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  • Enquanto isso, na sala de (in)justiça

    Colaboraram: Amanda Machado, Antonio Porto e Beto Freitas. | Ideia Original: Vanessa Ribeiro Com os superpoderes de (também) não saber o que o presidente não sabe, ele foi ágil e resolveu um dos principais problemas do BraZil, acabou com a “festa” das empregadas domésticas indo para Disney, tratou logo de jogar o dólar para as alturas, uma altura que só quem frequenta o supermercado, onde todo mundo agradece a ele, é que consegue alcançar. O pseudo-herói Só esqueceu de falar que era o Super Mercado Financeiro, sim com letras maiúsculas já que esse “Mercado” age como um ente superior, um Deus da Nação, o Thor Tupiniquim. O grande protetor dos herdeiros e bon-vivants brasileiros, o Super Ipiranga assiste sua fama indo para o buraco tão rápido quanto sobe o preço dos alimentos. Agora, com pouquíssimo prestígio restante, ninguém pode dizer que ele não deu ao Brasil a verdadeira visão de raio-X, porque a inépcia da equipe econômica fica evidente e desnuda, na incapacidade de compreender a essência econômica nacional e os eficientes gatilhos de impulso econômico básicos como, por exemplo, a transferência de renda para as pessoas mais pobres, mantendo dessa forma a massa de renda necessária para a economia popular não colapsar completamente. Quem via sua “superfama”, não imaginava o nanico intelectual que se escondia naquela fantasia cheia de estofa que simula astúcia e poder. Ele deve ter ouvido falar que a fama d´O Grande, fazia Alexandre ganhar batalhas antes de lutar, um clichê famoso no meio corporativo, principalmente quando se fala de marcas; o que Paulo Guedes esqueceu é que hoje existe internet, basta 10 minutos de pesquisa e uma palestra dele para descobrir que de herói, ele só tem a fantasia. E por falar em fantasia: fantasiaram o satélite de nave, ou a nave de satélite? Satélite: O Brasil no mundo da lua Os ministros do atual governo parecem orbitar sobre a esplanada. Dependentes de orientações de uma torre ou de um gabinete, aguardam seu momento de aproximação e não se sabe efetivamente com o quê. Uma névoa pouco compreendida ou captada pelos sistemas tecnológicos faz com que as atuações ministeriais sejam pouco assertivas para quem espera algo delas, mas, diante da distância abismal da camada comum da população, agir dentro do poder parece não requerer maiores esforços porque, afinal a quem interessa pouco importa. Talvez Chaplin com sua expertise já enxergava lá atrás o que se pode fazer com o globo na mão, ou com parte dele, lembrando um planalto fatiado e com asas mais próximas de um bumerangue, que muitas vezes retorna às mãos de quem o arremessa. Ciência e tecnologia o mundo tem em quantidade e segue pesquisando, aprimorando. Lastimável é o viés que reveste a aceitação de um poder maior ao nomear alguém para esse ministério, que já esteve no espaço, mas não consegue dizer a seu líder que terra plana é um plano, uma realidade paralela tão nociva quanto o medicamento que ataca o fígado. Ainda assim, da terra plana paralela conseguiu-se erguer em lançamento um satélite, finalmente fazendo justiça e liga à ciência e à tecnologia. Sem dúvida, um agrado também para a indústria cinematográfica e de entretenimento. Provavelmente, Dr. Zachary Smith, personagem de Irwin Allen em "Perdidos no Espaço", sentaria numa das rochas planetárias que conheceu ao lado do robô B9 e juntos tentariam analisar a propaganda do governo brasileiro sobre o satélite lançado, até entender que sua foto é de uma nave da Liga da Justiça, ao lado do presidente e do ministro Marcos Pontes. Considerando que seu nome é Amazônia 1, talvez tenha escapado por aí um ato falho, quem diria, revelando a justiça daquela grande área do país que também está em órbita, com a sorte lançada, à espera de um herói fora da nave. Mais rápido que o Flash, Teich deu espaço ao Cloroquina Man Sinceramente não vejo razão nenhuma para desejar a capacidade de ultrapassar a velocidade da luz, a não ser num caso de vida ou morte, claro! Imagina que incrível poder criar meios para que pessoas desacelerem de tal maneira seus passos, que não consigam mais sair de casa. Poder viajar no tempo deve ser algo incrível, exceto se obrigatoriamente tivesse que voltar para momentos de repressão, violência e constante censura. Aliás, 57 anos depois e parece que nada mudou muito, não é mesmo, Sr. Nelson Flash. Hoje ainda parece 01/04/1964, inclusive. Mas, somente quem tem a capacidade de enxergar o mundo em câmera lenta poderia perceber a trajetória que o Brasil tomaria e, talvez – vou frisar o talvez – não teria apoiado o atual presidente desde a campanha eleitoral. Ainda não me decidi se 28 dias para chegar a essa conclusão é muito ou pouco. Além do mais, o que afastou o anterior, acabou abrindo caminhos para o sucessor. Afinal, o que a cloroquina uniu, nem a falta do oxigênio separa, não é mesmo?! As habilidades do Sr. Cloroquina Man devem ter sido ótimas no período em que serviu na Amazônia, naquele tão distante janeiro de 2020. Talvez por isso ele deve ter se confundindo ao achar que os moradores do Amazonas, por viverem junto a um dos maiores rios do mundo, tem guelras no lugar dos pulmões. Seus poderes subaquáticos subiram à cabeça. Melhor tomar cuidado, vão dizer que cloroquina cura isso também. Estamos de olho! Por enquanto ficamos por aqui, mas em breve traremos novidades, em algum bat-horário, nesse mesmo bat-portal. Leia Dossiê.

