutamente nada, especialmente para Anders, um jovem que acaba que voltar a reabilitação para sua cidade natal, título do filme, foi lá onde ele se afundou nas drogas e é lá que, ele quer e precisa se reerguer, claro que isso vai ser muito mais complicado do que aparenta. 3. Querido Menino (Felix Van Groeningen, 2018) O inferno que Nic Sheff passou foi pouco, por tudo que ele fez com seus pais passarem, ele que era drogado convicto, ele que não cansava de tomar atitudes erradas, acabou em colapso. O filme foca mais na relação do pai que tenta salvar seu filho, mas sem muito sucesso, das drogas que afetam as relações familiares. Filme disponível em: HBO GO 2. Trainpotting, sem Limites (Danny Boyle, 1996) O filme mais popular da lista, com certeza, todo mundo já ouviu a citação inicial do filme em algum lugar: “Escolha vida. Escolha um emprego. Escolha uma carreira. Escolha uma família. Escolha a porra de uma TV grande. Escolha máquinas de lavar, carros, CD players e abridores de lata elétricos. Escolha uma boa saúde, baixo colesterol e seguro odontológico. Escolha pagar financiamento. Escolha um lar. Escolha seus amigos. Escolha roupas da moda que combinem com sua bagagem. Escolha alugar um terno de três peças com uma porrada de opções de tecidos. Escolha relaxar e questionar quem você é numa manhã de domingo. Escolha se sentar no sofá e assistir a torpes programas de auditório, enfiando "junk-food" goela à baixo. Escolha apodrecer no fim de tudo, numa casa escrota, como uma vergonha para a porra dos filhos egoístas que você gerou para substituí-lo. Escolha seu futuro. Escolha vida.” esse é um exemplo de filme que é assustador e divertido ao mesmo tempo, aqui a heroína destrói um círculo de amigos que, sem ter o que fazer, acaba destruindo suas vidas e seus laços Obra-prima. Filme disponível em: Amazon Prime Vídeo 1. Réquiem Para um Sonho (Darren Aronofsky, 2000) Se não é um dos filmes mais assustadores de todos os tempos, eu não sei qual é, obra-prima de Aronofsky (quem não o conhece, é o diretor de Cisne Negro) que mostra uma realidade impressionante, a realidade dos viciados e do que eles são capazes de fazer para conseguir drogas, cortes frenéticos e uma trilha sonora que te faz grudar na cadeira, uma experiência sem volta. Filme disponível em: TeleCine play

  • Se as heranças não acabarem, o que acaba é o Brasil

    A vida fácil dos herdeiros é uma das principais causas da miséria no Brasil. Aos fatos: É sabido que, por diversos motivos, que vão desde a falta de cultura de planejamento familiar, passando pela ausência de uma educação básica de qualidade, até a extrema pobreza que se torna impeditivo para a aquisição de métodos contraceptivos e métodos abortivos. No Brasil, famílias mais pobres têm em média 4 filhos, enquanto as famílias mais ricas, em média, possuem menos de um filho, 0,7 filhos por casal em média dentre os 20% mais ricos da sociedade; tendo em vista que o comportamento padrão é o envolvimento amoroso entre pessoas de classes sociais semelhantes, nascer rico significa herdar sozinho a riqueza de duas pessoas ricas e suas respectivas famílias, uma real concentração de renda, ao passo que, nascer mais pobre significa, muitas vezes, empobrecer quando se perde os pais, seja por conta de custos com saúde no fim da vida dos pais, seja por herdar uma família para cuidar e principalmente porque os pais em vida possuem renda, nem que seja uma aposentadoria, BPC, salário, mas quando morrem, diferente dos riscos, não têm bens para passar de geração para geração. É importante ressaltar que enquanto a herança, um presente geracional, é taxada em apenas 4% no Brasil, o trabalho do cidadão de classe média que ganha pouco mais de R$ 5 mil reais, é taxada em até 27,5%; quando essa herança é aplicada no mercado financeiro a discrepância fica ainda pior, já que no Brasil, Estônia e Letônia, não cobram impostos sobre dividendos, que são as partes dos lucros distribuídos aos acionistas das empresas. Somos um verdadeiro paraíso fiscal, paraíso fiscal mesmo, A alíquota de imposto sobre a renda é uma das mais baixas e mais regressivas do mundo, ou seja, penaliza os mais pobres e favorece aos mais ricos, principalmente devido a dois fatores, a ínfima faixa de isenção, uma das mais baixas do mundo e por conta da baixíssima taxa de teto que em países desenvolvidos chega facilmente aos 40% e em casos mais extremos a 60%. Como, infelizmente, no Brasil, acreditam que valorizar a coisa pública é sinônimo de comunismo, não se investe o que deveria ser investido em educação e saúde pública. Para piorar, escolas são tidas pelos governantes como depósitos de crianças pobres e com seus filhos internados em colégios particulares, nem empatia são capazes de sentir por aqueles que não possuem renda suficiente para darem uma educação cara aos seus filhos. Sem herança, ganhando menos, pagando proporcionalmente mais impostos e com mais filhos, as famílias pobres são penalizadas pelo maior crime do capitalismo: Ganhar dinheiro com o seu próprio trabalho. A pena do trabalhador é se submeter a um sistema econômico que o obriga a escolher entre o essencial: “Morar ou comer?”, “Estudar, ou me tratar?”, “Estudar ou fazer exames?”, “Dormir a noite toda ou estudar?”