A história já fez justiça, faltam as desculpas
Barroso admitiu que Dilma não foi afastada por crimes, mas sim por motivos políticos. Foi golpe!

A imprensa é, sem sombras de dúvidas, o órgão mais importante no contexto de uma democracia (pressupondo, claro, que por se tratar de uma democracia, o estado de direito já está posto). Historicamente coube à imprensa agir na vanguarda das ideias e coube a ela a denúncia de ideias e ações que precisam ser ultrapassadas. Desde os casos de corrupção mais corriqueiros, até os casos mais escandalosos como a Vaza-Jato , todos vieram à luz graças ao trabalho investigativo da imprensa. Porém, nem todas as virtudes do mundo são capazes de apagar os erros cometidos. A esses, depois de cometidos, resta apenas o reconhecimento, arrependimento e o pedido de desculpas.
Apesar de sua grande importância a imprensa muitas vezes errou ao longo do tempo, para além daqueles veículos sensacionalistas que nascem para o erro e cultivam trajetórias errantes até seu fim, mais recentemente representados por sites e blogs com autores ocultos que têm como razão de ser o objetivo de desinformar dolosamente. Ignorando todos esses que usam o erro como método de trabalho, precisamos falar de veículos de imprensa sérios, com profissionais sérios, ainda que submetidos a controles editoriais que agem a serviço de interesses de mercado. Veículos como Estadão, Folha, Veja, Globo e outros tantos grandes dependentes do comércio de mídia, que muitas vezes se deixam levar pelo calor do momento e pela opinião de seus anunciantes.
Em nossa história recente assistimos veículos que, incitados pela venda de manchetes fáceis e cliques curiosos, cedem a narrativas de eventos duvidosos e pouco embasados em fatos de formas que iludem e distorcem a visão de justiça de um povo sofrido, pouco educado, pouco lido e, portanto, vulnerável a desinformações absurdas como a “mamadeira de piroca”, como esse mesmo povo poderia discernir a notícia, da tinta forçada de grandes veículos?