  • Cinema: Contágio (2011)

    Os cineastas Steven Soderbergh & Scott Z. Burns previram uma pandemia mundial com uma década de antecedência O filme Contágio, de Steven Soderbergh foi filmado em 2010, lançado no Festival de Veneza em 2011, o que é um pouco assustador, já que Scott Z. Burns, escritor do filme, praticamente previu a crise do Coronavírus com quase uma década de antecedência, com o decorrer do filme muitas coisas que aconteceram nos últimos dois anos, não só no Brasil, como no mundo, também acontecem no longa. O filme começa com uma mulher, Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) que está em viagem de trabalho em Hong Kong (coincidência) e logo estará de volta em sua casa Minneapolis, Estados Unidos, os primeiros minutos do filme ilustram perfeitamente como um vírus se espalha, o diretor mostra com muito foco, como as pessoas tossem, passam as mãos em copos, corrimãos, copos, talheres e esses mesmos objetos são tocados por outras pessoas em questão de segundos, rapidamente uma crise sanitária mundial acontece. Os personagens também assustam, os primeiros em contato com o vírus são os epidemiologistas que precisam descobrir de onde saiu esse vírus e como controlar, em seguida os políticos e as forças armadas que precisam esconder da população para que o pânico não se espalhe, por fim, um jornalista que acredita que o governo esteja escondendo a cura, logo ele espalha o caos nas redes sociais, fazendo com que as pessoas acreditem em um remédio sem eficácia alguma (cloroquina, outra coincidência) não demora muito até que centenas de milhares de pessoas em todo o planeta sejam infectadas e outras milhares morram. O que para algumas pessoas não passa de um filme catástrofe, eu particularmente enxergo de outra maneira, no ano de seu lançamento, eu como a grande maioria das pessoas já o tinha assistido, agora com a explosão da Covid-19 muitos assistiram novamente, como mencionei acima, a revisão me deixou um tanto assustado, não só por conta das muitas coincidências, como por conta da fluidez do roteiro que faz tudo parecer muito real. O elenco estrelar encabeçado por Matt Damon (longo parceiro de Sodebergh), Kate Winslet, Bryan Cranston, Lawrence Fishburne, Jude Law e outros, conseguem fazer o filme fluir como uma gripe, a técnica do diretor continua a mesma, o mesmo estilo fotográfico empregado em quase todos os seus longas, a edição ainda que seja esquemática, foi a melhor escolha para que o filme seja claro. O que esperar de um diretor cuja reputação tem se esvaído ao longo dos anos, Soderbergh entrega um filme que, ainda que seja muito assustador pra quem o assiste pela primeira vez agora em 2021, também é um filme divertido e alias, Contágio poderia ser tranquilamente um filme propaganda contra a Covid-19, já que em determinado momento do filme, o personagem de Lawrence Fishburne diz: "...a melhor proteção é ficar em casa e manter o distanciamento social."

  • Ora, tenham a fineza de desinventar!

    Dou risada da esperança por um Brasil mais justo e democrática. MENTIRA! A verdade é uma bola azul dentro de uma esfera: dependendo do ponto do qual se olha, vê-se um lado. Verdade, a verdade não é absoluta nem na vida, nem no processo. Mas a mentira sim! A mentira se faz, se constrói, se prepara, e se come com talheres de prata, por aqueles poucos com acesso a essa prataria. Aos outros, a mentira também é devorada, mas come-se com as mãos, sem requinte e sem prazer. Come-se para matar a fome, não porque se aprecia. Assim foi o caso Lula, uma mentira construída com os seguintes ingredientes: juiz, promotor e imprensa. Servida acompanhada de champanhota, àqueles com retrato na coluna social, transformando o candidato a malandro federal em presidente! Deixo claro que, ao se tratar de processo penal, em todo e qualquer Estado Democrático de Direito, em toda e qualquer sociedade civilizada, compete a quem acusa comprovar sua tese. Caso não haja elementos, provas indubitáveis a respeito da autoria e da materialidade (o fato em si) de determinado crime e, se mesmo assim houver condenação, a verdade não provada torna-se inverdade jurídica. Popularmente conhecido como farsa, mentira. Esse foi o caso do processo que alijou a liberdade e os direitos políticos do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sentenciado negativamente sem provas, “por convicção”. Convicção ideológica, convicção de interesses políticos e de preconceito de classe. Tudo, menos provas, menos ao devido processo legal. Somando-se a isso, a condenação baseada em mentiras foi proferida por um juiz acusador. Veja, caro leitor, em um país civilizado, que abandona os ranços inquisitoriais e se deixa guiar pelas marcas do período racional e iluminista, há o direito de toda e qualquer pessoa acusada de ser julgada por um juiz imparcial. Que o julgador não seja neutro, não há problema, pois nenhum ato humano pode ser isento de suas marcas e visões de mundo; mas que não penda para os interesses de nenhuma das partes. Parece ter entrado em contradição aqui. E, mesmo sem atender a vontades e interesses dos polos processuais, de acordo com a ótica garantista do processo penal, o juiz deve zelar pelos direitos humanos daquele que se encontra nos bancos dos réus. Qualquer pessoa que se encontre com sua liberdade ameaçada pelo Estado torna-se vulnerável processualmente, em razão da disparidade de forças entre o Estado e o indivíduo. O ex Juiz Sergio Moro conseguiu agir exatamente ao oposto do que se espera, zelando por uma farsa processual, ao invés de cuidar dos direitos fundamentais do Réu e da República. Aliás, cuidou com muito carinho e afago de seus próprios interesses políticos, galgando, assim que foi possível, o cargo de Ministro da Justiça no governo liderado pelo maior opositor daquele que condenara. Mesmo assim, só agora o Supremo Tribunal Federal o entende como um juiz parcial. A justiça tarda, mas não falha! Será? As consequências deste tardar já são, em si, imensa e imperdoável falha. A presença de um juiz ator nos leva ao processo inquisitorial (sem garantias fundamentais), retrocesso irreparável a toda a sociedade. Sim, todo o povo brasileiro vê-se prejudicado, quando temos um juiz que viola as bases de um sistema de justiça democrático, pois, não apenas abre-se precedente gravíssimo a esse tipo de arbitrariedade, como também corrompe um pouco da liberdade que todos os cidadãos e cidadãs outorgam ao poderio, para que possa exercer suas funções em consoante militância em prol das verdades basilares de uma República. E a mídia diante dessa mentira jurídica como se portou? A imprensa, que carrega o compromisso histórico e iluminista com a democracia, ao perceber-se frente à possibilidade de retirar do jogo político um de seus principais rivais e, ainda por cima, macular sua imagem, ignorou seu dever constitucional e o compromisso com o princípio da publicidade. Às favas o seu dever, assim como o juiz, de zelo por garantias fundamentais. Pois, embora muitos ignorem e outros se olvidem (propositalmente), compete à imprensa, ao noticiar que algum cidadão ou cidadã está sendo processado, informar à população se os direitos daquele estão sendo preservados. Em razão disso, o processo penal, após a Revolução Francesa, tem caráter público: qualquer pessoa do povo pode presenciar, acompanhar e o que mais lhe aprouver. Trata-se de segurança jurídica a todos nós termos a ciência de que o Judiciário não viola os direitos nossos, da população. De modo contrário à democracia agiu parte significativa da imprensa brasileira, ofertando vez e voz àqueles que corrompem o Estado Democrático, ao invés de ser a primeira a questioná-los vigorosamente. A mentira, finalmente, foi desmentida. Espero que, todos os que dela participaram ou apoiaram, agora tenham a fineza de desinventar. Pois nós estamos pagando, e dobrado, cada lágrima rolada por essa farsa. Hoje está muito difícil fazer desse país o grande amor. O povo anda cada vez menos sonhador. Tivemos que colocar uma pedra no peito para não enlouquecer a cada perda de direitos, de ar, de vida. Chegamos ao ponto de mudar de calçada quando aparece uma flor, e estamos dando risada daqueles que ainda acreditam que há esperança por um Brasil mais justo e democrático. MENTIRA!