. “Pagar a conta de luz, ou o convênio?”, “Comprar material escolar, ou o remédio?”. Como deveria ser: No livro Pobreza à brasileira me propus a explicar que a pobreza no Brasil é imposta, estável, estrutural e perpétua, para isso, um dos pontos mostrados através das árvores genealógicas de alguns dos políticos mais importantes do país até hoje que esse poder foi herdado de geração em geração desde os tempos de Brasil Colônia. Império e República Velha; por outro lado mostra que a pobreza também persiste, em boa parte, por conta do que foi dito anteriormente sobre a diferença entre o filho do trabalhador e o herdeiro rico. Tendo em vista o dano econômico que isso causa a toda a sociedade, é uma questão matemática agir para evitar que isso aconteça e a melhor forma de equilibrar é agir em duas direções ao mesmo tempo, até que essas ações se encontrem em um ponto central de equilíbrio. A taxação de heranças precisa seguir a lógica da taxação de renda, uma taxa progressiva em relação aos bens herdados. Como no imposto de renda tem de haver uma faixa de isenção, pois não é razoável taxar quem está recebendo uma moradia de herança, ou bens que não superem R$ 500 mil. Essa taxação não deve taxar a população que já sofre com a desigualdade, quando o intuito é equilibrar o jogo. Os ridículos 4% deveriam ser a taxa mínima para quem recebe de herança bens em valores de R$ 500.001 e subir progressivamente em proporção absoluta até taxas de 50 a 70% para heranças e transferências de bens acima de R$ 10 milhões como na simulação abaixo: A tabela acima revela que quando a proporcionalidade e progressão absoluta é aplicada, as relações de arrecadação se tornam muito mais justas. Claro que à primeira vista, pode parecer um exagero cobrar 70% de impostos, mas quando se percebe que quem vai pagar isso, ainda receberá ao menos R$ 3 milhões de reais como um prêmio dado a quem tem a simples sorte de nascer em uma família rica. Essa possibilidade faria com que transferências de patrimônio mais modestas, abaixo de R$ 500 mil não pague impostos. Apesar de uma mudança simples como essa representar a real possibilidade de mudança e queda da miséria, ainda não é o suficiente. Como dito acima, é importante caminhar em duas direções ao mesmo tempo. Então, mais do que taxar a renda e o patrimônio dos mais ricos, a fim de frear o crescimento da desigualdade, é necessário aplicar esse incremento da arrecadação para um fundo de cidadania, que possa compor eventuais perdas do INSS e assim fortalecer a rede de proteção previdenciária, mas também, dentre outras coisas, arcar com um programa de financiamento da vida digna. Um fundo de repasse para os municípios, que aportaria em moedas atuais, R$ 1 milhão de reais em títulos do tesouro que, dentro da expectativa de vida atual, de aproximadamente 76 anos, é suficiente para uma renda de um salário-mínimo atual por mês para esse cidadão até o final da vida. Mas a ideia não é simples assim. Não seria simples como transferir R$ 1.100,00 por mês para cada bebê. Pelo contrário, esse projeto precisa criar um mecanismo de repasse federal, equivalente a um salário-mínimo por cidadão, como verba extra, para municípios e estados investirem exclusivamente em saúde pública, educação e programas de assistencialismo para famílias miseráveis, como atenção alimentar, atenção psicológica, reforço escolar, acesso a programas de moradia e tudo o que é diretamente relacionado a condição de dignidade humana. Na idade adulta, esse “aporte mensal simbólico” pode ser utilizado como uma renda mínima para pessoas de baixa renda terem mais facilidade para estudar, morar, se alimentar e se locomover. É uma forma de tirar da exagerada vida fácil dos herdeiros e aplicar diretamente na camada mais pobre da população. Com um salário-mínimo por família, se extingue a miséria em pouco tempo, pois isso viabiliza, por exemplo, a contratação imediata de obras habitacionais para acabar com as moradias clandestinas e moradias em áreas de risco. Se bem administrado, em 70 a 100 anos, esse “aporte natal” será o suficiente para arcar com todas as necessidades do cidadão médio e desoneraria os órgãos governamentais com alguns programas sociais que hoje só fazem secar gelo. Isso quando não muda a gestão no meio do caminho e deixa a pobreza congelada na paisagem. Sim, parece assustador dar um milhão para cada cidadão que nasça, mas há formas de controlar esse susto se a taxa de natalidade for colocada no orçamento, e talvez caiba restringir esse benefício a um ou dois por família, a depender do interesse demográfico do Estado, então se as famílias fizerem um controle de natalidade a base de informação, prevenção e orçamento familiar, seus filhos viverão com a certeza de acesso a todos os direitos humanos básicos, algo que inexiste nas classes mais pobres do país, e com a garantia de renda mínima em um futuro onde nenhum cidadão passaria fome, ou dormiria ao relento por conta de um desemprego que não é culpa sua. É uma expansão monetária considerável, mas segura, porque emite títulos para seus próprios cidadãos, os beneficiários diretos da expansão gerada por esses investimentos, na moeda corrente, moeda nacional, protegida contra a flutuação do câmbio e pagando eventuais juros para os