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Quem conhece o Brasil não se surpreende com o assassinato de Moïse

Indignação sim, surpresa não. Infelizmente, trabalhadores são vítimas sem direitos no Brasil neoliberal

Moïse Mugenyl Kabagambe, trabalhador espancado até a morte na Barra da Tijuca (Rio de Janeiro-RJ), por seu chefe e capangas, após cobrar 200 reais por duas diárias de trabalho. | Foto: Reprodução

“Como o Brasil não para, com uma morte dessas” brandam os revolucionários de ocasião, mas eu gostaria de saber mesmo como o país não parou quando Evaldo Rosa dos Santos teve seu carro alvo de mais de 200 tiros disparados por militares do exército. Também não paramos quando trabalhadores foram mortos pela miopia policial que já confundiu guarda-chuva, furadeira, saquinho de pipoca e até chuteiras com armas, uma miopia policial que só não erra a cor e a classe social de seus alvos.


E o que dizer das pessoas que tiraram a vida do Moïse? Acho melhor não dizer o que penso, afinal um, ou, alguns deles são “empreendedores”, figuras sacras na terra do caráter ausente. Não adianta se indignar com o empreendedor assassino de Moïse, apenas por ser cobrado por diárias de trabalho que devia, no Brasil há milhares desses empreendedores que, geralmente não matam, alguns preferem apenas chicotear os funcionários que lhes cobram por seus direitos, ou mantê-los em condições de trabalho escravo contemporâneo (condições de trabalho análogas às de trabalho escravo), já outros tantos preferem apenas roubar o dinheiro devido, simplesmente não pagam, como fez o empreendedor, assassino de Moïse.