  • O terror da lei antiterrorismo

    Mais uma peripécia do desgoverno para controlar e calar os movimentos por direitos "Apesar de você, amanhã há de ser outro dia..." (Chico Buarque) Éh meu bonde! Parece mesmo que tudo que está ruim pode sim piorar e muito. Prova disso temos tido todos esses dias em que direta ou indiretamente somos afetados por notícias extremamente revoltantes. Se ligue que o projeto bolsonarista de retroceder ainda mais o nosso país ao ponto de voltarmos ao Brasil colônia segue em curso. Na verdade, me sinto vivendo na idade média onde os ogros, monstros, caça às bruxas e até cavalo de Tróia podemos referenciar em meio as atrocidades recorrentes que estamos vivenciando e experienciando. Questões já desmistificadas e que já haviam ficado no passado estamos tendo que rediscutir (se é que isso é possível algum diálogo nesse momento) para provar mais uma vez que estão errados. Ô povo que gosta de um “mito” viu, vá te caçar o que fazer! Direitos conquistados à custa de vidas e muito sangue derramado para que pudéssemos usufruir hoje de direitos inquestionáveis estão sendo não só questionados, mas invalidados. Mas como o genocida que está no poder não consegue entender coisas simples como usar uma máscara, parece ser demais cobrar que ele entenda sobre direitos e deveres. A única coisa que passa naquela cabeça podre é o poder que hoje ele detém sobre o controle total de nossa sociedade já massacrada que segue cansada de lutar por direitos e além de não ter seus apelos atendidos agora passa a ser ainda mais marginalizada. E esse projeto segue em curso sem maiores impedimentos. Desta vez Lira aprovou uma comissão especial para reeditar e assim acelerar o processo de tramitação que arrocha ainda mais o nó que nos aprisiona. Lembrando que essa lei foi sancionada no governo Dilma por conta da copa do mundo e olimpíadas que estavam para acontecer na “intenção de evitar possíveis ataques a patrimônios públicos, entre outros atentados durante os eventos” o que não deixa de ser um ataque a democracia também porque a “puliça” precisaria ser informada e educada quanto a isso, pois me parece que existe uma dificuldade por parte deles em ponderar sobre essas e outras questões quanto ao uso da força e do poder. A bala e o cárcere parecem ser as únicas soluções possíveis ao limite de entendimento não só “dos verme”, mas também de nossos governantes, mesmo sendo comprovadamente ineficaz. Mas eles não estão preparados para essa conversa e assim a “ordem” policialesca segue com suas barbáries sem o menor pudor. Mas antes de falar sobre essa lei que é o próprio terror para os movimentos sociais precisamos falar da importância dos próprios movimentos para os avanços humanitários que tivemos até então, avanços esses ameaçados ainda mais nesse momento de fascismo escancarado que estamos vivendo. Os movimentos sociais geralmente surgem de iniciativas populares revolucionárias, mas que também podem ser pacíficas motivadas por alguma injustiça social. E essa ação coletiva tem o propósito de buscar mudanças na sociedade num contexto cultural, político, econômico entre outras pautas consideradas necessárias e justas para vivermos bem em sociedade. É uma forma de luta política sendo uma ferramenta necessária para adequar a ordem que geralmente é constituída de cima pra baixo, ignorando as reais necessidades do povo. Por isso é comum os conflitos entre esses movimentos e o Estado justamente por não se conformarem com a forma como é composto esse Estado comandado por uma elite que detém o poder estatal, mas não entende, nem reconhece, muito menos se preocupa com as demandas de grande parte da sociedade que sofre diuturnamente com seus desmandos. São reivindicações que buscam tornar a nossa sociedade igualitária. “Mas o motivo todo mundo já conhece é que o de cima sobe e o de baixo desce...” – As meninas. As primeiras manifestações dão conta desde o período industrial no final do século XVIII se consolidando ao longo do século XIX quando operários das fábricas começam a reivindicar melhores condições de trabalho e de vida. Mas o direito de poder se manifestar foi assegurado apenas em 1988 pelo artigo 5º da constituição (cidadã) federal. E justamente por saber quantos dos meus ancestrais morreram, foram torturados na luta por igualdade de direitos eu não posso deixar esse legado morrer, por eles, por mim, por nós e pelos que virão. É importante entender de onde nós partimos, é preciso olhar para trás e reconhecer essas trajetórias e entender que nada que estamos propondo é novidade o que na verdade é uma releitura dos passos, dos processos e dos acúmulos que esses movimentos trouxeram e trazem nessa luta por igualdade de direitos. Eles criaram essa ideia de que toda ideologia que vá de encontro aos desmandos do poder dominante está intimamente ligada ao comunismo, e o comunismo sempre foi o terror da política neoliberal. E nesse contexto acontece um fenômeno no mínimo curioso onde a sociedade conclama por uma liderança. Nossa psiquê de alguma forma segue infantilizada com esse clamor pelo grande pai, essa ordem simbólica, as regras “necessárias”, quem é que vai colocar ordem no puteiro? Essa visão abre espaço para a ascensão desses “redentores” que surgem por aí. É também quando a gente vê e entende a problemática que o discurso de Lula traz, dizendo que quem tem que ter arma é a polícia e o exército e por essa ideia de redenção ignoramos o discurso punitivista e o impacto que isso tem não só sobre nossas vidas, mas também sobre o poder do braço armado do Estado seguir torturando, matando e encarcerando pessoas de acordo com seu próprio julgamento do que é certo ou errado. Mais um salvador da pátria ARMADA Brasil para o nosso álbum de figurinhas, sabe quando a gente colava figurinha no lugar errado e depois descolava e rasurava o álbum? Outras vezes a gente não tinha cola e fazia um angu com farinha que lambuzava tudo e tinha um fedor horrível de azedo, me parece que as desculpas usadas para o Estado seguir matando e encarcerando os nossos é como o angu, às vezes até cola, mas deixa aqueles bolos que se formam embaixo da figurinha deixando nosso álbum feio, fedido e sujo e que não garante que esteja completo. Mesmo quando ganhávamos aqueles brindes “furrecos” que era uma alegria que durava pouco porque logo começa a dar problema ou nem