próprios cidadãos que usariam esses juros no comércio local, na economia local. Em um cálculo conservador, considerando um investimento anual para cada criança que nascesse, com uma taxa de 2,8 milhões de crianças por ano, o custo seria de R$ 36 bilhões por ano. Em 50 anos, o valor gasto com esse programa terá sido de 1,85 trilhões de reais (em valores atuais), um endividamento de 25% da relação Dívida/PIB (considerando PIB 2018 com dólar de 2018), hoje, com todos os atrasos sociais e sem um programa desse tipo, a dívida/PIB já está em 90%, sem ter conseguido nesse período proporcionar segurança social permanente para seus cidadãos. E o negócio ainda é melhor do que aparenta. Nesse cálculo estou apenas considerando nascimentos. Não estou considerando mortes, não estou considerando quedas na taxa de natalidade, não estou considerando limites por filhos, pelo contrário, estou considerando que 2,8 milhões de crianças vão nascer por ano, com um aporte simbólico de R$ 1 milhão de reais em programas sociais ao longo de 76 anos. Estou considerando que em 50 anos, teríamos uma população de meia idade, educada, com moradia própria, saúde pública de qualidade e assegurada contra o preconceito do mercado de trabalho, com um salário-mínimo de seu tempo. Obs.: Também não considerei a atualização monetária, por considerar o reajuste natural e razoavelmente proporcional em entrada e saída. Não foi considerado o retorno de capital investido que as contas públicas têm no ato da arrecadação de impostos sobre consumo e renda, nem possíveis melhoras no índice de crescimento do PIB causada pela inclusão da maior camada da sociedade no mercado consumidor e em programas de renda a partir da idade adulta. Mas e a meritocracia? O sistema monarca já caiu no mundo inteiro, hoje já não há mais a crença do rei escolhido por Deus, já evoluímos o suficiente para saber que nascer é um acidente para quem nasce, mesmo que tenha sido planejado por quem o fez nascer. Partindo do princípio de que não há méritos no nascimento, os programas sociais estarão disponíveis a todos que por desventura venham a precisar, desde uma atenção básica de saúde, até a uma aposentadoria e compra de medicamentos por acometimentos à saúde. Como não há mérito no nascimento, as incertezas do mundo não podem ser uma penalidade a quem nasceu em um seio familiar com poucas oportunidades financeiras. Esse seguro de vida – não de morte – precisa ser garantido por quem realmente se beneficia do trabalho de todos os homens, o Estado. Os homens são passageiros, os Estados são permanentes, eles que paguem pela sua permanência. Nós simplesmente não temos culpa de nascer. O fato de o trabalhador ser mal pago, não significa que o trabalho dele produziu pouca riqueza; bem como o fato de o herdeiro receber muitos lucros e dividendos de suas empresas, não significa que aquilo tenha suor dele, pelo contrário, os funcionários das empresas são muito mais responsáveis pelo sucesso do herdeiro, do que ele próprio. Agora, se você acha uma ideia absurda separar R$ 1 milhão para garantir a dignidade cidadão, mas acha normal alguém herdar milhões sem pagar impostos, só porque teve a sorte de nascer rico, então de duas uma: Ou é um rico de má fé, ou é um cidadão com síndrome de vira lata. Em ambos casos, busque ajuda. Quanto tempo o Brasil vai aguentar tanta desigualdade? Porque os ricos ainda preferem gastar com segurança privada, do que com justiça social?

  • Todos os alvos estão na Cracolândia

    Dossiê divulgado pela Craco Resiste causa alvoroço na nossa sociedade hipócrita. “Pesquisa publicada prova Preferencialmente preto Pobre, prostituta pra polícia prender Pare pense por quê? Prossigo... Pelas periferias praticam perversidades parceiros” Brasil com P - Gog Por que será que as pessoas seguem acreditando que o pessoal que vive na Cracolândia merece os ataques ostensivos que a GCM junto a PM tem feito por lá? Como a crueldade das pessoas chega a ponto de vibrarem com massacres direcionados a populações mais vulneráveis? A problemática que se percebe não só porque imagens foram reveladas, mas que a sociedade se nega a ver de fato. Antes de tudo é preciso entender que as pessoas só reconhecem humanidade em pessoas tidas como “produtivas”, quem está aí sendo também massacrado pelo CIStema capitalista gerando lucro e mais riqueza para quem não precisa, patologizadas por um contexto de trabalho e vida adoecedores que resume a nossa existência em meras peças descartáveis nessa imensa engrenagem de desigualdade social. Essas pessoas invisíveis aos olhos da sociedade e que não deixam de ser pessoas como nós, que sofrem, riem, sentem fome, tem carências, amam e odeiam, passam pelos mesmos processos orgânicos que nós, que sangra igual a gente. Justamente por conta da falta de amparo do Estado e eu sei que nós também muitas vezes somos desamparados por esse Estado genocida, mas porque quando o Estado falha conosco gera tanta comoção, revolta, indignação e quando isso acontece com nossos irmãos de rua a história é outra? De onde você tirou essa ideia de que você é melhor que qualquer outra pessoa, Inclusive de quem está nessa situação? Não! Não somos e nem nunca seremos melhores que ninguém, mas essa ideia de superioridade também é