funcionava mais. Assim são as ingratas surpresas que vem nesse "kinder ovo" do capiroto que é a nossa “democracia”. Já que é para “infantilizar” que assim seja... “A gente não sabemos escolher presidente, a gente não sabemos tomar conta da gente...” (Ultraje a rigor) Mas voltemos à pauta dessa nova reconfiguração da lei antiterror que parece estabelecer mais modalidades de controle social. A censura já está aí. O genocida não aceita ser chamado de genocida, mas como a lei da liberdade de expressão ainda está em voga, posso utilizar do adjetivo mais adequado para me referir ao #elenão nesse momento. Mas isso significa que estão acatando a proposta feita pelo (inominável) em 2016 que criminaliza lideranças e os movimentos sociais. Então essa comissão especial seria para dar um parecer sobre o projeto de lei nº1595/2019 coisa que Rodrigo Maia não conseguiu e acabou não sendo tramitada em 2019 por uma série de questões inclusive por conta da pandemia e que também já fazia parte do plano de desgoverno do atual presidente. Tornando agora possível através de manobras regimentais protocoladas por Vitor Hugo que várias etapas necessárias sejam ignoradas nesse processo de tramitação nas comissões. Com isso as duas leis antiterrorismo de 1999 e 2001 são alteradas ampliando também a lei de nº 13.260 de 2016. Acho que nem preciso dizer que essa “comissão especial” nada mais é do que um grupo de aliados do governo com interesses por trás, na frente e acima de nós. (aproveito para justificar que não pretendo ficar dando nome aos bois aqui para não dar ibope para essa raça ruim). Essas novas ações repressoras conduzidas logicamente pelas forças armadas, pelos órgãos de segurança pública assim como até agentes de inteligência serão acionados (vamos ter que cuidar ainda mais dessa coisa de compartilhamento de dados na internet, mas não só isso). Além disso, cria mais possibilidades de enquadrar certas características aos atos considerados hipoteticamente como terrorismo, dando espaço para que agentes públicos infiltrados em operações sigilosas possam distinguir e determinar o que é considerado crime. O nosso direito de livre manifestação, protestos e reuniões coletivas da sociedade civil organizada é algo próprio da democracia e conquistado justamente por esses movimentos. É dever do Estado garantir isso. É visível que esse projeto se configura como mais uma ferramenta de controle e punição a quem vá de encontro aos desmandos desse desgoverno porque nesse novo formato não especifica as diferenças que podem ser levadas em consideração na hora de qualificar o “ato terrorista”, como sempre fica a cargo da ‘segurança pública’ distinguir sobre a real intenção da ação, levando em consideração, inclusive, que a intenção de causá-lo pode ser considerado ato infracional. Vai levar muito tempo para a gente reconstruir essas políticas que estão sendo desmontadas nesse momento, mas é importante, que nessa fase de reconstrução, a gente faça uma desintoxicação moral, é urgente que estejamos articulados, informados e conscientes de construir via coletivo, via luta política, debates, organizações, capilaridades de forma enraizada e consciente presente na comunidade, na sua localidade. Se depois de tudo o que vem acontecendo você ainda não conseguiu se coletivizar e se mobilizar, encontre um grupo que pense como você, ajude a fazer a luta, pensar estratégias, comunicação, fazer frente, fazer luta, demandar, fazer pressão porque enquanto a gente continua nessa dinâmica de esperar o salvador da pátria a gente nunca vai conseguir ficar bem porque “pra ser ouvida o grito tem que ser potente” (Mc Carol) e “os assassinos estão livres, nós não estamos...” (Legião Urbana) #DitaduraNuncaMais #CensuraNuncaMais

  • Uma escolha nada difícil:

    Nosso primeiro editorial. Quando o Estado Democrático e de Direito é atacado, a escolha nunca é difícil. Todos sabemos que devemos gritar o mais alto que pudermos para que as atenções se voltem para os pontos incompatíveis com uma sociedade democrática. Nos últimos dias o Brasil tem assistido a um momento ímpar em nossa história. Desde a redemocratização não há uma movimentação tão significativa na cúpula das forças armadas, e isso, vale citar, nos fez, por um momento, pausar todos os preparativos para o lançamento desse portal informativo para pensarmos em todas as consequências possíveis de um eventual levante contra a democracia. Não nos cabe fantasiar sobre o tamanho da nossa coragem, qualquer pessoa minimamente informada sobre todos os excessos presentes em regimes autoritários, teme por sua vida, por sua família, por seus amigos, pela sociedade, pela economia popular e pela história do país, que fica profundamente maculada nesses momentos de escalada autoritária. Com a responsabilidade coletiva que carregamos nesse projeto, tivemos que conversar, apurar, refletir e calcular muito bem todos os riscos envolvidos na escolha de montar um veículo de comunicação em um período histórico delicado como o período que atravessamos atualmente. Ainda assim, a escolha não foi nada difícil, assim como não é difícil escolher de qual lado seguir. Um país acostumado a sofrer com as consequências da brutal desigualdade social - herança de séculos de escravidão e benesses para as classes mais abastadas - e enfraquecido pelas recorrentes reformas que têm sido impostas por uma classe política autodenominada “ala liberal”, o Brasil há um ano sofre com uma pandemia de dimensões assustadoras e, ainda, incalculáveis. Com uma das piores gestões da pandemia no mundo, o Brasil assiste seus cidadãos sufocarem sem ar, sem UTI e sem anestésicos para intubação; diferente do mundo, o Brasil viu a 2ª onda da pandemia de Covid-19 surgir, com o tamanho de um tsunami, antes mesmo da primeira onda passar. E tudo isso, porque nem um mínimo auxílio alimentar tem sido oferecido pelos governos municipais, estaduais e federal para garantir que as pessoas possam fazer o devido isolamento, sem que para se proteger da doença precise morrer de fome. A inação do poder público e a ganância de boa parte do setor privado, são fatores que contribuem para o agravamento da crise econômica que assola as camadas sociais mais vulneráveis. Não tínhamos como nos furtar da responsabilidade de denunciar e repercutir essa fase. Dossiê é a tradução do termo francês dossier. Uma palavra