algo doentio heim?! Fica ligado! “Veja bem, ninguém é mais que ninguém Veja bem, veja bem eles são nossos irmãos também...” Capítulo 4, versículo 3 - Racionais MCs Essas pessoas também são fruto desse CIStema e já lhe digo uma coisa, a droga, o crack pode ser considerado a melhor coisa que essas pessoas têm e não, não é a principal causa deles estarem lá. Quando você passa de manhã e vê uma pessoa se drogando, você não sabe o que ela passou nos últimos dias, horas, minutos. Essas pessoas enfrentam violências diversas e o momento do uso é o único em que ela pode se permitir não sentir dor, não sentir a tristeza, o medo massacrando seu peito. E quem te disse que você sabe o que é melhor para essa pessoa sem ao menos conhecer a história de vida dela? (mesmo conhecendo, você não tem o direito de dar pitaco na vida dos coleguinhas, combinado?) A dica é cuide da sua vida. Se você puder ajudar de alguma forma, seja ouvindo (sem julgar), seja doando alimento, roupa, agasalho e coisas que possam amenizar questões pontuais, ótimo! Se não, deixe seu moralismo fora disso e lhe garanto que será outra experiência. As vivencias e histórias dessas pessoas tem muito a nos ensinar a nos agregar enquanto humanos, falhos, seres errantes... Estamos nesse mundo para aprender, para evoluir. Ou você é daquelas, que se acha “a evoluída”? Pois volte algumas casas aí porque no jogo da vida não dá para pular de fase. Aceitar que também temos nossas fraquezas, assumir que também somos usuários compulsivos de várias outras drogas muito mais degradantes, ou você acha que ficar pendurado o dia todo no celular é saudável? Você que toma sua cervejinha no fim de semana e as vezes até perde a mão e abusa um pouco mais, você que faz uso de remédio sem prescrição para conseguir dormir, abusa de açúcar, gordura saturada, carne vermelha entre outros venenos presentes e aceitáveis no nosso cotidiano e que matam muito mais que as drogas ilícitas que vocês condenam tanto sem conhecer de fato. Todo mundo ganha quando somos validados, reconhecidos em nossa existência, acolhidos de forma empática. Sim empatia que tem sido a palavra do momento nesse contexto de pandemia mundial, mas vemos que o discurso não ultrapassa as redes sociais e nunca chega de fato às redes de cuidado. E não pense você que daí de cima de seus privilégios está imune a um destino como esse, porque boa parte das pessoas que se encontram em situação de rua estão lá por questões diversas como desemprego, falta de apoio da família, famílias desestruturadas, falta de oportunidades, falta de políticas públicas, pessoas que sequer tiveram oportunidade de vislumbrar uma vida diferente. Mas mesmo que tenha alguma questão problemática com droga, com delitos, quem somos nós para julgar? Quem nunca nessa vida cometeu um ato infracional? E por que você acha que tem mais direitos que eles? Você já se perguntou o porquê desses delitos? Por que que uma pessoa rouba? Por que você dá aquela “roubadinha” no trânsito para não ter que fazer o retorno? Por que você rouba o lugar de alguém na fila? Por que você rouba a oportunidade do aluno de periferia entrar numa universidade pública, sendo você plenamente capaz de pagar por uma faculdade particular? Ou você acha que essas infrações podem ser consideradas “leves”, sendo que você tem todo o conhecimento e estrutura para driblar a necessidade disso, você é tão “criminoso” quanto, por que a eles não é dada nenhuma outra possibilidade. E pra você? Os direitos destas pessoas foram e são roubados diuturnamente, as injustiças que as atravessam negando sua existência, sua humanidade, suas necessidades... são gritantes e é sim problema nosso também pensar juntos estratégias para levar o máximo de dignidade possível pra essas pessoas e exigir que o estado tome providencias. Enfim acho que esse texto tem mais perguntas do que respostas, porque todas as respostas são subjetivas, vai da vivência, experiência e a singularidade de cada um. Não é impondo a abstinência pra essas pessoas que vai resolver “o problema da droga” no Brasil, porque o buraco é muito mais em baixo e o CIStema é bruto. Mas espero que te faça ao menos refletir sobre sua própria hipocrisia, repense seu moralismo e se abra pra conhecer o desconhecido. Esse texto parte de reflexões sobre os massacres que vem ocorrendo, não é de hoje, na região da Cracolândia, centro de São Paulo. A partir de registros em vídeo denuncias feitas pelo coletivo A Craco Resiste como segue no vídeo da publicação, que tomou uma proporção maior nas mídias esta semana, onde a Guarda Civil Metropolitana (GCM), que é quem detém o monopólio do uso da força e que mostra todo o seu sadismo atirando bombas e spray em pessoas que não tem para onde ir, nem como se defender. Esses registros fazem parte de um dossiê que já foi encaminhado aos órgãos responsáveis para que providências sejam tomadas. Todo o meu respeito e solidariedade ao pessoal do fluxo, aos compas de luta d´A Craco Resiste e a você que conseguiu ler esse texto e se permitiu pensar diferente. É nóis por nóis! “...Conclusão: o país é culpado Somos sobreviventes do tempo Somos filhos da santa esperança Somos passivos resistentes Mergulhados em toda essa lama..." O país é culpado - Edson Gomes Leia Dossiê!