utilizada para se referir a um conjunto de documentos e/ou informações reunidas sobre determinado assunto, ou alguma pessoa. É nesse significado que nos agarramos como propósito. Longe de querer ou ter a estrutura necessária para concorrer com veículos de imprensa, estamos posicionados para contribuir na repercussão das notícias mais importantes publicadas por esses veículos e recorrentemente reunir informações de vários veículos sobre uma mesma informação, dando profundidade e dinâmica ao debate público; Et Cetera, sacada do latim, essa expressão significa “e outras coisas”, cai como uma luva em nosso propósito de informar. Para além da poética prática de juntar e organizar informações de forma densa, profunda e completa, a boa informação deve ser diversa, deve ser dinâmica, deve considerar muitas variáveis e pontos de vista, inclusive para desconstruir pontos de vista imprecisos e infundados. Quando a manchete for curta, aprofundaremos a notícia; quando o cálculo for complicado, explicaremos de várias formas; quando a informação for suspeita, checaremos as fontes; quando os dados forem jogados, reuniremos as séries históricas; quando as coisas não fizerem sentido, explicaremos o contexto. Dossiê etc é de tudo um pouco, jornalismo, informação, opinião, entretenimento, reflexão, discussão, cultura, economia, sociedade, política, meio ambiente, cidades, comportamento, diversidade, dicas, listas, debates, ética, correção e obsessão com a precisão das informações prestadas. Por fim, desejamos que essa vasta descrição sobre o que vem a ser a Dossiê etc, não se confunda com soberba, arrogância ou prepotência, mas sim, que firme e formalize o nosso compromisso com aquilo que realmente importa: Informação precisa, independente e responsável. Leia Dossiê.

  • Qual é mais perigosa: Covid ou Aids?

    A Aids, sigla em inglês para Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, ou Sida em português, é, sem sombra de dúvidas, uma doença terrível. Ela simplesmente destrói seu sistema imunológico e, a partir daí, muitas doenças que são vistas como pequenos incômodos e são praticamente inofensivas ao organismo humano, passam a se tornar uma ameaça mortal a esse organismo convalido pela doença que simplesmente destrói o sistema que deveria proteger o organismo. E claro, isso não é nenhuma novidade e é por isso que usar preservativo é um hábito tão comum nos dias de hoje. Mas se somos tão cuidadosos para evitar a contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), porque somos tão descuidados com doenças tão ou mais graves como a covid-19? ATENÇÃO: ​ Esse artigo, em momento algum deseja passar errônea impressão de que o HIV e Aids não são perigosos. Tampouco tem por objetivo estimular o abandono dos métodos preventivos que são de fundamental importância na luta pela erradicação do vírus. O que se busca com esse texto é apontar com precisão, informações sobre as duas doenças, permitindo aos leitores, perceberem na Sars-Cov-2 um vírus tão, ou mais perigoso que o HIV. E que toda a atenção e disposição para aderir aos métodos preventivos do Sars-Cov-2 e Covid-19 deveriam ser levados com a mesma seriedade com que se leva os métodos preventivos contra o HIV e a Aids. ​ À menor suspeita de qualquer uma das doenças citadas, procure o serviço médico! Aids: História e características. Antes de começar essa reflexão, a primeira informação relevante é esclarecer que HIV e Aids não são a mesma coisa, bem como Sars-Cov-2 e Covid-19 também não são. HIV e Sars-Cov-2 são vírus, patógenos que carregam em si informações genéticas que uma vez instaladas no corpo humano podem, ou não, causar doenças denominadas, respectivamente, de Aids e Covid-19. ​ As primeiras transmissões de HIV para humanos, pode ter ocorrido por volta de 1930 e entende-se que a origem mais provável da doença, seja o vírus SIV encontrado em chimpanzés e algumas outras espécies de primatas e só se espalhou pelo mundo a partir dos anos 60 e 70 quando movimentos bélicos no continente aumentara a circulação de soldados e trabalhadores de outros lugares do mundo na África, onde, por conta da cultura de algumas tribos em domesticar esses animas, especula-se que tenha sido a origem do HIV, vírus primata mutado, que conseguiu entrar em organismos humanos. Nesse momento é que o vírus HIV e a doença proveniente dele, a Aids, entraram no vocabulário dos habitantes dos demais continentes. Porém, o entendimento mais preciso da doença demorou mais algum tempo para acontecer, e foi com a evolução da ciência que se descobriu o que era a Aids, qual era o vírus que a causava, como ela atacava o organismo humano e até as formas mais efetivas de se combater. Em 1981 a Aids foi reconhecida como doença, somente em 1983 o vírus HIV é completamente isolado e isso abre as portas para o estudo de vacinas e remédios. Em 1985 testes sorológicos chegam ao mercado para detecção precisa do vírus e em 1987 foi criado o primeiro remédio capaz de combater os efeitos do vírus no corpo. ​ HIV x Sars-Cov-2​ ​ Tanto HIV, quanto o Sars-Cov-2 são vírus, porém, com muitas diferenças entre um e outro. O HIV é um vírus com origem em primatas, enquanto o Sars-Cov-2 é um vírus com provável origem em morcegos e pangolins. Mas as diferenças não param por aí. A forma de contágio também é bastante diferente. Para que uma pessoa seja infectada pelo vírus HIV, é necessário que as células presentes no sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno de uma pessoa infectada, tenham acesso livre ao organismo de outra pessoa. Algumas das formas de isso acontecer é através de relações sexuais sem preservativo, compartilhamento de seringas e outras formas, já erradicadas no Brasil, como transfusão de sangue e transplante de órgãos. Essa condição torna o vírus bem difícil de circular nos dias de hoje, embora eventualmente alguns índices de contaminação aumentem devido a falta de cuidados básicos das pessoas, principalmente em atos sexuais. Já a forma de contaminação da Sars-Cov-2 é bem mais sutil, tão sutil quanto o ar que encosta no seu olho agora. Sentiu? Não né?! Pois bem, o Sars-Cov-2 é assim. Muito pequeno, à partir de 50 nm (nanômetros), o vírus tem a capacidade de permanecer ativo e suspenso no ar por mais de 3 horas. Portanto, para contrair o vírus, basta respirar no lugar errado e na hora errada. Para resolver isso o uso de máscaras adequadas pode ser o suficiente para, atualmente a União Europeia e os EUA recomendam o uso simultâneo de 2 máscaras, sendo a com melhor característica filtrante por baixo, PFF2 ou N95, as únicas eficientes contra um vírus tão pequeno, e as máscaras de tecido/caseiras, por cima. Porém, tão sutil quanto o ar que toca seu olho sem você sentir, o vírus suspenso no ar pode sutilmente repousar sobre a sua retina e uma piscada é suficiente para que o vírus tenta contato com uma mucosa viva e passe a se multiplicar pelo seu corpo. Esse consenso já está tão aceito, que pesquisas já dão conta de que pessoas que usam óculos regularmente, têm 3 vezes menos chances de contrair a covid-19. Isso ocorre por quê os óculos serve de barreira física contra as partículas frontais e eventualmente evitam que as pessoas coloquem as mãos nos olhos com tanta frequência. Um paralelo que facilita esse entendimento, é o uso de óculos por motoristas e ciclistas. Os óculos reduzem o contato do ar com a vista e por isso os incômodos relativos à vista seca, são menores. Se menos ar entra em contato com os olhos, menores serão as chances de contágio por essa via. Logo a conclusão é fácil, a transmissão do HIV é muito mais difícil de ocorrer devido às necessidades objetivas para o vírus se instalar. Logo a prevenção é bem mais simples, em suma, basta “encapar o bicho”; enquanto a transmissão do Sars-Cov-2 é bem mais cruel, o simples ato de suspirar por alguém – desculpe o trocadilho-, o simples ato de respirar, ou manter os olhos abertos, mesmo sem nenhum contato físico, pode ser o suficiente para te contaminar. ​ Os infames 2m (dois metros): No início da pandemia, com muito pouco conhecimento sobre a doença, convencionou-se afirmar que o melhor tratamento seria a higienização das mãos, foi quando gerou aquela busca assustadora por álcool em gel. Até então se acreditava que a contaminação se daria apenas por secreções líquidas que poderiam ser transferidas por contaminação indireta. Por exemplo: alguém espirra e cobre com a mão, depois encosta essa mão no corrimão, deixando o vírus exposto para outras pessoas tocarem e quando coçassem o nariz se contaminariam também. Porém, esse é o entendimento primário. Nesse entendimento primário os dois metros serviam para que os perdigotos (baba) que sai da boca da outra pessoa quando ela fala tivessem espaço para alcançar o chão tem tocar na pessoa com quem se conversa. Conforme dito, esse é um entendimento primário que não tem espaço para discussão com os estudos que se sucederam. ​ Com o altíssimo velocidade de contágio, alguns pesquisadores desconfiaram que a contaminação devia ser mais simples do que isso. Rapidamente pesquisadores do mundo todo perceberam que aquela velocidade de contaminação não era comum com contaminação cruzada, o vírus se propagava pelo ar. Os alertas chegavam de todas as direções para a Organização Mundial de Saúde (OMS) que demorou quase 4 meses para aceitar e passar a divulgar essa tese, talvez por medo. Por medo de pânico e seus respectivos impactos na economia. A partir de março a OMS e governantes de todo o mundo já tinham conhecimento sobre as novas formas de transmissão e por isso as máscaras passaram a ser itens obrigatórios, mas ainda assim, só assumiram oficialmente a contaminação pelo ar em julho de 2020. A partir daí, entendeu-se que, se o ar chega, o vírus chega e, portanto, a única forma de parar a transmissão do vírus é com o isolamento social, que nada tem a ver com os dois metros, tem a ver com cada um ficar em suas casas com o menor contato possível com outras pessoas e ares que tenha sido respirado por outras pessoas. ​ Cheirinho de contaminação: O odor se propaga de uma forma muito semelhante ao do vírus. Quando sentimos cheiro de algum alimento, o que sentimos na verdade são partículas de alimentos que estão sendo lançadas no ar, geralmente, pelo processo de fervura, porque as temperaturas mais altas favorecem a flutuação dessas partículas. Essas partículas entram em contato com o ar e são literalmente carregadas, flutuando, pelo caminho que esse ar percorrer. Então, quando você sente o tempero do seu vizinho perto da hora da janta, significa que o ar circulou de forma que algumas partículas do refogado de alho e cebola, foram capazes de chegar até a sua casa e se as partículas de cheiro chegam, as partículas virais também chegam. Mas calma, isso é um parâmetro, não uma sentença. O ar que respiramos está cheio de impurezas e organismos como vírus e bactérias e somos feitos para aguentar isso. Para nos adoentarmos, é necessário que uma certa concentração viral esteja naquele ar que respiramos, ou que toca nossos olhos e isso não tem como medir. A melhor forma de entender o quanto risco se corre é o parâmetro do cheiro. Quanto mais forte o cheiro, maior o risco. Um exemplo: Eu moro no 6º andar. às vezes, quando um vizinho acende um cigarro, eu sinto um pequeno odor característico. Porém, é um pequeno odor. Isso significa que as partículas estão muito diluídas no ar e têm pouco potencial de me causar danos, portanto, se houver partículas de vírus chegando na mesma intensidade, isso não é tão perigoso, também estará bem diluído. Calcular a distância mais segura também não é muito difícil: Se você fuma, pense: seria um cheiro suficiente para eu sentir vontade de fumar também? Se a resposta for sim, então é uma distância muito perigosa, ainda que seja maior que 2 metros. ​ Se você não fuma, pense: Será que a essa distância minha roupa ou cabelo vão ficar fedendo? Se a resposta for sim, então essa distância é muito pouco segura. Esse exemplo se justifica porque aquele fedor nas roupas de quem ia para a balada antes das leis antifumo, eram as partículas do cigarro dos outros depositada em toda a sua roupa, seu cabelo, sua pele e com certeza em seus pulmões. Se você for para a balada hoje, vai voltar com a mesma quantidade de Sars-Cov-2 depositados na sua roupa, no seu cabelo, na sua pele e com certeza ABSOLUTA, nos seus pulmões. Mas ao contrário do cigarro, o vírus não tem cheiro. ​ Atuação no corpo e formas de tratamento das duas doenças: Até aqui vimos que o Sars-Cov-2 é bem mais transmissível do que o HIV, mas e depois que os vírus são contraídos, o que acontece? Ambas as ações começam silenciosas, sem sintomas no começo. O primeiro comportamento de qualquer patógeno