  • Excelentíssimo Sr. Dr. Kassio Nunes, ouça Gilberto Gil

    Não precisa ir ao templo para falar com Deus, Ministro! E, para quem não sabe como rezar fora da igreja, Gilberto Gil ensina, mas fique em casa. “Reconheço que o momento é de cautela, ante o contexto pandêmico que vivenciamos. Ainda assim, e justamente por vivermos em momentos tão difíceis, mais se faz necessário reconhecer a essencialidade da atividade religiosa, responsável, entre outras funções, por conferir acolhimento e conforto espiritual” afirma o Ministro. Excelentíssimo Senhor Doutor Ministro Kassio Nunes, Gilberto Gil já nos ensinou que, se quiser falar com Deus, fique a sós, apague a luz, cale a voz, encontre a paz que, certamente, por ser o Pai Maior onipresente e onisciente, ele o escutará. Essa comunicação prescinde dos nós de gravata, de sapatos e das contas bancárias daqueles que se arvoram mediadores entre o fiel e Deus. Mas, o Ministro Doutor ignorou os ensinamentos dessa belíssima canção e optou por acolher o pedido proposto por Juristas evangélicos, concedendo a possibilidade de templos religiosos descumprirem os decretos municipais que exigem o fechamento de todas as atividades não essenciais e facultando, dessa forma, que os fiéis se aglomeram e se contaminem para falar com Deus! É verdade que a Constituição Federal determina, em seu art 5º, inciso VI, o direito à liberdade religiosa e, consequentemente, de exercer esses direitos em locais específicos para tal. Entretanto, nenhum direito, em hipótese alguma, pode ser considerado absoluto. Nem mesmo o direito à vida que, em ocasiões extremas como o risco de óbito da parturiente e do filho, opta-se pela vida de um ou de outro. Mas, certamente, ao estudarmos a Constituição Federal, percebemos que o direito à vida não é absoluto, mas é prioritário em termos de proteção, pela nossa Carta Cidadã. Afrontar esse bem maior, ou expô-lo a risco em templos e igrejas, macula preceitos básicos de nosso sistema jurídico, dentre eles: nenhum direito está acima do direito à vida! Pode contra argumentar, a caríssima leitora ou leitor, que ir ou não a esses templos é um ato, por completo, volitivo e que só irão expor suas vidas os que considerarem tal ação pertinente, uma vez que, não se manifesta forçosa a presença em templos e igrejas. Concordo. Não há a obrigatoriedade da presença, mas as vidas dos que não optaram por estar lá encontram-se em risco. Basta pensarmos que a transmissão não cessará nos que, de maneira aglomerada, demonstram suas crenças. Infelizmente, o vírus irá se espalhar e fortalecer-se, eventualmente, atingindo aquele que optou por falar com Deus ao modo de Gilberto Gil. Ou mesmo, a vida daquele que, não crendo, jamais iria, em atual momento pandêmico, (presencialmente) a um templo. Pergunto-lhes, é justo? Creio que não. E os que não expuseram suas vidas, poderão ter negado seu direito de serem atendidos por um sistema de saúde ocupado por outros que optaram por flertar com a morte. É justo? De toda forma, de acordo com a nossa Constituição, não somos apenas um Estado de Direito, mas sim, Estado Social e Democrático de Direito, de modo que o Estado deve intervir para proibir que os desejos individuais estejam acima dos direitos coletivos. Por Estado entende-se, inclusive, poder judiciário. Que vergonha, Ministro! Outro argumento utilizado pelo Excelentíssimo foi “o caráter filantrópico promovido por tais instituições”. A esse, ninguém melhor para responde do que o respeitadíssimo Senhor Padre Júlio Lancelotti que dedicou sua vida, inclusive ao longo da pandemia, para acolher aqueles desprovidos e famélicos. “Só pode ser de alguém que coloca o lucro acima da vida. Não adianta ter culto religioso e não ter dignidade da vida”. Disse o, de fato cristão, Padre Lancelloti. Por fim, Excelentíssimo Senhor Doutor, ouça mais Gilberto Gil e acolha menos os interesses financeiros daqueles que mercantilizam a fé, porque, nessa toada, vai-se aos templos para falar com Deus e acabam vendo o diabo de perto, ou, o que é pior, apresentando-o àqueles que estão, bravamente, abrindo mão da normalização de suas vida, para poder permanecer como mortai. Respeite, ao menos, a Deusa Themis, símbolo da Justiça.

  • Prefeitura mantém rotina de massacre contra população de rua em São Paulo, aponta documento

    "Não é confronto, é massacre", aponta grupo. Desde dezembro o coletivo A Craco Resiste tem monitorado a violência policial através de algumas câmeras escondidas, instaladas no alto de prédios em pontos da região da Luz, conhecida como Cracolândia, onde a maioria dos ataques policiais acontecem. Esse material foi compilado e se tornou um vídeo-dossiê. Durante o período compreendido entre os dias 31 de dezembro de 2020 e o dia 29 de março de 2021, foram registradas ao menos 12 agressões sem motivo aparente, onde as imagens evidenciam provocações e ataques violentos gratuitos contra uma população acuada faminta, miserável e, muitas vezes em período de repouso. Cabe destacar que a campanha que gerou o dossiê é intitulada Não é Confronto, é massacre, com o destaque para o fato de que nas agressões denunciadas, não houve causa para as agressões A reportagem Dossiê etc apurou que as agressões policiais flagradas possuem um método bem definido, 63% das ações ocorreram às sextas e sábados e 63% das ações acontecem entre as 17:00 e as 22:00. Outros 23% das ações ocorrem das 06:00 às 10:00 da manhã. Não foram verificadas agressões aos domingos. Nos vídeos reunidos no dossiê publicado pelo coletivo A Craco Resiste é possível assistir os mais diversos tipos de agressões com bombas, tiros e gás lacrimogênio usados a esmo contra uma população inerte a qual nada resta fazer, senão correr quando as ações acontecem. Em um dos vídeos mais chocantes, o vídeo gravado no dia 31 de dezembro de 2020, em plena véspera de ano novo, os policiais surgem de surpresa e contra centenas de pessoas em situação de rua, atiram balas de borrachas e diversas bombas de efeito moral, gerando correria e pânico entre aquelas pessoas. Sem nenhum objetivo claro o único efeito alcançado foi o pânico. As imagens das agressões são muito parecidas com as cenas flagrada em 08 de dezembro de 2020, quando uma agressão gratuita da GCM contra habitantes da região da Luz que buscavam abrigo para uma chuva de granizo que atingia a região, gerou revolta, correria e prejuízos a pessoas que passavam pela região e tiveram seus veículos depredados, após uma desastrosa ação de violência da prefeitura contra pessoas que precisam de atenção médica e psicossocial para lidarem com vícios, traumas, relações frustradas de família e problemas psíquicos de diversas naturezas que tendem a se agravar com a sequencia de agressões e descaso sofrido. O coletivo ainda publicou um relatório de munições que aponta o gasto de mais de R$ 60.247,12 apenas de setembro de 2020 a março de 2021. Mas esse valor pode ser ainda maior, já que no dia 31 de dezembro, data de uma das ações mais violentas retratadas no vídeo, o relatório não relata nenhum gasto em balas de borracha e bombas de gás lacrimogênio. Formado por observadores, psicólogos, psiquiatras, antropólogos e ativistas pelos direitos humanos que há anos lutam para coibir e denunciar a violência policial, principalmente, contra dependentes químicos e moradores da região da Luz, A Craco Resiste publicou um dossiê completo que pode ser lido clicando aqui. Leia Dossiê.

  • O espantalho maior

    Brasil escorrega na política, apego ao cargo e aos votos fala mais alto e governantes se nivelam por baixo. Parafraseando a teoria do Tolo Maior, esse segundo editorial da Dossiê etc vem falar de um assunto que pode ser descrito como cortina de fumaça, distração, ou até, para os publicitários e mágicos que nos leem, misdirection. Com termos mais sofisticados e outros mais explícitos o sentido geral disso é o mesmo, chamar a atenção para algo menos relevante enquanto a mágica acontece na outra mão. Direto ao ponto: O Brasil não está prestes a entrar em caos, o Brasil já vive o caos, mesmo que muitos insistam a ignorar essa situação. Em São Paulo as ruas, principalmente nas regiões centrais se enchem de pessoas desempregadas, inquilinos despejados, pais, mães, filhos. Enquanto esse editorial fala disso, pode ser que seu coração se encha de raiva daquele que tem sido chamado, por milhares de pessoas nas redes sociais, de genocida. Porém, falar do presidente Jair Bolsonaro, agora, beira a irrelevância. Isolado e limitado aos seus recorrentes discursos pirotécnicos, já se espera que nada surja de positivo. Não vindo dali. À nossa volta o que está acontecendo é estarrecedor e, agora, erroneamente, você pode achar que a referência é em relação às atividades populacionais. Jovens sendo jovens (criminosos) ocupam as areias das praias e as festas clandestinas, no melhor estilo "Nutella", inconsequente e inútil de ser rebelde. Mas isso também é óbvio demais para ser abordado, precisamos falar é de quem tem a chave das cidades, as pessoas responsáveis por olhar de perto e tomar atitudes localizadas em medida muito mais proporcional à situação vivida regionalmente. É claro que Bolsonaro tem grande responsabilidade, porque para além de todas as inaptidões imagináveis, ele ainda faz propaganda contra o uso de máscaras, contra a vacinação, contra a ciência, contra o distanciamento, contra o bom senso, contra a natureza, contra a vida e a favor de medicamentos ineficazes para a doença que se apresenta... tratar disso