é tentar se multiplicar em nosso organismo. Nesse momento, nossos organismos usam suas memórias celulares para tentar combater os patógenos e nesse momento as estratégias dos vírus são diferentes. No caso do Sars-Cov-2 o vírus invade a célula, muda sua programação genética e faz com que a célula passe a fabricar vírus muito mais vírus, assim, mesmo uma carga viral insignificante se transforma rapidamente em um poderoso exército viral. Dessa forma o vírus se espalha pelo corpo, corrompendo mais e mais células. Em muitos casos o sistema imunológico consegue combater o vírus rápido o suficiente para que ele pare de se multiplicar e seja expelido pelo organismo. Esse cenário é o mais bonito de todos, é o caso dos assintomáticos. Pessoas que podem transmitir o vírus, mas não sabem, porque não chegaram a adoecer ou apresentar sintomas desse adoecimento que também pode ser discreto, através por exemplo da queda da saturação de oxigênio no sangue. Isso pode ocorrer antes que o paciente tenha qualquer sintoma que o alerte para a presença do vírus, até que a baixa oxigenação causa desmaios e outros tipos de mal estar. Quando a defesa do organismo falha, então o vírus se multiplica e toma conta do dos mais diversos sistemas. Já se tem, na breve literatura sobre a doença, casos de infecção de rins, fígado, sistema nervoso, pulmão e coração, causando colapsos dos mais diversos níveis de gravidade em todos esses órgãos. É a falência ou grave comprometimento das funções desses órgãos que levam as pessoas a óbito, ou causam uma confusão tão grande no sistema imunológico que o organismo sofre com a presença excessiva de glóbulos brancos no sangue. Até hoje não há nenhum tratamento efetivo contra a doença. Nos hospitais algumas medidas paliativas são tomadas para tentar melhorar a ventilação e consequentemente a saturação de oxigênio no sangue, mas já se sabe que dentre os casos graves da doença, aqueles que precisam de UTI, 67% nunca saem de lá. Morrem antes de ter alta médica e dos 33% que chegam a sair do hospital, cerca de 40% voltam a ser internados e 25% morreram nos 6 primeiros meses de acompanhamento do quadro de recuperação, elevando os óbitos dos casos graves de UTI para quase 75%. Não há nenhum remédio com capacidade de cura e o processo de vacinação ainda é muito incipiente na maior parte do mundo. Os países mais pobres podem levar até 3 anos para serem vacinados, estimam os especialistas. Isso, é claro, se as vacinas atuais continuarem se mostrando eficazes contra as novas cepas/variantes do vírus. Alterações genéticas que podem mudar características genéticas do vírus, dando a eles a capacidade de, por exemplo, combater os anticorpos gerados pelas vacinas. ​ Mas e o HIV, hein? O HIV, após seu surto nos anos 80, até 2019, já foi responsável por mais de 25 milhões de mortes em todo o mundo, o que mostra que não está para brincadeira, afinal, é transmissível através de uma das práticas mais prazerosas que se tem notícias, mas é sabido também que desde o início dos anos 2.000 as taxas de contágio e mortalidade estão em curva descendente. Quando o HIV acessa o organismo e começa a se multiplicar, diferentemente do que faz o Sars-Cov-2 que ataca os diretamente os órgãos, o HIV ataca o sistema imunológico e deixa o organismo aberto a infecções oportunistas. A doença também possui algumas formas diferentes de se manifestar: Essa infecção pode ser assintomática, fazendo com que a pessoa conviva e transmita o vírus por anos sem saber que o faz; até as formas mais severas que geram feridas na pele e mucosa viva, até o enfraquecimento, perda de peso e adoecimento agudo por doenças oportunistas, levando os pacientes a quadros críticos. Hoje o combate à doença é muito efetivo. Apesar de ainda não ter cura, campanhas recorrentes reforçam a importância de usar preservativos, fazer o teste após relações de risco e até orientam o tratamento precoce com medicamentos antirretrovirais que quando consumidos rapidamente após a relação de risco, podem impedir a reprodução do vírus e inviabilizar o adoecimento. Há uma observação sobre efeitos colaterais incômodos pelo uso do coquetel, mas ainda assim é importantíssimo para prevenir novos casos da doença. Em fase avançada de implementação, a estratégia PrEP, sigla para Profilaxia Pré-Exposição, vem ganhando espaço. O método se resume a um tratamento preventivo com o emprego de dois medicamentos combinados (tenofovir + entricitabina) em frequência diária, para que presentes na corrente sanguínea sirvam de barreira para a instalação do vírus. No Brasil, profissionais do sexo e outros grupos de comportamento sexual de risco já têm acesso pelo SUS e esse método se mostra efetivo na redução de taxas de infecção, embora não previna de outras infecções sexualmente transmissíveis como sífilis, clamídia e gonorreia. Quando todos os métodos preventivos falham ou são negligenciados, abrindo espaço para o vírus se instalar no organismo, então ainda há como recorrer a um tratamento gratuito, no qual o Brasil é modelo mundial, de estabilização do vírus. Esses tratamentos possuem diversos índices funcionais e consistem no uso de um coquetel de medicamentos contendo diversos tipos de medicamentos inibidores como inibidores Nucleosídeos da transcriptase reversa, não nucleosídeos da transcriptase reversa, inibidores de protease, de fusão, de entrada e da integrasse. Esse coquetel faz tudo que o organismo precisa para não sofrer com a falta do sistema atacado pelo HIV. Infelizmente ainda não há vacinas em circulação comercial, mas ensaios promissores começam a chegar a terceira fase de testes nas populações expostas ao risco e pode ser que em até dois anos algumas vacinas cheguem ao mercado, isso sem falar em notícias de tratamentos experimentais que ano após ano apresentam resultados mais promissores e deixam esperanças de cura ainda maiores. Ainda que nenhuma dessas promessas se confirmem, hoje, com os medicamentos existentes já é possível inativar e interromper a ação do vírus no organismo fazendo inclusive com que o vírus, na maioria dos casos em tratamento com antirretrovirais, não seja sequer transmitido em eventuais acidentes e chega a ser invisibilizado em alguns tipos de exame, mantendo o hospedeiro do vírus seguro e com uma qualidade de vida satisfatória por décadas. ​ Fatos e números das doenças: Dados do programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) dão conta de que até 2019 existiam 38 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo, sendo que dessas, 25 milhões de pessoas estão sendo tratadas com terapia antirretroviral. Essas pessoas com acesso ao tratamento tendem a levar suas vidas normalmente sem que o vírus tenha qualquer influência em suas vidas. A olho nu é praticamente impossível identificar a pessoa que vive com o HIV e as pessoas que não vivem e vale lembrar que as pessoas que incluídas na terapia antirretroviral não oferecem nenhum risco à sociedade, nem aos seus parceiros sexuais. Longe de ser uma doença inofensiva, durante décadas sem um tratamento eficaz, estima-se que o vírus HIV tenha ocasionado mais 33 milhões de mortes. A mesma estatística dá conta de que apesar de todos os esforços em prevenção e tratamentos, todos os anos, aproximadamente 1,7 milhão de pessoas contraem e são detectadas com o vírus e 690 mil têm mortes relacionadas a doença todos os anos. Mas o Sars-Cov-2 é um concorrente a altura. Misterioso e com uma enorme capacidade de multiplicação, a partir do momento que acessa o hospedeiro se multiplica e automaticamente passa a ser expelido por fezes, urina, saliva e pelo aerossol expelido durante a fala e a respiração. Isso fez com que apenas em seu primeiro ano o vírus fosse localizado em mais de 117 milhões de pessoas até 09 de março de 2021. Dessas pessoas infectadas, mais de 2,6 milhões morreram, uma taxa de mortalidade baixa, mas em um volume altíssimo. Para fins de comparação, o pico mais alto de mortes relacionadas ao HIV aconteceu em 2004 com 1,7 milhões de mortes; esse foi o número que a Covid atingiu apenas no primeiro ano de circulação. O maior risco: Diante da riqueza de dados e informações já existentes sobre os dois riscos, podemos concluir que HOJE o Sars-Cov-2 é muito mais perigoso e contagioso do que o HIV e devido à falta de clareza sobre as formas como lidar com a doença, somado aos riscos de mutação e apoiados nos dados atuais, podemos concluir que HOJE a máscara é um equipamento de prevenção tão ou mais importante do que preservativos, testes sanguíneos e medicações usados no controle da circulação do HIV. E nesse ponto, nos cabe recomendar que as formas de prevenção sejam padronizadas. O vírus é dos menores que se tem conhecimento e não é qualquer trama de tecido que é capaz de contê-lo. Se para conter o espermatozoide – até 54 vezes maiores – ou o HIV – até 2x maior – , nenhum órgão regulatório permitiria a confecção de preservativos que apresentassem a possibilidade desses corpos ultrapassarem essa barreira, então porque é que continua se admitindo que se comercialize máscaras “freestyle” onde vale tudo: tule, tricô, pet, jeans, algodão e outros materiais completamente alheios ao bom senso e comprovadamente ineficientes, algumas até falsificadas. Apesar de ser um vírus novo, estamos presenciando a maior força tarefa científica da história, para desvendá-lo. Isso significa que temos grandes chances de erradicá-lo em talvez 2 ou 3 anos, a depender da evolução das cepas. Mas atualmente, além de não ter tratamento eficaz, é uma doença que se alastra rápido demais e mata em um período de 10 a 30 dias após o contágio, em contraste com os meses e até anos que podem levar para que o HIV seja percebido pelo hospedeiro. O CENÁRIO BRASILEIRO No Brasil o Sars-Cov-2 dá uma lavada no HIV. Estima-se que atualmente haja mais de 900 mil pessoas vivendo com HIV. Dessas, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, 89% foram diagnosticadas e 77% estão em tratamento com antirretroviral e ao todo, estima-se que 665,9 mil vivam no Brasil, em condição de saúde tão normalizada, que sequer transmitem o vírus para outras pessoas. O número de novos casos também não é tão ruim, atualmente em torno de 40 mil novos casos de HIV e aids são detectados anualmente e apenas 10 mil pessoas foram a óbito por doenças relacionadas a Aids. Do outro lado, o vírus responsável por causar a covid-19, em apenas um ano, matou mais de 250 mil pessoas no Brasil, 25 vezes mais mortes em apenas um ano além de ter contaminado mais de 10 milhões de pessoas e deixar sequelas ainda desconhecidas e imprevisíveis. Com casos já confirmados de reinfecção por diferentes variáveis e a recente descoberta de que é possível se contaminar com duas cepas diferentes do vírus ao mesmo tempo, podemos prever um período de grande esforço de vacinação, isolamentos sociais severos e muito trabalho para os médicos que agora têm um novo desafio. Talvez precisem, daqui para a frente, se preocupar em proteger uns pacientes dos outros. Enquanto não se tem soluções definitivas para o problema, o melhor caminho é o isolamento social severo, o lockdown. Nosso medo precisa ser o medo que teríamos se o HIV se espalhasse pelo ar, porque o Sars-Cov-2 já se provou muito mais terrível, contagiante e mortal do que o HIV jamais foi. Agora, mesmo que depois de tantas explicações em detalhes e dezenas de fontes confiáveis confirmarem a Covid-19, hoje, é um risco maior que a Aids, você ainda ficar com o pé atrás, lembre-se que mais do que perigosa, a Aids permanece estigmatizada, principalmente porque a contaminação anal e sexual de um modo geral. Logo existe uma repulsa irracional contra pessoas com HIV, um preconceito que inicialmente surgiu por falta de informações, já que a ciência naquela época tinha muito menos recursos e equipamentos para pesquisas, mas que se mantém até os dias de hoje, muito baseado em cima de preconceitos incabíveis para o nosso tempo. Portanto, se equivocadamente, na rusticidade da ciência do passado, a Aids já foi estigmatizada como a doença dos gays, nos tempos atuais, em pleno século XXI, com a abundância tecnológica e de recursos científicos disponíveis, já se tem a certeza de que a Covid-19 é a doença de todos que respiram, assim como a Aids é a doença de todos que transam. Cuide-se e cuide de quem você ama. Use máscara, evite aglomerações, fique em casa e use camisinha! A Aids não é mais o bicho de sete cabeças que já foi, é apenas uma doença forte que, por preconceito, ignorância – embora seja uma redundância – e falta de recursos científicos, foi negligenciada por anos, mas que agora tem tudo para ter um final feliz. Já a Covid-19, quem viver verá.

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