é como chover no molhado. Se não se pode contar com o presidente, é urgente que voltemos nossas atenções para os estados e municípios. É chegada a hora de separar os governantes responsáveis daqueles que tratam vidas da forma como contam votos. O estado de São Paulo, governado pelo “trabalhador” João Dória, assiste calado e desinformado, sua população morrer em ritmo acelerado, uma necropolítica de fazer inveja em qualquer bolsonarista fanático. (Bolso)Dória já permitiu que morresse em seu estado 77 mil pessoas, ou 175 pessoas por cada 100 mil habitante, 11% a mais do que a taxa de mortalidade estimada hoje em 157 mortes / 100 mil habitantes no Brasil; olhando localmente, para a cidade de São Paulo, a taxa de mortalidade é 19% maior que a taxa nacional, com 187 mortes por 100 mil habitantes. Que essa “fria e calculista” análise não deixe parecer que os méritos por isso são de Bolsonaro e sua tropa, longe disso! A diferença se dá por estados como o Maranhão, governado por Flávio Dino, com taxa de 87 mortes por 100 mil habitantes. Também não podemos seguir irresponsáveis ao deixar de fora dessa análise outras informações e ponderações como, por exemplo, a densidade demográfica dessas regiões, já que a do Maranhão chega a ser até 8 vezes menor que a de São Paulo, mas nesse comparativo algo fica evidente: a diferença de postura de todos os citados. Bolsonaro promove um discurso extremo contra todas as medidas de contenção da pandemia, age como se fosse um sociopata, - não que o seja, já que não temos competência técnica para realizar diagnósticos psicológicos o que, por outro lado, também não nos impede de observar a forma fria como ele categoricamente refuta todas as indicações científicas - aposta no caos, inclusive promovendo uma explosão de casos de problemas hepáticos relacionados ao uso de medicamentos que, comprovadamente, não ajudam no combate a covid-19; Dória o acompanha de perto, acena para eleitores e em tempos críticos da pandemia permitiu eventos esportivos, religiosos e promoveu uma desastrosa volta às aulas, coincidentemente, imediatamente antes de maior pico que o estado já viveu. Ao contrário do presidente aposta no uso de máscaras e tem a seu favor o Instituto Butantã, um órgão de Estado que nunca se furtou da responsabilidade de vacinar a população nos momentos mais críticos da história sanitária do país, independentemente do governo de situação. Porém, se recusa a decretar lockdown ou isolamentos rígidos e fechar o trânsito de veículos de passeio nas rodovias estaduais. À lista de inações soma-se também que nunca, nem quando o estado viu a mortalidade diária bater picos de mil vidas perdidas, se prontificou a limitar a circulação das frotas de transporte intermunicipais nem do metrô, dois focos óbvios de proliferação do vírus; sobre Bruno Covas, o que dizer? Atravessa um problema de saúde grave e, talvez por isso, sumiu da mídia. Pensando na continuidade da carreira política através do cargo de governador que pretende alçar, aposta nos recorrentes acenos aos comerciantes, tradicionais eleitores do PSDB paulista. Nunca suspendeu o transporte público e pouco fez pela fiscalização de funcionamentos irregulares dos estabelecimentos comerciais que, como se a pandemia tivesse acabado, voltaram a funcionar normalmente. Um dos exemplos que melhor descreve esse descalabro que levou a um aumento considerável das mortes e das transmissões da cidade, foi a cena dantesca de restaurantes lotados com pessoas sem máscara comendo em um distanciamento dissimulado, enquanto falavam de amenidades tóxicas, capazes de espalhar aerossóis e perdigotos por todo aquele ambiente e cepas diversas de vírus pela cidade. Pobres dos velhos, vítimas de seus filhos e netos. Na atual conjuntura, nem com muita boa vontade é possível interpretar esses comportamentos como uma tentativa de preservar a vida da população. Pelo contrário, com todos os esforços mundiais em desvendar essa terrível doença tão transmissível, já ficou comprovado que não existem protocolos seguros para convivência entre pessoas. Não enquanto o vírus estiver circulando na sociedade. Os dois metros é uma ficção sedativa, algo que nos proteja do pânico de saber que onde partículas de odor chegam, o vírus também pode chegar em diferentes concentrações, tal qual a às diversas intensidades potenciais do cheiro que se sente. Dois metros é uma condição mínima desde que todos os demais cuidados sejam seguidos como, por exemplo, o uso contínuo das máscaras. Não há condições seguras de beber ou fumar um cigarro com seus amigos, porque se a fumaça chega, o vírus chega. A realidade tem se mostrado cruel e eleitoreira, a perenidade da vida só é desejada para aqueles que podem influenciar votos para o alcance das ambições políticas daqueles que já governam. O método é claro, enquanto Bolsonaro sustentar o mais radical dos discursos, qualquer omissão, por mais criminosa e planejada que seja, parecerá um simples acidente, ou consequência do discurso do espantalho mor, do espantalho maior, mas não é. À sombra das 3.930 mortes da última sexta-feira, Dória manteve as rodovias para o litoral abertas, um delicioso convite para a morte e Covas autorizou o retorno das aulas para amanhã. A denúncia está aí, lê quem quer! Leia Dossiê.

  • Enquanto isso, na sala de (in)justiça

    Colaboraram: Amanda Machado, Antonio Porto e Beto Freitas. | Ideia Original: Vanessa Ribeiro Com os superpoderes de (também) não saber o que o presidente não sabe, ele foi ágil e resolveu um dos principais problemas do BraZil, acabou com a “festa” das empregadas domésticas indo para Disney, tratou logo de jogar o dólar para as alturas, uma altura que só quem frequenta o supermercado, onde todo mundo agradece a ele, é que consegue alcançar. O pseudo-herói Só esqueceu de falar que era o Super Mercado Financeiro, sim com letras maiúsculas já que esse “Mercado” age como um ente superior, um Deus da Nação, o Thor Tupiniquim. O grande protetor dos herdeiros e bon-vivants brasileiros, o Super Ipiranga assiste sua fama indo para o buraco tão rápido quanto sobe o preço dos alimentos. Agora, com pouquíssimo prestígio restante, ninguém pode dizer que ele não deu ao Brasil a verdadeira visão de raio-X, porque a inépcia da equipe econômica fica evidente e desnuda, na incapacidade de compreender a essência econômica nacional e os eficientes gatilhos de impulso econômico básicos como, por exemplo, a transferência de renda para as pessoas mais pobres, mantendo dessa forma a massa de renda necessária para a economia popular não colapsar completamente. Quem via sua “superfama”, não imaginava o nanico intelectual que se escondia naquela fantasia cheia de estofa que simula astúcia e poder. Ele deve ter ouvido falar que a fama d´O Grande, fazia Alexandre ganhar batalhas antes de lutar, um clichê famoso no meio corporativo, principalmente quando se fala de marcas; o que Paulo Guedes esqueceu é que hoje existe internet, basta 10 minutos de pesquisa e uma palestra dele para descobrir que de herói, ele só tem a fantasia. E por falar em fantasia: fantasiaram o satélite de nave, ou a nave de satélite? Satélite: O Brasil no mundo da lua Os ministros do atual governo parecem orbitar sobre a esplanada. Dependentes de orientações de uma torre ou de um gabinete, aguardam seu momento de aproximação e não se sabe efetivamente com o quê. Uma névoa pouco compreendida ou captada pelos sistemas tecnológicos faz com que as atuações ministeriais sejam pouco assertivas para quem espera algo delas, mas, diante da distância abismal da camada comum da população, agir dentro do poder parece não requerer maiores esforços porque, afinal a quem interessa pouco importa. Talvez Chaplin com sua expertise já enxergava lá atrás o que se pode fazer com o globo na mão, ou com parte dele, lembrando um planalto fatiado e com asas mais próximas de um bumerangue, que muitas vezes retorna às mãos de quem o arremessa. Ciência e tecnologia o mundo tem em quantidade e segue pesquisando, aprimorando. Lastimável é o viés que reveste a aceitação de um poder maior ao nomear alguém para esse ministério, que já esteve no espaço, mas não consegue dizer a seu líder que terra plana é um plano, uma realidade paralela tão nociva quanto o medicamento que ataca o fígado. Ainda assim, da terra plana paralela conseguiu-se erguer em lançamento um satélite, finalmente fazendo justiça e liga à ciência e à tecnologia. Sem dúvida, um agrado também para a indústria cinematográfica e de entretenimento. Provavelmente, Dr. Zachary Smith, personagem de Irwin Allen em "Perdidos no Espaço", sentaria numa das rochas planetárias que conheceu ao lado do robô B9 e juntos tentariam analisar a propaganda do governo brasileiro sobre o satélite lançado, até entender que sua foto é de uma nave da Liga da Justiça, ao lado do presidente e do ministro Marcos Pontes. Considerando que seu nome é Amazônia 1, talvez tenha escapado por aí um ato falho, quem diria, revelando a justiça daquela grande área do país que também está em órbita, com a sorte lançada, à espera de um herói fora da nave. Mais rápido que o Flash, Teich deu espaço ao Cloroquina Man Sinceramente não vejo razão nenhuma para desejar a capacidade de ultrapassar a velocidade da luz, a não ser num caso de vida ou morte, claro! Imagina que incrível poder criar meios para que pessoas desacelerem de tal maneira seus passos, que não consigam mais sair de casa. Poder viajar no tempo deve ser algo incrível, exceto se obrigatoriamente tivesse que voltar para momentos de repressão, violência e constante censura. Aliás, 57 anos depois e parece que nada mudou muito, não é mesmo, Sr. Nelson Flash. Hoje ainda parece 01/04/1964, inclusive. Mas, somente quem tem a capacidade de enxergar o mundo em câmera lenta poderia perceber a trajetória que o Brasil tomaria e, talvez – vou frisar o talvez – não teria apoiado o atual presidente desde a campanha eleitoral. Ainda não me decidi se 28 dias para chegar a essa conclusão é muito ou pouco. Além do mais, o que afastou o anterior, acabou abrindo caminhos para o sucessor. Afinal, o que a cloroquina uniu, nem a falta do oxigênio separa, não é mesmo?! As habilidades do Sr. Cloroquina Man devem ter sido ótimas no período em que serviu na Amazônia, naquele tão distante janeiro de 2020. Talvez por isso ele deve ter se confundindo ao achar que os moradores do Amazonas, por viverem junto a um dos maiores rios do mundo, tem guelras no lugar dos pulmões. Seus poderes subaquáticos subiram à cabeça. Melhor tomar cuidado, vão dizer que cloroquina cura isso também. Estamos de olho! Por enquanto ficamos por aqui, mas em breve traremos novidades, em algum bat-horário, nesse mesmo bat-portal. Leia Dossiê.

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